quarta-feira, dezembro 19, 2007
BOCA, MILAN, KAKÁ, LUXA,
LEÃO, ACOSTA, ADRIANO.....
Antes de mais nada, sou um torcedor sul-americano, um cucaracha assumido que está de ressaca. Torci muito pelo Boca contra o Milan. Se aquela bola na trave do Ibarra tivesse entrado...
Mas como o se não joga e o Kaká, esse sim, joga muito, deu Milan. Uma vitória do império sobre a colônia, embora eu deteste esse tipo de comparação por causa da conotação política que ela tem hoje em dia em nosso pobre continente. O Milan é o comprador, o cara das fusões e aquisições, a empresa que chega ao mercado sem saber a história das que pretende encampara, comprar ou fechar. O Boca é um time sul-americano e, mesmo sendo o maior dos times sul-americanos, não é páreo para o time do Berlusconi. Mesmo tendo um magnata como o Macri fianciando. É que magnata argentino não é páreo pro Don Berlusconi. Com bom time sul-americano, o Boca vira e mexe tem algum jogador comprado por algum tubarão europeu. Tipo o Milan, uma jóia do extinto império romano que ganhou o jogo movido a um brasileiro de São Paulo e a um holandês nascido no Suriname. Por isso torci pelo Boca, como sempre torço pelo latino-americano contra o europeu. Exceto quando envolva Brasil e Argentina, quase sempre vou quebrar a cara, mas quase sempre é mais divertido. Se forem dois europeus em campo, de que lado houver mais sul-americanos, será o meu lado.
CIRANDA FINANCEIRA
Como o assunto é banco, achei bom o título aí de cima. Claro que banco de treinadores, mas pelas cifras que envolvem os ditos cujos, parecem mesmo instituições financeiras. Luxemburgo no Palmeiras, Leão no Santos. Luxa é mais técnico que Leão. Resta saber com que espírito chegará ao Verdão e qual time poderá comandar. Há quem diga que ele só sabe trabalhar com estrelas e grandes jogadores. Eu já acho que, além disso, ele tem uma grande qualidade como técnico: melhora jogadores. Os fracos viram médios e muitos dos médios viram bons jogadores. Quem lembra, por exemplo, o Bóvio que jogou muito bem no Santos? Do Amaral no Palmeiras? E como melhorou o Rodrigo Souto, por exemplo? A fila é grande e essa é uma das principais virtudes de Luxemburgo.
Leão tem experiência de sobra e seus times podem até demorar para esquentar, mas quando acontecem, costumam ser muito competitivos. Tem história no Santos e costuma se dar bem com times formados por jogadores que brilhem menos do que ele.
Os dois se dizem desafetos, numa briguinha que, pra mim, não vale nota em coluna de fofoca. Se não se gostam, problema deles, que são muito, mas muito menores que os clubes que dirigem. E por mais competentes que sejam, acho que não valem o dinheiro que se investe neles. Mas aí é uma questão de princípios e observação da vida achar que não dá pra pagar salários de meio milhão de qualquer coisa para qualquer que seja o dono do salário.
APOSTA E ACOSTA
Adriano e Acosta trafegam em universos muito diferentes. Mas representam exatamente o mesmo para São Paulo e Corinthians: uma aposta. Adriano jogou muito na Inter e na Seleção Brasileira durante que espaço de tempo? Um ano, um ano e meio? Acosta jogou muito no Náutico durante uma temporada. Aí um gaiato vai dizer que não dá pra comparar a Inter com o Náutico, a Itália com o Uruguai etc.
Mas como nenhum dos dois vem com garantia, a aposta soa igual. Adriano sumiu do mapa, é um arremedo do Imperador de outros tempos. Acosta surgiu praticamente do nada e tanto pode acontecer como voltar para o ostracismo. São Paulo e Corinthians jogaram suas fichas. A única diferença é que o cacife tricolor é muito mais alto. E o São Paulo pode se dar ao luxo de errar com Adriano. Já o Corinthians precisa que Acosta acerte todas no alvo.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
VOVÔS BONS DE PALCO
ARRASARAM EM 2007
De vez em quando gosto de me arriscar em outros assuntos aqui no blog. Preferencialmente música, de vez em quando política. Música pelo fato de ser, pra mim, ao lado da literatura, a dupla de arte fundamental. O mundo poderia estar aí sem cinema, sem pintura, até sem teatro, mas sem livros para ler e sem músicas para ouvir, seria um saco.
Sou assumidamente um não-músico frustrado. Tentei tocar violão, fiz aulas e tudo, mas foi um desastre. Tenho um teclado Casio e até já arranhei algumas coisas. Consegui tirar de ouvido a introdução de Jump, do Van Halen, o solinho de In Too Deep, do Genesis, Hand in Hand, do Phil Collins, e uma pequena parte da abertura de Subdivisions, do Rush. Mas a coisa não anda, falta talento. Já me arrisquei como cantor amador nos festivais do Colégio Arquidiocesano (ganhamos duas vezes, com músicos bons de um grupo chamado Naphtalina, com Horácio, Richard, Calia, Pedrão; e com uma galera esperta no ano seguinte, da qual desponta hoje o excelente guitarrista Marcinho Eiras, irmão do Alemão, que você pode ver no Faustão) e uma aventura no Ginásio do Ibirapuera, pelo Fico, o Festival do Objetivo, embora eu nunca tenha estudado lá.
Pois basta de enrolar e vamos ao post. 2007 ficou marcado como o ano de grandes reuniões de grupos realmente importantes do pop-rock internacional. Genesis, Pink Floyd, The Police, Van Halen, Led Zeppelin, Eagles. Uma galera dos anos 60, 70 e 80 que ainda arrasta multidões a ginásios e estádios e hipnotiza com base em muito talento, profissionalismo e competência. Aliás, apenas duas coisas podem explicar por quê essas bandas, algumas que já curtiam a aposentadoria, tenham voltado e roubado a cena. A primeira já foi escrita, os caras são bons pacas. A segunda é que hoje em dia o cenário do pop-rock, a música do dia-a-dia, está muito, mas muito ruim.
Claro que existem coisas interessantes e legais, como o Coldplay, por exemplo. Mas em geral falta personalidade, falta talento, capacidade, competência ao vivo. Lembro-me que, nos anos 90, quando trabalhava na Gazeta Esportiva, sempre tínhamos contato com o pessoal da Folha, que era no mesmo prédio. Havia uma galera da Ilustrada que estava fazendo esporte. A moda era (tentar) levantar o Oasis, vender a banda inglesa como algo realmente bom e importante, já que eles eram muito mais que críticos, eram fãs. E tome capa disso, crítica daquilo, comparações absurdas para uma banda que, digamos, cumpre até hoje, direitinho, o papel de cover dos Beatles. Até que o Oasis veio ao Brasil, em 98, tocou em São Paulo e não conseguiu lotar o Sambódromo paulista, apesar dos esforços da turma da Ilustrada.
Nesta semana, o Led Zeppelin voltou a se reunir, depois da aventura de 1985, no Live Aid, com Phil Collins e Tony Thompson nas baterias. Collins, aliás, foi injustamente criticado por Jimmy Page à época. O baterista do Genesis tinha acabado de tocar com Robert Plant em disco e turnê e fora chamado por Plant para a reunião. Page não gostou muito e Thompson entrou numas de duelar e não compartilhar. O resultado dos bateras nem foi tão ruim quanto a pífia performance vocal de Plant e os muitos equívocos de um Page que parecia mamado.
Nesta nova reunião, no entanto, com Jason Bonham (filho de John, que aliás, ensinou o filho a tocar ao som de Turn It On Again, do Genesis, com o Phil Collins) tudo correu muito bem. Claro que Plant não alcança mais os agudos de outrora, mas valeu a espera, pelo que pude conferir no You Tube. Page estava em grande forma.
Enfim, hoje a música pop e o rock estão dominados por bandas de uma semana, superproduzidas em estúdio, que carecem de carisma e competência. Fui ver o Genesis em Chicago e, nos mesmos dias, tocava por lá o Maroon 5. A crítica fez a comparação e, óbvio, constatou que o Maroon jamais chegará a Genesis, embora hoje faça enorme sucesso. Mas com 40 anos de vida o Genesis levou mais de 3 milhões de pessoas a sua turnê de 2007, com pouco mais de 30 shows.
O Police arrebentou no Maracanã e numa grande turnê. Assim como o Van Halen. Idem para os veteranos ultracompetentes e briguentos do Eagles. Isso sem falar no ego infladíssimo do Roger Waters, que se reuniu aos inimigos de Pink Floyd. Tivemos um pouco antes o reencontro de Eric Clapton com os companheiros de Cream e atá a contribuição brasileira nisso tudo, com a volta dos Mutante. E, vá lá, até o Queen com o Paul Rodgers. São 30, 40 anos de história relembrados com absoluta competência e profissionalismo no palco. Será que daqui a 5 anos alguém ainda falará do Maroon 5? Ou então do Dream Theater, uma banda formada por ótimos músicos, mas chata pra caramba, sem alma, sem muito talento para compor?
Mas claro que nem tudo está perdido. Eu gosto muito do Foo Fighters. Acho que é a banda atual que tem mais talento e personalidade no rock. O Dave Grohl, que era o melhor músico do Nirvana, mostrou toda sua capacidade nos Foo Fighters, aliado ao excelente Taylor Hawkings na bateria. Fora isso, ainda bem que essa galera dos vovôs do rock ainda segura a onda do alto dos seus 50 e muitos ou 60 anos. Longa vida ao bom e velho pop-rock.
terça-feira, dezembro 11, 2007
MINHA LISTA DE 2007 E
MINHA LISTA PARA 2008
2007 daqui a pouco será história. Foi um bom ano profissionalmente, embora sacrificante no aspecto pessoal. Odeio listas, mas confesso que paro para ler qualquer uma que seja publicada, em jornais, revistas, internet. Sobre música, filme, esporte, política. Estranha relação essa entre ódio e amor.
A minha lista para 2007 aponta os destaques de um bom ano. A de 2008 os pedidos e desejos para um grande ano e, principalmente, um Brasil e um mundo melhores.
GRANDES MOMENTOS DE 2007
- Santos x Grêmio pela Libertadores, o melhor jogo que vi no ano
- a derrota de Hugo Chávez no plebiscito sobre a mudança constitucional
- a Seleção de futebol feminino do Brasil
- a torcida de volta aos campos no Brasileirão
- o Brasil consolidando a democracia, apesar dos problemas
- o show do Genesis em Chicago, no histórico (pra mim), 3 de outubro.
- minha família, todos os dias
- os 3 a 0 sobre a Argentina na final da Copa América
- o Pan do Rio foi bem legal
- o declínio do império americano puxado pela queda do dólar
PEDIDOS PARA 2008
- muita paz, saúde e felicidade pra todos
- minha família em paz, com saúde e feliz
- mais educação formal e informal para os brasileiros. Principalmente nas ruas
- que a preservação ambiental deixe de ser moda e vire prioridade
- pelo amor de Deus, menos violência
- um Brasileirão tão disputado como o de 2007, mas melhor tecnicamente
- algumas medalhas olímpicas
MINHA LISTA PARA 2008
2007 daqui a pouco será história. Foi um bom ano profissionalmente, embora sacrificante no aspecto pessoal. Odeio listas, mas confesso que paro para ler qualquer uma que seja publicada, em jornais, revistas, internet. Sobre música, filme, esporte, política. Estranha relação essa entre ódio e amor.
A minha lista para 2007 aponta os destaques de um bom ano. A de 2008 os pedidos e desejos para um grande ano e, principalmente, um Brasil e um mundo melhores.
GRANDES MOMENTOS DE 2007
- Santos x Grêmio pela Libertadores, o melhor jogo que vi no ano
- a derrota de Hugo Chávez no plebiscito sobre a mudança constitucional
- a Seleção de futebol feminino do Brasil
- a torcida de volta aos campos no Brasileirão
- o Brasil consolidando a democracia, apesar dos problemas
- o show do Genesis em Chicago, no histórico (pra mim), 3 de outubro.
- minha família, todos os dias
- os 3 a 0 sobre a Argentina na final da Copa América
- o Pan do Rio foi bem legal
- o declínio do império americano puxado pela queda do dólar
PEDIDOS PARA 2008
- muita paz, saúde e felicidade pra todos
- minha família em paz, com saúde e feliz
- mais educação formal e informal para os brasileiros. Principalmente nas ruas
- que a preservação ambiental deixe de ser moda e vire prioridade
- pelo amor de Deus, menos violência
- um Brasileirão tão disputado como o de 2007, mas melhor tecnicamente
- algumas medalhas olímpicas
domingo, dezembro 09, 2007
ISSO, SIM, É BOA NOTÍCIA!
SP tem primeiro dia sem homicídio, anuncia governo
Sáb, 08 Dez, 08h14
No dia sete de dezembro, a sexta-feira passada, a cidade de São Paulo passou o dia inteiro sem registrar um único homicídio em seus 93 distritos policiais, fato inédito nas estatísticas criminais. Foi o que anunciou hoje o secretário estadual de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, durante o evento Faça Esporte na PM. "Não houve nenhum homicídio da 0h do dia 7 até as 24h do dia 7", afirmou.
Segundo o secretário, desde 1999, ano em que 12.800 pessoas foram mortas em todo o Estado, o número de homicídios registrados caiu 63%. Na capital, a queda atingiu 72% no mesmo período. Marzagão disse que neste ano a queda foi acentuada, o que o levou a anunciar uma meta mais ousada para 2008. "Neste momento, são 11,6 homicídios por 100 mil habitantes. Se Deus quiser, chegaremos no ano que vem a 10 por 100 mil, que é uma marca aceita pela ONU (Organização das Nações Unidas)".
Para atingir a meta de 2008, Marzagão defendeu a manutenção de ações como a Operação Homicídio, da Polícia Militar, que consiste em fazer revistas em bares nos finais de semana. "São locais onde pessoas bebem e, muitas vezes, por motivos fúteis terminam ocorrendo homicídios. Também devemos investir muito na inclusão social. Faremos tudo que pudermos para a inclusão, porque acreditamos que o problema da violência não se resumirá só com as ações da polícia", afirmou. Entre os motivos da redução dos homicídios ele citou o recolhimento das armas ilegais, mesmo antes do Estatuto do Desarmamento, e policiamento com base no Infocrim - sistema de mapeamento criminal que permite conhecer pela Internet os lugares em que os crimes acontecem.
quinta-feira, dezembro 06, 2007
É O MANO CERTO PARA
RECUPERAR OS MANOS
Pra quem não é de São Paulo, uma explicação. No linguajar da da galera esperta da periferia, um chama o outro de mano, truta, don, como afirma meu amigo Wilson Gomes. Como no Rio tem aquele lance de meu irmão, no Sul tem tchê, na Bahia meu rei, essas coisas. E como o Corinthians é imensamente popular, existe no imaginário popular aquela crença de que os corintianos se tratam por mano. Talvez nem seja assim, mas muita gente acha que é.
Então, chega de enrolar e vamos à opinião: o Corinthians deu uma belíssima cartada ao contratar Mano Menezes. Considero o ex-treinador do Grêmio a grande revelação entre os treinadores brasileiros. Sério, competente, inteligente, articulado, dá as melhores entrevistas da atualidade entre os "professores" e trabalha muito bem dentro de campo.
Mano segue a escola de sucesso dos treinadores gaúchos. Brandão, Carlos Froner, Ênio Andrade, Felipão, Renato Gaúcho, tem muita gente boa de banco que veio dos Pampas. Não por acaso. O Brasil tem muito que aprender com os irmãos do Sul. Na bola e fora dela. Educação, consciência política, força de vontade, trabalho. Herança da colonização alemã e italiana e também das duras batalhas travadas pela manutenção da independência do Brasil e pela democracia. Some-se a isso o clima muitas vezes hostil e pode-se explicar o motivo do sucesso dos técnicos gaúchos. Primeiro, não têm vergonha de ser competitivos. Afinal, quem entra num campeonato é pra competir, disputar e, se possível, vencer. E vence, geralmente, quem sua mais e joga melhor. E os bons técnicos gaúchos armam equipes competitivas e que jogam bem.
