segunda-feira, agosto 31, 2009

Qual o preço de

pensar grande?


Pensar grande faz de um clube de futebol ser grande. Pode parecer óbvio, mas no Brasil temos muitos exemplos de como se pensa grande. E resultados muito diferentes.

Não se discute que o Fluminense, por exemplo, pense grande. Dinheiro não tem faltado ao patrocinador que banca o clube, paga salários astronômicos para jogadores de desempenho diminuto. A questão é que o pensar grande do Fluminense tem resultado desastroso por pura falta de habilidade e competência na gestão.

Um clube que paga salários de R$ 220 mil, R$ 150 mil e está em último lugar no Brasileirão só pode ter superavaliado alguns contratos e, principalmente, algumas capacidades.

O Palmeiras pensou pequeno durante muito tempo. Contratava jogadores medianos, tinha desempenhos medianos. Agora voltou a pensar grande, a manter jogadores importantes, a contratar jogadores importantes. Já faz duas temporadas. Em uma foi campeão estadual, na outra está brigando pelo título nacional. O clube multiplicou o faturamento, melhorou o marketing, enfim, respeitou sua história.

O São Paulo pensa grande já faz mais de 20 anos, quando optou por estruturar seu departamento de futebol profissional de uma maneira que pudesse dar a melhor condição de trabalho para seus jogadores profissionais e também para os das categorias de base.

Colheu inúmeros frutos. Desde 1986 foi quatro vezes campeão brasileiro, três da Libertadores e três do mundo, por exemplo. E até hoje colhe frutos desse pensar grande.

O Vasco pensou pequeno durante décadas, um pensamento mesquinho, fechado, quadrado. Hoje voltou a pensar grande, de acordo com sua historia. Vai trilhando o caminho do ressurgimento com muito mais dignidade do que teve recentemente, para triste lembrança de seus fiéis seguidores.

Corinthians e Flamengo jamais pensaram grande como deveriam. Arriscam, ameaçam. São nações, reúnem mais gente do que muitas nações, movimentam fortunas, movem mutidões. Muitas vezes agiram com soberba e não com grandeza. Pagam esse preço até hoje. Se olharem para o alto e souberem valorizar seu patrimônio esportivo e cultural, se equiparam, seguramente, a clubes como o Real Madri e o Barcelona.

Inter e Grêmio pensam grande em relação um ao outro desde que se descobriram rivais. Ficaram muito maiores que a rivalidade que os fez grandes. Ultrapassaram as fronteiras do Rio Grande. Agiram pequeno e viveram dias terríveis. Hoje, reformulados, têm mais sócios-torcedores do que qualquer time do Rio e de São Paulo, mesmo estando baseados em uma cidade que tem pouco mais de 10% da população paulistana. Isso é pensar grande.

As invasões bárbaras

Não importa a camisa, o Estado, a cidade. Invasão de campo e vestiário em dia de jogo, de treino, do que seja, deve ser sempre punido com rigor.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Será que agora o

nosso basquete

vai sair do limbo?


Tomara que as três vitórias na Copa América sejam o marco definitivo da ressurreição da Seleção Brasileira masculina de basquete. Pela memória do meu amigo Rosa Branca, lá de cima, e pelas glórias do time campeão mundial pela primeira vez há 50 anos.

O basquete brasileiro é grande demais para se acostumar com a função de coadjuvante. Está na hora de voltarmos a ser potência.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Barbárie no Canindé

não pode ficar impune


Estarrecedores os acontecimentos relatados pelo ténico Renê Simões, da Portuguesa, sobre o ocorrido no Canindé após a derrota da Lusa por 2 a 1 para o Vila Nova. Renê é um cara sério, jamais inventaria que o vestiário foi invadido por pessoas armadas que foram cobrar alguns jogadores.

A diretoria da Portuguesa tem gente séria, o clube tem dirigentes historicamente sérios, apaixonados e comprometidos, gente educada, trabalhadora. Isso é coisa pré-histórica, cavernosa. A Lusa sempre foi um time simpático, querido por todos. Vive uma fase complicada, mas nada justifica que um profissional seja ameaçado por revólveres em seu local de trabalho.

Certos torcedores mais atrapalham do que ajudam. A Portuguesa é muito maior do que esses que protagonizaram a barbárie de terça-feira no Canindé. O clube não pode se apequenar diante desse fato.

domingo, agosto 23, 2009

Rodada foi boa para

Palmeiras, Goiás e o

Avaí. Vasco emocionou


A rodada foi perfeita para o líder Palmeiras, para o vice-líder Goiás e para o novo inquilino do G-4, o espetacular Avaí. Esses três ganharam e contaram com derrotas dos outros candidatos mais próximos.

O Palmeiras, com uma atuação soberba de Diego Souza, venceu o Inter numa pequena decisão. O Goiás passou pelo Santos, que está absolutamente intermediário, e o Avaí atropelou o Flamengo, completando uma sequência entusiasmante de 11 jogos sem derrota.

Para completar a festa desses três, o São Paulo que assombrava todo mundo caiu diante do Furacão na Arena da Baixada, essa sim mal-assombrada para o Tricolor, que jamais venceu ali.

E o Atlético Mineiro cada vez mais cumpre a sina de seu técnico, perdendo fôlego a cada rodada.

