Feliz Natal!
Até 2011!!
O blog volta no ano que vem. Futebol e esporte agora, só na próxima temporada.
Paz, saúde e felicidades para todos.
terça-feira, dezembro 21, 2010
sexta-feira, dezembro 17, 2010
Dubai
Já que o Inter brasileiro não ajudou muito, pegamos o carro e fomos até Dubai, conhecer esse novo ícone do turismo mundial. Viagem rápida, estrada espetacular. A execução das obras nos Emirados Árabes Unidos deveria servir de exemplo para o Brasil. Asfalto sem buracos, viadutos perfeitamente projetados e executados. Nada que lembre nossas obras tipicamente brasileiras, que precisam de remendos a cada ano para sustentar empreiteiras e políticos.
Mas e Dubai? É uma mistura de Miami, Las Vegas e a Metrópolis de Fritz Lang no cinema. Você passeia por Dubai e quase é possível ouvir o Queen cantando Radio Gaga, no clipe que usa as imagens do filme de Lang.
Parece uma cidade cenográfica, mas é bem interessante, reconheço. Parece ser mais cidade, com alma, pulsação, que Abu Dabi, sua irmã.
Há em Dubai aquele ingrediente kitsch que os novos-ricos adoram, um exagero proposital que tem como único objetivo dizer ao mundo o seguinte recado: vinde endinheirados, que aqui seu dinheiro será bem gasto.
Mas há algo com um objetivo mais nobre por trás dessa aparente sandice de erguer catedrais do turismo e do consumo em meio às dunas do deserto. Garantir uma sobrevida aos Emirados Árabes Unidos. Os emires ou xeques detectaram que há petróleo para sustentar mais 20 anos de riqueza. Depois disso, esperam eles, será o turismo de eventos e negócios que sustentará o pequeno país de 39 anos de história.
Dizem que Dubai está quebradinho, e que o xeque que manda em Abu Dabi e é o presidente do país emprestou 50 bilhões de dólares ao irmão que administra a outra cidade e é o primeiro-ministro.
Só sei que Dubai me pareceu mais viva que Abu Dabi.
Mas são dois dos novos pontos de encontro e geração de emprego, de vida e cultura no mundo. Há gente de toda parte, de todas as raças.
É salutar ver povos de diferentes crenças e costumes dividindo o mesmo espaço sem probelmas. Não se vê aqui o radicalismo e a intolerância religiosa. Pelo menos na vida pública.
Há variadas opções de turismo. Deserto, mergulho, cavalos. Mas parece que os shoppings substituem os poços de petróleo.
Há de todos os tamanhos. O Dubai Mall pareceu ser o mais impressionate, com um show de águas dançantes e prédios que parecem disputar a tapa qual é o mais alto.
Enfim, um lugar para o qual deu vontade de voltar.
Já que o Inter brasileiro não ajudou muito, pegamos o carro e fomos até Dubai, conhecer esse novo ícone do turismo mundial. Viagem rápida, estrada espetacular. A execução das obras nos Emirados Árabes Unidos deveria servir de exemplo para o Brasil. Asfalto sem buracos, viadutos perfeitamente projetados e executados. Nada que lembre nossas obras tipicamente brasileiras, que precisam de remendos a cada ano para sustentar empreiteiras e políticos.
Mas e Dubai? É uma mistura de Miami, Las Vegas e a Metrópolis de Fritz Lang no cinema. Você passeia por Dubai e quase é possível ouvir o Queen cantando Radio Gaga, no clipe que usa as imagens do filme de Lang.
Parece uma cidade cenográfica, mas é bem interessante, reconheço. Parece ser mais cidade, com alma, pulsação, que Abu Dabi, sua irmã.
Há em Dubai aquele ingrediente kitsch que os novos-ricos adoram, um exagero proposital que tem como único objetivo dizer ao mundo o seguinte recado: vinde endinheirados, que aqui seu dinheiro será bem gasto.
Mas há algo com um objetivo mais nobre por trás dessa aparente sandice de erguer catedrais do turismo e do consumo em meio às dunas do deserto. Garantir uma sobrevida aos Emirados Árabes Unidos. Os emires ou xeques detectaram que há petróleo para sustentar mais 20 anos de riqueza. Depois disso, esperam eles, será o turismo de eventos e negócios que sustentará o pequeno país de 39 anos de história.
Dizem que Dubai está quebradinho, e que o xeque que manda em Abu Dabi e é o presidente do país emprestou 50 bilhões de dólares ao irmão que administra a outra cidade e é o primeiro-ministro.
Só sei que Dubai me pareceu mais viva que Abu Dabi.
Mas são dois dos novos pontos de encontro e geração de emprego, de vida e cultura no mundo. Há gente de toda parte, de todas as raças.
É salutar ver povos de diferentes crenças e costumes dividindo o mesmo espaço sem probelmas. Não se vê aqui o radicalismo e a intolerância religiosa. Pelo menos na vida pública.
Há variadas opções de turismo. Deserto, mergulho, cavalos. Mas parece que os shoppings substituem os poços de petróleo.
Há de todos os tamanhos. O Dubai Mall pareceu ser o mais impressionate, com um show de águas dançantes e prédios que parecem disputar a tapa qual é o mais alto.
Enfim, um lugar para o qual deu vontade de voltar.
quarta-feira, dezembro 15, 2010
Abu Dabazo
Não há como negar. Eu achava que o Inter ganharia sem grandes problemas do Mazembe. Eu e muita gente, com certeza. Até o mais gremista dos gremistas não sonharia com o Abu Dabazo Colorado.
Juro que não é preconceito, longe disso. Passei 43 dias na África, feliz e contente de conhecer o continente, ver a alegria do povo, o respeito tão raro de acontecer por parte do mundo.
Mas não dá, simplesmente não dá para um grande time brasileiro ser derrotado por uma equipe do Congo. Não pode. Aconteceu e foi merecido por parte do Mazembe. Mas eu não me iludo. O Inter perdeu muito mais do que o Mazembe e seu endiabrado goleiro venceram.
Meu primeiro post aqui de Abu Dabi dizia que o Inter precisava se impor. Não se impôs, mesmo quando jogou melhor, mesmo quando criou e desperdiçou chances.