Mano Menezes já mostrava isso no XV de Campo Bom, modesta equipe gaúcha que levou ás semifinais da Copa do Brasil em 2004. Ratificou essa idéia no Grêmio imortal de 2005. E divulgou tudo isso para o País na Libertadores de 2007. Sua idéia de futebol é simples, prática e objetiva. O Grêmio está aí para provar. Os pilares são bom posicionamento, consistência tática (cada um sabe muito bem o que precisa fazer dentro da equipe) e aprimoramento da bola parada. Claro que se o time tivesse mais qualidade no material humano, iria mais longe.
No Corinthians, Mano enfrentará grandes desafios. A cobrança forte dos "manos". O noviciados dos principais dirigentes do futebol corintiano. A pressão por resultados imediatos. Mas o Corinthians deu um primeiro e importante passo para voltar à Série A em 2009 ao acertar na mosca nessa contratação. Resta fazer da teoria uma prática comprovada.
SERÁ QUE ESTOU DOPADO?
De novo insisto na tecla: é preciso rever urgentemente o conceito e a lista de remédios ou substâncias consideradas doping. Eu tomo o mesmo remédio que o Romário para prevenir uma praticamente inevitável queda de cabelos no futuro, por fator hereditário. Muitos outros o fazem. E Romário lá precisa de doping? Tá voando baixo, corre mais que os outros, está bombado? Marombado? Haja hipocrisia.
RECUPERAR OS MANOS
Pra quem não é de São Paulo, uma explicação. No linguajar da da galera esperta da periferia, um chama o outro de mano, truta, don, como afirma meu amigo Wilson Gomes. Como no Rio tem aquele lance de meu irmão, no Sul tem tchê, na Bahia meu rei, essas coisas. E como o Corinthians é imensamente popular, existe no imaginário popular aquela crença de que os corintianos se tratam por mano. Talvez nem seja assim, mas muita gente acha que é.
Então, chega de enrolar e vamos à opinião: o Corinthians deu uma belíssima cartada ao contratar Mano Menezes. Considero o ex-treinador do Grêmio a grande revelação entre os treinadores brasileiros. Sério, competente, inteligente, articulado, dá as melhores entrevistas da atualidade entre os "professores" e trabalha muito bem dentro de campo.
Mano segue a escola de sucesso dos treinadores gaúchos. Brandão, Carlos Froner, Ênio Andrade, Felipão, Renato Gaúcho, tem muita gente boa de banco que veio dos Pampas. Não por acaso. O Brasil tem muito que aprender com os irmãos do Sul. Na bola e fora dela. Educação, consciência política, força de vontade, trabalho. Herança da colonização alemã e italiana e também das duras batalhas travadas pela manutenção da independência do Brasil e pela democracia. Some-se a isso o clima muitas vezes hostil e pode-se explicar o motivo do sucesso dos técnicos gaúchos. Primeiro, não têm vergonha de ser competitivos. Afinal, quem entra num campeonato é pra competir, disputar e, se possível, vencer. E vence, geralmente, quem sua mais e joga melhor. E os bons técnicos gaúchos armam equipes competitivas e que jogam bem.
Mano Menezes já mostrava isso no XV de Campo Bom, modesta equipe gaúcha que levou ás semifinais da Copa do Brasil em 2004. Ratificou essa idéia no Grêmio imortal de 2005. E divulgou tudo isso para o País na Libertadores de 2007. Sua idéia de futebol é simples, prática e objetiva. O Grêmio está aí para provar. Os pilares são bom posicionamento, consistência tática (cada um sabe muito bem o que precisa fazer dentro da equipe) e aprimoramento da bola parada. Claro que se o time tivesse mais qualidade no material humano, iria mais longe.
No Corinthians, Mano enfrentará grandes desafios. A cobrança forte dos "manos". O noviciados dos principais dirigentes do futebol corintiano. A pressão por resultados imediatos. Mas o Corinthians deu um primeiro e importante passo para voltar à Série A em 2009 ao acertar na mosca nessa contratação. Resta fazer da teoria uma prática comprovada.
SERÁ QUE ESTOU DOPADO?
De novo insisto na tecla: é preciso rever urgentemente o conceito e a lista de remédios ou substâncias consideradas doping. Eu tomo o mesmo remédio que o Romário para prevenir uma praticamente inevitável queda de cabelos no futuro, por fator hereditário. Muitos outros o fazem. E Romário lá precisa de doping? Tá voando baixo, corre mais que os outros, está bombado? Marombado? Haja hipocrisia.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
O DIA SEGUINTE
Segunda-feira, normalmente, é um dia para reflexões. Sobre a balada do fim de semana, algum excesso aqui, outro acolá, descanso, cinema, teatro etc. E no Brasil, especialmente, é dia de falar de futebol, da resenha relativa ao domingo. Essa segunda-feira, 3 de dezembro de 2007, sem dúvida é diferente. A última rodada do Brasileirão/07 ficará eternizada pelo alto grau de emoção e por envolver paixões gigantescas.
Para mim, quando o assunto é futebol, tamanho de torcida não serve para medir sofrimento, alegria e tristeza. Por isso, vejo como um pouco exagerado o tom dramático (ou seria melodramático?) de algumas coberturas relativas ao rebaixamento do Corinthians. É tão dolorido quanto foi para Grêmo, Botafogo, Palmeiras, Fluminense, Galo, Bahia e, também, para Juventude, América e Paraná. Paixão de torcedor não se mede, não existe uma torcida mais apaixonada do que outra. Todas sofrem, vibram, choram e riem na mesma medida por seus clubes. Pode ser que alguém discorde, o que é legítimo e respeito, mas a dor de uma derrota, de um rebaixamento, não é maior para torcedor x ou y. Dói demais para todos.
Isso escrito, não há o que contestar sobre a lisura do Brasileirão. Há quem argumente que o juiz Djalma Beltrami não deveria mandar voltar as cobranças de pênalti em Goiânia. Pura paixão. Ali a regra foi cumprida. O problema não foi o ato de Beltrami, mas sempre será a omissão de todos os outros que não marcam quando os goleiros se adiantam, assim como será o erro daqueles que marcam equivocadamente quando goleiros não se adiantam.
Será um ano sofrido para os corintianos, mas, assim como os outros gigantes do futebol brasileiro, o Corinthians seguirá. Sua história é muito maior do que eventuais desmandos, desmanches e desvarios. Assim como Grêmio, Palmeiras, Botafogo, Fluminense, Atlético Mineiro, Coritiba, o Corinthians tem um patrimônio inatingível: o amor de seus torcedores e o tamanho de sua história, de suas tradições. Resta saber trabalhar, deixar de lado as desavenças políticas, limpar a área de dirigentes retrógrados e comprometidos com esquemas obscuros.
Passado o impacto inicial, o torcedor descobrirá que ainda tem um time para torcer e que isso é que vale a pena. Foi assim com os outros grandes que caíram. Estádios cheios, provas de fidelidade, juras de amor eterno e o retorno à Série A.
A nova odisséria corintiana começa em 11 de maio, na abertura da Série B 2008. E sobem quatro para a Série A em 2009. Nada de outro mundo. A vida continua. Assim como continua para Juventude, Paraná e América de Natal. Difícil, mas continua.
O mesmo vale para o Palmeiras, que, tirando os que lutavam contra o rebaixamento, foi o grande derrotado da última rodada. Também sem coisa alguma a contestar. Faltaram alma, personalidade e superação ao Palmeiras. Já para o Galo Mineiro sobraram paciência, tranqüilidade e organização. O Cruzeiro, que parecia condenado, conseguiu uma classificação até certo ponto calma, mas nem por isso menos merecida. Que temporada a do treinador Dorival Júnior! Vice-campeão paulista com o São Caetano e classificado para a Libertadores com o Cruzeiro.
2008 chega logo, rapidinho. E trará uma Libertadores com 5 brasileiros, dos quais 4 que já conquistaram o título sul-americano (São Paulo, Santos, Flamengo e Cruzeiro) e o Fluminense em busca da conquista inédita. Tomando como parâmentro os times que terminaram a temporada 2007, vejo, nessa ordem, a lista de brasileiros com mais possibilidades na Liberadores: São Paulo, Fluminense, Santos, Cruzeiro e Flamengo. Claro que muita coisa vai mudar e essa ordem pode ser alterada.
VITÓRIA DA DEMOCRACIA
Foi pra lá de simbólica a derrota da proposta de alteração constitucional de Hugo Chávez na Venezuela. O projeto de ditador que se gabava de suas vitórias eleitorais precisa se curvar à realidade das urnas. O povo venezuelano venceu o medo, as ameaças e mostrou que o continente está firme e forte na batalha pelo sucesso da jovem democracia latino-americana.
O delírio bolivariano de Chávez tomou um banho de realidade das urnas.
Segunda-feira, normalmente, é um dia para reflexões. Sobre a balada do fim de semana, algum excesso aqui, outro acolá, descanso, cinema, teatro etc. E no Brasil, especialmente, é dia de falar de futebol, da resenha relativa ao domingo. Essa segunda-feira, 3 de dezembro de 2007, sem dúvida é diferente. A última rodada do Brasileirão/07 ficará eternizada pelo alto grau de emoção e por envolver paixões gigantescas.
Para mim, quando o assunto é futebol, tamanho de torcida não serve para medir sofrimento, alegria e tristeza. Por isso, vejo como um pouco exagerado o tom dramático (ou seria melodramático?) de algumas coberturas relativas ao rebaixamento do Corinthians. É tão dolorido quanto foi para Grêmo, Botafogo, Palmeiras, Fluminense, Galo, Bahia e, também, para Juventude, América e Paraná. Paixão de torcedor não se mede, não existe uma torcida mais apaixonada do que outra. Todas sofrem, vibram, choram e riem na mesma medida por seus clubes. Pode ser que alguém discorde, o que é legítimo e respeito, mas a dor de uma derrota, de um rebaixamento, não é maior para torcedor x ou y. Dói demais para todos.
Isso escrito, não há o que contestar sobre a lisura do Brasileirão. Há quem argumente que o juiz Djalma Beltrami não deveria mandar voltar as cobranças de pênalti em Goiânia. Pura paixão. Ali a regra foi cumprida. O problema não foi o ato de Beltrami, mas sempre será a omissão de todos os outros que não marcam quando os goleiros se adiantam, assim como será o erro daqueles que marcam equivocadamente quando goleiros não se adiantam.
Será um ano sofrido para os corintianos, mas, assim como os outros gigantes do futebol brasileiro, o Corinthians seguirá. Sua história é muito maior do que eventuais desmandos, desmanches e desvarios. Assim como Grêmio, Palmeiras, Botafogo, Fluminense, Atlético Mineiro, Coritiba, o Corinthians tem um patrimônio inatingível: o amor de seus torcedores e o tamanho de sua história, de suas tradições. Resta saber trabalhar, deixar de lado as desavenças políticas, limpar a área de dirigentes retrógrados e comprometidos com esquemas obscuros.
Passado o impacto inicial, o torcedor descobrirá que ainda tem um time para torcer e que isso é que vale a pena. Foi assim com os outros grandes que caíram. Estádios cheios, provas de fidelidade, juras de amor eterno e o retorno à Série A.
A nova odisséria corintiana começa em 11 de maio, na abertura da Série B 2008. E sobem quatro para a Série A em 2009. Nada de outro mundo. A vida continua. Assim como continua para Juventude, Paraná e América de Natal. Difícil, mas continua.
O mesmo vale para o Palmeiras, que, tirando os que lutavam contra o rebaixamento, foi o grande derrotado da última rodada. Também sem coisa alguma a contestar. Faltaram alma, personalidade e superação ao Palmeiras. Já para o Galo Mineiro sobraram paciência, tranqüilidade e organização. O Cruzeiro, que parecia condenado, conseguiu uma classificação até certo ponto calma, mas nem por isso menos merecida. Que temporada a do treinador Dorival Júnior! Vice-campeão paulista com o São Caetano e classificado para a Libertadores com o Cruzeiro.
2008 chega logo, rapidinho. E trará uma Libertadores com 5 brasileiros, dos quais 4 que já conquistaram o título sul-americano (São Paulo, Santos, Flamengo e Cruzeiro) e o Fluminense em busca da conquista inédita. Tomando como parâmentro os times que terminaram a temporada 2007, vejo, nessa ordem, a lista de brasileiros com mais possibilidades na Liberadores: São Paulo, Fluminense, Santos, Cruzeiro e Flamengo. Claro que muita coisa vai mudar e essa ordem pode ser alterada.
VITÓRIA DA DEMOCRACIA
Foi pra lá de simbólica a derrota da proposta de alteração constitucional de Hugo Chávez na Venezuela. O projeto de ditador que se gabava de suas vitórias eleitorais precisa se curvar à realidade das urnas. O povo venezuelano venceu o medo, as ameaças e mostrou que o continente está firme e forte na batalha pelo sucesso da jovem democracia latino-americana.
O delírio bolivariano de Chávez tomou um banho de realidade das urnas.
quinta-feira, novembro 29, 2007
SERÁ QUE O BRASILEIRO ESTÁ
REAPRENDENDO A TORCER?
Era uma noite gelada de, se não me engano, agosto de 1998. Eu estava em Montevidéu, cobrindo para um jornal, a partida ente Nacional e Palmeiras, no Centenário, pela Copa Mercosul. O Palmeiras sapecava implacáveis 5 a 0 no time uruguaio e, mesmo assim, a torcida do Nacional não parava de cantar. Deixei a tribuna de imprensa e fui conferir o por quê de tudo aquilo, mesmo com 5 na cachola. Misturei-me aos torcedores uruguaios e ouvi a seguinte explicação de um deles: "Perder é ruim, mas eu amo o Nacional, sempre vou amar. Isso é o que importa", afirmou, dando sequência à cantoria.
O ano de 2008 tem dado amostras de que o torcedor brasileiro está, enfim, reaprendendo a torcer, como se fazia antigamente. Estariam se aproximando do fim os tempos de vandalismo, perseguição a jogadores, invasão de campo e vestiário, ameaças? Talvez eu esteja sendo precipitadamente otimista, mas há sinais de que a paixão está, digamos, cada vez mais apaixonada e menos intolerante. Temos alguns exemplos. A parceria imortal entre o Grêmio e sua torcida, selada com a impressionante demostração de apoio e carinho na Liberdadores, mesmo com derrota na final. O alucinante compromisso dos flamenguistas com sua religião, traduzido em recordes e recordes de público, um clima de paz e festa no Maracanã e uma cantoria sem fim. A até então inédita calma da Turma do Amendoim do Palmeiras, que tem tido sábia paciência com seu jovem e esforçado time e seu promissor técnico Caio Jr. O sincero agradecimento dos são-paulinos a cada um dos jogadores que conquistaram o título brasileiro.
Mas o detalhe final dessa, vá lá, suspeita de que há esperança em dias melhores, veio ontem, na derrota do Corinthians para o Vasco. Quem não esquece daquela cena asssutadora dos torcedores corintianos tentando invadir o gramado do Pacaembu após a derrota para o River, na Libertadores de 2006? Pois ontem vi torcedores chorando, rezando, gritando, esperneando, mas ao final de uma derrota que pode ser trágica (em termos de resultado), os torcedores do Corinthians cantaram o hino do clube. Tristes pelo momento atual, mas felizes pelo time, sua história, seu passado e - por que não? - seu futuro. Rebaixamento é triste, mas não decreta o fim de um clube, de uma torcida. Grêmio, Palmeiras, Botafogo, Galo, Fluminense, Coritiba, Portuguesa estão aí para provar. A vida segue. Talvez mais triste por um período, mas o rio tem que cumprir seu destino de chegar ao mar. E sempre chega.
Durante muito tempo, achei que brasileiro só queria saber do seu time quando ele ganha. Que era torcedor de boa fase, de time bom, de taça, de craque. Agora começo a achar que a paixão que, no passado, construiu a base para que nossos grandes times se transformassem nesses gigantes que movem milhões está de volta. A paixão genuína, de compromisso indissolúvel, na alegria e na tristeza.