Agora, o grande momento do futebol brasileiro no fim de semana aconteceu sábado, no Maracanã. A vitória sobre o Ipatinga foi coadjuvante numa festa espetacular da torcida do Vasco. Que provou que é gingante, que os usurpadores que achincalharam o nome da instituição nos últimos anos não foram suficientes para diminuir seu fascínio. 70 mil pessoas no Maracanã, num jogo da Série B, o maior público do ano no País.

Parabéns, vascaínos! Vocês honraram a história do seu time.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Ecos da quinta chuvosa

vendo a bola a rolar.....


Foi contagiante a raça do time do Náutico na vitória por 2 a 0 sobre o Goiás.

Foi deprimente ver o arremedo de time que é o Flamengo na derrota para o Cruzeiro, de novo se encontrando.

Foi apavorante para o torcedor do Galo mineiro ver Celso Roth ensaiando repetir seu script de sempre, quase um carma, empatando em cima da hora com o valoroso e honrado Avaí.
São Paulo e Corinthians

botam fogo no Brasileiro


Se alguém tinha dúvidas de que o segundo turno do Brasileirão promete ser de arrepiar, a rodada de abertura da fase foi um ótimo cartão de visitas.

Há polêmcia, erros, reviravoltas, mas o fato é que embolou de vez. Quatro times têm dez vitórias e oito estão, pelo menos, na casa dos 30 pontos, com o ainda líder, mas agora parece que provisório, Palmeiras somando 37.

Dois times chamam a atenção pela pontuação e pelos resultados da rodada: São Paulo e Corinthians. O São Paulo pela arrancada de sete vitórias e o triunfo suado diante do Fluminense, se deleitou com os tropeços de Palmeiras e Inter e já soma 36 pontos. O Corinthians trouxe a toalha de volta para o varal, lavadinha. Chega so 31 pontos e oito vitórias, mesmo tendo jogado boa parte do campeonato com times mistos e sofrido um desmanche. Não pode ser desprezado, porque tem o treinador que melhor trabalha o coletivo hoje: Mano Menezes.

O Goiás pega o Náutico fora de casa e pode assumir a liderança, o que não será surpresa pela bola que vem jogando. Seria o primeiro time a atingir a marca de 11 vitórias.

Apito trapalhão

Muitos erros de arbitragem, como aliás vem sendo a marca do campeonato. Alguns decisivos para o resultado, que provocarão muita polêmica.

Em Porto Alegre os dois gols do Corinthians foram irregulares, numa situação muito parecida com a que aconteceu no empate entre Inter e São Paulo, quando os dois gols gaúchos foram irregulares. Impedimentos que os auxiliares não podem errar, desses que se vê a olho nu, sem precisar do replay. Nessa Wagner Tardelli foi traído pelos auxiliares.

Bola rolando, o Corinthians, mesmo desfigurado, mostrou que tem um padrão de jogo, não importa quem atue, e, sem pressão, pode até brigar pelo título, sim, senhor. O Inter perdeu um pouco de fôlego, mas ainda é candidatíssimo.

Em Curitiba, Péricles Bassols Cortez foi muito bem no primeiro tempo e perdeu a mão na etapa final, influenciado pelo clima quente do jogo. Para mim não houve o pênalti que ele marcou de Marcão em Thiago Gentil. Assim como o mesmo Marcão havia feito pênalti antes, metendo o braço na bola, aos 13 do segundo tempo.

O Palmeiras até que não jogou mal, mas é um time que não tem mostrado capacidade de definição, espírito de decisão. Perde chances incríveis de gol e praticamente gastou todas suas economias em pontos. O Coxa tem problemas, a defesa é fraca, mas o time é raçudo e aposto que escapa do rebaixamento.

Por fim, o São Paulo de volta ao seu ritmo, favorito como sempre, com um time pronto e testado. Richarlyson é o grande jogador da equipe atualmente. Preparo físico absurdo, versatilidade e um comportamento exemplar ao lidar com a estúpida intolerância de uma minoria da torcida tricolor.

Jogo para não se perder hoje é Atlético Mineiro x Avaí, que pode dar uma pista de quem tem mais combustível no tanque para uma arrancada.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Uma paixão chamada Bahia



Já fazia algum tempo que não comentava um jogo do Bahia em Salvador. Claro que a fase não ajuda, que 12 mil pessoas não está à altura da paixão da torcida, que Pituaçu não é a Fonte Nova. Mas há uma energia especial entre o Bahia e sua torcida, que tem tudo a ver com a energia do baiano, da Boa Terra, de Salvador. Que, claro, existe também no torcedor do Vitória, mas cada um é do seu jeito e o baiano do "Baêa" é especial.

Ganhar do Atlético Goianiense, uma bela equipe, taticamente mais organizada do que muito time da Série A, pode dar, com o perdão do trocadilho, um axé para o Bahia. Sérgio Guedes é bom técnico, monta boas estruturas táticas. Fácil não será. O próprio Atlético Goianiense, muito favorito, é uma prova. Tem o Vasco, favoritação, a Portuguesa, Guarani, Figueirense, São Caetano, ainda dá tempo pra quase todo mundo.

