terça-feira, setembro 30, 2008




A CAMISA E O REI





Já tinha entrevistado Pelé algumas vezes. Guardo até hoje um pedaço de papel no qual ele rabiscou como achava que deveria jogar a Seleção Brasileira no início dos anos 90, com autógrafo e tudo. Lembro com orgulho de um dia em que fui a um evento com meu pai, Luiz Noriega, e vi o Atleta do Século se aproximar dele, bater no peito do meu velho e perguntar se estava tudo certo. Vá lá que eles são amigos de longa data, mas era meu pai sendo saudado pelo Rei do Futebol.

Por essas e outras que a terça-feira 30 de setembro de 2008 será para sempre um dia especial para mim. Estive na inauguração do Museu do Futebol, no Pacaembu, em São Paulo. Participei da cerimônia de abertura, conduzida por Cléber Machado e com as presenças de Tino Marcos e Abel Neto. Fizemos uma espécie de transmissão para os convidados e coube a mim a honra de entrevistar Pelé, tendo como cenário a camisa que ele usou no primeiro tempo da final da Copa do Mundo de 1970. Esse autêntico tesouro foi dado a Zagallo por Pelé. A camisa rodou, rodou e foi doada ao Museu, em comodato, por um colecionador. Está lá, quase intacta, ainda impregnada pelos fluidos da genialidade do maior jogador de futebol de todos os tempos.

Pelé, com sua incrível simpatia e a aura de mito que o cerca, contou a história da camisa e em certo momento acariciou o vidro, como se acalentasse um filho. Desde o intervalo daquele jogo no estádio Azteca que o Rei não via aquele manto sagrado. Tive a oportunidade de presenciar esse momento que ficará para sempre na minha memória. Deixo com os amigos uma foto da camisa, que tirei antes da chegada de Pelé. Guardarei a fita do que fizemos como um autêntico tesouro e mostrarei para os meus filhos quando eles entenderem o que significa o nome Pelé.

sexta-feira, setembro 26, 2008

DECOLOU UM GRANDE

COMENTARISTA: MEU

AMIGO LÉDIO CARMONA


Sou suspeito para falar, porque o personagem do post é um amigo daqueles raros, de muito tempo. Mas já faz tempo que estou para compartilhar isso com quem frequenta esse espaço. Se você ainda não está prestando atenção nisso, é hora de prestar. Lédio Carmona está gastando o verbo como comentarista no SporTV.
Existem vários estilos e tipos de comentaristas. Os mais táticos, os professorais, os da polêmcia gratuita e até fabricada, os ex-jogadores. Eu, quando estou telespectador, presto atenção no comentarista que me ajuda a entender o que acontece no jogo e que não tenta passar a idéia de que ele está vendo um jogo só dele.
Existem muitos comentaristas bons, sérios, estudiosos. No momento, cito o Lédio como um dos destaques. Ele está voando baixo. É estudioso, bem informado, rápido de raciocínio e se adaptou à linguagem da TV.
Acompanha há tempos o futebol internacional e achou um meio-termo saudável entre observação, pesquisa e estatística. Não chateia com uma cascata de números, nem fica investindo no achismo ou dando uma de pitonisa.
Dá gosto ver o Lédio comentando. E como amigo eu fico muito feliz pelo sucesso dele. Que seja cada vez maior.
De quebra, ele pilota o Jogo Aberto, o melhor blog esportivo do País, na minha modesta opinião. Também vale conferir.

quinta-feira, setembro 25, 2008

O mundo conforme Casciari


Recebi esse texto por e-mail. Achei uma das melhores definições do mundo que vi nos últimos tempos e reproduzo aqui.

(por Hernan Casciari)