Claro que ganhar é melhor do que perder, que é duro aguentar gozações e provocações. Mas melhor que tudo isso é saber que, independente do que aconteça, esses times históricos do futebol brasileiro, suas histórias, camisas, seu passado, tudo isso sempre estará presente. E que paixão não se explica, se curte. Se espalha, se tansfere de geração em geração.
Só espero que a rodada final do Brasileirão, que decretará os dois últimos rebaixados, não me faça queimar a língua. Haverá rebaixados, mas isso não representará o fim dos tempos para corintianos, goianos ou paranistas.
Que o espírito daqueles torcedores do Nacional, que me ensinaram uma linda lição naquela gelada noite de 1998, continue iluminando os estádios do Brasil.
terça-feira, novembro 27, 2007
O POVO DA BAHIA NÃO
MERECIA A TRAGÉDIA
Foi a única coisa que me veio à mente escrever quando soube do ocorrido na Fonte Nova. Essa manchete aí em cima. Um povo que ama o futebol como poucos, que ainda consegue ver misturado nas arquibancadas o maior clássico estadual, que promove festas incríveis para o Bahia e o Vitória. Isso não poderia ter acontecido em parte alguma, mas muito menos na Bahia.
Há muito tempo não vou à Fonte Nova. A última vez acho que foi em 2004, por aí. Vendo as fotos, tenho certeza que não mudou nada. Um estádio carcomido pela inépcia de governantes e dirigentes do futebol, literalmente caindo aos pedaços. E lá acontecem algumas barbaridades que mostram como a burocracia da cartolagem se preocupa com idiotices e esquece do óbvio. Se um jornalista vai trabalhar de bermuda, numa terra calorenta como a Bahia, é barrado. Mas milhares de torcedores ficam amontoados feito bicho no corredor do sacrifício e podem morrer estupidamente. Lá na Fonte Nova Pelé já foi barrado por não estar com uma carteirinha, mas milhares entram sem pagar.
Exatamente como acontece em todos os cantos do País. E essa gente que afirma comandar o futebol ainda se preocupa com a imagem do País para a Copa de 2014. O presidente da CBF, num arroubo de sensibilidade, pede que falem de futebol com ele. E a tragédia aconteceu onde, num jogo de cricket?
Em São Paulo há estádios em que é possível ver o céu, olhando de baixo para uma arquibancada, tantos são os furos. Pedaços de ferragem, então, já fazem parte da decoração. Nacos de parede pintada já caíram muito perto de torcedores. Sem falar na imundície geral. Há lanças e espetos em forma de grades e divisórias que parecem à espera de um gladiador romano, não de torcedores.
A Copa veio para o Brasil e é preciso acabar com isso. Nossos estádios envelheceram mal e se transformaram em autênticos matadouros, armadilhas preparadas para os torcedores de bem. Dentro ou fora.
A Bahia merece nosso respeito e indignação e, quem sabe, essa tragédia não seja o marco de um 2 de Julho no futebol. Aliás, como pode um aeroporto deixar de se chamar 2 de Julho para homenagear político? A Bahia não merecia essas tragédias.
PS: A comemoração do dia 2 de Julho é uma celebração às tropas do Exército e da Marinha Brasileira que, através de muitas lutas, conseguiram a separação definitiva do Brasil do domínio de Portugal, em 1823. Neste dia as tropas brasileiras entraram na cidade de Salvador, que era ocupada pelo exército português, tomando a cidade de volta e consolidando a vitória e a Independência do Brasil. Maria Quitéria é a personagem máxima dessa data.
domingo, novembro 25, 2007
A ÚLTIMA VOLTA DO PONTEIRO
PARA SEIS TORCIDAS DO BRASIL
Uma quarta-feira e um final de semana. É isso que falta para que o ano de milhões de torcedores de seis times brasileiros possam saber de o Natal será de provocador ou provocado. Foi-se o Brasileirão 2007 e me permito fazer algumas reflexões sobre a penúltima rodada, que definiu duas vagas na Libertadores, e o que espera os fanáticos seguidores dessas seis importantes camisas para a próxima rodada.
SANTOS - Justa e merecida classificação para a Libertadores de um time bem montado e que tem alguns pontos muito bons. A dupla de volantes, Maldonado e Rodrigo Souto, é ótima. Kléber Pereira é um excelente centroavante, e Kléber joga muito, na lateral ou no meio. O problema do time foi a irregularidade em certos pontos do torneio e dentro dos próprios jogos. Por que o Santos geralmente vai mal no primeiro tempo e melhora muito no segundo?
FLAMENGO - Uma reação espetacular, que carimba com merecimento e justiça a volta à Libertadores. Claro que houve algumas decisões de bastidores que até os flamenguistas acharam favoráveis demais ao seu time, e a questão da mudança da ordem dos jogos possibilitou que a equipe fosse reforçada para jogos que deveriam ter ocorrido muito antes e emendasse uma sequência improvável de partidas no Maracanã. Apesar disso tudo, a reação foi arrebatadora.
PALMEIRAS - A falta de apetite do time contra o Inter foi de assustar os torcedores. O Palmeiras entrou tranquilo demais para uma decisão e quem mordeu o jogo inteiro foi o Inter. Caio Jr. esteve num dia péssimo, insistiu com Martinez e quando mexeu no time estava tudo bagunçado. O Sport acabou quebrando o galho do Palmeiras, mas a verdade é que a equipe, quando precisou do seu futebol, andou decepcionando. Tem a chance de acabar com isso contra o Atlético Mineiro, em casa. Continua dependendo apenas de suas forças, mas é aí que mora o perigo para os palmeirenses.
CRUZEIRO - Disputa palmo a palmo com o Palmeiras a alcunha de amarelão nos momentos decisivos. Foi dado como barbada na Libertadores e agora chega à última rodada tendo que torcer pelo rival Atlético. Falta alma a esse time do competente Dorival Júnior. Falta espírito de competição. Ainda existe uma chance, mas o Cruzeiro já desperdiçou tantas que se complicou sozinho.
GRÊMIO - Mano Menezes acha que o que complicou o Grêmio foi aquela derrota para o Figueirense no Olímpico. Eu já acho que foi a campanha fraquinha como visitante. Dizem que o Mano está saindo e isso é ruim pro Grêmio, que foi um time autoral, como nos tempos de Felipão. Superou suas limitações graças a um arrumador de equipes competente. Fica como zebra, mas sabem como é, não se duvida do Grêmio.
CORINTHIANS - O drama da nação alvinegra pode acabar ou piorar na quarta-feira. O time precisa vencer o Vasco para, dependendo do resultado do Goiás, chegar tranquilo à batalha final, no Olímpico. O problema é que vencer é um verbo de difícil conjugação para esse time do Corinthians, ainda mais sem o Finazzi. Se deixar para resolver no Olímpico pode ser fatal.
GOIÁS - O time vinha bem, aí resolveu trocar o técnico e entrou em parafuso. Escolheu Márcio Araújo, gente boa, estudioso, mas que vinha de dois rebaixamentos consecutivos. É chamar muita energia negativa. Precisa ganhar do Atlético no Mineirão para chegar vivo à última rodada. Falta time, falta personalidade mas sobra esperança.
PARANÁ - A derrota para o Santos foi catastrófica pela maneira como ocorreu. O time vencia até os 34 do segundo tempo e tomou uma virada de acabar com qualquer esperança. Não basta ter o artilheiro do campeonato para compensar a ruindade da zaga e do resto do time.
PARA SEIS TORCIDAS DO BRASIL
Uma quarta-feira e um final de semana. É isso que falta para que o ano de milhões de torcedores de seis times brasileiros possam saber de o Natal será de provocador ou provocado. Foi-se o Brasileirão 2007 e me permito fazer algumas reflexões sobre a penúltima rodada, que definiu duas vagas na Libertadores, e o que espera os fanáticos seguidores dessas seis importantes camisas para a próxima rodada.
SANTOS - Justa e merecida classificação para a Libertadores de um time bem montado e que tem alguns pontos muito bons. A dupla de volantes, Maldonado e Rodrigo Souto, é ótima. Kléber Pereira é um excelente centroavante, e Kléber joga muito, na lateral ou no meio. O problema do time foi a irregularidade em certos pontos do torneio e dentro dos próprios jogos. Por que o Santos geralmente vai mal no primeiro tempo e melhora muito no segundo?
FLAMENGO - Uma reação espetacular, que carimba com merecimento e justiça a volta à Libertadores. Claro que houve algumas decisões de bastidores que até os flamenguistas acharam favoráveis demais ao seu time, e a questão da mudança da ordem dos jogos possibilitou que a equipe fosse reforçada para jogos que deveriam ter ocorrido muito antes e emendasse uma sequência improvável de partidas no Maracanã. Apesar disso tudo, a reação foi arrebatadora.
PALMEIRAS - A falta de apetite do time contra o Inter foi de assustar os torcedores. O Palmeiras entrou tranquilo demais para uma decisão e quem mordeu o jogo inteiro foi o Inter. Caio Jr. esteve num dia péssimo, insistiu com Martinez e quando mexeu no time estava tudo bagunçado. O Sport acabou quebrando o galho do Palmeiras, mas a verdade é que a equipe, quando precisou do seu futebol, andou decepcionando. Tem a chance de acabar com isso contra o Atlético Mineiro, em casa. Continua dependendo apenas de suas forças, mas é aí que mora o perigo para os palmeirenses.
CRUZEIRO - Disputa palmo a palmo com o Palmeiras a alcunha de amarelão nos momentos decisivos. Foi dado como barbada na Libertadores e agora chega à última rodada tendo que torcer pelo rival Atlético. Falta alma a esse time do competente Dorival Júnior. Falta espírito de competição. Ainda existe uma chance, mas o Cruzeiro já desperdiçou tantas que se complicou sozinho.
GRÊMIO - Mano Menezes acha que o que complicou o Grêmio foi aquela derrota para o Figueirense no Olímpico. Eu já acho que foi a campanha fraquinha como visitante. Dizem que o Mano está saindo e isso é ruim pro Grêmio, que foi um time autoral, como nos tempos de Felipão. Superou suas limitações graças a um arrumador de equipes competente. Fica como zebra, mas sabem como é, não se duvida do Grêmio.
CORINTHIANS - O drama da nação alvinegra pode acabar ou piorar na quarta-feira. O time precisa vencer o Vasco para, dependendo do resultado do Goiás, chegar tranquilo à batalha final, no Olímpico. O problema é que vencer é um verbo de difícil conjugação para esse time do Corinthians, ainda mais sem o Finazzi. Se deixar para resolver no Olímpico pode ser fatal.
GOIÁS - O time vinha bem, aí resolveu trocar o técnico e entrou em parafuso. Escolheu Márcio Araújo, gente boa, estudioso, mas que vinha de dois rebaixamentos consecutivos. É chamar muita energia negativa. Precisa ganhar do Atlético no Mineirão para chegar vivo à última rodada. Falta time, falta personalidade mas sobra esperança.
PARANÁ - A derrota para o Santos foi catastrófica pela maneira como ocorreu. O time vencia até os 34 do segundo tempo e tomou uma virada de acabar com qualquer esperança. Não basta ter o artilheiro do campeonato para compensar a ruindade da zaga e do resto do time.
quarta-feira, novembro 21, 2007
JOGAR BEM É O DESAFIO
DA SELEÇÃO BRASILEIRA
Seleção Brasileira é assunto polêmico. Divertido, amado, mas polêmico. Nunca haverá unanimidade. Nem quando a Seleção, de fato, jogou bem e encantou houve. Não é agora, quando o time ainda está longe disso, que haverá.
Sou fascinado pelo tema formação de equipes, jogo coletivo, entrosamento. Em cima desse argumento, acho que o que importa quando se trata de esporte coletivo é jogar bem. Mas que diabos seria jogar bem? Existem mil definições e cada um, provavelmente, tem a sua. Para mim trata-se de observar uma equipe em ação, um conjunto de atletas bem treinados técnica e fisicamente e que, reunidos, conseguem fazer, taticamente, com que suas qualidades individuais sejam todas exploradas. Pode parecer complicado, mas na verdade não é.
Para muitos jogar bem é uma questão de discurso ensaiado, de comentários feitos sob encomenda, disfarçados sob um manto de clichês como dar espetáculo, o verdadeiro futebol brasileiro etc. Na hora de explicar o que entendem por isso, quase ninguém consegue.
Jogar bonito, então, é quase programa eleitoral. E, afinal, o que é jogar bonito?
É possível jogar bem e não jogar bonito. Mas acho que é impossível jogar bonito sem jogar bem. A não ser aqueles que acham que firulas inúteis sejam jogar bem. A Seleção do Dunga tem bons exemplos. Juan e Lúcio jogam bem. Juan joga bem e bonito. É técnico, clássico e habilidoso. Zagueiro com múltiplos recursos. Lúcio joga bem e nem tão bonito. É mais força, precisão nos desarmes, nas coberturas. Kaká joga bem e bonito. Une eficiência a uma técnica apurada. Seu gol contra o Peru é a prova disso. Desde a matada de bola até a finalização precisa.
A Seleção, como time, até que não joga feio. Mas está longe de jogar bem. Falta sincronia de movimentos, falta entrosamento e, principalmente, um posicionamento mais adequado ao modelo tático proposto pelo Dunga. Vejo o esquema tático do Brasil dessa maneira: são quatro zagueiros (dois beques e dois laterais). Dois volantes à frente dos zagueiros, três meias-atacantes e um atacante apenas (Vágner Love), jogando mais adiantado, como se fosse a ponta de um tridente. Para que funcione bem o que temos em teoria, seria preciso muito mais entrosamento e jogadas trabalhadas para que, por exemplo:
a) os laterais pudessem subir com mais frequência em jogadas de ultrapassagem com os meias-atacantes.
b) Vágner Love pudesse revezar com Robinho e Ronaldinho Gaúcho na função de homem de frente e isso confundisse a marcação.
c) Se Mineiro é, teoricamente, o volante que sai mais para o jogo, ele não pode ser uma opção de jogada de ultrapassagem pela direita com Maicon, porque fatalmente não haverá cobertura para ambos pelo setor direito. Tem de ser um ou outro, nunca os dois.
d) Ronaldinho Gaúcho gosta de jogar mais perto do gol e Kaká não gosta de ficar de costas para os zagueiros. Se a Seleção vai jogar sempre assim, com apenas um atacante isolado e três homens chegando para abastecê-lo, Vágner Love será eternamente criticado, porque não consegue jogar dessa maneira. Talvez com Robinho fazendo, de fato, uma dupla de ataque, e com Ronaldinho executando a ligação pelo lado esquerdo, as coisas funcionem melhor.
Tudo é teoria, tudo é opinião e, tomara, a prática se traduza numa vitória sobre o Uruguai e numa classificação tranquila para 2010.
DÁ-LHE, VINOTINTO!!!!
Confesso que peguei simpatia pela seleção da Venezuela, a famosa Vinotinto, durante minha estada na terra de Simón Bolívar. Pela amabilidade das pessoas e a nascente paixão dos venezuelanos pelo futebol. A vitória de 5 a 3 sobre a Bolívia foi épica. Jogo ruim tecnicamente, mas gostoso de assisitir. A Vinotinto virou graças a muita raça e ao futebol literalmente desastrado da Bolívia. Se os craques do time das alturas são Arce e Moreno, reservas no Corinthians e no Cruzeiro, tem muita coisa errada. A Venezuela tem mais ginga, tem o esperto Maldonado, o bom zagueiro Rey e até o sumidão Arango. Subiu um degrau.
VEXAME DE TEVEZ
Tevez enterrou a Argentina ontem na Colômbia. Foi flagrado dando um chute sem bola no advesário e corretamente expulso de campo. O jogo já estava complicado para os argentinos com 11 contra 11 e piorou de vez com um a menos. Acho que o Tevez é excelente, mas não se compara a Messi e Riquelme, que são CRAQUES com letras maiúsculas. Ontem, Tevez não estava conseguindo jogar e, parece, encontrou uma maneira de acabar com esse problema. Mas criou um maior para o time.