Aí o gaiato peruntaria, mas o que é se impor, comentarista?
No caso em questão é ser Inter, ser time brasileiro, ser o time melhor. Fazer o adversário engolir seu estilo, entrar em campo e madar o recado: seguinte, vocês vão jogar o jogo que eu quero e não tem discussão. Isso o Inter não fez em momento algum.
Celso Roth, que é bom técnico, teve uma noite péssima em termos de leitura de jogo. Isso Lédio Carmona e eu dissemos ainda antes de o Mazembe fazer 1 a 0, na transmissão de ontem do SporTV. Sóbis tinha perdido gols? Tinha, mas era o único atacante que levava perigo. Tinga jogou o fino? Não, mas desempenhava mais que o sumido D'Alessandro. Alecssandro, tão criticado, jogou bem? Longe disso, mas lembremos que a grande chance de Sóbis logo no começo foi passe dele.
Estrategicamente, o Inter foi desastroso. Com dois homens de contenção não se pode tomar dois gols como o Inter tomou. No primeiro, a zaga desprotegida e Bolívar e Índio admirando apenas a matada e a finalização de Kabangu. No segundo, chutão do goleiro e Kaluyiutuka fez o que quis de Guiñazu (irreconhecível) e tocou no canto de Renan.
A dor colorada jamais será superada. Eu sempre achei essa semifinal da Copa do Mundo de Clubes mais traiçoeira que a final. Em 2005 o São Paulo tomou sufoco do time árabe, em 2006 o Inter suou com os egípcios, e agora veio a consagração africana. '
É muita concentração para um jogo só. A preparação começa no dia seguinte à conquista da Libertadores, e a bola só rola seis meses depois. E não tem jogo de volta. Vacilos são imperdoáveis.
Sobre o Mazembe, dizer o que? Não é um grande time, está longe até de ser um bom time. Tem as características básicas do jogo africano. Preparo físico, força e coragem. Taticamente foi deisciplinado, mas mesmo assim o Inter esteve várias vezes na cara do gol. Kidiaba, mesmo meio sem jeito, pegou muito.
A questão que fica do estilo africano é o jogo dos duelos individuais, o chamado mano a mano. Nessa, quase sempre o atacante africano leva vantagem. Aprimorando a técnica, o futuro pode ser mais sorridente.
Apesar de que vimos a história ser feita em Abu Dabi. Futebol olímpico é uma coisa, futebol com o carimbo da Fifa é outro. E a África chegou pela primeira vez a uma final sob a chancela da Fifa.
Será a vez da Coréia do Sul esta noite?
Não há como negar. Eu achava que o Inter ganharia sem grandes problemas do Mazembe. Eu e muita gente, com certeza. Até o mais gremista dos gremistas não sonharia com o Abu Dabazo Colorado.
Juro que não é preconceito, longe disso. Passei 43 dias na África, feliz e contente de conhecer o continente, ver a alegria do povo, o respeito tão raro de acontecer por parte do mundo.
Mas não dá, simplesmente não dá para um grande time brasileiro ser derrotado por uma equipe do Congo. Não pode. Aconteceu e foi merecido por parte do Mazembe. Mas eu não me iludo. O Inter perdeu muito mais do que o Mazembe e seu endiabrado goleiro venceram.
Meu primeiro post aqui de Abu Dabi dizia que o Inter precisava se impor. Não se impôs, mesmo quando jogou melhor, mesmo quando criou e desperdiçou chances.
Aí o gaiato peruntaria, mas o que é se impor, comentarista?
No caso em questão é ser Inter, ser time brasileiro, ser o time melhor. Fazer o adversário engolir seu estilo, entrar em campo e madar o recado: seguinte, vocês vão jogar o jogo que eu quero e não tem discussão. Isso o Inter não fez em momento algum.
Celso Roth, que é bom técnico, teve uma noite péssima em termos de leitura de jogo. Isso Lédio Carmona e eu dissemos ainda antes de o Mazembe fazer 1 a 0, na transmissão de ontem do SporTV. Sóbis tinha perdido gols? Tinha, mas era o único atacante que levava perigo. Tinga jogou o fino? Não, mas desempenhava mais que o sumido D'Alessandro. Alecssandro, tão criticado, jogou bem? Longe disso, mas lembremos que a grande chance de Sóbis logo no começo foi passe dele.
Estrategicamente, o Inter foi desastroso. Com dois homens de contenção não se pode tomar dois gols como o Inter tomou. No primeiro, a zaga desprotegida e Bolívar e Índio admirando apenas a matada e a finalização de Kabangu. No segundo, chutão do goleiro e Kaluyiutuka fez o que quis de Guiñazu (irreconhecível) e tocou no canto de Renan.
A dor colorada jamais será superada. Eu sempre achei essa semifinal da Copa do Mundo de Clubes mais traiçoeira que a final. Em 2005 o São Paulo tomou sufoco do time árabe, em 2006 o Inter suou com os egípcios, e agora veio a consagração africana. '
É muita concentração para um jogo só. A preparação começa no dia seguinte à conquista da Libertadores, e a bola só rola seis meses depois. E não tem jogo de volta. Vacilos são imperdoáveis.
Sobre o Mazembe, dizer o que? Não é um grande time, está longe até de ser um bom time. Tem as características básicas do jogo africano. Preparo físico, força e coragem. Taticamente foi deisciplinado, mas mesmo assim o Inter esteve várias vezes na cara do gol. Kidiaba, mesmo meio sem jeito, pegou muito.
A questão que fica do estilo africano é o jogo dos duelos individuais, o chamado mano a mano. Nessa, quase sempre o atacante africano leva vantagem. Aprimorando a técnica, o futuro pode ser mais sorridente.
Apesar de que vimos a história ser feita em Abu Dabi. Futebol olímpico é uma coisa, futebol com o carimbo da Fifa é outro. E a África chegou pela primeira vez a uma final sob a chancela da Fifa.
Será a vez da Coréia do Sul esta noite?
terça-feira, dezembro 14, 2010
CBF respeitou a história
Mas faço apenas um reparo à decisão de reconhecer os títulos nacionais a partir de 1959. A Taça Brasil deveria ser equivalente à Copa do Brasil
Sou daqueles que concordam com a decisão que a CBF deve referendar em breve, de reconhecer como títulos nacionais os torneios disputados entre 1959 e 1970, que eram chamados de Robertão, Taça Brasil e Taça de Prata.