Mas que foi bom rever a massa do Bahia, o alto astral, um jeito diferente de torcer e de vibrar, isso foi.

segunda-feira, agosto 17, 2009

Meu querido, meu

velho, meu amigo


Meu querido pai e mestre, Luiz Noriega, fez 79 anos neste domingo. Bem de saúde, ainda ligado e manjando muito de futebol e esportes. Faço aqui uma singela homenagem postando algumas narrações dele, que é craque, que encontrei no maravilhoso You Tube. Parabéns, papai!!!! E muito obrigado!!!


Obs: algumas narrações não são do meu pai, mas estão no mesmo vídeo que encontrei no You Tube. Identifiquei Orlando Duarte e Fernando Sasso narrando também.
















Faltou um jogo, cabeção!!!

Como lembra um atento leitor, faltou esse jogo abaixo:

ATLÉTICO-PR X VITÓRIA - Lopes é o Harry Potter da Baixada, parece saber tudo em relação ao Furacão e levantou o time. O Vitória perdeu um jogo para o Goiás que poderia ter vencido. Bom jogo de se assistir, com certeza.
Returno do Brasileirão

tem tudo para arrepiar


Vem aí o segundo turno do Brasileiro, ainda pendurado a dois jogos do Inter (contra Galo e Santos) e um Cruzeiro x Botafogo, mas que tem tudo para segurar o torcedor em frente à TV ou levá-lo aos estádios. Há mais equilíbrio do que nunca houve em seis anos de pontos corridos e mais candidatos verdadeiros ao título - pelo menos por enquanto.

Deixo aqui uma análise dos times envolvidos nos jogos da rodada inicial, pelo que vi dos jogos em que trabalhei, dos teipes e dos melhores momentos que assisti, além do fato de que pude ver em campo praticamente todas as equipes que jogam a Série A.

Sigo defendendo a tese de que ganha o campeonato o time que está no topo da tabela e perde menos pontos para os que estão lá embaixo.

CORITIBA X PALMEIRAS - Um grande desafio para o líder. O Coxa tem um time bem melhor que sua posição na tabela, pelo menos do meio para frente. Marcos Aurélio, os Paraíba (Marcelinho e Carlinhos), Pedro Ken. O problema é a defesa, pesadona e lenta, que tem comprometido a campanha do time, que já perdeu dez vezes. Após a vitória sobre o Flu o Couto Pereira estará lotado e vai empurrar o time. O Palmeiras está oscilando, o que era previsível. Tropeçou diante do Botafogo, não por demérito ao Botafogo, mas pela campanha do alvinegro. O time não terá Diego Souza, Edmílson e Wendell, mas o grande problema é o ataque, que não anda metendo medo. Falta uma companhia de peso a Obina, se ele puder jogar. Sinal amarelo para o Verdão em Curitiba.

NÁUTICO X GOIÁS - O Timbu é raçudo e tenta se superar com muita entrega, equilibrando a fragilidade do elenco. Sabe que começar o turno vencendo pode tirá-lo da zona de rebaixamento e inflamar o torcedor, que tem o melhor share de presença do campeonato. Mas o Goiás tem um time muito bom, azeitado, cujo contra-ataque é fulminante. Confronto interessante, que pode mexer com o topo da tabela.

INTER X CORINTHIANS - Baita jogo. Tem muita rivalidade em campo, o Inter certamente quer uma revanche da final da Copa do Brasil e sabe que está à caça do Palmeiras, que enfrentará fora de casa na sequência. O Corinthians saiu do limbo e não é adversário fácil em momento algum. Tem tudo para ser um dos melhores jogos da rodada, porque o Corinthians ainda tem chances matemáticas de conquista e o Inter é favoritíssimo.

SÃO PAULO X FLUMINENSE - Jogo teoricamente fácil para o Tricolor paulista, mas o Tricolor caricoa tem sido uma pedra no sapato do hexacampeão. O São Paulo voltou ao normal, está lá em cima, na disputa. Passou maus momentos contra o Sport e perdeu dois zagueiros do trio que sustenta o time. Ricardo Gomes terá problemas para armar a defesa. O Fluminense tomou de 3 a 1 em casa para o Coxa, mas criou algumas boas chances e tem o garoto Kieza, que é esperto. O problema é a zaga, que não inspira confiança, contra um belo ataque paulista.

BOTAFOGO X SANTO ANDRÉ - O Bota não pode pensar em outra coisa que não seja vencer. Mostrou compromisso diante do Palmeiras, jogando bem e firme. O adversário está em queda-livre, tem elenco limitado e já começa a viver o desespero da luta pela sobrevivência. É jogo para o Botafogo combater mais seus próprios defeitos que a força do adversário.

SANTOS X GRÊMIO - O Peixe está na gangorra, ainda mais próximo da zona de rebaixamento que do G-4. Se não quiser sofrer no final, precisa começar a ganhar em casa. Assim como o Grêmio, que é fatal em casa mas fica mansinho fora. Jogo interessante, que pode dar pista do que farão no campeonato cada um dos times.

FLAMENGO X CRUZEIRO - Eita joguinho complicado esse. Flamengo no limiar da manutenção do sonho, não pode mais tropeçar em casa. O Cruzeiro pendurado a três pontos da zona de rebaixamento, em fase de reforma forçada, mas com um ataque capaz de incomodar a irregular zaga rubro-negra. É decisão, sem nada de sensacionalismo.