ALGO MUITO ESTRANHO
ACONTECE NA SÉRIE B
Uma avalanche de denúncias de irregularidade caiu sobre a Série B do Campeonato Brasileiro. Tudo muito esquisito. Por quê quem afirma saber de algo errado só grita depois que foram definidos os acessos e, quase definidos, os rebaixamentos? Qual o motivo por trás de tudo isso? Haveria conexão com o que acontece na Série A? Muito, mas muito esquisito.
sábado, novembro 17, 2007
ROBINHO, KAKÁ E RONALDINHO
OU MESSI, RIQUELME E TEVEZ?
A pergunta aí de cima certamente povoaria os sonhos de qualquer técnico ou torcedor de futebol. Que trio de craques você escolheria para seu time se pudesse?
Acho que eu chutaria o balde e ficaria com os seis. Os outros cinco que completariam o time que me desculpem, mas com esse sexteto tem que existir um esquema tático que funcione. Talvez eu durasse pouco como técnico (jamais tive ou terei essa pretensão e nem me considero preparado para tal). Mas eu ia me divertir à beça.
Agora falando sério, os dois trios são fantásticos. Comentei, ao lado do amigo Eduardo Moreno, Argentina e Bolívia pelo SporTV. Riquelme e Messi são espetaculares. E Tevez joga muito, embora não tenha brilhado. Messi caminha a passos largos e objetivos e uma canhota mágica para ser um dos melhores do mundo. Atualmente está jogando amis que Ronaldinho Gaúcho e só perde, na minha modesta opinião, para Kaká. A bola gruda naquela canhota e ninguém tira. Impressionante!
Riquelme é um estilista. Parece saído de um filme dos anos 50 ou 60. Na bola parada é fulminante. Craque em qualquer análise que se faça. É o mais técnico dos seis. Tevez é um lutador, um atacante daqueles que não deixa a defesa adversária respirar. E quando não joga bem compensa com uma disposição fora do comum.
Do lado de cá da fronteira temos Kaká, a definição do craque moderno. Forte, tático, objetivo e técnico. Dos seis envolvidos, ele e Riquelme, parecem, para mim, os que melhor compreendem o sentido tático de um jogo de futebol, fazem a leitura perfeita do que acontece dentro de campo. Ronaldinho Gaúcho é um artista que anda oscilando, mas um cara que, certamente, é titular de qulquer time que se forme no planeta bola, não pode ser desprezado nunca. Entre os seis, é o mais habilidoso e, também, o que apronta as mais belas surpresas.
Robinho está no limiar da explosão favorável. Tenho certeza que é o que mais se diverte jogando futebol. Quando tiver a confiança que hoje esbanja o Kaká, será um dos maiores do mundo.
Agora, pra ficar bonito mesmo eu escalaria um sétimo craque nessa lista. Ronaldo Fenômeno, o definidor por excelência, mais artilheiro que os outros seis juntos. Seria o maior desafio de todos os tempos para um treinador de futebol. E, repito, pode ser que não funcionasse, mas que seria divertido, isso seria.
quarta-feira, novembro 14, 2007
PARABÉNS, COXA, LUSA,
VITÓRIA E IPATINGA!
Antes de mais nada, parabéns aos torcedores de Coritiba, Portuguesa, Vitória e Ipatinga. Desde 2002 trabalho cobrindo, também, a Série B do Brasileirão e sei como é dura essa batalha pelo retorno ou, então, pela primeira vez na Série A. E será ainda mais complicada a luta pela permanência em 2008. Mas antes disso a festa será muito grande para essas torcidas.
O Coritiba é uma potência que voltou a seu devido lugar. Tem um lindo estádio, um título nacional, já revelou grandes jogadores. Tenho grande respeito pelo trabalho do Renê Simões, com quem já tive oportunidade de conversar muitas vezes e considero um excelente profissional e um bom amigo. Ele costuma fazer bons times e, mais que isso, equipes comprometidas com o trabalho, a torcida e a instituição. O Coxa ainda tem boas revelações para montar a base de 2008. Pedro Ken e Keyrisson são boas promessas, assim como o zagueiro Henrique.
A Lusa, para mim, é um caso à parte. Existe uma tradição na imprensa esportiva de São Paulo, carregada até de algum preconceito, de que os repórteres que começam a trabalhar nos veículos da Capital iniciem cobrindo a Portuguesa. Passei por esse processo e aprendi a admirar o clube, sua história e sua gente. Tive a sorte de acompanhar de perto a campanha do vice-campeonato brasileiro de 1996, ao lado do grande amigo Luís Augusto Simon, o Menon, pela Gazeta Esportiva. Lembro de uma matéria que fizemos com o Candinho, treinador da Lusa, no Canindé, na qual ele afirmava que o Barcelona, se jogasse o Paulistão, ficaria em quarto lugar. Demos boas risadas, e o Candinho, gaiato, tentou negar tudo. Tenho bons amigos que torcem para a Lusa. Gente que fez parte de um período muito importante da minha formação, no Colégio Arquidiocesano. Seu Zé e o filho Mário. Normandão, o Maçã. Quando a Lusa confirmou seu retorno à Série A pensei na alegria deles. Na festa no bar da Sueca, dos bolinhos de bacalhau. Quem não conhece o clube talvez não entenda isso, esses traços da herança portuguesa, a fusão de culturas e o amor pelo futebol que une dois povos.
Imagino, também, a festa da galera do Vitória em Salvador e pelo Brasil. Um clube particularíssimo, que viveu entre a modernidade de alguns projetos e o atraso de alguns dirigentes. A maneira como o baiano curte o futebol é única. Já assisti a um Ba-Vi na Fonte Nova e vi torcedores dos rivais acompanhando o jogo juntos, lado a lado. Chega a ser comovente nos dias em que vivemos. A Bahia não poderia ficar sem representante na Série A. E tomara que o Bahia em breve se junte ao rival.
A novidade fica por conta do Ipatinga. Confesso que, no início da temporada, não acreditava no potencial do time, achava fraco. Mas ali foi plantada uma boa base pelo Ney Franco e há muito dinheiro por trás do projeto. A equipe é forte fisicamente e foi das mais competitivas. Tem um quê de São Caetano, só que com mais torcida e uma cidade que parece comprar a idéia do time.
2008 já começou para as quatro caras novas - algumas nem tanto - do Brasileirão.
AH, OS TRIBUNAIS!
É, no mínimo, polêmica a decisão do STJD de permitir que o Flamengo, através de efeito suspensivo, recebe sua fantástica torcida contra o Atlético Paranaense. Vai haver chiadeira e pode criar um efeito cascata. Não creio em favorecimentos, mas que causa estranheza, isso causa. Se um torcedor atira uma garrafa ou uma lata ou qualquer outro objeto em campo, o responsável deve ser o clube mandante? Talvez. Houve casos em que o vândalo foi identificado e retirado de campo e nada ocorreu com os clubes. E houve casos de punições pesadas. Confesso que ainda não tenho opinião formada sobre o tema.
AH, A TABELA!
Seria de bom tom que todos os clubes envolvidos em classificação para a Libertadores ou na luta contra o rebaixamento jogassem no mesmo dia e no mesmo horário. E não venham culpara a TV por isso. Ela paga muito e tem o direito de mostrar seus jogos de meio de semana. Basta que os outros jogos dos envolvidos também sejam disputados no mesmo dia.
terça-feira, novembro 13, 2007
VAMOS AO QUE INTERESSA
Dia 19 chega às lojas na Europa e dia 20, nos EUA. Por aqui ainda não sei, mas deve ser em breve. Registro ao vivo da perna europeía da grande turnê Turn It On Again 2007.
Segue abaixo a lista das músicas:
Disco 1.
Duke's Intro / Behind The Lines / Duke's End (Live In Manchester)
2. Turn It On Again (Live In Amsterdam)
3. No Son Of Mine (Live In Amsterdam)
4. Land Of Confusion (Live In Helsinki)
5. In The Cage / The Cinema Show / In The Cage / Duke's Travels (Live In Manchester)
6. Afterglow (Live In Manchester)
7. Hold On My Heart (Live In Hannover)
8. Home By The Sea (Live In Dusseldorf & Rome)
9. Follow You Follow Me (Live In Paris)
10. Firth Of Fifth (Excerpt) (Live In Manchester)
11. I Know What I Like (In Your Wardrobe) (Live In Manchester)
Disco 2
1. Mama (Live In Frankfurt)
2. Ripples (Live In Prague)
3. Throwing It All Away (Live In Paris)
4. Domino (Live In Rome)
5. Conversations With 2 Stools (Live In Munich)
6. Los Endos (Live At Twickenham)
7. Tonight, Tonight, Tonight (Excerpt) (Live In Rome)
8. Invisible Touch (Live In Rome)9. I Can't Dance (Live In Munich)
10. Carpet Crawlers (Live In Manchester)
segunda-feira, novembro 12, 2007
OS 3 CRAQUES DO BRASILEIRÃO
Essa discussão de quem é craque ou não é uma das mais saborosas do universo do futebol. Gera alguns bate-bocas históricos, dura horas e quase nunca há consenso. Fala-se que o Campeonato Brasileiro, embora esteja sendo divertido e bastante disputado, não é de alto nível técnico e que os craques rareiam. Acho até que tecnicamente não está tão ruim, mas concordo com aqueles que acham que os craques sumiram.
Para mim, o Brasileirão 2007 tem apenas três craques, mas CRAQUES mesmo em atividade: Rogério Ceni, Edmundo e Romário. Claro que muitos podem discordar e até achar que existem outros craques. E tomara que existam mesmo. Eu acho que há muitos bons jogadores e alguns jogadores muito bons. Os goleiros Felipe e Diego Cavalieri, Léo Moura, Ibson, Valdívia, Leandro Amaral, Dagoberto, Kléber, Maldonado, Kléber Pereira, Miranda, Alex Silva, Júnior, Fernandão, todos esses e alguns outros eu considero muito bons jogadores, acima da média e prováveis titulares em muitos times do mundo afora. Há ainda um grande número de jogadores bons e jovens promessas como Thiago Neves, Alex do Inter, Guilherme, Diego Souza, Pierre, Hernanes, Leandro, Richarlyson, enfim, muita gente boa.
Agora, craques mesmo eu diria que só aquele trio lá de cima. Tentarei explicar o por quê. Rogério Ceni, além de ótimo goleiro, é literalmente um fora-de-série. Cobra faltas, pênaltis, sai jogando, faz lançamentos, lidera dentro e fora de campo. Há dez anos é titular do São Paulo e é daqueles raros exemplos de atleta que chama público aos estádios. Um dos grandes baratos do futebol brasileiro atual é ver a reação nos estádios quando pinta uma falta para o São Paulo perto da área adversária. Se o jogo é no Morumbi, o estádio vem abaixo. Se o São Paulo é visitante, a torcida da casa faz aquele silêncio de quem espera uma catástrofe.
Edmundo é o craque em fase terminal, o que é uma pena. Ele mesmo afirma que nunca mais estará 100%, mas o que ainda pode render costuma valer a visita. Meu parceiro Milton Leite costuma dizer o seguinte, com aquela categoria toda dele, quando o Edmundo faz alguma bela jogada: "Como é bom ver jogar quem sabe!". Edmundo trata a bola por você mas nunca perde o respeito. Ainda é capaz de encontrar espaços onde outros só vêm confusão e de resolver jogadas que parecem insolúveis com um simples toque.
Romário eu acho que é um gênio do futebol. Atualmente, um craque esporádico, joga uma vez ou outra, tem ainda alguns lampejos e resiste bravamente à aposentadoria. Naquele Vasco x Palmeiras tirou da cartola uma cabeçada que lembrou aquela da semifinal contra a Suécia em 94 e originou uma defesa monstruosa de Diego Cavalieri. Pouco importa que Romário seja visto muito mais como aquela estátua em São Januário, mas enquanto ele ainda assinar como jogador e não colocar o ex antes, será sempre craque.
****Agradeço o incentivo dos amigos e tentarei corresponder para postar com mais frequência no blog.
Essa discussão de quem é craque ou não é uma das mais saborosas do universo do futebol. Gera alguns bate-bocas históricos, dura horas e quase nunca há consenso. Fala-se que o Campeonato Brasileiro, embora esteja sendo divertido e bastante disputado, não é de alto nível técnico e que os craques rareiam. Acho até que tecnicamente não está tão ruim, mas concordo com aqueles que acham que os craques sumiram.
Para mim, o Brasileirão 2007 tem apenas três craques, mas CRAQUES mesmo em atividade: Rogério Ceni, Edmundo e Romário. Claro que muitos podem discordar e até achar que existem outros craques. E tomara que existam mesmo. Eu acho que há muitos bons jogadores e alguns jogadores muito bons. Os goleiros Felipe e Diego Cavalieri, Léo Moura, Ibson, Valdívia, Leandro Amaral, Dagoberto, Kléber, Maldonado, Kléber Pereira, Miranda, Alex Silva, Júnior, Fernandão, todos esses e alguns outros eu considero muito bons jogadores, acima da média e prováveis titulares em muitos times do mundo afora. Há ainda um grande número de jogadores bons e jovens promessas como Thiago Neves, Alex do Inter, Guilherme, Diego Souza, Pierre, Hernanes, Leandro, Richarlyson, enfim, muita gente boa.
Agora, craques mesmo eu diria que só aquele trio lá de cima. Tentarei explicar o por quê. Rogério Ceni, além de ótimo goleiro, é literalmente um fora-de-série. Cobra faltas, pênaltis, sai jogando, faz lançamentos, lidera dentro e fora de campo. Há dez anos é titular do São Paulo e é daqueles raros exemplos de atleta que chama público aos estádios. Um dos grandes baratos do futebol brasileiro atual é ver a reação nos estádios quando pinta uma falta para o São Paulo perto da área adversária. Se o jogo é no Morumbi, o estádio vem abaixo. Se o São Paulo é visitante, a torcida da casa faz aquele silêncio de quem espera uma catástrofe.
Edmundo é o craque em fase terminal, o que é uma pena. Ele mesmo afirma que nunca mais estará 100%, mas o que ainda pode render costuma valer a visita. Meu parceiro Milton Leite costuma dizer o seguinte, com aquela categoria toda dele, quando o Edmundo faz alguma bela jogada: "Como é bom ver jogar quem sabe!". Edmundo trata a bola por você mas nunca perde o respeito. Ainda é capaz de encontrar espaços onde outros só vêm confusão e de resolver jogadas que parecem insolúveis com um simples toque.
Romário eu acho que é um gênio do futebol. Atualmente, um craque esporádico, joga uma vez ou outra, tem ainda alguns lampejos e resiste bravamente à aposentadoria. Naquele Vasco x Palmeiras tirou da cartola uma cabeçada que lembrou aquela da semifinal contra a Suécia em 94 e originou uma defesa monstruosa de Diego Cavalieri. Pouco importa que Romário seja visto muito mais como aquela estátua em São Januário, mas enquanto ele ainda assinar como jogador e não colocar o ex antes, será sempre craque.
****Agradeço o incentivo dos amigos e tentarei corresponder para postar com mais frequência no blog.
segunda-feira, novembro 05, 2007
ALTOS E BAIXOS
DO BRASILEIRÃO
A citação musical é de uma das muitas canções eternizadas pela maior de todas as cantoras, Elis Regina Carvalho Costa. O campeonato que eu chamei de Gangorrão 2007 justifica o jocoso apelido em suas últimas rodadas. Exceto o São Paulo, que se diverte vendo tudo lá do alto, o sobe-e-desce vai agitar o País até a última rodada.
Na ponta de cima, o Santos, mesmo exibindo uma injustificada soberba de tempos em tempos, só deixa de se classificar para a Libertadores se houver uma tragédia. O número de vitórias sustenta o Peixe nessa briga.
Cruzeiro, Grêmio e Palmeiras não inspiram confiança alguma em seus torcedores. Quando o mundo acha que vão decolar, abortam a manobra. Com esses tudo pode acontecer. O Cruzeiro na última rodada deu sinais de que pode reagir. Já Grêmio e Palmeiras deixaram seus torcedores apavorados com o que mostraram diante de Figueirense e Sport. Nisso o Flamengo se aproveitou e, mesmo perdendo para o Cruzeiro, deixou o Verdão para trás, graças ao saldo de gols. O jogo contra o Santos é uma decisão que pode terminar em festa para os dois lados se houver empate e, claro, dependendo dos outros resultados.