Assim como o mundo não começou depois de Cristo, o futebol brasileiro também não brotou em 1971 em termos de disputas nacionais. Havia vida antes disso.
Ou como diz meu companheiro de transmissão aqui em Abu Dabi Lédio Carmona, "será que nossos avós e pais eram todos otários ao comemorar aqueles títulos?''
Para mim, seria o mesmo que achar que o primeiro brasileiro nasceu na madrugada de 8 de setembro de 1822, depois de Dom Pedro cortar os laços que nos uniam a Portugal. Antes disso eram todos portugueses desterrados para além-mar, ou nascidos no desconhecido Novo Mundo?
Pena que tudo que envolve discussão de futebol no Brasil acabe caindo no clubismo raso. Quem torce para um time que não ganhou nada entre 1959 e 1970, acha ridículo que esses títulos sejam reconhecidos. Quem torce para os times que ganharam muito naquele período, concorda, mas não argumenta.
Eu passo por cima dessa história de torcida e de clube. O que me interessa é argumentar historicamente com o que eu penso ser o correto.
A partir de 1959, o Brasil deixou de ser o Rio-São Paulo em termos de futebol. Tanto que foi o Bahia o primeiro time a conquistar um torneio realmente nacional e disputar a primeira Libertadores, em 1960.
Não acho que se possa jogar na mesma vala o Brasil de 1959 com o do século 21. Naquele tempo, era daquele jeito que dava para se fazer um torneio nacional e ponto. Alguns dos maiores times do futebol brasileiro em todos os tempos foram formados naquela época. O Santos de Pelé, a Academia do Palmeiras, o Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes.
O Nordeste, sempre esquecido pelo Sul Maravilha, também merece ser lembrado. Com o Bahia em 1959, com o Náutico vice-campeão da Taça Brasil de 1967.
Era aquela a representatividade do futebol brasileiro naquela época, em perspectiva histórica.
O que houve a partir de 1971 foi um projeto de adequação política do futebol a uma realidade ditatorial, usando a paixão como propaganda. O tal do onde a Arena vai mal, um time no Nacional. Houve edições com mais de 90 times.
Discordo, também, dos que arguentam que a questão é de nomenclatura. Porque o Campeonato Brasileiro, esta vaca sagrada tida desde 1971, foi chamado de Campeonato Nacional, Copa Brasil, Copa União e João Havelange. Porque todos esses seriam mais ou menos legítimos que os dos anos 60?
É algo como comprar um Gol em 1985 e um Gol atualmente. Óbvio que não é o mesmo carro, a tecnologia mudou, o motor, o preço. Mas é o Gol.
Enfim, na verdade eu nunca entendi direito porque a CBD e posteriormente a CBF demoraram tanto para reconhecer o óbvio e chamar de campeões nacionais os times que ganharam esses torneios.
A ressalva que faço é em relação à Taça Brasil, que acho que deveria ser equiparada à Copa do Brasil e reconhecida como tal.
Mas isso é uma outra história.
Mas faço apenas um reparo à decisão de reconhecer os títulos nacionais a partir de 1959. A Taça Brasil deveria ser equivalente à Copa do Brasil
Sou daqueles que concordam com a decisão que a CBF deve referendar em breve, de reconhecer como títulos nacionais os torneios disputados entre 1959 e 1970, que eram chamados de Robertão, Taça Brasil e Taça de Prata.
Assim como o mundo não começou depois de Cristo, o futebol brasileiro também não brotou em 1971 em termos de disputas nacionais. Havia vida antes disso.
Ou como diz meu companheiro de transmissão aqui em Abu Dabi Lédio Carmona, "será que nossos avós e pais eram todos otários ao comemorar aqueles títulos?''
Para mim, seria o mesmo que achar que o primeiro brasileiro nasceu na madrugada de 8 de setembro de 1822, depois de Dom Pedro cortar os laços que nos uniam a Portugal. Antes disso eram todos portugueses desterrados para além-mar, ou nascidos no desconhecido Novo Mundo?
Pena que tudo que envolve discussão de futebol no Brasil acabe caindo no clubismo raso. Quem torce para um time que não ganhou nada entre 1959 e 1970, acha ridículo que esses títulos sejam reconhecidos. Quem torce para os times que ganharam muito naquele período, concorda, mas não argumenta.
Eu passo por cima dessa história de torcida e de clube. O que me interessa é argumentar historicamente com o que eu penso ser o correto.
A partir de 1959, o Brasil deixou de ser o Rio-São Paulo em termos de futebol. Tanto que foi o Bahia o primeiro time a conquistar um torneio realmente nacional e disputar a primeira Libertadores, em 1960.
Não acho que se possa jogar na mesma vala o Brasil de 1959 com o do século 21. Naquele tempo, era daquele jeito que dava para se fazer um torneio nacional e ponto. Alguns dos maiores times do futebol brasileiro em todos os tempos foram formados naquela época. O Santos de Pelé, a Academia do Palmeiras, o Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes.
O Nordeste, sempre esquecido pelo Sul Maravilha, também merece ser lembrado. Com o Bahia em 1959, com o Náutico vice-campeão da Taça Brasil de 1967.
Era aquela a representatividade do futebol brasileiro naquela época, em perspectiva histórica.
O que houve a partir de 1971 foi um projeto de adequação política do futebol a uma realidade ditatorial, usando a paixão como propaganda. O tal do onde a Arena vai mal, um time no Nacional. Houve edições com mais de 90 times.
Discordo, também, dos que arguentam que a questão é de nomenclatura. Porque o Campeonato Brasileiro, esta vaca sagrada tida desde 1971, foi chamado de Campeonato Nacional, Copa Brasil, Copa União e João Havelange. Porque todos esses seriam mais ou menos legítimos que os dos anos 60?
É algo como comprar um Gol em 1985 e um Gol atualmente. Óbvio que não é o mesmo carro, a tecnologia mudou, o motor, o preço. Mas é o Gol.