Li uma vez que a Argentina não é nem melhor, nem pior que a Espanha, só que mais jovem. Gostei dessa teoria e aí inventei um truque para descobrir a idade dos países baseando-me no 'sistema cão'.
Desde meninos nos explicam que para saber se um cão é jovem ou velho, deveríamos multiplicar a sua idade biológica por 7. No caso de países temos que dividir a sua idade histórica por 14 para conhecer a sua correspondência humana. Confuso? Neste artigo exponho alguns exemplares reveladores.
Argentina nasceu em 1816, assim sendo, já tem 190 anos. Se dividimos estes anos por 14, a Argentina tem 'humanamente' cerca de 13 anos e meio, ou seja, está na pré-adolescência. É rebelde, se masturba, não tem memória, responde sem pensar e está cheia de acne.
Quase todos os países da América Latina têm a mesma idade, e como acontece nesses casos, eles formam gangues. A gangue do Mercosul é formada por quatro adolescentes que tem um conjunto de rock. Ensaiam em uma garagem, fazem muito barulho, e jamais gravaram um disco.
A Venezuela, que já tem peitinhos, está querendo unir-se a eles para fazer o coro. Em realidade, como a maioria das mocinhas da sua idade, quer é sexo, neste caso com Brasil que tem 14 anos e um membro grande.
O México também é adolescente, mas com ascendente indígena. Por isso, ri pouco e não fuma nem um inofensivo baseado, como o resto dos seus amiguinhos. Mastiga coca, e se junta com os Estados Unidos, um retardado mental de 17 anos, que se dedica a atacar os meninos famintos de 6 anos em outros continentes.
No outro extremo, está a China milenária. Se dividirmos os seus 1.200 anos por 14 obtemos uma senhora de 85, conservadora, com cheiro a xixi de gato, que passa o dia comendo arroz porque não tem - ainda - dinheiro para comprar uma dentadura postiça. A China tem um neto de 8 anos, Taiwan, que lhe faz a vida impossível. Está divorciada faz tempo de Japão, um velho chato, que se juntou às Filipinas, uma jovem pirada, que sempre está disposta a qualquer aberração em troca de grana.
Depois, estão os países que são maiores de idade e saem com o BMW do pai. Por exemplo, Austrália e Canadá. Típicos países que cresceram ao amparo de papai Inglaterra e mamãe França, tiveram uma educação restrita e antiquada e agora se fingem de loucos. A Austrália é uma babaca de pouco mais de 18 anos, que faz topless e sexo com a África do Sul. O Canadá é um mocinho gay emancipado, que a qualquer momento pode adotar o bebê Groenlândia para formar uma dessas famílias alternativas que estão de moda.
A França é uma separada de 36 anos, mais puta que uma galinha, mas muito respeitada no âmbito profissional. Tem um filho de apenas 6 anos: Mônaco, que vai acabar virando puto ou bailarino... ou ambas coisas. É a amante esporádica da Alemanha, um caminhoneiro rico que está casado com Áustria, que sabe que é chifruda, mas que não se importa.
A Itália é viúva faz muito tempo. Vive cuidando de São Marino e do Vaticano, dois filhos católicos gêmeos idênticos. Esteve casada em segundas núpcias com Alemanha (por pouco tempo e tiveram a Suíça), mas agora não quer saber mais de homens. A Itália gostaria de ser uma mulher como a Bélgica: advogada, executiva independente, que usa calças e fala de política de igual para igual com os homens (A Bélgica também fantasia de vez em quando que sabe preparar espaguete).
A Espanha é a mulher mais linda de Europa (possivelmente a França se iguale a ela, mas perde espontaneidade por usar tanto perfume). É muito tetuda e quase sempre está bêbada. Geralmente se deixa foder pela Inglaterra e depois a denuncia. A Espanha tem filhos por todas as partes (quase todos de 13 anos), que moram longe. Gosta muito deles, mas a perturbam quando têm fome, passam uma temporada na sua casa e assaltam sua geladeira.
Outro que tem filhos espalhados no mundo é a Inglaterra. Sai de barco de noite, transa com alguns babacas e nove meses depois, aparece uma nova ilha em alguma parte do mundo. Mas não fica de mal com ela. Em geral, as ilhas vivem com a mãe, mas a Inglaterra as alimenta. A Escócia e a Irlanda, os irmãos de Inglaterra que moram no andar de cima, passam a vida inteira bêbados e nem sequer sabem jogar futebol. São a vergonha da família.
A Suécia e a Noruega são duas lésbicas de quase 40 anos, que estão bem de corpo, apesar da idade, mas não ligam para ninguém. Transam e trabalham, pois são formadas em alguma coisa. Às vezes, fazem trio com a Holanda (quando necessitam maconha); outras vezes cutucam a Finlândia, que é um cara meio andrógino de 30 anos, que vive só em um apartamento sem mobília e passa o tempo falando pelo celular com Coréia. A Coréia (a do Sul) vive de olho na sua irmã esquizóide. São gêmeas, mas a do Norte tomou líquido amniótico quando saiu do útero e ficou estúpida. Passou a infância usando pistolas e agora, que vive só, é capaz de qualquer coisa. Estados Unidos, o retardadinho de 17 anos, a vigia muito, não por medo, mas porque quer pegar as suas pistolas.
Israel é um intelectual de 62 anos que teve uma vida de merda. Faz alguns anos, Alemanha, o caminhoneiro, não a viu e a atropelou. Desde esse dia, Israel ficou que nem louco. Agora, em vez de ler livros, passa o dia na sacada jogando pedras na Palestina, que é uma mocinha que está lavando a roupa na casa do lado.
Irã e Iraque eram dois primos de 16 que roubavam motos e vendiam as peças, até que um dia roubaram uma peça da motoca dos Estados Unidos e acabou o negocio para eles. Agora estão comendo lixo.
O mundo estava bem assim até que, um dia, a Rússia se juntou (sem casar) com a Perestroika e tiveram uma dúzia e meia de filhos. Todos esquisitos, alguns mongolóides, outros esquizofrênicos. Faz uma semana, e por causa de um conflito com tiros e mortos, os habitantes sérios do mundo, descobrimos que tem um país que se chama Kabardino-Balkaria. É um país com bandeira, presidente, hino, flora, fauna... e até gente! Eu fico com medo quando aparecem países de pouca idade, assim de repente. Que saibamos deles por ter ouvido falar e ainda temos que fingir que sabíamos, para não passar por ignorantes. Mas aí, eu pergunto: por que continuam nascendo países, se os que já existem ainda não funcionam?