Agora, há perguntas que não tiveram resposta por enquanto.
Por que, contra o Flamengo, o Cruzeiro correu o que não estava correndo?
Por que o Flamengo não jogou nada no primeiro tempo?
Como o Grêmio, o melhor mandante do campeonato, deixou o Figueirense tomar conta do Olímpico assim como se estivesse em Floripa?
Por que o Palmeiras, que ficou sete jogos sem perder jogando de um jeito (com uma dupla de volantes, uma dupla de meias e uma de atacantes) foi mudar (Makelelê de meia-atacante não pode dar certo como deu de segundo volante) justo na hora da decisão?
Por que o Santos quase sempre joga tão mal no primeiro tempo e melhora tanto no segundo?
Lá na ponta de baixo da tabela, sofrimento de sobra. Goiás e Corinthians lutam para saber quem consegue ser pior. E o Paraná, à espreita, prepara o bote da sobrevivência. O Corinthians deve a Felipe e a Finazzi, com uma boa dose de auxílio de Betão, o fato de estar vivo no campeonato. Por que o resto do time, em especial Gustavo Nery, Zelão e Iran, não ajudam, apenas atrapalham. Assim como Nelsinho, que insiste em abrir um time que já é uma lata aberta. No Corinthians atual, torcida, Felipe, Finazzi e Betão estão jogando pelo resto.
O Goiás investiu em alguns jogadores que nunca deram muito certo, como Elson, Leonardo, Fábio Bahia. O time é fraquinho, fraquinho. Depende muito de Paulo Baier e de Vítor e precisará jogar o que não fez até agora contra o Corinthians. Ao que tudo indica, essa definição ficará para a última rodada.
E A ESTRUTURA?
Uma das muitas muletas do jornalismo esportivo atual é colocar na conta da estrutura o sucesso dos times de futebol. Claro que ajuda, mas não significa dizer que é tudo. O campeão São Paulo, por exemplo, ficou à míngua de 94 a 2005 e já tinha uma estrutura espetacular. O Cruzeiro tem uma estrutura sensacional já há algum tempo e só foi campeão brasileiro uma vez. O Atlético Paranaense idem. E que dizer do Goiás, muito mais organizado que a maioria dos gigantes do Brasil. Tanto quanto a estrutura física, ainda contam no futebol fatores como conhecimento prático, informação, talento e, por que não, sorte. Além de um outro fator que costuma beneficiar quem o cultiva: paciência. Querem um exemplo? Hernanes, destaque do São Paulo, já tinha sido colocado em descrédito no clube. Tentou a sorte como meia, não foi bem. Parou no Santo André, onde esquentou o banco. Muricy viu nele a possibilidade de ser um bom segundo volante, esperou, aprimorou, trabalhou e deu no que deu.
segunda-feira, outubro 29, 2007
A VALDÍVIA O QUE É DE GAVILLÁN
Qual será o motivo que leva dois gigantes do futebol mundial como Grêmio e Palmeiras a ficar brigando via Internet? Se forem Valdívia e Gavillán, como diria Milton Leite, meu Deus!!!
Porque se dois times tão fortes, históricos e poderosos como Grêmio e Palmeiras vão brigar por isso, com todo o respeito, é muito pouco para tanta tradição. Que diriam Lara, De León, Renato Gaúcho, Ademir da Guia, Djalma Santos e Evair, entre outros?
Gavillán deu um murro em Valdívia por trás e foi suspenso por 120 dias, uma das possibilidades de pena para agressão. Valdívia agrediu dois no jogo contra o Vasco e deve ser julgado e suspenso, teoricamente, pelo mesmo período, afinal, também foi agressão. Até que o pleno do STJD resolva reduzir as penas ou transformá-las em cestas báscias. Mas aí é uma outra história.
O Grêmio já era enorme muito antes do Gavillán. Assim como o Palmeiras já era enorme muito antes do Valdívia. O paraguaio e o chileno seguirão seus caminhos e Grêmio e Palmeiras continuarão sendo dois dos maiores times do Brasil e, consequentemente, do mundo.
E pra encerrar um assunto tão bobo, fica o registro da minha opinião: Gavillán não é um jogador violento como foi naquele soco que deu no Valdívia. Sabe jogar e pode ser muito útil a muitos times. E Valdívia também não é violento e nem cai-cai como dizem. É muito bom jogador, às vezes exagera na fita, mas nada que chegue perto de fiteiros como um Euller ou de um Carlinhos Bala, por exemplo. Então, Grêmio e Palmeiras, façam-nos o favor, voltem a apenas jogar bem como estão fazendo e confirmem suas vagas à Libertadores, que parecem bem encaminhadas. O resto é frescura.
O TÍTULO E A QUEDA
O São Paulo ganhou o campeonato brasileiro porque:
1) tem o treinador em melhor momento no futebol do País.
2) tem a melhor defesa do mundo na atualidade.
3) tem os dirigentes mais espertos do momento.
4) não deixa técnico mandar mais do que deve (ou seja, apenas no time).
5) tinha uma base montada enquanto a maioria remontava seus times ou construía outros.
6) todos os adversários pipocaram na hora de tentar dar o salto de qualidade.
7) aprendeu com as derrotas no Paulistão e na Libertadores. Viu que não era um time talentoso e nem muito técnico, mas poderia ser o mais competitivo. E foi.
8) tem hoje o melhor trabalho de fisiologia e preparação física do Brasil.
9) atualmente contrata melhor e mais rápido que todos os outros times juntos.
10) quase sempre consegue pensar na frente dos adversários.
ELES (GOIÁS, CORINTHIANS, VASCO, NÁUTICO, SPORT) PORQUE:
1) o Goiás depende muito de Paulo Baier e ele, embora jogue bem, não foi até agora jogador de decisão em sua carreira.
2) o Corinthians tem um time muito fraco e ensaiou a reação tarde demais. Fora isso, a tabela é madrasta.
3) o Vasco parou de ganhar e pode ter problemas na reta final em virtude da defesa ruinzinha.
4) o Náutico fez um péssimo primeiro turno e o bom segundo turno pode não ser suficiente, embora pareça que vá ser.
5) o Sport está fraquejando na hora em que isso é proibido.
sexta-feira, outubro 12, 2007
quinta-feira, outubro 11, 2007
sexta-feira, outubro 05, 2007
GENESIS.
CHICAGO, 3 DE OUTUBRO DE 2007
Se você é fã de alguém ou de alguma coisa, vai entender. Pois foi assim. Saí de São Paulo na noite de 2 de outubro, perdi uma conexão em Miami graças a mais um atraso da TAM, cheguei a Chicago às 15 horas do dia 3 e antes das 19hs já estava no meu lugar, setor 1, assento 14, fileira 31 no United Center, a casa do Chicago Bulls. Foi lá que realizei meu antigo sonho de fã e vi meu primeiro show do Genesis, minha banda favorita. Voltei no dia seguinte, nova maratona, mas feliz da vida, com lembranças que ficarão comigo para sempre.
O show? Sensacional. Acho que dei sorte, porque os caras estavam realmente a fim de tocar. Some-se a isso o fato de estarem no palco 5 dos melhores músicos do pop/rock em todos os tempos e cerca de 20 mil pessoas numa arena belíssima.
Vi tudo que esperava ver desse show. Uma banda afiada, que está na estrada com essa formação há 30 anos e não sentiu em nada uma "paradinha" de 15 anos. Som praticamente perfeito, um show de luz e efeitos especiais de vanguarda e muita, muita música.
Há uma grande diferença entre esse Genesis que vi em Chicago e a maioria das grandes bandas que estão por aí, em especial as clássicas: não há ressentimentos. Os caras são amigos de verdade e passam isso no palco, com entrosamento e diversão. Às vezes dá impressão que eles lá em cima se divertem mais do que o público.
Phil Collins é um fenômeno. Aos 56 anos, toca bateria como sempre (com maestria) e segue sendo um vocalista como poucos. Sua interpretação para "Mama", uma música difícil de ser cantada, com essa idade, é de arrepiar. Embora tenha reduzido o tom em algumas músicas, o cara simplesmente não perde uma nota e ainda é um showman competente e inspirado.
Para mim, os pontos altos de um show praticamente de pontos altos, são momentos que marcam os fãs, como eu. Em alguns instantes apenas Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutherford ficam tocando no palco. Na maioria deles, em passagens instrumentais de canções dos anos 70 e na segunda parte de "Home By The Sea". Além do começo de "I Can´t Dance".
Vi famílias inteiras curtindo o show. Pais e filhos juntos, cantando e dançando. Ao meu lado, havia um grupo de fãs bem jovens, que poderiam estar em qualquer show do Red Hot Chilli Pepper, mas estavam absolutamente alucinados ouvindo o som que aqueles velhinhos mandavam. Um deles ajoelhou e ao levantar, socou o ar como se fizesse um gol ao ouvir a espetacular (para mim definitiva) versão de "Los Endos" que o Genesis mandou neste 3 de outubro em Chicago. Na fileira da frente, um tiozinho que parecia um clone dos caras do ZZ Top, passou o show inteiro viajando, balançando a cabeça, e no final desabou em choro. Ao seu lado, um senhor elegante, com pinta de executivo, ficou embasbacado por 2h45 minutos.
Outro detalhe entre a parafernália tecnológica, que inclui fogos de artifício e um gigatesco telão high-tech que se funde ao palco e à iluminação: ao mostrar imagens do público durante dois dos maiores sucessos do Genesis, "Invisible Touch" e "Throwing It All Away", a banda faz do seu fiel público parte do espetáculo, o que explica tamanha lealdade por parte dos fãs. Além disso, durante o show, imagens do passado da banda são exibidas no telão-cenário, com grande destaque para o ex-vocalista Peter Gabriel e o ex-guitarrista Steve Hackett, além de músicos convidados como Bill Brufford.
O detalhe é que o Genesis não lança um disco de canções inédidas desde 1991. O último single é de 1999, na verdade uma regravação de "Carpet Crawlers". Ainda assim lotou por 3 noites seguidas o United Center e coloca uma turnês norte-americana entre as dez mais bem-sucedidas da temporada, depois de uma passagem com ingressos esgotados pela Europa que fechou com uma apresentação para 500 mil pessoas em Roma.
Para mim, inesquecível como um todo, o show ficará marcado pelo momento em que vi o Genesis tocando "Follow You Follow Me", a música que escolhi para mim e para minha mulher, Isabel. Só estando lá para saber o que é isso.
Enfim, se você é fã, não bobeie, nem pense duas vezes. Vá ver seu time jogar, seu esporte favorito, sua banda predileta. Vale muito a pena.
CHICAGO, 3 DE OUTUBRO DE 2007
Se você é fã de alguém ou de alguma coisa, vai entender. Pois foi assim. Saí de São Paulo na noite de 2 de outubro, perdi uma conexão em Miami graças a mais um atraso da TAM, cheguei a Chicago às 15 horas do dia 3 e antes das 19hs já estava no meu lugar, setor 1, assento 14, fileira 31 no United Center, a casa do Chicago Bulls. Foi lá que realizei meu antigo sonho de fã e vi meu primeiro show do Genesis, minha banda favorita. Voltei no dia seguinte, nova maratona, mas feliz da vida, com lembranças que ficarão comigo para sempre.
O show? Sensacional. Acho que dei sorte, porque os caras estavam realmente a fim de tocar. Some-se a isso o fato de estarem no palco 5 dos melhores músicos do pop/rock em todos os tempos e cerca de 20 mil pessoas numa arena belíssima.
Vi tudo que esperava ver desse show. Uma banda afiada, que está na estrada com essa formação há 30 anos e não sentiu em nada uma "paradinha" de 15 anos. Som praticamente perfeito, um show de luz e efeitos especiais de vanguarda e muita, muita música.
Há uma grande diferença entre esse Genesis que vi em Chicago e a maioria das grandes bandas que estão por aí, em especial as clássicas: não há ressentimentos. Os caras são amigos de verdade e passam isso no palco, com entrosamento e diversão. Às vezes dá impressão que eles lá em cima se divertem mais do que o público.
Phil Collins é um fenômeno. Aos 56 anos, toca bateria como sempre (com maestria) e segue sendo um vocalista como poucos. Sua interpretação para "Mama", uma música difícil de ser cantada, com essa idade, é de arrepiar. Embora tenha reduzido o tom em algumas músicas, o cara simplesmente não perde uma nota e ainda é um showman competente e inspirado.
Para mim, os pontos altos de um show praticamente de pontos altos, são momentos que marcam os fãs, como eu. Em alguns instantes apenas Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutherford ficam tocando no palco. Na maioria deles, em passagens instrumentais de canções dos anos 70 e na segunda parte de "Home By The Sea". Além do começo de "I Can´t Dance".
Vi famílias inteiras curtindo o show. Pais e filhos juntos, cantando e dançando. Ao meu lado, havia um grupo de fãs bem jovens, que poderiam estar em qualquer show do Red Hot Chilli Pepper, mas estavam absolutamente alucinados ouvindo o som que aqueles velhinhos mandavam. Um deles ajoelhou e ao levantar, socou o ar como se fizesse um gol ao ouvir a espetacular (para mim definitiva) versão de "Los Endos" que o Genesis mandou neste 3 de outubro em Chicago. Na fileira da frente, um tiozinho que parecia um clone dos caras do ZZ Top, passou o show inteiro viajando, balançando a cabeça, e no final desabou em choro. Ao seu lado, um senhor elegante, com pinta de executivo, ficou embasbacado por 2h45 minutos.
Outro detalhe entre a parafernália tecnológica, que inclui fogos de artifício e um gigatesco telão high-tech que se funde ao palco e à iluminação: ao mostrar imagens do público durante dois dos maiores sucessos do Genesis, "Invisible Touch" e "Throwing It All Away", a banda faz do seu fiel público parte do espetáculo, o que explica tamanha lealdade por parte dos fãs. Além disso, durante o show, imagens do passado da banda são exibidas no telão-cenário, com grande destaque para o ex-vocalista Peter Gabriel e o ex-guitarrista Steve Hackett, além de músicos convidados como Bill Brufford.
O detalhe é que o Genesis não lança um disco de canções inédidas desde 1991. O último single é de 1999, na verdade uma regravação de "Carpet Crawlers". Ainda assim lotou por 3 noites seguidas o United Center e coloca uma turnês norte-americana entre as dez mais bem-sucedidas da temporada, depois de uma passagem com ingressos esgotados pela Europa que fechou com uma apresentação para 500 mil pessoas em Roma.
Para mim, inesquecível como um todo, o show ficará marcado pelo momento em que vi o Genesis tocando "Follow You Follow Me", a música que escolhi para mim e para minha mulher, Isabel. Só estando lá para saber o que é isso.
Enfim, se você é fã, não bobeie, nem pense duas vezes. Vá ver seu time jogar, seu esporte favorito, sua banda predileta. Vale muito a pena.
terça-feira, outubro 02, 2007
O ABANDONO É A MAIOR
CRÍTICA DO TORCEDOR
São, no mínimo, estarrecedoras, as cenas de torcedores do Botafogo e do Corinthians ameaçando os jogadores de seus times. Nada de novo nisso e também não é exclusividade desses clubes. Todos os times chamados de massa já viveram esse drama. Jogadores encurralados em aeroportos, estradas, estacionamentos, ameaçados e até mesmo agredidos. Tudo sob o signo da revolta, da paixão, da suposta humilhação por que passam os torcedores. Digo suposta porque o torcedor verdadeiro, aquele que nutre autêntico amor pelo seu clube e pelo futebol, esse fica, sim, humilhado, ofendido, Mas jamais apela para o que fizeram esses vândalos.
Aliás, que teriam para fazer da vida essas figuras que encontram tempo, em dia de semana e horário comercial, para intimidar e amedontrar profissionais em seus locais de trabalho?