Enfim, na verdade eu nunca entendi direito porque a CBD e posteriormente a CBF demoraram tanto para reconhecer o óbvio e chamar de campeões nacionais os times que ganharam esses torneios.
A ressalva que faço é em relação à Taça Brasil, que acho que deveria ser equiparada à Copa do Brasil e reconhecida como tal.
Mas isso é uma outra história.
segunda-feira, dezembro 13, 2010
Inter precisa se impor
Abu Dabi- Na teoria, claro que o Inter tem tudo para atropelar o Mazembe, do Congo, e partir para a final do Mundial de Clubes, provavelmente contra seu xará italiano de Milão. Mas como dizem, na teoria, a prática é outra coisa.
Acho que o segredo para o time do Celso Roth é se impor desde o início. Vi alguma coisa do treino dito secreto de ontem, por uma fresta da grade de proteção, que na verdade protege pouca coisa.
Fica evidente que a intenção do treinador é impor a pressão desde o início, jogar no campo do adversário, driblar uma provável retranca e evitar os contragolpes. Foi isso que vi em pouco tempo de treino, o objetivo era claramente esse.
Guinãzu era o homem mais recuado, embora já dentro do campo adversário. Tinga recuando para buscar jogo, Nei e Kléber bem abertos pelos lados e todos os outros jogadores do meio para a frente se mexendo muito. Apenas os zagueiros estavam fora desse trabalho.
Também pareceu claro que Roth tentará usar Alecsandro como isca, puxando a marcação para fora da área, atraindo os zagueiros e abrindo espaço para Tinga e D'Alessandro. Ainda que eu prefira Giuliano no time titular, é uma boa estratégia.
Nunca vi o Mazembe jogar ao vivo, mas os comentários são de que o meio-campo Sunzu, que foi expulso, era o melhor jogador do time. Também argumentam os que viram o jogo contra o Pachuca (eu estava viajando para Abu Dabi) que a equipe cansa rápido e não tem um preparo físico exuberante.
Em 2006, vi de dentro de campo, em Tóquio a semifinal entre Inter e Al Ahli, do Egito. Pato fez 1 a 0 e o jogo parecia calmo. Flávio empatou e houve um período de insegurança do Inter que quase custou caro. O time egípcio teve chance de virar, até que Luís Adriano fez 2 a 1. Jogo que era para ser fácil, mas que ficou difícil pela ansiedade e o nervosismo.
O torcedor colorado em Abu Dabi esbanja confiança. Nesta terça o time deve confirmar.
quinta-feira, dezembro 09, 2010
Se você pudesse definir
o futebol em uma frase?
Eu acho praticamente perfeita a definição de Léo Júnior, o Júnior, um dos grandes da lateral esquerda e do meio-campo no Flamengo, na Seleção Brasileira e no mundo.
Diz o nosso Léo:
"Quem tem a bola se diverte, quem não tem, corre atrás".
É isso. Simples, direto. Quem fica com a bola faz o adversário correr atrás, se cansar e, principalmente, não se divertir, porque a bola nuca está com ele.
Básico. Embora existam muitos "professores" de futebol formados por escolas não se sabe de onde que insistam em negar essa máxima.
Longa vida ao Léo!
o futebol em uma frase?
Eu acho praticamente perfeita a definição de Léo Júnior, o Júnior, um dos grandes da lateral esquerda e do meio-campo no Flamengo, na Seleção Brasileira e no mundo.
Diz o nosso Léo:
"Quem tem a bola se diverte, quem não tem, corre atrás".
É isso. Simples, direto. Quem fica com a bola faz o adversário correr atrás, se cansar e, principalmente, não se divertir, porque a bola nuca está com ele.
Básico. Embora existam muitos "professores" de futebol formados por escolas não se sabe de onde que insistam em negar essa máxima.
Longa vida ao Léo!
Goiás: sonho e pesadelo
Foi uma pena. Pelo que jogou em 210 minutos, o Goiás merecia o título da Copa Sul-americana. Mas futebol não é merecimento, é competência e eficiência.
O sonho do primeiro grande título esteve palpável para os esmeraldinos. O segundo tempo do período normal teve várias chances claras de gol, ante um adversário com pouco futebol e menos pernas. A sorte que sobrou nos dois gols marcados em Goiânia faltou em um par de lances.
Vieram os pênaltis, que são qualquer coisa, menos loteria. Felipe pegou mal demais na bola, mascado, prensado na grama, o que tirou o esférico (essa é boa!) da trajetória pensada e prevista.
Foi o que bastou para que o Goiás e sua torcida despertassem do sonho da glória para a dura realidade da Série B do Brasileirão em 2011.
Não se pode criticar o time, que foi guerreiro, foi digno e honrou o clube, que não havia honrado a torcida e sua história com uma sucessão de barbaridades administrativas.
No futebol brasileiro é quase sempre assim, um pequeno número de cartolas compromete a instituição, arrebenta com qualquer planejamento, mas a dor da derrota, o sofrimento, ficam para os torcedores e os jogadores.
Ainda assim, esse grupo de jogadores que conquistou o vice-campeonato da Sul-americana merece todo o respeito e reconhecimento da torcida esmeraldina.
Enquanto isso, lá vai o Grêmio, premiado pela desgraça goiana, para mais uma Libertadores. Estava na lista de espera, os esmeraldinos perderam o voo e deu no que deu. Grêmio e Libertadores na mesma frase provocam alerta na concorrência.
Será que 2011 verá o primeiro Gre-Nal em Libertadores da história? Seria espetacular.
Foi uma pena. Pelo que jogou em 210 minutos, o Goiás merecia o título da Copa Sul-americana. Mas futebol não é merecimento, é competência e eficiência.
O sonho do primeiro grande título esteve palpável para os esmeraldinos. O segundo tempo do período normal teve várias chances claras de gol, ante um adversário com pouco futebol e menos pernas. A sorte que sobrou nos dois gols marcados em Goiânia faltou em um par de lances.
Vieram os pênaltis, que são qualquer coisa, menos loteria. Felipe pegou mal demais na bola, mascado, prensado na grama, o que tirou o esférico (essa é boa!) da trajetória pensada e prevista.
Foi o que bastou para que o Goiás e sua torcida despertassem do sonho da glória para a dura realidade da Série B do Brasileirão em 2011.