ATLÉTICO-MG X AVAÍ - Decisão também para o Galo, diante da mais grata surpresa do Brasileirão até agora. Decisão por que, cara-pálida? Porque se tropeçar em casa a síndrome de Celso Roth e da maldosa piada do refrigerante dois litros (maldosa mas que não deixa de refletir a própria carreira do treinador) vai bater forte. Desfigurado contra o Corinthians, o Galo mostrou que o elenco é limitado para o desafio do Brasileirão, falta gente. O Avaí é um garotão descompromissado convidado para uma festa cheia de beldades. No início ninguém dava bola, mas agora as moçoilas estão piscando o olho para o cara, que já desperta inveja nos playboys.

BARUERI X SPORT - Também é uma pequena decisão para ambos. O Sport precisa de pelo menos duas rodadas para sair da zona de rebaixamento, somou apenas 3 vitórias no campeonato e já perdeu 12 vezes. Tem aproveitamento pior do que tinha o Ipatinga em 2008. Qualquer derrota pesa como uma bigorna. O Barueri deu pinta de que pensaria grande, ainda pode fazê-lo, mas a mudança de técnico pode ter consequências drásticas.

domingo, agosto 16, 2009

Palmeiras oscila e

Inter se recupera


Dois dos principais postulantes ao título nacional da temporada mostram comportamentos distintos na reta de chegada do primeiro turno. Que já terminou para o Palmeiras e ainda terminará para o Inter em pleno andamento do returno.

O time paulista começou a oscilar no momento decisivo do turno. Empatou três vezes consecutivas, duas delas em casa e contra equipes que não eram adversários diretos: Grêmio e Botafogo. A equipe gaúcha retornou vitaminada do Japão e foi buscar pontos importantes, chegando ao mesmo aproveitamento do Palmeiras: 64%.

Alguns dados chamam a atenção nessas campanhas dos rivais. O Palmeiras não ganhou de nenhum dos atuais integrantes do G-4. Perdeu para Inter e Goiás e empatou com o Atlético Mineiro, sempre fora de casa. Jogará em seu estádio contra os três no returno. O Inter ganhou do Palmeiras em casa, ainda enfrentará o Galo pelo turno e derrotou o Goiás fora de casa.

No fechamento do turno para o Palmeiras, o empate com o Botafogo, no Palestra Itália, mostrou um time apressado, nervoso, fora de suas características. Teve mais chances de gol e as desperdiçou, deixando claro que a equipe precisa de mais força no que se refere a seus atacantes. A campanha ainda é muito boa, com apenas duas derrotas. Mas foram sete empates.

O Inter ganhou sem problemas do Santo André, jogando em um pasto chamado de estádio, e já alcançou dez vitórias no turno, podendo fechá-lo com 12. Perdeu quatro vezes, mas empatou apenas três.

As oscilações ainda acontecerão no campeonato. O momento em que elas se apresentam para cada time pode ser determinante. O Inter oscilnou no meio do turno. O Palmeiras, no fim. Ambos chegarão muito próximos no início do returno.

Não significa dizer que são os únicos a brigar pelo título. Atlético e Goiás têm campanhas muito parecidas e bastante próximas de paulistas e gaúchos. Avaí e São Paulo estão em plena retomada e não podem ser descartados.

sexta-feira, agosto 14, 2009

Juventus Rumo a Tóquio





faz uma viagem no tempo









Não vejo a hora de assistir a esse documentário. O estádio Conde Rodolfo Crespi, a Rua Javari, é um desses portais nos quais podemos viajar no tempo, visitar uma época já perdida, mas que surpreendentemente teima em existir naquele pequeno estádio.



O Juventus é o segundo time de todo paulistano. Durante muitos anos eu joguei bola na quadra de futsal que existe ao lado do campo da Rua Javari. Utilizávamos o vestiário que os profissionais usam quando jogam ali. Pequeno, antigo, acanhado, como a testemunhar uma época quem que o futebol era menos "business" e mais futebol.



Uma ocasião entrevistei o Éder, ex-ponta da Seleção, do Galo, do Grêmio, que jogava no União de Araras, naquele vestiário, depois de um jogo contra o Juventus. Os jogadores saíam no meio da torcida, que sempre é pequena. Havia alguns esperando o Éder, um cara de Copa do Mundo ali na Javari.



O estádio e o Juventus são testemunhas da história do nosso futebol. De como o esporte se desenvolveu nos bairros, seguindo os trilhos das ferrovias, abraçando imigrantes, como é o caso dos italianos da Mooca.



Quem gosta de futebol e de história não pode perder esse documentário, que mostra o clima antes e durante um jogo do Juventus contra o Linense, que valia vaga na Copa do Brasil.



Mais informações no http://www.rumoatoquio.wordpress.com/

quinta-feira, agosto 13, 2009

Adriano contra a Argentina

seria uma boa para o Brasil


Vem aí um jogo de arrepiar, o maior clássico do futebol mundial. Argentina e Brasil, em Rosário, a pedido de Maradona. O Gigante de Arroyito estará cheio e a terra vai tremer.

Time por time o Brasil é melhor, mas será uma espécie de final de Copa do Mundo para os argentinos. É jogo para gente grande.

Não tenho nenhum receio em afirmar que, se estivesse jogando, Ronaldo Fenômeno seria importantíssimo para essa partida.