NOTA SOBRE O AUTOR: Hernán Casciari nasceu em Mercedes (Buenos Aires), a 16 de março de 1971. Escritor e jornalista argentino. É conhecido por seu trabalho ficcional na Internet, onde tem trabalhado na união entre literatura e blog, destacado na blognovela. Sua obra mais conhecida na rede, "Weblog de una mujer gorda", foi editada em papel, com o título: "Más respeto, que soy tu madre".


Gehen Österreich!!!!!!


Esporte e, principalmente, futebol, provocam reações estranhas nas pessoas. Eu adoro escolher seleções internacionais para torcer esporadicamente. Na Copa do Mundo eu torço descaradamente para as seleções latino-americanas, contra tudo e contra todos. Na Copa de 1998 um dos momentos de maior alegria para mim foi o empate do México com a Holanda.

No basquete sempre torço contra os Estados Unidos. No vôlei escolho Itália e Holanda para secar no masculino e, no feminino, Cuba é o adversário preferido seja quem for do outro lado da rede.

No futebol nem existe tanto essa coisa de torcer contra uma seleção específica, tirando a França, que considero a mais arrogante e prepotente de todas as seleções nacionais.

Torço obviamente para o Chile, porque minha esposa é chilena e meus filhos têm sangue chileno. Embora admita que a maior parte do talento natural dos chilenos tenha sido dedicada à viticultura e não ao futebol.

Sou daqueles que adora parar em frente à TV e ficar torcendo pros índios contra a cavalaria.

Pois agora dei de torcer pela Áustria. Não tenho laços de sangue com a terra de Francisco José e Sisi, a não ser uma distante ligação de minha avó materna. Mas adorei Viena e por essas razões que a razão não explica, sou mais um austríaco nas arquibancadas do mundo. O que teria despertado isso não sei. Mas a camisa de visitante da Áustria tem culpa no cartório. Aquela preta, da Puma, coisa linda. Comprei uma para mim na Mariahilf, a rua do comércio de Viena. Eu me lembrava das camisas da Áustria na Copa de 1978, todas lindas, e também do bom futebol de jogadores como Krankl e Polster.

E me peguei feliz com a vitória por 3 a 1 sobre a França (aquela da arrogância) no estádio Ernst Happel em que vi a Espanha ser campeã européia de 2008.

Tudo bem que perdemos fora de casa para a Lituânia, mas agora temos a chance de manter uma boa pontuação no grupo 7 das Eliminatórias Europeías da Copa do Mundo, jogando contra as Ilhas Faroe, mesmo fora de casa.

Sei que há um passado legal por trás do futebol austríaco, nos tempos do Wunderteam nos anos 30 e 40 e que a seleção foi terceira em 54 e quarta em 34. Mas isso não tem nada que ver com desempenho futebolístico. É inexplicável.

E isso posto, Gehen Österreich!!!!!!

quarta-feira, setembro 24, 2008

AFINAL, SOMOS O PAÍS DO

ETANOL, DO PRÉ-SAL OU

DA NOVA LEI DE IMPRENSA?

Tudo bem que o Brasil nunca foi um País fácil de entender. Mas até outro dia éramos a terra do etanol, o combustível do futuro, limpo, ecologicamente correto, alternativa prioritária ao petróleo. Até Bush filho veio ver por aqui que o álcool pode ter outras utilidades que não aquelas que ele conhece bem.
Repararam que agora não se fala mais em etanol? Os discursos do presidente Lula mudaram de tema. Sai o combustível verde e entra o ouro negro do pré-sal, o petróleo que o Brasil vai extrair sabe-se lá quando e a que custo. O que fazer com o etano, com os 30 anos de pesquisa, investimento? Ou o presidente foi seduzido pela brincadeira do amigo Hugo Chávez, que o chamou de sheik do petróleo?
Não somos bobos, e sabemos, todos, que uma foto com as mãos sujas de óleo, ao lado da primeira-candidata Dilma Roussef vale muito em ano eleitoral. Que as promessas ao estilo "Brasil é o País do Futuro" descem bem temperadas com petróleo e os dividendos que ele trará, com certeza. Duro mesmo é ver que antes de o petróleo jorrar já se falava em nova estatal. Afinal, em ano de eleições, não interessa o partido, pouco importa a ideologia, no Brasil o que vale é arrumar um empreguinho público em troca de votos e favores.
O que eu não consigo entender, e como existe gente muito mais capaz do que eu em compreender a política aí fora, por favor, me expliquem: qual é o projeto desse País? O que se espera do Brasil daqui a 20 anos? A bonança econômica mundial passou, tiramos nosso proveito, milhões passaram a consumir, mas como fundamento, ficou o quê? Ainda pagamos impostos absurdos, temos medo de sair às ruas quando escurece, vemos compatriotas morrerem assassinados em portas de banco, cidades inteiras serem dominadas pela criminalidade. O Governo, aliás como todos os outros, continua gastando mais do que arrecada e os escândalos se sucedem, sem dar bola para ideologias.
O que mais me assusta nisso tudo é ver o presidente Lula defender mudanças na Lei de Imprensa. Justo ele, que na hora do aperto da sujeira dos anos 70, sentiu na pele o que era a censura e gozou do pouco que se conseguia, aos poucos, escapar dela. Lula foi adotado pela classe jornalística em suas várias campanhas eleitorais. Os broches do PT vestiram repórteres, fotógrafos e editores pelo Brasil afora. Por que Lula era uma esperança de liberdade, não de controle. De imprensa livre, não de censura.
Quantas vezes em seus discursos o então sindicalista não usava temas que a imprensa levantava a duras penas para criticar o sistema então vigente? Agora que virou sistema, Lula não tem o direito de querer cercear o direito da imprensa de investigar, mostrar os podres do seu e de todos os Governos.
Principalmente porque ele só virou o Lula que hoje preside o País porque houve uma imprensa que lutou muito quando não era livre. Do alto de sua bela biografia, Lula não pode se deixar levar pelos ventos retrógrados que sopram da Venezuela e nem se deixar seduzir pela diretriz de imprensa adotada em Cuba. Quem publicar errado, que seja processado dentro da Lei. Quem publicar certo, contra ou a favor do Governo, que o povo tenha o direito de ler, ver e ouvir e decidir por sua conta. Por que como disse o grande Joseval Peixoto hoje, no Jornal da Manhã, a notícia não pertence ao Governo, ao repórter, ao editor ou ao dono do veículo. A notícia é do povo.

