O CORDÃO AUMENTA CADA VEZ MAIS
Li no excelente blog do mais que excelente Jota Jr. um tópico sobre os puxa-sacos. Incrível como cresce e se multiplica essa raça. São cada vez mais profissionais e treinados na arte de grudar as mãos nas genitálias dos chefes e poderosos.
Dá asco, nojo, tudo mais.
Tem gente que dedica a vida a bajular poderosos e, com isso, disfarçar sua incapacidade e falta de moral. O chefe ou poderoso pode ser um crápula, uma merda, um bosta, mas a qualquer hora do dia o puxa-saco está a postos, sacando um elogio inimaginável, puxando uma cadeira, soltando uma risadinha escrota após uma piada idem.
No Brasil, o cordão, como cita a marchinha carnavalesca, cada vez aumenta mais.
Lamentável.
sábado, janeiro 21, 2006
sábado, janeiro 14, 2006
SÃO PAULO ERA ASSIM. ACREDITEM!
O Jornal da Tarde está com uma bela série, na última página do primeiro caderno, trazendo paulistanos que falam sobre seu amor pela cidade de São Paulo. Alguns paulistanos por adoção, imagino. Sou paulista, caipira, com muito orgulho, da cidade de Jaú. Baririense de coração. Mas morei a vida toda em São Paulo. E me chama atenção a coincidência de alguns depoimentos nessa série do JT. Todos os entrevistados lembram com saudade do tempo em que se podia caminhar em paz, à noite, pela ruas da metrópole.
Tive a sorte de compartilhar dessa época. Estou com 38 e até os meus 18, pelo menos, ou seja, há 20 anos, essa cidade era uma ilha de tranquilidade comparando-se com o que temos hoje. Primeiro, dava pra jogar bola na rua, imaginem! Morei grande parte da vida no bairro do Paraíso e era comum a molecada ficar conversando na rua, em frente às casas e prédios, até altas horas nas noites quentes de verão.
Saíamos em bando, não para saquear ou pilhar, mas para andar pela cidade, procurar uma lanchonete, um fliperama (moda naqueles tempos pré-Internet). E voltávamos tranquilos. Quando muito tinha um trombadinha, mas era raro. Dava para andar a Paulista todinha, ida e volta, sem medo de ser feliz.
Nas noites de Natal e Ano Novo, quando não chovia, as pessoas confraternizavam na rua. Em algumas ruas a festa era no asfalto mesmo, cheia de improvisos, todo mundo junto.
Eu ia de ônibus ou metrô para a escola nos tempos de colegial, no Arqui. De ônibus, pegava o Divisa Diadema, ali na Rafael de Barros, e descia em frente ao colégio. Sempre que atrasava, e não era pouco, o motorista dava uma parada um quarteirão abaixo do ponto e esperava. Imagine hoje? Eu e ele seríamos linchados.
Havia casas sem grades, ruas sem seguranças, enfim, era uma cidade mais humana. E isso logo ali atrás, apenas 20 anos. Hoje vivemos com medo, vizinhos entram nos elevadores e abaixam as cabeças, com medo de um bom dia. As ruas ficam desertas às vezes antes do anoitecer, o pavor se impôs sobre a cordialidade.
Pra fechar, lembro de um show histórico, pros idos de 1984. Virou Brasil, no Anhembi. Época das Diretas, Já! Fomos eu e dois grandes amigos, Ton e Rago. Showzão. Beto Guedes no auge, 14 Bis, Sá e Guarabira e Renato Teixeira. Acabou tarde, metrô parado e não passavam ônibus. Não tivemos dúvidas: voltamos a pé, e em perfeita segurança, do Anhembi até a Vila Mariana, casa do Ton. Bons tempos.
O Jornal da Tarde está com uma bela série, na última página do primeiro caderno, trazendo paulistanos que falam sobre seu amor pela cidade de São Paulo. Alguns paulistanos por adoção, imagino. Sou paulista, caipira, com muito orgulho, da cidade de Jaú. Baririense de coração. Mas morei a vida toda em São Paulo. E me chama atenção a coincidência de alguns depoimentos nessa série do JT. Todos os entrevistados lembram com saudade do tempo em que se podia caminhar em paz, à noite, pela ruas da metrópole.
Tive a sorte de compartilhar dessa época. Estou com 38 e até os meus 18, pelo menos, ou seja, há 20 anos, essa cidade era uma ilha de tranquilidade comparando-se com o que temos hoje. Primeiro, dava pra jogar bola na rua, imaginem! Morei grande parte da vida no bairro do Paraíso e era comum a molecada ficar conversando na rua, em frente às casas e prédios, até altas horas nas noites quentes de verão.
Saíamos em bando, não para saquear ou pilhar, mas para andar pela cidade, procurar uma lanchonete, um fliperama (moda naqueles tempos pré-Internet). E voltávamos tranquilos. Quando muito tinha um trombadinha, mas era raro. Dava para andar a Paulista todinha, ida e volta, sem medo de ser feliz.
Nas noites de Natal e Ano Novo, quando não chovia, as pessoas confraternizavam na rua. Em algumas ruas a festa era no asfalto mesmo, cheia de improvisos, todo mundo junto.
Eu ia de ônibus ou metrô para a escola nos tempos de colegial, no Arqui. De ônibus, pegava o Divisa Diadema, ali na Rafael de Barros, e descia em frente ao colégio. Sempre que atrasava, e não era pouco, o motorista dava uma parada um quarteirão abaixo do ponto e esperava. Imagine hoje? Eu e ele seríamos linchados.
Havia casas sem grades, ruas sem seguranças, enfim, era uma cidade mais humana. E isso logo ali atrás, apenas 20 anos. Hoje vivemos com medo, vizinhos entram nos elevadores e abaixam as cabeças, com medo de um bom dia. As ruas ficam desertas às vezes antes do anoitecer, o pavor se impôs sobre a cordialidade.
Pra fechar, lembro de um show histórico, pros idos de 1984. Virou Brasil, no Anhembi. Época das Diretas, Já! Fomos eu e dois grandes amigos, Ton e Rago. Showzão. Beto Guedes no auge, 14 Bis, Sá e Guarabira e Renato Teixeira. Acabou tarde, metrô parado e não passavam ônibus. Não tivemos dúvidas: voltamos a pé, e em perfeita segurança, do Anhembi até a Vila Mariana, casa do Ton. Bons tempos.
Assinar:
Postagens (Atom)