Assim como acho que Adriano deveria ser convocado. Ele impõe respeito, não treme, e certamente vai assustar o time argentino, que anda na berlinda nas Eliminatórias.

Será, sem dúvida, o grande teste do Brasil desde a final da Copa América.
Palmeiras prova que

não é líder por acaso


Clássico com C maiúsculo no Mineirão, daqueles em que não se tira os olhos da TV ou, então, para quem foi ao campo, é possível sentir a vibração do jogo, o estádio sintonizado com o que acontece no gramado.

O 1 a 1 entre Palmeiras e Atlético Mineiro foi bom para derrubar algumas teses que circulam por aí e mostrar que no futebol não há verdades absolutas.

A primeira tese era de que Muricy - chamado de retranqueiro por alguns - trancaria o Palmeiras, jogaria para empatar. Não foi o que se viu. Desde o início o Palmeiras teve mais posse de bola e procurou jogar. Quando tomou o gol, numa sequência de falhas de Marcão e de Marcos, não se abateu e seguiu melhor no jogo, chegando a ostentar 60% de posse de bola.

A segunda tese que caiu é a do propalado medo de Celso Roth. Mesmo com desfalques importantes, assim como o rival, o Galo foi ousado quando foi precisou ousar, e jamais pecou pela omissão dentro do jogo.

Para os detratores de Muricy, o final de jogo palmeirense foi um bom argumento em contrário. O time segurou a bola no campo de ataque, pressionou e esteve muito mais próximo do segundo gol do que o Atlético.

Individualmente, foi um jogo de bons destaques. Marcos passou do céu ao inferno. Assim como o bom garoto Renan Oliveira fez o caminho inverso. Felizmente, a maioria da torcida do Galo apoiou o jogador, que tem bom futuro pela frente. E ter pênalti defendido por Marcos não é demérito para ninguém.

Cleiton Xavier teve o jogo nos pés duas vezes e desperdiçou, atuando abaixo do seu nível normal. Diego Souza foi preciso dentro da função determinada, atacando e compondo o meio. Bruno, o jovem goleiro do Galo, fez um partidaço e foi decisivo em duas defesas na segunda etapa. Carlos Alberto pela direita está em ótima fase na equipe mineira.

Tão criticado, Djalma Beltrami fez uma boa arbitragem, exceto o erro de interpretação na bola que não foi recuado por Renan e que ele entendeu ter sido.

O Palmeiras mostrou que não é líder por acaso, que está forte e consistente tanto tática quanto psicologicamente. Só deixa de brigar pelo título se houver uma grande queda de rendimento. O Galo tem um time veloz e corajoso, que ainda precisa equilibrar alguns pontos, em especial a chegada dos volantes e dos meias para jogarem com os atacantes.

Ah, a Seleção jogou ontem, né? Ganhou da Estônia por 1 a 0. Vale o regisro e só.

quarta-feira, agosto 12, 2009

Ainda sobre o calendário,

uma voz que também não

quer adequação ao europeu


Tem sido um bom debate, com muitos argumentos. Sigo pensando que mudar nosso calendário será uma ação que em nada vai alterar o curso das coisas e está sendo utilizada politicamente.
Penso exatamente como o ex-dirigente corintiano Antonio Roque Citadini e aqui reproduzo o que ele postou recentemente em seu blog.

É também parte da resposta ao comentário do internauta que se identifica como Jesus The Lord, que tem bons argumentos a favor da mudança. Mas sigo achando que não atentam para o cerne da questão e sempre acham que basta copiar a Europa para fazer o que é certo. Cheguei a ler a insanidade de que a Argentina fez isso com sucesso. Basta ver a penúria em que se encontra o futebol vizinho para perceber que a afirmação não se sustenta.

Há também a corrente que se considera politicamente correto, parte dela na mídia, que separa grupos entre o bem (sempre eles) e o mal. Acho que o debate precisa ser maior que isso.



Não ao calendário europeu

Por Antonio Roque Citadini


Uma corrente significativa - e de respeito - no mundo do Futebol defende a adoção do Calendário Europeu para o Brasil. Digo, desde já, que não é esta a minha opinião.

Imagino que seja um grande equívoco a adoção deste calendário, em que as competições ocorrem no Outono, Inverno e em parte da Primavera, pois estaria longe de resolver os principais problemas futebolísticos brasileiros.

Calendários de eventos são adaptações do homem ao tempo e, situando-se o Brasil no Hemisfério Sul, há claras diferenças com o Norte.

Embora sejamos um País de estações climáticas com definição menos precisa do que a Europa Central ou Estados Unidos, nada nos indica que devamos realizar nossas competições em situação que os europeus consideram a pior.

Entre os países do Norte, o ano de trabalho começa no Outono, em fins de Setembro, e se estende até o meados da Primavera. Neste espaço, concentra-se quase tudo, desde as atividades governamentais até o lançamento de programas de televisão, inclusive shows, óperas, concertos, livros, congressos etc. É a temporada das realizações e do trabalho. O período também coincide com todos os eventos esportivos.

O Verão é o tempo das férias, em que tudo para, do futebol aos parlamentos, dos shows à renovação das grades de TV. Os próprios governos entram em férias e não se agenda coisa alguma. Nada ganharíamos disputando campeonatos em tempo adverso, no auge do calor, quando muitos, e esperamos que cada vez mais pessoas, viajam para aproveitar as praias e descansar.