segunda-feira, setembro 22, 2008

O CORINTHIANS AINDA NÃO
SE LIVROU DOS FANTASMAS



O Corinthians já voltou à Série A do Campeonato Brasileiro. Pela porta da frente, com dignidade, dentro de campo, sem contestações. Parece a oportunidade ideal para que o clube, tão judiado que foi nos últimos anos por alguns de seus "dirigentes", passe a limpo sua história recente e esteja reposicionado de acordo com sua grandeza.
Mas pequenas ações, quase todas desastradas e desastrosas, teimam em ofuscar o bom trabalho feito por comissão técnica e jogadores onde realmente importa: dentro de campo.
Esse caso do empréstimo feito por um agente de jogadores ao clube é de uma infelicidade total. Por que essas ações expõem algumas fraquezas do clube e escancaram a falta de habilidade com que se lida com uma marca gigantesca, poderosa, assim como a de todos os grandes clubes do Brasil.
Até onde eu entendo de economia - e entendo pouco - nos últimos anos nunca foi tão fácil tomar empréstimo nesse País. Ou seja, comprar dinheiro no Brasil tem sido uma moleza. Prestações a pagar de vista, juros abusivos, mas que é fácil buscar recursos de maneira legal, isso é fato. Então por quê foi o Corinthians pegar 600 mil reais emprestados de um agente de jogadores exatamente para contratar jogadores? Alguém já ouviu falar de diretor de cinema pegar dinheiro emprestado com ator, por exemplo? Claro que já. Mas quase sempre o ator que empresta o dinheiro também é produtor e estrela do próprio filme. Talvez seja mais fácil de entender o conflito de interesses, um desembargador dinheiro emprestado de um advogado e, depois, julgar o processo do mesmo em última instância? Pode não acontecer nada e todos os envolvidos serem honestos. Mas não há espaço para o benefício da dúvida nesse caso. Por que será que o Corinthians não foi a um banco? Será que a situação financeira atual do clube permite captar dinheiro no mercado? Como funciona hoje o Corinthians, financeiramente? Todas essas perguntas vieram à tona.
O fato é que o agente de jogadores também é agente do técnico Mano Menezes. O que não significa dizer que Mano fez algo de errado, nem que só escale jogadores que são agenciados pelo seu agente, nada disso. Mas o Corinthians, com seu passado recente ainda a assombrá-lo, não poderia dar essa vacilada, nunca. Porque como diz o ditado, à mulher de César não baste ser honesta, tem que parecer honesta.
O Corinthians bateu no fundo do poço graças a negócios pra lá de escusos. Então, quando volta à elite do futebol dentro de campo, sem uma contestação sequer, fora dele não poderia acontecer nada que levantasse uma única suspeita, que gerasse dúvidas quanto à lisura ou à ética do procedimento. Porque quando era para se falar do bom momento do futebol corintianos, a semana passada foi de outros assuntos no Parque São Jorge. Parece que algumas pessoas que estão à frente dessa paixão de milhões não aprenderam a lição.

O FATOR LUXA, MAIS UMA VEZ
l
Luxemburgo continua sendo o principal técnico de futebol em atividade no País. Isso fica claro com o que está acontecendo no Palmeiras. Assim como no Paulistão, o treinador cantou a bola antes. Ele afirmou que a equipe reagiria, e o time foi campeão depois de um começo ruim. Avisou que Diego Souza jogaria melhor após a saída de Valdívia e o meia desabrochou. Quando todos perguntavam quem era Sandro Silva, ele já afirmava que o volante jogava muita bola. No instante em que bancou o retorno de Marcos, parecia loucura, mas aí está o goleiro, completando 400 jogos pelo Palmeiras e jogando muito.
Gostar de Luxemburgo ou não é uma coisa. Não reconhecer sua capacidade profissional, de altíssimo nível, é pura perseguição.