Não se pode criticar o time, que foi guerreiro, foi digno e honrou o clube, que não havia honrado a torcida e sua história com uma sucessão de barbaridades administrativas.
No futebol brasileiro é quase sempre assim, um pequeno número de cartolas compromete a instituição, arrebenta com qualquer planejamento, mas a dor da derrota, o sofrimento, ficam para os torcedores e os jogadores.
Ainda assim, esse grupo de jogadores que conquistou o vice-campeonato da Sul-americana merece todo o respeito e reconhecimento da torcida esmeraldina.
Enquanto isso, lá vai o Grêmio, premiado pela desgraça goiana, para mais uma Libertadores. Estava na lista de espera, os esmeraldinos perderam o voo e deu no que deu. Grêmio e Libertadores na mesma frase provocam alerta na concorrência.
Será que 2011 verá o primeiro Gre-Nal em Libertadores da história? Seria espetacular.
segunda-feira, dezembro 06, 2010
Flu, incontestável
A nação tricolor das Laranjeiras exulta. O Fluminense retornou ao seu lugar, o de grande campeão que sempre foi. Mais um gigante do futebol brasileiro que desperta do sono. Bom para o futebol brasileiro, ruim para a concorrência.
O Flu ganhou a Copa do Brasil em 2007, foi vice da Libertadores em 2008, vice da Sul-americana em 2009 e campeão brasileiro de 2010.
Ou seja: está chegando quase sempre, disputando. Ganhar não é fácil. Mas só ganha quem disputa títulos com frequência, o que o Fluminense voltou a fazer. nas últimas quatro temporadas.
Os números comprovam que, de fato, o Flu foi o time campeão. Maior número de vitórias, menor número de derrotas e melhor saldo de gols, defesa menos vazada. Só não foi o melhor ataque .
Um título incontestável, que premia a capacidade também inquestionável de Muricy Ramalho. Quatro títulos em seis temporadas do torneio nacional mais difícil do planeta.
Houve quem argumentasse que Muricy só ganhava com o São Paulo por causa da estrutura do São Paulo. Ele saiu do clube, que não ganhou mais nada, e ele faturou mais uma.
Houve quem dissesse que se fosse bom mesmo teria sido campeão com o Palmeiras em 2009, que teria dado ao time o perfil vencedor que parece ter perdido. Pois o Palmeiras segue perseguindo o perfil vencedor, que Muricy deu ao Fluminense nessa temporada.
Mais uma vez, a competência falou mais alto. E de novo um grande clube com administração problemática acaba se encontrando graças a uma parceria ou patrocinador forte, como é o caso atual do Flu.
Cruzeiro e Corinthians merecem aplausos também. Chegaram vivos à rodada final e estiveram perto de vencer uma competição que cairia bem em qualquer dos três colos.
O Corinthians demonstrou uma inexplicável falta de apetite no jogo final. Parecia anestesiado, esperando por uma brecha que o Goiás raramente deu, mesmo com os reservas. Ou então confiando que o Guarani fizesse o serviço que não fez.
O Cruzeiro, que para mim foi o time que mostrou os momentos de melhor futebol do campeonato, também suou para ganhar dos reservas do Palmeiras. Mesmo assim, ainda beliscou um vice pra lá de honrado.
O que fica de um Brasileiro cada vez mais equilibrado, embora nem por isso brilhante, é que há hoje um treinador que parece ter a fórmula mágica de conquistá-lo.
Não acho que seja segredo, mas Muricy tem um ponto em que demonstra estar afiadíssimo. Tirando o Palmeiras de 2009, ele consegue manter seus times razoavelmente equilibrados até nos momentos de baixa. Por isso acaba conquistando muito.
Fora isso, tem caráter e seriedade, em um meio no qual tudo mundo acha mala branca normal e torcida pede para o time entregar o jogo para prejudicar o rival.
Não é à toa que ele merece.
A nação tricolor das Laranjeiras exulta. O Fluminense retornou ao seu lugar, o de grande campeão que sempre foi. Mais um gigante do futebol brasileiro que desperta do sono. Bom para o futebol brasileiro, ruim para a concorrência.
O Flu ganhou a Copa do Brasil em 2007, foi vice da Libertadores em 2008, vice da Sul-americana em 2009 e campeão brasileiro de 2010.
Ou seja: está chegando quase sempre, disputando. Ganhar não é fácil. Mas só ganha quem disputa títulos com frequência, o que o Fluminense voltou a fazer. nas últimas quatro temporadas.
Os números comprovam que, de fato, o Flu foi o time campeão. Maior número de vitórias, menor número de derrotas e melhor saldo de gols, defesa menos vazada. Só não foi o melhor ataque .
Um título incontestável, que premia a capacidade também inquestionável de Muricy Ramalho. Quatro títulos em seis temporadas do torneio nacional mais difícil do planeta.
Houve quem argumentasse que Muricy só ganhava com o São Paulo por causa da estrutura do São Paulo. Ele saiu do clube, que não ganhou mais nada, e ele faturou mais uma.
Houve quem dissesse que se fosse bom mesmo teria sido campeão com o Palmeiras em 2009, que teria dado ao time o perfil vencedor que parece ter perdido. Pois o Palmeiras segue perseguindo o perfil vencedor, que Muricy deu ao Fluminense nessa temporada.
Mais uma vez, a competência falou mais alto. E de novo um grande clube com administração problemática acaba se encontrando graças a uma parceria ou patrocinador forte, como é o caso atual do Flu.
Cruzeiro e Corinthians merecem aplausos também. Chegaram vivos à rodada final e estiveram perto de vencer uma competição que cairia bem em qualquer dos três colos.
O Corinthians demonstrou uma inexplicável falta de apetite no jogo final. Parecia anestesiado, esperando por uma brecha que o Goiás raramente deu, mesmo com os reservas. Ou então confiando que o Guarani fizesse o serviço que não fez.
O Cruzeiro, que para mim foi o time que mostrou os momentos de melhor futebol do campeonato, também suou para ganhar dos reservas do Palmeiras. Mesmo assim, ainda beliscou um vice pra lá de honrado.