Futebol é paixão e não pode jamais ser analisado como economia. Se assim for, acaba, morre. O excesso de números e estatísticas, muitas vezes inúteis, aprisiona o futebol, tenta fazer dele algo asséptico como um corredor de hospital. Mas o exagero na dose do outro lado também contribui para levar esse esporte maravilhoso a um caminho praticamente sem volta, o do terror, da violência.
O que me causa mais espanto é ouvir de torcedores corretos, pais de família, figuras decentes e dignas de respeito, frases como "é isso mesmo, tem de ser na porrada", "se não dá no amor, tem que ser no terror", "precisa dar uma prensa nesses caras". Juro que ouvi isso de torcedores que são profissionais e seres humanos exemplares.
Xingar, vaiar, tudo bem. Quem já foi a uma arquibancada sabe que esse é, na verdade, um dos grandes baratos do futebol. Agora, a violência descabida, as ameaças e bravatas irascíveis de certos grupos de torcedores não têm cabimento. Seriam esses mais torcedores do que os outros?
Em tempos de crise, acho que o que mais deveria preocupar os jogadores e dirigentes de Corinthians e Botafogo, as bolas da vez, é aquele torcedor que é apaixonado, fanático, mas que decidiu simplesmente abandonar o clube por um tempo. Virou as costas, deixou de ir aos jogos, de acompanhar, de torcer. Esse é o pior aspecto de um torcedor em crise com seu time e a mais contundente forma de crítica. A partir do momento em que um torcedor entende que não vale mais a pena sair de casa para ver seu time jogar, aí sim a crítica chegou ao seu ápice. É esse o verdadeiro temor que deveria afligir os jogadores e dirigentes que ainda são sérios dos clubes brasileiros.
Sobre os vândalos, basta puni-los, se é que existe esse desejo. Como deve ocorrer com um dirigente de torcida que agrediu um técnico das categorias de base do Palmeiras. É sócio do clube? Que seja suspenso. Simples. Os que invadiram os treinos de Corinthians e Botafogo também são sócios? Que, idem, sejam suspensos pelo clube.
E os torcedores rivais que hoje riem das desgraças dos alvinegros paulista e carioca que não se esbaldem. Porque todos os grandes times já passaram por isso. O São Paulo que hoje nada de braçada rumo ao título já viu seus jogadores serem agredidos com pipocas e seus torcedores já xingaram o ídolo Rogério Ceni.
Tudo isso reforça a tese de que torcedor brasileiro não ama seu clube de verdade. Ele só ama seu clube quando esse está ganhando. Se começa a perder, vira ódio. Triste retrato de uma paixão chamada futebol.
quinta-feira, setembro 27, 2007
A BOLA É DAS MULHERES
Não caio na piadinha de dizer que a Marta jogaria fácil em qualquer time masculino. Ou que a Cristiane é, hoje, a melhor atacante do Brasil. Impossível comparar futebol de homens com o jogo das mulheres. Cada um no seu cada qual. Assim fica mais fácil afirmar: como joga a Seleção feminina brasileira!
A evolução das mulheres no futebol é impressionante. O jogo que antes lembrava aquelas brincadeiras de criança, com uma aglomeração correndo atrás da bola, ficou no passado. Hoje há de tudo do bom e do melhor. Organização tática, preparação física e, claro, talento. Dá para assistir um jogo de futebol feminino sem medo de ser feliz. É possível, até, afirmar que taticamente o time feminino do Brasil é, sim, mais bem resolvido que o masculino. Por que varia de posicionamento e postura dentro da partida, sem, jamais, perder a consistência.
Acompanhei a semifinal entre Brasil e Estados Unidos com a transmissão competente e muito bem informada dos amigos Luiz Carlos Jr. e Lédio Carmona, no SporTV. Um dado deixa evidente que o Brasil conquistou ontem uma vitória para os anais. O time americano não perdia desde novembro de 2004. Uma invencibilidade de 49 jogos, sendo 46 vitórias.
E como não falar de Marta? Uma brasileira que tem tudo que os grandes brasileiros do futebol sempre tiveram. Arte, talento, cadência, sentido de definição. Marta joga o futebol completo do ponto de vista técnico e tático. Suas arrancadas e dribles somam-se ao passe milimétrico feito no início da jogada do terceiro gol, da implacável Cristiane. E o quarto gol? O drible implacável, o toque de calcanhar. Não o drible como fim, mas o drible como meio, a arte de fugir da marcação, não o malabarismo narcisista, mas técnica e habilidade a serviço do objetivo maior, o gol.
Contra a Alemanha, na final, o Brasil tem a chance de consolidar sua evolução, ante um adversário de perfil oposto. Metódico, tático, forte. Baseado no jogo muscular, meio desajeitado, mas pra lá de eficiente da centroavante Prinze, um autêntico Panzer. Que os deuses da bola saibam por quem optar. As mulheres brasileiras merecem esse golaço.
A MELHOR DEFESA DO MUNDO
Foi no sufoco, com se esperava. No segundo tempo o Boca encurralou o São Paulo, dominou, apertou, pressionou. Mas esbarrou numa muralha implacável. A barreira de proteção que a defesa tricolor faz é simplesmente espetacular. O gol de Rogério Ceni é protegido como uma leoa protege seus filhotes. Apesar de toda a pressão, o Boca praticamente não finalizou. A defesa do São Paulo de 2007 é a melhor hoomenagem que o time poderia prestar a seu ídolo histórico Roberto Dias, que morreu ontem.
O resultado traz duas consequências para o São Paulo. Desgastou o time fisicamente, mas o fortaleceu ainda mais mentalmente. A questão do desgaste físico e das contusões musculares pode causar problemas. Acontece que a valorização que São Paulo e Boca deram à Copa Sul-americana deve compensar tudo isso. E, mais uma vez, os jogos eliminatórios, dos quais sou fã declarado, mostraram toda sua carga de emoção, de imprevisto e a capacidade de prender o torcedor à TV ou à arquibancada. Talvez um único jogo do Brasileirão tenha capturado tantas emoções como o São Paulo x Boca de ontem: o gigantesco clássico Cruzeiro x Atlético.
VASCO, COM AUTORIDADE
Grande vitória do Vasco. Sempre acreditei nesse resultado e, semana passada, afirmei isso durante o Arena SporTV. O Vasco é muito melhor que o Lanús, um time pequeno da Argentina. Esse resultado dá fôlego aos cruzmaltinos para voltar com tudo à disputa do Brasileirão. E, de quebra, abre uma possibilidade de retorno aos holofotes sul-americanos. Fora isso, que bela notícia para o futebol do Brasil o retorno ao futebol de alto nível de Leandro Amaral.
Já o Goiás segue sua triste realidade. Um time frágil técnica e psicologicamente. Mais uma prova de que não basta ter infra-estrutura para acontecer no futebol. Falta ao Goiás algo básico nos grandes times: alma.
quarta-feira, setembro 26, 2007
TÁ CHEGANDO A HORA
Já iniciei a contagem regressiva. Dia 2 embarco para Chicago para realizar um sonho antigo de fã e ver, pela primeira vez, ao vivo, um show de minha banda favorita, o Genesis. Será na louca, bate-volta, grana curta, mas pelos exemplos que tenho visto no You Tube, deve valer muito a pena. Os velhinhos Phil, Tony e Mike estão em plena forma. Na volta prometo uma reportagem sobre o show aqui no blog, com fotos.
segunda-feira, setembro 24, 2007
O FESTIVAL DE DESCULPAS
QUE ASSOLA O FUTEBOL
Leio no excelente blog do André Rizek uma excelente idéia para a postagem de hoje. O festival de desculpas que assola do futebol. A da vez é dizer que o time tal perdeu o jogo num lance de bola parada. Uai, não vale? Quem faz o gol não tem mérito de trabalhar essa jogada? Quem chuta e faz o gol de falta não mereceu? Perder com gol de bola parada é melhor do que perder com gol de jogada trabalhada, tabelinha, golaço, gol contra?
Outra moda, lançada pelo ótimo treinador Wanderley Luxemburgo, é usar a tabela como desculpa antecipada. Após a derrota para o Grêmio, Luxa lançou uma pérola. Disse que a tabela tinha sido madrasta com o Santos ao colocá-lo para enfrentar adversários diretos na briga pela Libertadores numa sequência. Ora, cara-pálida! Como é que o sujeito que fez a tabela poderia adivinhar que em setembro de 2007 Santos, Grêmio, Palmeiras, Vasco, Cruzeiro e Botafogo estariam disputando uma vaga na Libertadores? Faça-me o favor, Luxa! Você tem categoria e competência para não precisar dessas desculpas.
Mais uma das desculpas é a arbitragem. De maneira cabotina, todo mundo aproveita e péssima fase dos sopradores de apito para tirar uma casquinha. Dizem que inverteu faltas, que adotou critérios distintos, que enervou jogadores, que deixou o pau comer. Tudo isso retrata bem o momento atual do ftuebol e, até mesmo, do País. A transferência de responsabilidades. Ninguém assume sua parcela de erro ou de culpa e prefere culpar o juiz, o técnico anterior, o governo que veio antes, o prefeito a quem substituiu etc.
*O que não tem desculpa é o time do Corinthians. Ruim de doer. Como explicar para os corintianos que jogadores como Bruno Octávio e Carlão estejam num clube de tamanha tradição? Por que Betão, que não é mau jogador, tem tanta panca e moral no clube? Para quê contratar Fábio Braz se ele é, no mínimo, igual ao Marinho? Ou seja, a bagunça tomou conta do Corinthians, que agora precisa buscar forças para escapar do rebaixamento, porque o perigo é real e imediato.
**Já o Palmeiras colhe os frutos da aposta num trabalho planejado e organizado e, também, da paciência. Se tivesse mandado embora Caio Júnior, como chegou a ser cogitado, perderia todo o trabalho de um ano. Pode ser que o Verdão nem chegue à Libertadores, como pode ser que chegue, porque tem boas chances. Mas para 2008 o clube deve navegar em águas mais tranquilas, com uma base razoável e um treinador que aprendeu a comandar uma grande equipe. Fora isso, a lufada de renovação que passou pelo Parque Antártica deu uma sacudida no clube. Ainda há problemas a serem resolvidos, mas a imagem e o espírito foram renovados.
***Méritos, também, para o excelente Mano Menezes, do Grêmio. Fala mansa, nunca muda de tom, perca ou ganhe. Vê o futebol como poucos. Seu time mudou, mudou, teve problemas, variou, mas voltou com força à disputa da vaga na Libertadores. Belo trabalho.
****Outro belo trabalho de recuperação é o do Náutico. Roberto Fernandes acertou o time. Quatro vitórias consecutivas e boas possibilidades de permanência na Série A se mantiver o ritmo. Ótimo para Pernambuco, um Estado apaixonado pelo futebol. Fora isso, que bela descoberta esse uruguaio Acosta.
*****O São Paulo jogou descansando contra o Figueirense. Definiu o jogo do primeiro tempo e fez um treino de desintoxicação no segundo. Destaque para Leandro, o jogador são-paulino que mais evoluiu. De discreto passou a bom jogador, útil taticamente e imprescindível. Com nove pontos de margem sobre o Cruzeiro, o Tricolor terá pela frente uma importante sequência de jogos. Pega Inter e Flamengo fora de casa, o Corinthians no Morumbi e Fluminense fora. E depois o Cruzeiro, que, antes do grande duelo, joga em casa contra Figueirense e Santos, sai para pegar o Goiás, e recebe o Náutico. Essa sequência deve definir o campeonato.
sexta-feira, setembro 21, 2007
O FUTURO DO CORINTHIANS
Em meio à maior crise de sua história, o Corinthians deu um passo importante para, pelo menos, se livrar da nefasta administração recente, ao aceitar a renúncia do presidente Alberto Dualibi e de seu grupo de poder. Pelo menos o grupo oficial de poder. Duro é saber que lideranças se apresentam para dirigir esse gigante do futebol brasileiro. Porque na salada política de gosto indigesto que é o Corinthians, todo mundo já foi poder, ou é poder, ou sonha em ser poder. E há ainda aqueles que não aparecem, mas têm poder - e muito.
Pelo que se vê, entre os quadros atuais, ativos, da política corintiana, há o chamado deserto de idéias. Gente que apoiava a ferro e fogo a parceria, depois mudou de lado e pensa em reviravolta. Enfim, o Corinthians é um clube pra lá de esquisito. Tem por volta de 3 mil sócios e por volta de mil conselheiros, se não estou enganado. Ou seja, um terço do quadro associativo é formado por conselheiros. Haja politicagem.
A dívida que, falava-se, era de R$ 60 milhões quando apareceu a parceria, já estaria batendo na casa de R$ 100 milhões. E hoje li notícias de que a parceria continua, sim, na ativa.
Enfim, o torcedor do Corinthians parece ser o único profissional disso tudo. Como todos os outros torcedores, não os vândalos das arquibancadas, mas os torcedores de verdade. São tão mais profissionais que até uma dessas facções tem mais sócios que o próprio Corinthians. Talvez venha deles a resposta. Como veio dos grandes que foram rebaixados recentemten e voltaram nos braços de seus torcedores. Como veio na impressionante capacidade e aglutinação de Inter e Grêmio com seus projetos de sócios-torcedores. Como virá quando o torcedor do Flamengo tomar o time em suas mãos.
Mas a grande lição que fica desse rolo corintiano é uma lição para todos nós, brasileiros. Vivemos uma época em que o que importa é ter dinheiro, não interessa como ele foi conquistado, de onde veio. Foi assim com o Corinthians e a MSI. Enquanto o time ganhava, muita gente que hoje critiva, venerava o tal do Kia, tirava foto, pedia autógrafo, puxava cadeira. Alguns clubes de futebol do Brasil acham que parceria é aparecer alguém cheio de dinheiro para dar e deixar que os dirigentes façam o que bem entenderem. Não funciona assim. Os corintianos aprenderam isso da maneira mais difícil.
Em meio à maior crise de sua história, o Corinthians deu um passo importante para, pelo menos, se livrar da nefasta administração recente, ao aceitar a renúncia do presidente Alberto Dualibi e de seu grupo de poder. Pelo menos o grupo oficial de poder. Duro é saber que lideranças se apresentam para dirigir esse gigante do futebol brasileiro. Porque na salada política de gosto indigesto que é o Corinthians, todo mundo já foi poder, ou é poder, ou sonha em ser poder. E há ainda aqueles que não aparecem, mas têm poder - e muito.
Pelo que se vê, entre os quadros atuais, ativos, da política corintiana, há o chamado deserto de idéias. Gente que apoiava a ferro e fogo a parceria, depois mudou de lado e pensa em reviravolta. Enfim, o Corinthians é um clube pra lá de esquisito. Tem por volta de 3 mil sócios e por volta de mil conselheiros, se não estou enganado. Ou seja, um terço do quadro associativo é formado por conselheiros. Haja politicagem.
A dívida que, falava-se, era de R$ 60 milhões quando apareceu a parceria, já estaria batendo na casa de R$ 100 milhões. E hoje li notícias de que a parceria continua, sim, na ativa.
Enfim, o torcedor do Corinthians parece ser o único profissional disso tudo. Como todos os outros torcedores, não os vândalos das arquibancadas, mas os torcedores de verdade. São tão mais profissionais que até uma dessas facções tem mais sócios que o próprio Corinthians. Talvez venha deles a resposta. Como veio dos grandes que foram rebaixados recentemten e voltaram nos braços de seus torcedores. Como veio na impressionante capacidade e aglutinação de Inter e Grêmio com seus projetos de sócios-torcedores. Como virá quando o torcedor do Flamengo tomar o time em suas mãos.
Mas a grande lição que fica desse rolo corintiano é uma lição para todos nós, brasileiros. Vivemos uma época em que o que importa é ter dinheiro, não interessa como ele foi conquistado, de onde veio. Foi assim com o Corinthians e a MSI. Enquanto o time ganhava, muita gente que hoje critiva, venerava o tal do Kia, tirava foto, pedia autógrafo, puxava cadeira. Alguns clubes de futebol do Brasil acham que parceria é aparecer alguém cheio de dinheiro para dar e deixar que os dirigentes façam o que bem entenderem. Não funciona assim. Os corintianos aprenderam isso da maneira mais difícil.
terça-feira, setembro 18, 2007
KERLON: ARTE OU PROVOCAÇÃO?