CADÊ O SORRISO, TRICOLOR?

Futebol competitivo é algo sério. Mas vocês já repararam como em todo bom time, que está jogando bem, o jogador sorri em campo? Pois o sorriso parece ter sumido do Morumbi. O São Paulo continua sendo um time competitivo, mas a impressão que passa é que faz séculos que seus jogadores não se divertem jogando futebol. Porque, tenham certeza, quase todo mundo que desempenha uma profissão em alto nível, gosta muito do que faz e tem prazer nisso. Pois esse Tricolor paulista de 2008 anda carrancudo dentro e fora de campo. Falta uma pitada de ousadia, de risco, para que a equipe consiga encostar nos líderes. E voltar a sorrir.

S.O.S VASCO

Admito que a situação do Vasco me preocupa. Nada a ver com clubismo, mas pelo momento político, pela lufada de bons ares de renovação porque passou o clube com a chegada de Roberto Dinamite ao poder. É algo emblemático em se tratando de um futebol de coronéis como o nosso. Mas Roberto está pecando - nunca pela omissão - pelo noviciado. Obviamente nervoso com o estado de coisas que encontrou em São Januário, procurou se cercar de amigos, mas não necessariamente dos mais preparados para as funções, caso de Tita. Agora com Renato Gaúcho e alguns veteranos, ele tenta salvar o Vasco da bancarrota futebolística. Assim ficaria menos complicado tirar o clube do buraco financeiro em que o meteram.

quinta-feira, setembro 18, 2008

UM DOS MELHORES MOMENTOS

DA MÚSICA POP COM O MESTRE

In The Air Tonight, a obra-prima de Phil Collins. Impossível resistir à entrada da bateria. Todo mundo quer fazer o famoso "air-drumming". Genial.

terça-feira, setembro 16, 2008

O QUE ESPERAR DA RETA

FINAL DO BRASILEIRÃO?


Duvido que exista hoje, entre os campeonatos de futebol de bom nível do mundo, tanto equilíbrio como no Brasileirão 2008. Não se trata de avaliar a qualidade técnica, mas, sim, de verificar que as forças talvez jamais tenham sido tão equânimes (bonito isso!!!). Não há um time que se destaque, que tenha um grande craque, capaz de resolver situações difíceis, ou uma equipe que se destaque por conta do entrosamento e, até mesmo, de um esquema tático diferente.
Peguemos Grêmio, atual líder, e Portuguesa, atual lanterna. Será que existe alguma grande diferença entre essas equipes que justifique tamanha disparidade nas campanhas? Acho que não.
Pela média do que foi feito até agora, Grêmio e Palmeiras se destacam. Porque ainda sustentam campanhas muito boas dentro de casa e conseguem buscar pontos importantes fora de casa. Embora não seja significativa, essa diferença tem sido suficiente para posicioná-los como as equipes com melhor aproveitamento até agora.
Mas tricolores gaúchos e alviverdes não ostentam grandes diferenças em relação a seus perseguidores mais próximos, como Cruzeiro, Botafogo, São Paulo e Flamengo, por exemplo. Todos são times muito parecidos, em suas virtudes e defeitos. Um dado estatístico talvez explique o fato de muita gente acreditar em uma virada do Palmeiras nessa fase decisiva. O clube tem a segunda melhor campanha do returno, enquanto o Grêmio é o oitavo. Diriam os economistas que um aponta tendência de alta e o outro, de baixa.
Ainda assim, o Palmeiras perde para o bom time do Sport, e o Grêmio é derrotado pelo redivivo Goiás. Não tem mais bobo, é tudo japonês, o futebol está nivelado por baixo. Pode escolher o clichê que qualquer um deles se aplica ao caso.
Por isso o Brasileirão é mais divertido e empolgante que a maioria dos outros grandes campeonatos nacionais de futebol pelo planeta. Tem mais gente lutando pelo famoso prato de comida, como gostam de dizer os motivadores do ludopédio. Na Europa o bolo é fatiado em pedaços maiores, para pouca gente provar.

CARREIRAS

Tive a honra de apresentar uma edição do Arena SporTV que teve como convidado Max Gheringer, consultor de carreiras que fala com rara simplicidade e clareza sobre o tema. Max deu um show, mas confesso que fiquei assustado. Segundo ele, é impossível conciliar carreira com qualidade de vida no mundo de hoje. Somos obrigados a escolher: um ou outro. No máximo, conseguiremos uma bela carreira para gozar de alguma qualidade de vida no final do segundo tempo da vida. Sei não, amigo Max. Vendo tudo que aconteceu no chamado Deus Mercado nos últimos dias, acho que andamos mais preocupados em viver nessa desabalada carreira do que, propriamente, em viver. Aí, de uma hora para outra, boa parte do que o sujeito guardou e investiu perde 70% do valor. Fico pensando se não andamos especulando demais com o sentido da vida. Sei lá, filosofei.