O que fica de um Brasileiro cada vez mais equilibrado, embora nem por isso brilhante, é que há hoje um treinador que parece ter a fórmula mágica de conquistá-lo.
Não acho que seja segredo, mas Muricy tem um ponto em que demonstra estar afiadíssimo. Tirando o Palmeiras de 2009, ele consegue manter seus times razoavelmente equilibrados até nos momentos de baixa. Por isso acaba conquistando muito.
Fora isso, tem caráter e seriedade, em um meio no qual tudo mundo acha mala branca normal e torcida pede para o time entregar o jogo para prejudicar o rival.
Não é à toa que ele merece.
sexta-feira, dezembro 03, 2010
Copa vai aonde
o dinheiro estiver
Não vi como grande surpresa as escolhas de Rússia e Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. Até no Twitter a notícia já havia vazado antes de ser oficializada. E quem a vazou acertou em cheio.
O futebol é um dos negócios mais lucrativos do mundo e certamente um dos mais influentes politicamente. A Fifa até que tenta disfarçar bem com o lance do Fair Play, projeto social daqui e dali, mas no fundo é uma grande multinacional interessada em ganhar mais e mais dinheiro como qualquer outra empresa.
Trabalha com essa história de rodízio de continentes, que é conversa para torcedor dormir. Fez um agrado politicamente correto ao levar a Copa do Mundo para a África do Sul, mas ciente de que estava negociando com o governo do país que é considerado o mais propício para negócios no continente africano.
O quadro político e econômico internacional jamais será ignorado pela Fifa. Tenho certeza de que se dependesse da vontade político-esportiva, a entidade realizaria todas as Copas na Europa. Agora existia essa questão por causa do tal rodízio. Uma Copa na África, uma na América do Sul, e a Europa? Mas como fazer o Mundial na chamada Zona Sul do Velho Continente, que está quebradinha, quebradinha? Que tal pedir socorro para a periferia endinheirada?
Pois foi isso que fez a Fifa. Levou a Copa para o Leste Europeu, para um país gigantesco e riquíssimo em recursos naturais. No qual em algumas partes é muito mais Ásia do que Europa, pegando emprestado o conceito de Eurásia que aprendemos na escola. Fica na Europa, ainda que disfarçadamente.
É a tal história do bairro que pega emprestado o nome do vizinho mais famoso e valorizado, vejo eu. Espanha e Portugal diziam estar prontos como infra-estrutura. Mas e os governos passando o pires? Como garantir o dinheiro que só o Estado pode assegurar para certo tipo de investimento? Com Estados falidos ou em grave crise financeira como boa parte dos europeus, foi preciso pensar na boa e velha Mãe Rússia, seus campos de gás e petróleo, minerais etc.
E o Catar, o que tem a ver com tudo isso? A questão do dinheiro é mais do que óbvia. Os pequenos países do Oriente Médio têm recursos quase que ilimitados graças ao petróleo, que ainda vai dar as cartas por muito tempo. Seus emires ou sheiks adoram gastar e ostentar na tentativa de minimizar, para o estrangeiro, a imagem que ainda é vendida de seus países. Viraram destinos turísticos de primeira linha, com hotéis luxuosos, parques mirabolantes.
Sempre é bom agradar quem tem dinheiro e poder. E isso a Fifa faz como ninguém.
Agora resta esperar pela vez da China, que deve ser a nova dona do mundo muito em breve.
Dos Bric, o grupo de países que vai puxar o desenvolvimento econômico mundial nos próximos anos, segundo os gurus economistas, Brasil e Rússia já levaram a Copa. Faltam China e Índia. O tempo e o cofre de ambos vão responder.
o dinheiro estiver
Não vi como grande surpresa as escolhas de Rússia e Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. Até no Twitter a notícia já havia vazado antes de ser oficializada. E quem a vazou acertou em cheio.
O futebol é um dos negócios mais lucrativos do mundo e certamente um dos mais influentes politicamente. A Fifa até que tenta disfarçar bem com o lance do Fair Play, projeto social daqui e dali, mas no fundo é uma grande multinacional interessada em ganhar mais e mais dinheiro como qualquer outra empresa.
Trabalha com essa história de rodízio de continentes, que é conversa para torcedor dormir. Fez um agrado politicamente correto ao levar a Copa do Mundo para a África do Sul, mas ciente de que estava negociando com o governo do país que é considerado o mais propício para negócios no continente africano.
O quadro político e econômico internacional jamais será ignorado pela Fifa. Tenho certeza de que se dependesse da vontade político-esportiva, a entidade realizaria todas as Copas na Europa. Agora existia essa questão por causa do tal rodízio. Uma Copa na África, uma na América do Sul, e a Europa? Mas como fazer o Mundial na chamada Zona Sul do Velho Continente, que está quebradinha, quebradinha? Que tal pedir socorro para a periferia endinheirada?
Pois foi isso que fez a Fifa. Levou a Copa para o Leste Europeu, para um país gigantesco e riquíssimo em recursos naturais. No qual em algumas partes é muito mais Ásia do que Europa, pegando emprestado o conceito de Eurásia que aprendemos na escola. Fica na Europa, ainda que disfarçadamente.
É a tal história do bairro que pega emprestado o nome do vizinho mais famoso e valorizado, vejo eu. Espanha e Portugal diziam estar prontos como infra-estrutura. Mas e os governos passando o pires? Como garantir o dinheiro que só o Estado pode assegurar para certo tipo de investimento? Com Estados falidos ou em grave crise financeira como boa parte dos europeus, foi preciso pensar na boa e velha Mãe Rússia, seus campos de gás e petróleo, minerais etc.
E o Catar, o que tem a ver com tudo isso? A questão do dinheiro é mais do que óbvia. Os pequenos países do Oriente Médio têm recursos quase que ilimitados graças ao petróleo, que ainda vai dar as cartas por muito tempo. Seus emires ou sheiks adoram gastar e ostentar na tentativa de minimizar, para o estrangeiro, a imagem que ainda é vendida de seus países. Viraram destinos turísticos de primeira linha, com hotéis luxuosos, parques mirabolantes.
Sempre é bom agradar quem tem dinheiro e poder. E isso a Fifa faz como ninguém.
Agora resta esperar pela vez da China, que deve ser a nova dona do mundo muito em breve.