Pouco nos acrescentaria adotar este Calendário Europeu, até porque as janelas de transferência, que tanto incomodam ao esporte, são, basicamente, no meio e no final do ano. Só teríamos a perder.

Hoje, nos meses de Inverno brasileiro e Verão europeu, as TVs europeias são inundadas com transmissões de partidas de nossos campeonatos, uma vez que estão sem jogar. Isto desapareceria, já que somos concorrentes deste esporte na Europa.

Taí uma mudança quase "gattopardista": mudar tudo para deixar na mesma, ou pior do que já está.

terça-feira, agosto 11, 2009




PVC lança livro sobre


o mercado do futebol




O amigo e colega Paulo Vinícius Coelho, o PVC, vai lançar mais um livro, agora sobre o intrigante assunto que é o mercado do futebol, a venda de jogadores brasileiros para clubes do exterior. A obra se chama Bola Fora, pela Panda Books, e, mesmo sem ler, já afirmo que conta com as características básicas do trabalho do PVC: muita pesquisa - boa - e informação.


O lançamento será no dia 18 de agosto, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, em São Paulo, a partir das 19 horas.
Bate-rebate


Algumas respostas na saudável interação com quem me dá o prazer da visita.


* Sobre o calendário, um internauta identificado como Pedro S, desatento e desavisado, disse que eu não falo sobre isso no ar porque a Globo não deixa. Desavisado e desatento, porque já falei algumas vezes no Arena e no Redação, inclusive explicando porque o calendário da Espanha é como é, por causa do ano parlamentar, do ano escolar etc. Portanto, Pedro, pode criticar a vontade, mas antes se informe melhor.

*Ainda sobre o calendário, acho que algumas pessoas estão se iludindo com a adequação achando que as coisas vão melhorar apenas com isso. Outro dia estava pensando em algo. O que é pior, vender um jogador quando o time está sendo pensado, montado, na pré-temporada, ou no meio da mesma? E quem acha que a janelinha de fim de ano é inofensiva, verá que, se mudarem o calendário, ela será a mais prejudicial. Sei lá, só um ponto de vista.

* Sobre o comentário do Carlos, relativo ao São Paulo no Bom Dia SP, a sorte costuma acompanhar quem trabalha direito, o que vem sendo o caso do São Paulo. E sorte e azar fazem parte do jogo, amigo. Uns tens mais, outros menos. Mas quem não joga bem pode ter toda a sorte do mundo que não ganha jogo, nem campeonato.

*

segunda-feira, agosto 10, 2009

Seleção Brasileira e

os 9 mil da Estônia




E lá vai a Seleção Brasileira, a marca mais importante do futebol mundial, para mais um amistoso que nada acrescentará, diante de apenas 9 mil pessoas, na Estônia.

Confesso que pouca coisa conheço da Estônia, a não ser uma música do Marillion que tem o mesmo nome. E, claro, o básico, país báltico etc. Tallin foi o local em que o Brasil ganhou duas medalhas de ouro no iatismo na Olimpíada de Moscou, em 80. E termina meu conhecimento sobre a Estônia.

Recentemente comentei um jogo entre Estônia e Portugal pelo SporTV. O futebol é quase amador, a Seleção é bem fraquinha. O grande ídolo é o goleiro Mart Poom, que inclusive se despediu da seleção nesse amistoso contra Portugal.

Enfim, não tinha nada melhor não? Um adversário mais forte? Ou será que é tática enfrentar uma grande maioria de babas para seguir vencendo, mantendo o cachê alto e não provocar discussões em caso de resultados ruins?

sexta-feira, agosto 07, 2009

O que é um jogão?


Acho que Palmeiras e Grêmio fizeram um jogão. Tenso, pegado, disputado palmo a palmo em suor e estratégia. Podem existir muitas definições para um grande jogo, mas o de quinta-feira teve alguns ingredientes que contribuíram.

Estádio cheio, gramado em boa condição, dois times organizados e com padrão de jogo (ainda, claro, com defeitos a serem corrigidos), vontade de jogar. Um jogo com poucas faltas, que provou que pegada não é sinônimo de violência, com dois grandes goleiros e uma maioria de bons jogadores sobre alguns poucos mais fracos. Dois ótimos técnicos também ajudam.

Domingo estou escalado para trabalhar em São Paulo x Goiás. Tem tudo para ser mais um jogão.

E para você, o que define um jogão?

quarta-feira, agosto 05, 2009

Portuguesa quer Geninho

para o lugar de Bonamigo


Os dirigentes da Lusa já fritaram Paulo Bonamigo em óleo de sardinhada. Geninho é o nome que circula pelos corredores do Caningé. Nesta manhã de quarta o objetivo dos dirigentes do clube era encontrar um telefone quente do treinador.

Outro nome na pauta da Lusa é o de Mauro Fernandes.

Novidades devem ocorrer em breve.
Mais pitacos sobre o

tema do calendário

no futebol brasileiro


Tem sido uma discussão interessante, com muitos pontos de vista bem fundamentados e uma participação legal essa sobre o calendário do nosso futebol.

Deixo mais alguns exemplos do que penso e fundamento minha tese de que não é preciso adequar o calendário ao europeu.