RESPOSTA SOBRE O TÊNIS

Recebi uma simpática mensagem sobre tênis, uma dúvida de regra. Basicamente, a pergunta era sobre a famosa "ziquezira", aquela jogada em que a bola, colocada com muito efeito, bate de um lado da quadra e volta para o lado de quem colocou o efeito. Vale, como não, e tem que ser bom demais pra fazer isso. A pegadinha está no seguinte: se o adversário coloca tamanho efeito na bola que ela bate do seu lado da quadra e volta para o dele, você pode escapar dessa fazendo o seguinte: se der tempo, você pode invadir, com a raquete, o lado dele da quadra antes de a bola quicar no chão e tocar na mesma. Espero que tenha dado pra entender.

segunda-feira, setembro 08, 2008

O QUE MUDA COM A

VITÓRIA DA SELEÇÃO?


Para usar um jargão da moda, principalmente entre o competitivo mundo do futebol no século XXI, valeu o resultado. Que mudou, e muito, foi a classificação do Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas. Do sexto para o segundo lugar é um belo salto. Merecido, diga-se, se a análise for feita apenas em cima do jogo entre Chile e Brasil. O Brasil jogou bem, foi muito superior a um adversário com traços de amadorismo e nível de ruindade acima da média.
Agora, o que muda para a Seleção Brasileira a vitória sobre o Chile?
Quase nada. Por que o resultado ajuda a sedimentar uma escolha sem lógica e dá fôlego a um trabalho calcado em uma série de erros.
Óbvio que também existem acertos.
O maior mérito de Dunga à frente da Seleção é conseguir dialogar de frente com a maioria dos jogadores e saber utilizar a motivação que mais soa efeito junto a essa estranha categoria profissional que é o jogador de futebol brasileiro. O estilo é o mais mulher de malandro possível. Quanto mais apanham, mais gostam de correr, de jogar e se dedicar. Tudo para dar uma resposta ao final - claro, se ganharem o jogo -, atirando contra quem os criticava. Para isso contam com um exército de bajuladores que, microfone em punho, estão prontos a repetir o discurso do boleiro nacional e a bancar a sequência de um trabalho que, profissionalmente e racionalmente, não faz sentido.
Vamos aos equívocos - pelo menos aos que eu considero como tal. Dunga teima em convocar e escalar por uma ótica particular. Kléber, lateral do Santos, admitiu publicamente estar em má fase. Confirmou isso com a bola rolando e foi expulso sem jogar nada. Sorte de Dunga que o Chile é fraquinho, pois se é um time mais gabaritado, a boa atuação da equipe seria comprometida. O mesmo vale para Gilberto Silva, jogador cuja presença carece de justificativa futebolística e que, novamente, está suspenso. A escalação de Ronaldinho Gaúcho como titular só pode ser birra ou ordem superior, pois também não se justifica por argumentos lógicos. Ou será que eu estou maluco por achar que o time foi muito mais rápido e objetivo sem ele? Mas ao sacar Ronaldinho do time após a expulsão de Kléber, Dunga foi muito bem, rápido e preciso. Assim como acertou na dupla Robinho e Luís Fabiano - ambos tiveram atuações excelentes.
A escolha de Dunga para treinador da Seleção Brasileira é a negação de um princípio básico de qualquer trabalho de sucesso que seja bem planjeado e estruturado. Não conheço - e se alguém conhecer, por favor, me ajude - um caso parecido em que uma equipe esportiva de alto nível de rendimento tenha sido entregue aos cuidados técnicos de alguém sem experiência anterior alguma. Corporativistas de carteirinha, treinadores e ex-jogadores de futebol - salvo raras exceções - compartilham do manjado discurso de que, por ter sido jogador, Dunga sabe o que faz e está pronto para ser técnico. Cito o exemplo do voleibol brasileiro, caso comprovado de excelência, para rebater a tese. Para ser técnico na Superliga, um profissional de voleibol precisa ser professor de educação física com três especializações. Aí um boleiro de plantão vai dizer que isso é balela, que quem jogou bola, chupou laranja em vestiário é que sabe tudo.
Certa vez ouvi de um ex-jogador que foi muito bom e teve uma carreira interessante como treinador que isso é uma grande besteira, que tem jogador que foi craque e não entendia patavina de futebol, do jogo em si.
Essa é uma outra discussão, o entender, o saber mais. Acho que cada um tem a sua visão do jogo e dificilmente pode se falar em certo ou errado, o que vale é colocar sua tese com respeito e respeitar a quem você elogia ou critica. O que me parece equivocado é que na Seleção Brasileira, um patrimônio cultural de um País famoso pelo jeitinho e pelo desrespeito frequente às regras vigentes, o treinador desse patrimônio seja escolhido para tal sem qualificação alguma, deixando com cara de tacho quem trabalhou duro e se preparou anos para tal. Você já ouviu falar de piloto recém brevetado que já assume como comandante? É mais ou menos isso.
Talvez seja o futebol uma atividade muito específica, cheia de meandros, na qual vendedor de carro já foi técnico de time grande, ou até mesmo radialista.
O que sustento é que não se pode nunca malhar o Dunga ou então incensá-lo com base apenas nos resultados obtido. A pergunta que continua no ar é se é correto chamar Dunga para dirigir a Seleção Brasileira e se basta que ele vença para seguir como tal?