Dos Bric, o grupo de países que vai puxar o desenvolvimento econômico mundial nos próximos anos, segundo os gurus economistas, Brasil e Rússia já levaram a Copa. Faltam China e Índia. O tempo e o cofre de ambos vão responder.
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Goiás flerta com
com a História
No mais evidente caso de dupla personalidade futebolística dos últimos anos, lá vai o Goiás flertando animadamente com a história. Fez 2 a 0 em cima do Independiente, se impondo com autoridade, não dando a mínima para o Rei de Copas. Um empate ou até uma derrota por um gol (não há gol qualificado fora de casa nas finais sul-americanas) levará o Esmeraldino a seu primeiro títulocontinental.
Muitos farão desdém. Mas por pura inveja. Grandes times brasileiros jamais tiveram uma conquista continental. Liste-se nessa ilustre relação os prováveis campeão e vice do Brasileiro de 2010, Fluminense e Corinthians.
O Goiás da personalidade ativa, vencedora e guerreira está pertinho desse feito. Em nada lembra o Goiás reticente, perdedor e rebaixado do Brasileirão.
É alentador ouvir as entrevistas de Artur Neto, treinador do Goiás. Pés no chão, nada de provocações ridículas e rasas, um observador correto e atento do que ocorre em campo.
Se vencer a Sul-americana, o Goiás precisará pensar em outro conflito de interesses e personalidades em 2011. Como montar um elenco para participar bem da Libertadores e jogar a Série B? Vale a pena fazer um time de aluguel por alguns meses e preparar outro para a dura realidade da segunda divisão?
Enfim, desafios que podem ser deixados para depois se na próxima quarta o time mostrar a personalidade que vem apresentando na Sul-americana e conquistar sua primeira glória internacional. E, de quebra, deixar sem vaga no voo continental Grêmio ou Botafogo, que ficaram secando na lista de espera.
segunda-feira, novembro 29, 2010
Lá vai Muricy, sr.
pontos corridos
Quando publiquei o livro Os 11 Maiores Técnicos do Futebol Brasileiro, uma saraivada de críticas choveu sobre minha cabeça por ter listado Muricy Ramalho entre eles. À época da publicação, ele tinha acabado de ser tricampeão brasileiro de futebol por um mesmo clube, fato inédito e que dificilmente será repetido.
Agora Muricy está muito perto de faturar seu quarto título nacional, pelo Fluminense. Na era dos pontos corridos, segundo informa o site Infobola, ele reina absoluto. Deixou para trás Wanderley Luxemburgo em média de pontos conquistados e é o técnico com maior número de jogos dirigidos nesse formato.
Deve provar no próximo final de semana que é vencedor e competente, não importa a equipe, o tamanho do orçamento e a estrutura do clube. Quando o São Paulo resolveu demiti-lo, acreditava que poderia se virar com base nas ideias de seus dirigentes e nas categorias de base. Emplacou dois anos sem títulos após papar três com Muricy. O Palmeiras não teve paciência e serenidade para segurar o treinador e mudar um time com perfil perdedor. Bateu na trave em 2009 e foi parar na arquibancada em 2010.
O Fluminense, mesmo ainda bagunçado e dividido entre o mecenas e o clube, apostou alto em Muricy. Uniu ao treinador competente o talento de Conca, com o qual ele sempre sonhou no São Paulo, mas o clube não contratou. Some-se a Conca um Fred, um Sheik, um Deco, bons laterais e mesmo a dupla e zagueiros ainda reticente dá conta do recado.
Foi quando teve mais problemas, perdendo Sheik, Fred e Deco, que Muricy mostrou toda sua capacidade e manteve o Fluminense no topo, sem enfrentar uma sequência de 7 jogos sem vitória como, por exemplo, o Corinthians.
Se confirmar o título que está próximo, Muricy poderá se dedicar a duas tarefas: capitanear o projeto de reestruturação física do Fluminense e dirigir o time na Libertadores, com boas chances de título.
Terceirização das derrotas
É sempre mais fácil reclamar de terceiros do que assumir a responsabilidade pelos erros cometidos. Palmeiras e São Paulo reclamaram do Corinthians em 2009 para se livrar da incapacidade e incompetência mostrada. Em 2010, o Corinthians reclama do São Paulo e do Palmeiras por não terem feito o serviço que ele, Corinthians, também não soube fazer.
Caso não conquiste o título, o Corinthians e alguns de seus jogadores preferirão lembrar dos jogos pra lá de desmotivados que os rivais fizeram com o Fluminense. Certamente esquecerão das duas derrotas para o Atlético Goianiense, do empate com o Ceará, da derrota para o Atlético Mineiro, do empate com o Vitória, dos sete jogos sem ganhar. Também esquecerão que titulares foram poupados em algumas rodadas por priorizar a Libertadores, o que todos acham correto.
O Cruzeiro certamente não lembrará que perdeu para o Vitória em casa e deixou pontos para o Atlético Goianiense. Ou que empatou em casa com o Prudente.
Se der Fluminense e não Corinthians ou Cruzeiro, será por méritos do Fluminense ao longo do torneio. O resto é conversinha.
pontos corridos
Quando publiquei o livro Os 11 Maiores Técnicos do Futebol Brasileiro, uma saraivada de críticas choveu sobre minha cabeça por ter listado Muricy Ramalho entre eles. À época da publicação, ele tinha acabado de ser tricampeão brasileiro de futebol por um mesmo clube, fato inédito e que dificilmente será repetido.
Agora Muricy está muito perto de faturar seu quarto título nacional, pelo Fluminense. Na era dos pontos corridos, segundo informa o site Infobola, ele reina absoluto. Deixou para trás Wanderley Luxemburgo em média de pontos conquistados e é o técnico com maior número de jogos dirigidos nesse formato.
Deve provar no próximo final de semana que é vencedor e competente, não importa a equipe, o tamanho do orçamento e a estrutura do clube. Quando o São Paulo resolveu demiti-lo, acreditava que poderia se virar com base nas ideias de seus dirigentes e nas categorias de base. Emplacou dois anos sem títulos após papar três com Muricy. O Palmeiras não teve paciência e serenidade para segurar o treinador e mudar um time com perfil perdedor. Bateu na trave em 2009 e foi parar na arquibancada em 2010.