O debate esquentou o futebol brasileiro nos últimos dias. Afinal, o tal do drible da foquinha do Kerlon, do Cruzeiro, é arte ou provocação?
Vi trechos do Bem, Amigos de ontem e o lateral Kléber, do Santos, entende como provocação. Alguns colegas do programa acham que é recurso, é drible, é arte. São pontos de vista diferentes. Parece fácil dizer que não é provocação sem estar dentro de campo, sentindo na pele e na cabeça os efeitos do que aquilo provoca. Particularmente, o drible em si, a bola na cabeça, a invasão da área, tudo me parece normal. Só aquela primeira matada de bola, o projeto de embaixadinha soa como provocação. Nada que justifique, no entando, a burrice do Coelho. O ideal, agora, de cabeça fria, parece tentar tirar a bola do Kerlon e seguir o jogo.
Aliás, sobre o Kerlon, que é apontado como grande promessa, até agora pouco se viu dele a não ser o tal drible da foca. Seria um novo Denílson? Tomara que não.
E vocês, o que acham? É drible, provocação? Kerlon é craque?
domingo, setembro 16, 2007
DEIXEM O RICHARLYSON EM PAZ
Não tem nada mais chato no mundo do que fanático. Daqueles xiitas mesmo, que acham que você está sempre contra o time dele, procuram movimentos conspiratórios em cada palavra, enfim, gente que não gosta de esporte, que não pode conviver em sociedade. Aliás, tem algo mais chato no mundo, a perseguição gratuita e a intolerância.
O que estão fazendo com o Richarlyson do São Paulo é de uma estupidez sem tamanho. O rapaz é jogador de futebol (e bom), portanto, analisem o que ele faz apenas como jogador de futebol. Do campo pra fora, a vida é só dele, faz o que quiser. As acusações feitas por ele ontem, após o jogo, são graves, sérias. Deve haver investigação e punição pesada. O que interessa numa pessoa é saber se ela é séria, correta e profissional no que faz e se tem bons valores como ser humano. Fora isso, suas preferências em qualquer aspecto são assunto pessoal, íntimo e privado.
Pena que o futebol ainda viva no tempo das cavernas. Principalmente quando é frequentado por xiitas, como alguns que vez ou outra passam por esse espaço com sua estupidez e intolerância.
Não tem nada mais chato no mundo do que fanático. Daqueles xiitas mesmo, que acham que você está sempre contra o time dele, procuram movimentos conspiratórios em cada palavra, enfim, gente que não gosta de esporte, que não pode conviver em sociedade. Aliás, tem algo mais chato no mundo, a perseguição gratuita e a intolerância.
O que estão fazendo com o Richarlyson do São Paulo é de uma estupidez sem tamanho. O rapaz é jogador de futebol (e bom), portanto, analisem o que ele faz apenas como jogador de futebol. Do campo pra fora, a vida é só dele, faz o que quiser. As acusações feitas por ele ontem, após o jogo, são graves, sérias. Deve haver investigação e punição pesada. O que interessa numa pessoa é saber se ela é séria, correta e profissional no que faz e se tem bons valores como ser humano. Fora isso, suas preferências em qualquer aspecto são assunto pessoal, íntimo e privado.
Pena que o futebol ainda viva no tempo das cavernas. Principalmente quando é frequentado por xiitas, como alguns que vez ou outra passam por esse espaço com sua estupidez e intolerância.
UM SHOW DO VIRTUAL CAMPEÃO
Impressionante. Não encontro outra palavra para definir o que foi o desempenho do São Paulo contra o Santos no clássico de sábado. O primeiro tempo beirou a perfeição. O São Paulo anulou o Santos com uma intensidade de jogo, movimentação e disposição tática raramente vista. O Santos, conhecido pelo toque de bola, pela saída fácil de jogo, se viu acuado, preso em seu próprio campo, apenas observando o São Paulo, senhor absoluto da partida, trocar passes, literalmente, desfilando pelo gramado.
No segundo tempo, em dez minutos de uma blitz, o São Paulo resolveu o jogo. Num lindo gol do zagueiro Breno, que tem tudo para ser um dos grandes dessa posição no País, e depois num lance de time ligado e oportunismo de Borges.
O jogo marcou, também, uma passagem de bastão no futebol brasileiro. Atualmente, no corrente ano de 2007, Muricy Ramalho é o melhor treinador do Brasil. Seu time é, de longe, o time mais bem treinado. Muda o estilo de jogo, o posicionamento, a maneira de marcar, sem perder nunca a intensidade. O nível de participação do time do São Paulo é exemplar. Os dez jogadores de linha estão sempre participando das ações, nunca ficam apenas assistindo ao jogo.
Pra quem gosta de futebol e presta atenção no trabalho dos treinadores, sem ser corneteiro de plantão, xiita ou fanático, o São Paulo deu um show no clássico. O Santos ainda tem boas condições de chegar à Libertadores, mas a diferença de nível de jogo demonstrada ontem evidencia que o quinto titulo do São Paulo é uma questão de tempo.
Impressionante. Não encontro outra palavra para definir o que foi o desempenho do São Paulo contra o Santos no clássico de sábado. O primeiro tempo beirou a perfeição. O São Paulo anulou o Santos com uma intensidade de jogo, movimentação e disposição tática raramente vista. O Santos, conhecido pelo toque de bola, pela saída fácil de jogo, se viu acuado, preso em seu próprio campo, apenas observando o São Paulo, senhor absoluto da partida, trocar passes, literalmente, desfilando pelo gramado.
No segundo tempo, em dez minutos de uma blitz, o São Paulo resolveu o jogo. Num lindo gol do zagueiro Breno, que tem tudo para ser um dos grandes dessa posição no País, e depois num lance de time ligado e oportunismo de Borges.
O jogo marcou, também, uma passagem de bastão no futebol brasileiro. Atualmente, no corrente ano de 2007, Muricy Ramalho é o melhor treinador do Brasil. Seu time é, de longe, o time mais bem treinado. Muda o estilo de jogo, o posicionamento, a maneira de marcar, sem perder nunca a intensidade. O nível de participação do time do São Paulo é exemplar. Os dez jogadores de linha estão sempre participando das ações, nunca ficam apenas assistindo ao jogo.
Pra quem gosta de futebol e presta atenção no trabalho dos treinadores, sem ser corneteiro de plantão, xiita ou fanático, o São Paulo deu um show no clássico. O Santos ainda tem boas condições de chegar à Libertadores, mas a diferença de nível de jogo demonstrada ontem evidencia que o quinto titulo do São Paulo é uma questão de tempo.
quinta-feira, setembro 13, 2007
BLOG NOVO -E BOM- NA PRAÇA
Vale a visita. Blog do Laguna, grande jornalista e amigo. Sempre com bons temas.
Passem por lá.
http://www.bloglaguna.blogspot.com/
Vale a visita. Blog do Laguna, grande jornalista e amigo. Sempre com bons temas.
Passem por lá.
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O BRASIL, O CORINTHIANS,
A MCLAREN, O FELIPÃO......
Assuntos não faltam para um novo post. Quase todos desalentadores, infelizmente. Uma semana das mais tristes para a história desse País. Comecemos por ele, então. Que esperar de uma Nação, uma pretensa democracia, na qual o Senado se acovarda numa sessão secreta e uma liderança do governo federal articula para que, através de uma vergonhosa abstenção, o líder da bancada governista saia imaculado de um mar de lama? Pior ainda quando se recorda que o senador em questão é o terceiro na linha sucessória e que, na eventual falta do presidente e do vice, será ele o presidente em exercício do Brasil. Meu Deus!, diria Milton Leite.
Mais do que nunca, aquele conjunto de edifícios projetado pelo Niemeyer ao final da Esplanada dos Ministérios virou peça decorativa. O Brasil do Congresso é um Brasil de fantasia, um siamês separado do resto do País. Como escreveu o Herbert Vianna, "Brasília é uma ilha eu falo porque eu sei/uma cidade que fabrica sua própria lei". E vive de acordo com essa lei que, nada mais é que viver sem lei. Pena que a inspiração da letra, à época o Luís Inácio, hoje seja o Lula cujo partido trabalhou pela absolvição de Renan Calheiros. Até quando o povo brasileiro aceitará passivamente tudo isso?
O Brasil de Brasília vai apodrecendo tal qual o Corinthians, de tantos brasileiros. Quanto mais mexem no baú corintiano, pior fica o cheiro. Mas o Corinthians e os escândalos do futebol são apenas mais um sintoma do vírus que infectou o Brasil. Vivemos numa sociedade em que, infelizmente, para uma boa parte da mesma, o que vale é ter dinheiro e poder. Não importa como foram conquistados e que uso se faz deles. O caso corintiano é emblemático. Quando a tal da MSI chegou e montou um grande time, tudo era festa. O iraniano Kia era celebridade, todos queriam fotos com ele. Estar ao seu lado era sinal de status, de poder. Sua palavra tinha credibilidade junto a certos setores da imprensa. Não importava como ele tinha adquirido, mas apenas o fato de que tinha dinheiro e poder. Até para desfilar na escola de samba de uma torcida foi citado. Ouvi de mais de um torcedor corintiano que não importava de onde vinha o dinheiro, mas o que valia era que o time estava ganhando. É a lógica que impera hoje no futebol. Quando seu time é prejudicado por um erro de arbitragem, o jogador/diretor/dirigente esbraveja, esperneia. Quando é favorecido, finge que não vê. É a lei do roubado é mais gostoso. Como consertar um futebol em que ainda se pensa dessa maneira. E como arrumar um País em que muita gente também pensa desse jeito? E ainda hoje tem gente no Corinthians que acha que não fez nada de errado. E será que é só no Corinthians?
Se pode servir de consolo, não é apenas aqui. A "glamourosa" Fórmula 1 vive uma crise sem precedentes. Graves casos de espionagem envolvendo dois grandes times estouraram na suspensão da McLaren pela temporada atual e também da próxima. A diferença está no tratamento dado à infecção. No Brasil tudo se posterga. Doping, chute na cara, simulações e bravatas são esquecidos nos tribunais de holofotes. A F-1 pelo menos soube se preservar e agiu rápido, aplicou o remédio em doses cavalares. Os efeitos colaterais podem ser pesados, mas a chance de recuperação, nesse caso, também é grande.
E pra terminar, o que dizer do Felipão? Que imagem feia, pesada, desconcertante. Felipão é um ídolo de tanta gente e repete pisadas na bola que pareciam superadas. Não é a primeira vez que agride alguém. Fica até ridículo ver um senhor, um bom pai de família, um sujeito vencedor, correto e admirado mundo afora, dando um soco em um atleta muito mais jovem que ele.
Pior que esse soco do Felipão, só mesmo o que nós levamos do Senado da República Federativa do Brasil.
A MCLAREN, O FELIPÃO......
Assuntos não faltam para um novo post. Quase todos desalentadores, infelizmente. Uma semana das mais tristes para a história desse País. Comecemos por ele, então. Que esperar de uma Nação, uma pretensa democracia, na qual o Senado se acovarda numa sessão secreta e uma liderança do governo federal articula para que, através de uma vergonhosa abstenção, o líder da bancada governista saia imaculado de um mar de lama? Pior ainda quando se recorda que o senador em questão é o terceiro na linha sucessória e que, na eventual falta do presidente e do vice, será ele o presidente em exercício do Brasil. Meu Deus!, diria Milton Leite.
Mais do que nunca, aquele conjunto de edifícios projetado pelo Niemeyer ao final da Esplanada dos Ministérios virou peça decorativa. O Brasil do Congresso é um Brasil de fantasia, um siamês separado do resto do País. Como escreveu o Herbert Vianna, "Brasília é uma ilha eu falo porque eu sei/uma cidade que fabrica sua própria lei". E vive de acordo com essa lei que, nada mais é que viver sem lei. Pena que a inspiração da letra, à época o Luís Inácio, hoje seja o Lula cujo partido trabalhou pela absolvição de Renan Calheiros. Até quando o povo brasileiro aceitará passivamente tudo isso?
O Brasil de Brasília vai apodrecendo tal qual o Corinthians, de tantos brasileiros. Quanto mais mexem no baú corintiano, pior fica o cheiro. Mas o Corinthians e os escândalos do futebol são apenas mais um sintoma do vírus que infectou o Brasil. Vivemos numa sociedade em que, infelizmente, para uma boa parte da mesma, o que vale é ter dinheiro e poder. Não importa como foram conquistados e que uso se faz deles. O caso corintiano é emblemático. Quando a tal da MSI chegou e montou um grande time, tudo era festa. O iraniano Kia era celebridade, todos queriam fotos com ele. Estar ao seu lado era sinal de status, de poder. Sua palavra tinha credibilidade junto a certos setores da imprensa. Não importava como ele tinha adquirido, mas apenas o fato de que tinha dinheiro e poder. Até para desfilar na escola de samba de uma torcida foi citado. Ouvi de mais de um torcedor corintiano que não importava de onde vinha o dinheiro, mas o que valia era que o time estava ganhando. É a lógica que impera hoje no futebol. Quando seu time é prejudicado por um erro de arbitragem, o jogador/diretor/dirigente esbraveja, esperneia. Quando é favorecido, finge que não vê. É a lei do roubado é mais gostoso. Como consertar um futebol em que ainda se pensa dessa maneira. E como arrumar um País em que muita gente também pensa desse jeito? E ainda hoje tem gente no Corinthians que acha que não fez nada de errado. E será que é só no Corinthians?
Se pode servir de consolo, não é apenas aqui. A "glamourosa" Fórmula 1 vive uma crise sem precedentes. Graves casos de espionagem envolvendo dois grandes times estouraram na suspensão da McLaren pela temporada atual e também da próxima. A diferença está no tratamento dado à infecção. No Brasil tudo se posterga. Doping, chute na cara, simulações e bravatas são esquecidos nos tribunais de holofotes. A F-1 pelo menos soube se preservar e agiu rápido, aplicou o remédio em doses cavalares. Os efeitos colaterais podem ser pesados, mas a chance de recuperação, nesse caso, também é grande.
E pra terminar, o que dizer do Felipão? Que imagem feia, pesada, desconcertante. Felipão é um ídolo de tanta gente e repete pisadas na bola que pareciam superadas. Não é a primeira vez que agride alguém. Fica até ridículo ver um senhor, um bom pai de família, um sujeito vencedor, correto e admirado mundo afora, dando um soco em um atleta muito mais jovem que ele.
Pior que esse soco do Felipão, só mesmo o que nós levamos do Senado da República Federativa do Brasil.
segunda-feira, setembro 10, 2007
CENI, EDMUNDO
E DAGOBERTO
Vira e mexe a palavra craque é colocada em discussão. Quem é, quem não é? Quem foi, quem pode ser? Há teorias para todos os gostos. No cenário atual do Campeonato Brasileiro, dentro do que eu penso sobre craques, acho que só temos dois: Edmundo e Rogério Ceni.
O palmeirense Edmundo está já na parte final da carreira, mas dá ainda algumas amostras do que é capaz de fazer. Na vitória contra o Goiás foi decisivo e provou ser diferenciado, mesmo aos 36 anos. Edmundo tem técnica, habilidade e a capacidade de surpreender, de fugir do óbvio, características que considero essenciais para chamar alguém de craque.
Rogério Ceni é, além de um grande goleiro, um atleta que faz algo que quase nenhum outro de sua posição consegue; gols, muitos gols. Além de lançamentos. Apenas como goleiro já merece grande destaque e, além disso, bate na bola como poucos. Óbvio que é craque.
E também é óbvio que temos muitos bons jogadores no Brasileirão. Uma das melhores notícias para quem gosta de futebol é ver a recuperação de Dagoberto, agora no São Paulo. Esse tem potencial para ser craque. O gol marcado contra o Vasco é um exemplo disso. Tá tudo ali: velocidade, explosão, talento, habilidade. Tomara que ele esteja livre de contusões e possa seguir seu caminho de sucesso. Dagoberto é um dos últimos exemplos do que eu vejo como o meia-atacante, o que antigamente se chamava de ponta-de-lança. Um pouco do que foi o Leivinha nos anos 70, do que foi o genial Zico, do que é hoje o Kaká.
