Grêmio confirma, e o
Corinthians dá vexame
Para o Grêmio era só mais um jogo de Libertadores (atenção, coleguinhas, não existe pré-Libertadores, essa fase já faz parte da competição continental). Acostumado que está a jogar o torneio, ambientado, mesmo ainda sem se refazer da perda de Jonas, tomou um susto mas passou sem atropelos pelo Liverpool.
Na teoria, o grupo do time gaúcho é bem tranquilo, com Oriente Petrolero, Júnior Barranquilla e León de Huánuco. Com a contratação de Escudero, a função que era exercida por Jonas pode ser pelo menos ocupada por alguém, sem comparar desempenhos individuais.
O Grêmio confirmou seu espírito copeiro e a competitividade, seguindo adiante, sem grandes surpresas, tratando o jogo como apenas mais uma etapa a ser cumprida.
Bem diferente do Corinthians, que transformou num drama de proporções bíblicas seu confronto diante do modesto Tolima colombiano.
O vexame alvinegro tem uma série de motivos. Tal qual uma enchente, uma inundação, que começa com pequenas incompetências e termina numa tragédia.
A primeira é a postura. Digam o que quiserem, mas o Corinthians não se sente confortável na Libertadores, sempre joga como se as chuteiras estivessem apertadas ou dormindo na casa de parentes. Isso passa pela direção, pela comissão técnica e pelos jogadores. O clima de incerteza contamina todo mundo e estoura no desespero do torcedor.
Os erros somaram-se e estão sendo apontados há tempos. Primeiro, o time caiu na fase preliminar por pura incapacidade de derrotar o time reserva do Goiás, na última rodada do Brasileirão. Soube nesse mesmo dia que perderia seu melhor zagueiro e capitão, William, e seu principal jogador, Elias. Não contratou ninguém com as mesmas características para substituí-los.
Ciente disso, Tite insistiu em tentar montar um time como se William e Elias ainda pairassem pelo Parque São Jorge.
E para ornar esse bolo de equívocos estão cerejas das mais caras do mundo: Roberto Carlos e Ronaldo. Quem contrata jogadores desse quilate e desse preço, espera que eles sejam decisivos. Ronaldo foi em 2009, e Roberto Carlos não conseguiu ser até agora. Fora isso, um jogador da experiência dele vir a público e dizer que está com medo antes de um jogo contra o Tolima é qualquer coisa.
Ronaldo foi um dos maiores atacantes de todos os tempos, mas é uma peça inútil atualmente. Mais atrapalha do que ajuda. Roberto Carlos tem sido um jogador nota 6, 6,5. Isso Fábio Santos também é e custa um terço, se custa. São problemas que o Corinthians terá de administrar agora. Como bem frisou o Caio Ribeiro, não adianta o Ronaldo dizer que está atordoado e continuar se arrastando em campo.
Assim como Tite. Sem tomar gols fora de casa, o Corinthians sabia que qualquer empate com rede balançando era dele. Mas só foi ser ousado no segundo tempo. Por que? Tite é bom treinador, mas preso demais a pranchetas voadoreas e teorias táticas. O futebol não vive apenas disso, tem observações mais práticas e menos teóricas e muitas vezes o individual quebra o galho do coletivo.
Verdão e Peixe (ou Elano?) na boa
E lá vai Felipão, quietinho, quietinho, pacificando o Palmeiras e levando o time à ponta do Paulista. O time jogou mais que o Mirassol, mostrando algo que não tinha em 2010: finalizações sem a bola parada de Assunção. E o próprio técnico deu uma pista: pernas. Com muitos jovens em campo, o time corre mais e melhor. Os resultados desanuviam o clima. O time chega encorpado para o clássico contra o destroçado Corinthians. Mas clássico é clássico e vice-versa, dizem os filósofos.
O Santos ganhou um ponto no divertido empate com a Ponte, em Campinas. Jogo bom de se ver, animado, movimentado. A Ponte jogou melhor, mas no meio do caminho tinha uma pedra chamada Elano. Dá gosto de ver esse rapaz jogando bola. Fez um de falta, e deu uma arrancada épica para finalizar com um toque genial de calcanhar para Maikon Leite empatar. Elano é simples, direto e objetivo.
Ponte e Santos mostraram que mesmo bastante desfalcadas são capazes de oferecer um bom jogo de futebol. Foi o que fizeram.
E hoje tem Rivaldo em campo, aos 38 anos, estreando pelo São Paulo contra o Linense.
Aproveito e convido os frequentadores do blog para acompanhara nesta sexta-feira, a partir das 14 horas, um Arena SporTV especial sobre a geração do penta de 2002. Espero vocês. Abraços.