sexta-feira, setembro 05, 2008

A ESCOLA LUIZ NORIEGA

Reproduzo aqui e agradeço um comentário enviado por um internauta que, infelizmente, não se identificou. Ele fala do trabalho do meu pai, Luiz Noriega, como narrador. Lamenta que ele não tenha feito escola com seu estilo sóbrio, elegante e preciso. Acho que fez, sim. Vejo muitos narradores que têm uma linha parecida, com técnica mais televisiva e menos radioifônica, cada um fiel a seu estilo. Cito três que acompanho mais de perto: Cléber Machado, Jota Júnior e Milton Leite. Narradores de TV, não narradores de rádio que narram na TV. As narrações de tênis do Eusébio Resende lembram muito as do meu pai. Que, modestamente, e com todo o peso que o fato de ser filho dele pode ter, considero o narrador que melhor compreendeu o que é o estilo e o jeito de se transmitir esporte na televisão.
De qualquer maneira, fica aqui o comentário:

Há tempos que eu queria lamentar o fato de Luiz Noriega NÃO ter feito escola.Pra mim, foi disparado o melhor narrador esportivo da TV brasileira, em todos os tempos.Ele nunca pretendeu maquiar jogo nenhum; se a partida ou os lances eram banais, mantinha-se discreto - mas a emoção da narração dele aumentava na medida exata da emoção do jogo.Sempre imparcial, nunca vulgar, nunca "enlatado", nunca marqueteiro, nunca quis se sobrepor ao espetáculo, ótima voz, nunca quis julgar ninguém.E, principalmente, evitava o goooool prolongado que a TV bestamente importou do rádio. Por que os locutores atuais se esgoelam berrando ao microfone se eu estou vendo o gol??? Estão querendo chamar a atenção para uma coisa evidente, ora...Noriega tinha o seu bordão, "taí o (primeiro, segundo, etc.) gool".Acompanhando seus comentários, vejo seu empenho em se manter à altura do legado do seu saudoso pai.É uma difícil missão, levando em consideração o valor inestimável do grande Luiz e o ambiente não muito propício do jornalismo esportivo de hoje.

Também deixo um exemplo da categoria do "velho" Luiz Noriega.


SOLIDARIEDADE A LEÃO.
AONDE VAMOS PARAR?


Não sou amigo do treinador Emerson Leão. Não teria porque sair em defesa dele. Ainda que em algumas situações ele tenha se envolvido em agressões e iniciado discussões, nada justifica o ato gravíssimo de que ele foi vítima na Vila Belmiro. É a autêntica barbárie. Sem falar na covardia. Sete contra um? Um contra um já não se deve aceitar, afinal violência nunca leva a lugar algum. Agora, tenetar agredir alguém em sete é demais! Estou solidário a Leão e que ele não volte atrás na idéia de ver na cadeia os covardes que fizeram isso.
Uma pergunta fica no ar: como esses agressores sabiam exatamente quando Emerson Leão iria a Santos e ao Santos?
É muito triste que atos de violência estejam se repetindo no Santos Futebol Clube. A Vila Belmiro é um templo do futebol, um estádio agradável para se ver um jogo. Santos é uma cidade bonita, hospitaleira, calorosa. Mas está ficando difícil acompanhar jogos do Santos. Para jogadores, torcedores, jornalistas. Não é essa a imagem que espalhou pelo mundo o clube que produziu o melhor time de todos os tempos e o maior jogador de futebol. É preciso comando por parte do presidente do Santos e das pessoas que realmente gostam do clube, para agir rápido, afastar os vândalos que se misturam aos torcedores de verdade e fazer novamente da Vila Belmiro um estádio em que dava gosto ver jogos de futebol.

SPORT PROVOCA APAGÃO VERDE.
CRUZEIRO ATROPELA O VASCO

Trabalhei em Palmeiras x Sport. Exibição impecável do Leão pernambucano. Taticamente, o Sport foi perfeito na execução do plano de Nelsinho Batista. Marcou forte - às vezes duro -, saiu rápido no contra-ataque e forçou o jogo pelo alto contra a frágil zaga palmeirense. Em três erros, fez três gols e não chegou a ser pressionado pelo dono da casa.
A primeira derrota como mandante não pode jogar fora o trabalho do Palmeiras em casa. O aproveitamento ainda é suficiente para mantê-lo com chances de título. Mas exigirá a compensação fora de casa. Vejo o Palmeiras um pouco como o Cruzeiro, times que chegam em certos momentos e não conseguem sustentar vantagens ou superar jogos em que se tornam mais difíceis do que o esperado. Coisa que o Grêmio vem fazendo.
O Cruzeiro venceu o Vasco por 3 a 1 em São Januário e recuperou o segundo lugar. Resultado que deixa o Vasco novamente em alerta. O time está perigosamente próximo da zona de rebaixamento e todo ponto perdido em casa tem muito peso. Temo que forças reacionárias ligadas ao clube se aproveitem de resultados como esses para pressionar Roberto Dinamite. Espero que ele se mantenha firme, afinal, sua eleição é de um simbolismo poderoso para a realidade retrógrada do futebol brasileiro.

quinta-feira, setembro 04, 2008


TUDO AO MESMO TEMPO AGORA.

