terça-feira, julho 30, 2013

O gol está sendo jogado para escanteio



Tenho pena do gol no atual momento do futebol brasileiro.

Logo ele, coitado, que já deu tantas alegrias a milhões de torcedores por esse País. Que fez a alegria dos geraldinos, dos alambradinos, de crianças, papais, famílias e gerações criadas no cimento duro e imundo das arquibancadas.

Porque vou te contar uma coisa, não está fácil ser gol no futebol politicamente correto de hoje.

Quando não era patrulhado por todos os lados, o gol era sinônimo de êxtase, de gritos, soco no ar, cambalhota, montanha humana.

No tempo em que os orelhões eram novidades, tinha jogador que fazia o gol e pegava o telefone para fingir que ligava para alguém.

Hoje, coitadinho do gol, tem jogador que o faz e só falta pedir desculpa, chorar, entrar em depressão.

Uma das modas é não comemorar contra o ex-time, em respeito à torcida.

Mas e a torcida do time atual, faz o quê com o gol? Chora junto? Isso para não ser deselegante e sugerir outra coisa.

Gol não é pecado, é alegria.

Agora que todos babam ovo para os novos estádios, as novas arenas, nas quais o principal atrativo é estar mais perto do jogo, da emoção, o sujeito faz um gol, vai, literalmente, para os braços do povo, e na volta leva cartão amarelo.

Então para que fazer estádio assim? Não seria melhor isolar de vez o povo do jogo e investir na assepsia total?

Eu nunca vou entender porque para juiz de futebol é sempre tão fácil dar cartão amarelo para a alegria do gol e tão difícil punir o jogador violento.

Mas não fique assim solitário, amigo gol. Ainda tem muita gente que joga por você, torce por você, grita, chora de alegria, corre para a galera, sobe no alambrado.

Enquanto o tal novo código de ética do boleiro, outra bobagem criada pelos novos tempos, não acaba de vez com sua alegria, amigo gol, por favor, não nos abandone.

Continue por aí, de cabeça, de bico, de bicicleta, de falta, de escanteio, contra, de pênalti.

Você ainda vai derrotar os amantes do zero a zero e os prancheteiros do código de ética.

Tô contigo, golaço!

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