Clube brasileiro só vai parar de vender jogador se houver uma significativa aproximação entre os valores do real e do euro. Isso, também, se o clube brasileiro for bem administrado e multiplicar seu faturamento. O maior faturamento no Brasil, hoje, é da casa de R$ 150 milhões, uma ninharia se comparado ao segundo e terceiro escalão da Europa.

Quem fica excitado pra vender jogador na janela do meio do ano são os empresários, que hoje são donos da maior fatia dos direitos econômicos dos atletas. Os clubes precisam se fortalecer e voltar a ser donos da maior parte dos direitos econômicos. Só assim podem fazer valer a força de serem detentores dos direitos federativos.

E se a janela abrir durantes as férias dos clubes, os jogadores podem ser negociados sem que os próprios clubes saibam. Com essa abertura no meio da temporada os clubes podem ter argumento para não vender ou até mesmo valorizar seus jogadores pedindo mais dinheiro. Dependendo de como se veja a janela, ela pode ser um instrumendo de defesa se aberta no meio do ano. E lembremos que há uma janelinha também no início da nossa temporada.

Se querem mesmo mexer no calendário e ter espaço para excursionar, os clube devem propor reduções no tempo dos campeonatos estaduais e uma adequação ao seu real tamanho. Aí seria possível disputar a Copa do Brasil durante todo o ano e com os times que estão na Libertadores participando, o que valorizaria a disputa.

Um espaço de quinze dias entre os estaduais e o Brasileiro poderia dar aos clubes a oportunidade de uma excursão ou intertemporada fora do País para buscar recursos.

Enfim, enquanto os clubes forem escravos dos empresários e dos agentes que só querem ganhar dinheiro e quanto mais e mais depressa melhor, podem inventar o calendário que quiserem. Nada mudará.

Ponto, pelo menos por enquanto, para o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, que parece disposto a sinalizar que o clube é maior que os empresários e grupos de investidores. Se outros seguirem seu caminho, em alguns anos nossos clubes estarão mais saudáveis.
Fluminense em busca de

algum lugar do passado


Confesso que é difícil entender o que passa na cabeça das pessoas que dirigem um time como o Fluminense. De tantas glórias, de tantas conquistas. Em um curto espaço de tempo retornam Renato Gaúcho, Branco e Valdir Espinosa, que recentemente já não serviam ao clube.

Com que critério? Com que objetivo. Registro aqui que acho Renato bom treinador, reconheço que Espinosa é um profissional experiente e que Branco tem uma grande identificação com o clube. Mas seriam eles a solução dos problemas? Um passo á frente, uma mudança de ares? Ou Branco ainda tem a receber do Fluminense? Ou o mesmo vale para Renato e Espinosa.

O que parece é que o Fluminense entrou numa zona de turbulência sem fim e que os dias que restam de 2009 serão de drama para os tricolores cariocas.

terça-feira, agosto 04, 2009

Mano descobre a pólvora:

Ronaldo está fazendo falta

Mano Menezes é um ótimo treinador de futebol e um cara muito inteligente. Por isso surpreende sua recente descoberta: a de que Ronaldo faz muita falta ao Corinthians. Essa descoberta os chineses fizeram lá no século IX, caro Mano, a pólvora.

Ronaldo, e só não percebe isso quem tem bronca contra o cara, é a razão do sucesso do Corinthians no primeiro semestre. Claro que o time foi bem armado, que Mano montou um esquema eficiente, mas é a partir da entrada e Ronaldo que aparece o diferencial, o ponto fora da curva. O menos fanático dos corintianos deve ter na ponta da língua as ocasiões em que Ronaldo tirou o time do sufoco com seus gols, ou mesmo com um passe que tirou da cartola.

Sem Ronaldo o Corinthians é mais um time bem arrumado, como existem muitos outros. Com todo respeito a Cristian, André Santos e Douglas, a saída dos três representa muito menos se comparada à ausência de Ronaldo. Mesmo pesadão e com 32 anos nas costas o Fenômeno é de outro planeta se comparado a quem joga por aqui.

O mesmo raciocínio vale para o líder Palmeiras. Cleiton Xavier e Diego Souza não passam perto do talento de Ronaldo, mas se um deles sair, o Verdão sofrerá. Se os dois saírem, fatalmente sucumbirá. Quem sou eu pra descobrir a pólvora, mas já que comecei com um clichê, fecho com outro: em terra de cego.....

segunda-feira, agosto 03, 2009

Argentina usa o calendário

europeu e afunda em crise


Há uma corrente de pensadores do futebol que merece todo o respeito, que afirma que a solução - ou parte dela - para os problemas do futebol brasileiro está na adequação do calendário nacional ao dos grandes países do futebol europeu. Respeito mas discordo radicalmente.

Já escrevi aqui e repito que há razões culturais, geográficas e até meteorológicas para o calendário europeu ser como é. O mesmo vale para o nosso futebol. Achar que basta fazer a nossa bola rolar simultaneamente à das potências européias para arrumar tudo é um mantra de alguns colegas. Na Espanha, por exemplo, o futebol segue o calendário parlamentar e escolar. No verão se faz o que o europeu gosta de fazer: viajar nas férias. No Brasil é bastante parecido.