UMA PASSAGEM PELAS RODADAS


As escalas têm sido puxadas e tenho sido negligente com o blog. Tento agora recuperar o tempo perdido. Nos últimos dias estive comentando jogos da Série A, da B, participei do Bem, Amigos, apresentei o Arena, fiz Bom Dia, São Paulo. Ufa! Corrido mas produtivo.
No Bem, Amigos conheci o César Cielo. Molecão, gente boa, ainda meio que sem acordar do sonho do título olímpico. Só não deu pra entender essa questão do desabafo agressivo num dia e o perdão submisso no outro. Talvez seja o peso da inexperiência. O que importa é que o garoto tem estilo de ídolo e pode chamar às piscinas muita gente. Isso vale muito e é preciso que ele saiba utilizar essa nova condição com sabedoria.
Também reencontrei um bom amigo, o Zé Roberto, bicampeão olímpico de vôlei. Sempre sereno, tranquilo, algo desconfiado. O Zé é uma - ótima - figura. E um mestre do voleibol.

ELIMINATÓRIAS = PERIGO

Confesso que o duelo contra o Chile me preocupa. Não sou fã do trabalho do Dunga e acho um absurdo ele estar onde está. O treinador do Chile, o argentino Marcelo Bielsa, é muito mais preparado. A base do time chileno é o Colo Colo, tetracampeão chileno entre 2006 e 2007 (no Chile se disputam dois títulos por ano, o Apertura e o Clausura), treinado por outro argentino, Claudio Borghi. São nove jogadores que estiveram no Colo Colo nesse período entre os titulares da Roja. O time chileno está longe de ser ruim. Tem Valdívia, o bom centroavante Suazo, o habilidoso Matías Fernandez e na zona defensiva conta com o flamenguista Fierro. Os zagueiros eu sempre achei que formavam o ponto fraco do time chileno, pode ser uma esperança para o ataque brasileiro, numa jogada de mano a mano.
Que dizer do Brasil? Será que alguém saberia escalar a Seleção? Nesta Era Dunga foi construída uma base sustentável? Acho que não. O que se vê é o mesmo recurso da Copa América. Povoar o meio-campo com jogadores de marcação, entre eles alguns com saída de bola. Os períodos de treinamento acrescentam pouca coisa e Dunga não se mostra nada inventivo em termos de jogadas ensaiadas ou mesmo de aplicação tática.
A verdade é que o Brasil vai muito mal nas Eliminatórias. Só não vê quem tenta se pendurar em Dunga ou torce mais do que analisa. Não venceu um jogo como visitante e não faz um gol há três partidas. Foi uma derrota para o Chile que iniciou o processo que culminou com a saída de Luxemburgo, em 2000. Talvez, em caso de nova derrota domingo, o processo seja acelerado com Dunga.

BRASILEIRÕES

Começo pela Série B. Incrível a ruindade de alguns jogos. Marília e Juventudo foi de doer. De positivo apenas a entrada do garoto Ugo Casagrande, filho do Casão, que fez lembrarmos do hoje colega em seus tempos de jogador. Em campo, Ugo parece uma cópa do pai, em movimentação, gestos e a vasta cabeleira. Cedo para comparar tecnicamente, mas ele fez um gol muito mal anulado. De resto, fica a certeza de que na Série B se corre mais do que a bola, em geral.
Na Série A, a briga vai ficando com a cara de Grêmio x Palmeiras. Óbvio que há times, como Cruzeiro, Flamengo e Botafogo, que ainda podem chegar. Mas em termos de regularidade, Grêmio - principalmente- e Palmeiras - em casa - têm feito da diferença.
A disputa que deve envolver mais gente é a para escapar do rebaixamento. E o Atlético Paranaense está fazendo força para cair, através da sua administração (????). Mário Sérgio é mais um treinador a deixar o clube. Quantos ainda virão? Porque o óbvio ululante é que o time do Furacão é fraco, sopra como uma brisa.

UM FILME ANTIGO...

Não sei se alguém teve a mesma sensação de deja vu. Fotos do presidente com as mãos sujas de petróleo, discursos ufanistas, arapongagem correndo solta, clima de delação no ar. Eu me lembro um pouco disso nos anos 70, com outra ideologia e de maneira muito mais exagerada. Lula precisa ser estadista, ulitizar sua bela biografia para conter exageros evidentes de alguns companheiros. O Brasil vive em clima de espionagem. Absurdo.
Lamentável também é a sede estatizadora embutida nesse governo. Apareceu uma oportunidade e se fala em criar uma nova estatal, inflar a máquina administrativa e distribuir cargos políticos e de confiança. Nada que me surpreenda, já que a inspiração ideológica de alguns dos integrantes do atual governo passa por regimes totais, autentidos estadões paquidérmicos. Mas Lula ainda paira acima de tudo isso e pode usar seu prestígio para corrigir a rota. Os ventos continuam soprando a favor. É hora de o presidente reduzir os discursos e acelerar sua habilidade política nos bastidores. O Brasil tem pressa e o momento nunca foi tão bom.