Brasileirão resolvido, com resultado merecido e previsível. Pouca emoção resta na briga pelas vagas à Libertadores. Muito desespero para quem ainda luta pela permanência na Série A.
A perspectiva de queda apavora milhões de torcedores. Termos como vergonha, vexame, humilhação circulam de boteco em boteco, casa em casa, arquibancada em arquibancada.
Mas o que seria pior: queda ou falta de perspectiva, ausência de ideias?
Rebaixamento não significa o fim do mundo. Em muitos casos o rebaixamento ou a simples ameaça significaram pontos de virada, de reinvenção de clubes de futebol.
Quem leu o livro "De Belém a Yokohama", do ex-presidente do Internacional, Fernando Carvalho, sabe do que escrevo. Ele conta como uma ideia salvou um clube que escapou do rebaixamento contra o Paysandu e não tinha meia dúzia de jogadores para pensar a temporada 2003. O Inter hoje é uma potência como sempre deveria ser.
O Corinthians caiu em 2007 e voltou chutando para longe o mofo que perigosamente se apoderava do clube, ditando regra em termos de marketing e recursos.
O Galo pós-rebaixamento é forte e vingador.
Enfim, há casos e casos. Cada clube tem seu tamanho, importância, história.
Mas todos que passaram sufoco, chegaram ao fundo do poço e ressurgiram mais fortes, tiveram ideias e pessoas capazes de viabilizá-las.
Por isso que afirmo que cair pode ser a festa dos rivais, o pesadelo das piadinhas, mas não é o fim dos tempos.
O Apocalipse futebolístico é a falta de ideias e de gente capaz para pensar e executar futebol profissional.
Não existe mais espaço para aventureiros e torcedores no futebol moderno.
Cartolas à moda antiga podem até conseguir um título aqui, outro ali, mas em termos gerais esse tipo de dirigente não leva seu clube a lugar algum, a não ser para o atraso.
Temos exemplos vigorosos de falta de ideias e capacidade no futebol brasileiro.
Vasco, Palmeiras, Botafogo. Marcas e patrimônios futebolísticos gigantescos entregues sucessivamente a dirigentes amadores e sem qualquer condição de dar sequência às histórias que herdaram. Costumo dizer que esse trio caiu e ainda não voltou, mesmo disputando a Série A. Porque não retornaram como Palmeiras, Vasco e Botafogo. São cópias ruins do que foram.
Outras equipes menos tradicionais, mas nem por isso menos importantes, vivem às turras com a realidade do sobe-e-desce. Contam com menos recursos mas em alguns casos conseguem mostrar mais capacidade na administração desse pequeno bolo, enquanto outros desperdiçam uma doceria.
O que mais assusta no futebol brasileiro é a falta de ideias e perspectivas da maioria dos clubes e dirigentes.
Não é por acaso que as agremiações que tem projetos e propostas se destacam e vão abrindo corpos. Cruzeiro e Atlético Mineiro estão aí para provar que é possível fazer bom futebol sem o poder econômico e político do eixo Rio-SP. Conseguem recursos, se estruturam e vencem. No Sul, Inter e Grêmio optaram pela fidelidade de seus torcedores. Mais bem resolvido politicamente, o Colorado colhe frutos, enquanto o Grêmio amarga uma longa fila de títulos importantes, embora esteja buscando seu caminho.
O Corinthians tirou riqueza da popularidade, coisa que o Flamengo não consegue fazer por absoluta incompetência administrativa.
O Fluminense terceirizou seu futebol para o patrocinador, o que blinda o time da situação financeira deplorável do clube.
O São Paulo ainda não deixou que sua política canibal contaminasse o time, embora esteja partindo para um caminho perigoso de rápido endividamento.
O Atlético Paranaense tem números modestos, mas se equilibra. Se não alça voos longos, tem conseguido pavimentar o caminho para que isso possa acontecer um dia.
O Santos entrou nessa onda de dívidas e consegue negócios inexplicáveis, como comprar Damião por valor de estrela da Champions League e ver o dinheiro da venda de Neymar escorrer pelas mãos.
Os times de estados menos favorecidos economicamente também buscam seus caminhos, alguns com sucesso, outros fracassando. A dupla Ba-Vi não acompanha a paixão de seus simpatizantes no quesito administração do futebol. O Sport conseguiu uma boa temporada com recursos limitados. Os catarinenses são força emergente, apesar do Criciúma e do sufoco de Chapecoense e Figueirense.
Quem tem uma ideia, uma análise, um projeto estratégico pode até ser rebaixado que se recupera e projeta dias melhores.