Há, também, uma série de jogadores promissores em ação. Muitos goleiros. Diego Cavalieri, do Palmeiras, Felipe, do Corinthians, Bruno, do Flamengo, Michel Alves, do Juventude, Renan, do Inter. Zagueiros como o elegante e preciso Breno, do São Paulo, e também o agora na reserva David, do Palmeiras. Meias-atacantes como Thiago Neves, do Fluminense, Renato Augusto, do Flamengo. Enfim, sempre aparecem bons jogadores.
Curioso é que falta na lista de quase todo mundo a figura do meia-armador, do pensador, do cara que organiza um time e o conduz ao ataque. O maestro. O São Caetano tem um jogador que em alguns momentos chega perto disso: Douglas. Fez um excelente Paulistão. É canhoto, hábil, técnico, mas oscila muito, falta regularidade. Uma pena que o futebol brasileiro tenha esquecido dos meias criativos. Mas ainda dá tempo de voltar a lapidá-los nas categorias de base.
SUPERCLÁSSICO
São Paulo e Santos promete. Luxemburgo deve estar sonhando com esse duelo. Assim como o São Paulo vê o título cada vez mais próximo, e como Muricy, que já está em grande fase, cresce muito nos clássicos, trabalha o time com perfeição. Difícil pros dois lados. O Tricolor, ainda intransponível, tem se defendido com a habitual competência, mas anda muito defensivo, chamando demais os adversários. O Santos tem um bom meio-campo, mas precisa ser um time mais ligado. Fora isso, a defesa é vulnerável. Ótimos ingredientes para um jogo que pode ser O JOGO do campeonato.
VERGONHA!!!!!
Voto secreto deveria ser banido de qualquer situação no Congresso. Por que, eu, tu, eles, nós, vós, eles, todos sabemos como a coisa funciona por lá. Na hora de acertar os esquemas safados ninguém tem pudor de falar ao telefone, na rua, no gabinete. Quando é pra passar a limpo fazem sessão secreta. A gente deveria é ir lá para a porta e cobrar transparência. Mais uma vergonha!!!!!!!!
E DAGOBERTO
Vira e mexe a palavra craque é colocada em discussão. Quem é, quem não é? Quem foi, quem pode ser? Há teorias para todos os gostos. No cenário atual do Campeonato Brasileiro, dentro do que eu penso sobre craques, acho que só temos dois: Edmundo e Rogério Ceni.
O palmeirense Edmundo está já na parte final da carreira, mas dá ainda algumas amostras do que é capaz de fazer. Na vitória contra o Goiás foi decisivo e provou ser diferenciado, mesmo aos 36 anos. Edmundo tem técnica, habilidade e a capacidade de surpreender, de fugir do óbvio, características que considero essenciais para chamar alguém de craque.
Rogério Ceni é, além de um grande goleiro, um atleta que faz algo que quase nenhum outro de sua posição consegue; gols, muitos gols. Além de lançamentos. Apenas como goleiro já merece grande destaque e, além disso, bate na bola como poucos. Óbvio que é craque.
E também é óbvio que temos muitos bons jogadores no Brasileirão. Uma das melhores notícias para quem gosta de futebol é ver a recuperação de Dagoberto, agora no São Paulo. Esse tem potencial para ser craque. O gol marcado contra o Vasco é um exemplo disso. Tá tudo ali: velocidade, explosão, talento, habilidade. Tomara que ele esteja livre de contusões e possa seguir seu caminho de sucesso. Dagoberto é um dos últimos exemplos do que eu vejo como o meia-atacante, o que antigamente se chamava de ponta-de-lança. Um pouco do que foi o Leivinha nos anos 70, do que foi o genial Zico, do que é hoje o Kaká.
Há, também, uma série de jogadores promissores em ação. Muitos goleiros. Diego Cavalieri, do Palmeiras, Felipe, do Corinthians, Bruno, do Flamengo, Michel Alves, do Juventude, Renan, do Inter. Zagueiros como o elegante e preciso Breno, do São Paulo, e também o agora na reserva David, do Palmeiras. Meias-atacantes como Thiago Neves, do Fluminense, Renato Augusto, do Flamengo. Enfim, sempre aparecem bons jogadores.
Curioso é que falta na lista de quase todo mundo a figura do meia-armador, do pensador, do cara que organiza um time e o conduz ao ataque. O maestro. O São Caetano tem um jogador que em alguns momentos chega perto disso: Douglas. Fez um excelente Paulistão. É canhoto, hábil, técnico, mas oscila muito, falta regularidade. Uma pena que o futebol brasileiro tenha esquecido dos meias criativos. Mas ainda dá tempo de voltar a lapidá-los nas categorias de base.
SUPERCLÁSSICO
São Paulo e Santos promete. Luxemburgo deve estar sonhando com esse duelo. Assim como o São Paulo vê o título cada vez mais próximo, e como Muricy, que já está em grande fase, cresce muito nos clássicos, trabalha o time com perfeição. Difícil pros dois lados. O Tricolor, ainda intransponível, tem se defendido com a habitual competência, mas anda muito defensivo, chamando demais os adversários. O Santos tem um bom meio-campo, mas precisa ser um time mais ligado. Fora isso, a defesa é vulnerável. Ótimos ingredientes para um jogo que pode ser O JOGO do campeonato.
VERGONHA!!!!!
Voto secreto deveria ser banido de qualquer situação no Congresso. Por que, eu, tu, eles, nós, vós, eles, todos sabemos como a coisa funciona por lá. Na hora de acertar os esquemas safados ninguém tem pudor de falar ao telefone, na rua, no gabinete. Quando é pra passar a limpo fazem sessão secreta. A gente deveria é ir lá para a porta e cobrar transparência. Mais uma vergonha!!!!!!!!
quinta-feira, setembro 06, 2007
UM BLOG QUE DÁ
ÁGUA NA BOCA
São Paulo é a capital gastronômica mundial, não tenho dúvidas. Existem vários guias sobre o tema na cidade, mas quase todos com aquele ranço do crítico. Indico aqui o blog de uma grande amiga, Silvana Monteiro. Traz ótimas dicas, numa linguagem direta e legal. O que é melhor é que o Guia da Sil é escrito por quem frequenta o restaurante, boteco ou padaria como qualquer um de nós, pensando apenas em comer bem, ser bem atendido e passar momentos agradáveis. Vale conferir.
quarta-feira, setembro 05, 2007
INVASÃO FANTASMA
AMEAÇA O SÃO PAULO
Leio com estranheza as notícias de que o São Paulo pode perder mandos de jogo por causa de uma suposta invasão de campo na partida em que empatou com o Goiás, em Goiânia. Estive lá com os amigos Milton Leite e Carlos Cereto e, pelo que vimos no Serra Dourada, o jogo correu em clima de normalidade. Não vi até agora um vídeo que comprovasse a invasão e da cabine do estádio e pelas imagens da transmissão do SporTV nada constou de anormal. Houve algumas discussões entre torcedores e entre torcedores e policiais, nada mais que isso.
Curioso é que em alguns estádios parece haver mais gente dentro de campo do que nas arquibancadas. Gente que não tem nada que ver com o espetáculo e com isso o STJD não se preocupa. Tem gente que, descaradamente, comemora gol do time da casa, invade campo e abraça jogador. Campo de jogo é só para quem participa do espetáculo e para quem paga direito de trasnsmissão enquanto a bola rola.
segunda-feira, setembro 03, 2007
DEVOLVAM O FUTEBOL
AOS LEGÍTIMOS DONOS
Já faz tempo que venho ensaiando essa reflexão. Desde muito cedo aprendi a gostar do futebol, esse jogo tão simples e tão enigmático, que une analfabetos e intelectuais pelas mesmas paixões. O futebol é o que é porque um brasileiro da Amazônia e um monge no Nepal entendem e amam o jogo da mesma forma. Deixe de lado especialistas em tática, explicações técnicas, noções de arbitragem. O que vale é bola na rede. Por isso é tão fácil que uma dona de casa na Argentina e um estilista italiano saibam, só de bater o olho, que um time está jogando bem e outro nem tanto. É disso que ainda sobrevive o futebol, dessa assimilação imediata.
Quando percebi como era pegajoso esse tal de futebol, lá por meados dos anos 70, havia uma relação muito diferente das pessoas com o jogo. Os jogadores estavam longe de ser as celebridades milionárias de hoje, mas, embora não fizessem esforço para isso, pareciam ídolos inatingíveis. Os uniformes eram mais simples, sem tantos detalhes, mas pareciam mantos sagrados, vestidos por super-heróis. Um jogo da Seleção Brasileira no Maracanã era um evento, rendia conversas na escola durante dias. Isso sem falar na segunda-feira, na discussão calorosa sobre a rodada entre a molecada, que dividia o recreio com o obrigatório bate-bola (que às vezes, em vez da bola, tinha tampinha, copinho de lancheira etc.). Os grandes times eram cercados por uma aura de história, glórias, e feitos heróicos. Todos sonhavam um dia jogar num time de ponta do Brasil, tentar a sorte e viver as aventuras dos nossos ídolos para quem sabe, um dia, chegar ao topo, vestir a camisa da Seleção Brasileira.
De lá para cá, muita coisa mudou. Hoje essa Seleção virou escala no caminho de negociações milionárias. O jogador é convocado uma vez, sequer joga, é vendido e depois some. Quem começa a trabalhar diretamente com isso, a viver o dia a dia do futebol, percebe que há uma enorme distância entre o que imagina um torcedor apaixonado pelo jogo (sem cair para a óbvia e batida discussão clubística) e o que é a realidade do futebol. Na verdade, acho que roubaram o futebol dos seus verdadeiros donos, os jogadores e os torcedores mais simples, não esses que se juntam em bandos para brigar e matar sob o pretexto de amar um clube. Hoje o futebol pertence a essa guerrilha urbana e aos mercadores de plantão. Se antes havia - e continua havendo - cartolas amadores e despreparados, hoje entra em campo um afiado time de empresários que tomou de assalto a paixão, assumiu o controle dos negócios e fez dos clubes um entreposto comercial para a venda de mercadoria valiosa: os jogadores e a ilusão dos torcedores.
Lá pelos anos 70 existia a certeza que para jogar num grande time o sujeito precisava ser bom de bola, além de muito esforçado. Antes disso, literalmente gramava por times pequenos ou médios e por ótimos times de aspirantes. Hoje tenho a enorme desconfiança de que um empresário bem relacionado resolve essa questão em dois tempos. Entre a infância e adolescência, por força do trabalho do meu querido pai, Luiz Noriega, vi tudo quanto é tipo de jogo de futebol (e de várias outras modalidades). Muitas vezes deixava a cabine de transmissão da TV Cultura para ver o jogo na arquibancada, sentir a emoção verdadeira. E presenciei situações hoje inimagináveis. Vi grandes clássicos entre os times de São Paulo com os torcedores misturados no Tobogã do Pacaembu. Os times do Nordeste atraíam grande número de torcedores ao mesmo Pacaembu quando jogavam em São Paulo, em jogos nos quais o "Próprio da Municipalidade" chegava a receber até 50 mil pessoas. E sem briga. A chegada ao Morumbi num clássico dos anos 70 era civilizada, exceção feita ao trânsito, já complicado. Lembro de uma rodada tripla de um Campeonato Paulista, que envolveu simplesmente Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Portuguesa e América de Rio Preto. As torcidas se acomodaram sem transtornos e não houve notícia de confrontos.
Esta semana assisti, aterrorizado, a uma reportagem da TV Gazeta sobre a caminhada de torcedores de um ponto a outro da cidade de São Paulo para acompanhar um clássico. Pareciam cenas de um pelotão indo para a guerra. Palavras de confronto, cânticos de morte, promessas de briga. Tudo sendo vomitado da boca de jovens, quase adolescentes. E havia crianças entre eles. Pois essa turma se apoderou do futebol. Hoje o torcedor que é apenas isso, um torcedor, não vai ao estádio porque tem medo de ficar na linha de tiro. O jogador tem medo de sair na rua e topar com uma tropa do time adversário. Isso quando a tropa não vai até ele em seu ambiente de trabalho.
No dia a dia do futebol as coisas também andam complicadas. Árbitros sem preparo erram marcações óbvias, treinadores e jogadores pulam de clube para clube como se mudassem de hotel nas férias e um tribunal desastrado aplica penas que incentivam a impunidade, a violência em campo e praticamente proíbem quem é, de fato, dono do espetáculo de abrir a boca.
Mas em meio a tudo isso, é fácil perceber que a chama não se apaga, que o futebol ainda atrai crianças, mulheres, novos torcedores e segue arrebatador como esporte de massa. Mesmo judiado ele resiste bravamente. Resta saber quando vão devolver o futebol a quem de fato ele pertence. Ao torcedor legítimo, aos jogadores. Chega de time montado por influência de empresário e de arquibancada lotada de bandido.
SÓ CRUZEIRO E VASCO
AMEAÇAM O SÃO PAULO
A rodada de número 23 (para quase todos os times) do Brasileirão foi a de maior impacto até agora em termos de classificação. Isso porque tirou da briga (ainda que teórica) pelo título dois grandes times: Palmeiras e Santos. E praticamente reduziu a três os times que ainda sonham com a conquista: o favorito disparado São Paulo, o ascendente Cruzeiro e o surpreendente Vasco. Ai algum gaiato vai perguntar do Botafogo. Mesmo tendo uma equipe interessante, não vejo força no Botafogo para chegar lá, em virtude da queda de rendimento nos últimos jogos.
Não sou grande fã de estatística no futebol, porque esse jogo não é basquete, não é vôlei, não é exato. E muitas vezes quem se prende muito aos números acaba não vendo o que realmente acontece em um jogo. Mas alguns números desse Brasileiro servem para embasar a tese de que há apenas um trio na disputa do título. O São Paulo é o time de melhor desempenho como visitante e o segundo como mandante. E sustenta o impressionante saldo de 29 gols em 23 jogos. O Cruzeiro é o quarto como mandante e terceiro como visitante e tem o melhor ataque, com 54 gols. O Vasco é o melhor mandante do campeonato, mas despenca para décimo-quinto quando sai de casa. Mas tem apenas um gol a menos de saldo que o Cruzeiro, o que prova ser mais equilibrado entre ataque e defesa, mesmo sem ter feito mais de 50 gols. E o Botafogo? É o sexto em casa e o quarto fora, mas seu saldo é bem mais baixo que o dos três primeiros, de apenas nove gols. E a partir da déxima-sexta rodada seu gráfico de desempenho caiu abruptamente.
Depois desses quatro, Santos, Palmeiras e Grêmio alternaram bons e maus momentos, mas não conseguiram superar suas limitações. O Santos teve um péssimo começo, faltou elenco para equilibrar a disputa simultânea com a Libertadores. Fora isso, o time peca por alguma soberba em certos momentos, parece crer que se ganha por inércia, sem correr. E hoje não tem mais isso. O Palmeiras se sustenta na ótima campanha como visitante, ainda a segunda do campeonato, mas se dependesse do desempenho em casa estaria na zona de rebaixamento. O time até que se supera, mas esbarra na limitação técnica, em especial, de seus atacantes e laterais. Quando perde um ou dois jogadores, como Pierre (injustamente expulso) ou Valdívia, fica fragilizado. O Grêmio esbarra, também, na limitação de seu ataque, que depende demais do Tuta, que nem sempre está disposto a colaborar.
Duas datas vão ficando fundamentais para a definição do quadro. Em 16 de setmbro o São Paulo, o melhor como visitante, vai a São Januário enfrentar o Vasco, o melhor mandante. E em 31 de outubro, o Cruzeiro visita o São Paulo no Morumbi. Mas como eu sempre digo, esse tipo de torneio não se define no confronto entre os principais candidatos, mas quando esses tropeçam diante de equipes menores ou sem grandes pretensões. É aí que o São Paulo sobressai. Praticamente não vacila e, baseado numa preparação física sensacional, resolve os jogos quando o adversário está de língua de fora.
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