A Argentina segue o calendário europeu há mais de dez anos. Seu mercado futebolístico é bem menor que o Brasileiro. Os clubes argentinos acumulam quase R$ 400 milhões em dívidas. E continuam a despejar jogadores no futebol europeu e mexicano, mesmo com a janela de transferências se abrindo quando o campeonato está em recesso. Só na Espanha há 309 jogadores argentinos. Mais 240 no México.

Enfim, não adianta achar que dando férias aos jogadores brasileiros em julho e colocando 40 equipes das Séries A e B para viajar de avião pelo País em plena alta temporada de verão bastará para organizar as coisas só par seguir o trem do pensamento politicamente correto e copiar a Europa.

O que falta é time bem administrado, transparência, boas idéias. Mesmo assim, continuaremos vendendo jogadores, em qualquer época do ano em que se abra a janela. É matemática pura e simples. Quem vai dizer não se oferecem 150 mil euros por mês contra 100 mil reais?
Que dizem os números

da rodada número 16 na

era dos pontos corridos?



Embora eu não seja um grande fã do uso dos números e de algumas estatísticas no futebol, alguns deles rendem bons minutos de diversão.

O Brasileirão 2009 chega à décima-sexta rodada mostrando o Palmeiras na liderança, ostentando o melhor aproveitamento nesse estágio da competição desde o advernto dos pontos corridos, em 2003. São 34 pontos em 48 disputados, aproveitamento de 70,8%. Em 2005 o Corinthians também tinha 34 pontos na décima-sexta rodada, mas havia uma diferença: o torneio tinha 22 participantes, ante os 20 de agora.

Vejamos pois, os líderes e suas pontuações nas rodadas de número 16 desde 2003:

2003 - Santos, 33 pontos
2004 -Palmeiras, 30 pontos
2005 - Corinthians, 34 pontos
2006 - São Paulo, 33 pontos
2007 - Botafogo, 31 pontos
2008 - Grêmio, 32 pontos

Em seis campeonatos disputados desta forma até agora, apenas o Corinthians e o São Paulo foram campeões após liderarem na décima-sexta rodada, que representa pouco mais de 42% da competição.

Ou seja, muita água vai rolar, embora os números sinalizem que a liderança do Palmeiras é consistente e não foi conquistada por acaso. Assim como o Atlético Mineiro mantém uma campanha muito boa. E o Goiás, terceiro colocado, vem em desabalada carreira em busca dos que puxam a fila.

Três campanhas de retomada chamam a atenção. O Botafogo, com 19 pontos, o Avaí, que saiu do limbo para os 23 pontos e já é top 10, e o atual tricampeão São Paulo, que com 24 já é o sétimo. O Tricolor paulista fará em casa seus dois próximos jogos, contra o Botafogo e o Goiás, atual terceiro colocado. Some-se a isso o fato de que Atlético Mineiro joga fora contra o Inter e pega o Palmeiras décima-oitava rodada. Ainda: depois do Botafogo o São Paulo pega o Goiás. O time de Ricardo Gomes, se continuar vencendo, pode encostar na turma da frente.

O mesmo vale para o Corinthians, muito mais na aritmética do que no futebol, que anda sumido desde o desmanche e a contusão de Ronaldo. Mano Menezes pediu um mês para remontar a equipe. A Fiel terá paciência? Essa paciência mostrará o rubro-negro com Andrade se o time continuar patinando em casa?

sábado, agosto 01, 2009

Um simples embarque e o

caos nos aeroportos mostra

0 longo caminho para 2014


Era um simples embarque para Recife, um voo corriqueiro que aguardava a mim e ao repórter Carlos Cereto no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Mas foi uma amostra de como o Brasil ainda está despreparado para receber a Copa do Mundo de 2014 no que se refere a infra-estrutura e logística.

Como o voo era um trecho de uma ligação internacional entre São Paulo e Paris, embarcamos no setor internacional. Antes, um festival de desinformação por parte dos funcionários da TAM. Ninguém sabia informar ao certo o portão de embarque, se era na ala nacional ou na internacional. Imagine se fosse um sueco, um japonês pedindo a mesma informação.

As filas são intermináveis, o aeroporto não suporta a demanda de um dia coalhado de voos internacionais, como era a sexta-feira 31 de julho, alta temporada turística. E estávamos no maior aeroporto do País.

Fala tudo, principalmente orientação visual, gente para dar informação correta e opções de descanso e alimentação. Há poucos restaurantes, quase todos ruins e caríssimos. As mudanças de portão de embarque são frequentes e mal informad de sinalizas. Para se ter uma idéia, os painéis de sinalização apontavam um portão, os cartões de embarque outro, e os funcionários da TAM um terceiro portão. Quem estivesse atrasado, nem que fossem cinco minutos, perderia o voo.

Pensei na hipótese de legiões de italianos desembarcando em São Paulo para um jogo da Azzurra. Os "romanos" fatalmente se transformariam em bárbaros na busca por um táxi, na batalha por informações.

São praticamente 4 anos até a Copa voltar ao Brasil e pouco se fez em infra-estrutura. Do jeito que está, será um mico de proporções mundiais para quem anda criticando a África do Sul. Estamos muito à frente, mas ainda bem longe do que se pode considerar razoável. Principalmente para um País que adora ser estilingue mas em 2014 será a vidraça do mundo.