Quem não tem nada disso pode até escapar que não vai se livrar da maldição da incompetência.
A perspectiva de queda apavora milhões de torcedores. Termos como vergonha, vexame, humilhação circulam de boteco em boteco, casa em casa, arquibancada em arquibancada.
Mas o que seria pior: queda ou falta de perspectiva, ausência de ideias?
Rebaixamento não significa o fim do mundo. Em muitos casos o rebaixamento ou a simples ameaça significaram pontos de virada, de reinvenção de clubes de futebol.
Quem leu o livro "De Belém a Yokohama", do ex-presidente do Internacional, Fernando Carvalho, sabe do que escrevo. Ele conta como uma ideia salvou um clube que escapou do rebaixamento contra o Paysandu e não tinha meia dúzia de jogadores para pensar a temporada 2003. O Inter hoje é uma potência como sempre deveria ser.
O Corinthians caiu em 2007 e voltou chutando para longe o mofo que perigosamente se apoderava do clube, ditando regra em termos de marketing e recursos.
O Galo pós-rebaixamento é forte e vingador.
Enfim, há casos e casos. Cada clube tem seu tamanho, importância, história.
Mas todos que passaram sufoco, chegaram ao fundo do poço e ressurgiram mais fortes, tiveram ideias e pessoas capazes de viabilizá-las.
Por isso que afirmo que cair pode ser a festa dos rivais, o pesadelo das piadinhas, mas não é o fim dos tempos.
O Apocalipse futebolístico é a falta de ideias e de gente capaz para pensar e executar futebol profissional.
Não existe mais espaço para aventureiros e torcedores no futebol moderno.
Cartolas à moda antiga podem até conseguir um título aqui, outro ali, mas em termos gerais esse tipo de dirigente não leva seu clube a lugar algum, a não ser para o atraso.
Temos exemplos vigorosos de falta de ideias e capacidade no futebol brasileiro.
Vasco, Palmeiras, Botafogo. Marcas e patrimônios futebolísticos gigantescos entregues sucessivamente a dirigentes amadores e sem qualquer condição de dar sequência às histórias que herdaram. Costumo dizer que esse trio caiu e ainda não voltou, mesmo disputando a Série A. Porque não retornaram como Palmeiras, Vasco e Botafogo. São cópias ruins do que foram.
Outras equipes menos tradicionais, mas nem por isso menos importantes, vivem às turras com a realidade do sobe-e-desce. Contam com menos recursos mas em alguns casos conseguem mostrar mais capacidade na administração desse pequeno bolo, enquanto outros desperdiçam uma doceria.
O que mais assusta no futebol brasileiro é a falta de ideias e perspectivas da maioria dos clubes e dirigentes.
Não é por acaso que as agremiações que tem projetos e propostas se destacam e vão abrindo corpos. Cruzeiro e Atlético Mineiro estão aí para provar que é possível fazer bom futebol sem o poder econômico e político do eixo Rio-SP. Conseguem recursos, se estruturam e vencem. No Sul, Inter e Grêmio optaram pela fidelidade de seus torcedores. Mais bem resolvido politicamente, o Colorado colhe frutos, enquanto o Grêmio amarga uma longa fila de títulos importantes, embora esteja buscando seu caminho.
O Corinthians tirou riqueza da popularidade, coisa que o Flamengo não consegue fazer por absoluta incompetência administrativa.
O Fluminense terceirizou seu futebol para o patrocinador, o que blinda o time da situação financeira deplorável do clube.
O São Paulo ainda não deixou que sua política canibal contaminasse o time, embora esteja partindo para um caminho perigoso de rápido endividamento.
O Atlético Paranaense tem números modestos, mas se equilibra. Se não alça voos longos, tem conseguido pavimentar o caminho para que isso possa acontecer um dia.
O Santos entrou nessa onda de dívidas e consegue negócios inexplicáveis, como comprar Damião por valor de estrela da Champions League e ver o dinheiro da venda de Neymar escorrer pelas mãos.
Os times de estados menos favorecidos economicamente também buscam seus caminhos, alguns com sucesso, outros fracassando. A dupla Ba-Vi não acompanha a paixão de seus simpatizantes no quesito administração do futebol. O Sport conseguiu uma boa temporada com recursos limitados. Os catarinenses são força emergente, apesar do Criciúma e do sufoco de Chapecoense e Figueirense.
Quem tem uma ideia, uma análise, um projeto estratégico pode até ser rebaixado que se recupera e projeta dias melhores.
Quem não tem nada disso pode até escapar que não vai se livrar da maldição da incompetência.