O Fluminense, mesmo ainda bagunçado e dividido entre o mecenas e o clube, apostou alto em Muricy. Uniu ao treinador competente o talento de Conca, com o qual ele sempre sonhou no São Paulo, mas o clube não contratou. Some-se a Conca um Fred, um Sheik, um Deco, bons laterais e mesmo a dupla e zagueiros ainda reticente dá conta do recado.
Foi quando teve mais problemas, perdendo Sheik, Fred e Deco, que Muricy mostrou toda sua capacidade e manteve o Fluminense no topo, sem enfrentar uma sequência de 7 jogos sem vitória como, por exemplo, o Corinthians.
Se confirmar o título que está próximo, Muricy poderá se dedicar a duas tarefas: capitanear o projeto de reestruturação física do Fluminense e dirigir o time na Libertadores, com boas chances de título.
Terceirização das derrotas
É sempre mais fácil reclamar de terceiros do que assumir a responsabilidade pelos erros cometidos. Palmeiras e São Paulo reclamaram do Corinthians em 2009 para se livrar da incapacidade e incompetência mostrada. Em 2010, o Corinthians reclama do São Paulo e do Palmeiras por não terem feito o serviço que ele, Corinthians, também não soube fazer.
Caso não conquiste o título, o Corinthians e alguns de seus jogadores preferirão lembrar dos jogos pra lá de desmotivados que os rivais fizeram com o Fluminense. Certamente esquecerão das duas derrotas para o Atlético Goianiense, do empate com o Ceará, da derrota para o Atlético Mineiro, do empate com o Vitória, dos sete jogos sem ganhar. Também esquecerão que titulares foram poupados em algumas rodadas por priorizar a Libertadores, o que todos acham correto.
O Cruzeiro certamente não lembrará que perdeu para o Vitória em casa e deixou pontos para o Atlético Goianiense. Ou que empatou em casa com o Prudente.
Se der Fluminense e não Corinthians ou Cruzeiro, será por méritos do Fluminense ao longo do torneio. O resto é conversinha.
sexta-feira, novembro 26, 2010
O retorno do
Rei de Copas
Sou fã declarado do futebol argentino. Para mim, não há nada melhor do que um jogo de bola entre brasileiros e argentinos, seja entre clubes ou seleções. Entre o futebol europeu e a dupla Brasil/Argentina, fico com os rivais sul-americanos, sempre. Embora seja um admirador confesso do Barcelona, por sua história de resistência, por ser a Catalunha em campo e preservar a essência do futebol bem jogado.
Por isso vejo com alegria esse projeto de retorno do Independiente na Copa Sul-Americana. O Rei de Copas, maior vencedor da Libertadores, com sete títulos, andava esquecido. O último grande time do Rojo de meu querido amigo Fernando Daniel de Oliveira foi o campeão da Supercopa da Libertadores de 1994. Treinado por Miguel Angel Brindisi, ex-craque da Copa de 1974, o Independiente era um timaço. Tinha Islas no gol, Cagna, Perico Perez e Gustavo López no meio, e uma dupla infernal na frente, Sebastián Rambert e Palomo Usuriaga.
Atropelou Santos, Grêmio, Cruzeiro e Boca para vencer a Spercopa. Também ganhou o Clausura daquele ano e o bi da Supercopa em 1995. Depois disso, houve um período de vacas magras pelos lados do Estádio Libertadores de América, em Avellaneda.
O que não apaga a mística de um grande time. Mesmo assim, o Independiente viu o Boca se aproximar perigosamente de sua marca de sete títulos continentais. O Boca já acumula seis.
A história registra uma conexão interessante entre Independiente e o futebol brasileiro. Ela atende pelo nome do grande mestre Oswaldo Brandão. Treinando o Independiente em 1967, ele conquistou o título do primeiro torneio nacional do futebol argentino. De quebra, encaixou a média de 3 gols por partida e o melhor aproveitamento da história do futebol vizinho, 86,67%.
Naquela equipe figuravam autênticos mitos do futebol sul-americano, como o uruguaio Pavoni, e uma linha de frente infernal, com Bernao, Savoy, Artime, Yazalde e Tarabini.
Mas o grande craque da história do Independiente foi Ricardo Enrique Bochini, "El Bocha". Um dos maiores ídolos de Maradona, "apenas" isso. Bochini disputou a Copa de 1986, no México, mas era reserva. Entrou em Argentina x Bélgica. Dele, Maradona disse o seguinte em seu livro "Yo Soy el Diego": "Quando fiz uma tabela com Bochini, foi como se tivesse tabelado com Deus".
Meu amigo Fernando Oliveira é fã de Bochini. Leva como talismã em sua carteira o ingresso do jogo de despedida do Bocha.
É essa instituição do futebol mundial que enfrentará o Goiás na final da Sul-americana. Adversário duro. Nada que lembre seus grandes times, mas tem bom toque de bola, jogadores de personalidade e uma torcida apaixonada. O Goiás enfrentará tudo isso com a altivez e dignidade que caracterizam seu elenco atual.
Será uma grande final.
Rei de Copas
Sou fã declarado do futebol argentino. Para mim, não há nada melhor do que um jogo de bola entre brasileiros e argentinos, seja entre clubes ou seleções. Entre o futebol europeu e a dupla Brasil/Argentina, fico com os rivais sul-americanos, sempre. Embora seja um admirador confesso do Barcelona, por sua história de resistência, por ser a Catalunha em campo e preservar a essência do futebol bem jogado.
Por isso vejo com alegria esse projeto de retorno do Independiente na Copa Sul-Americana. O Rei de Copas, maior vencedor da Libertadores, com sete títulos, andava esquecido. O último grande time do Rojo de meu querido amigo Fernando Daniel de Oliveira foi o campeão da Supercopa da Libertadores de 1994. Treinado por Miguel Angel Brindisi, ex-craque da Copa de 1974, o Independiente era um timaço. Tinha Islas no gol, Cagna, Perico Perez e Gustavo López no meio, e uma dupla infernal na frente, Sebastián Rambert e Palomo Usuriaga.
Atropelou Santos, Grêmio, Cruzeiro e Boca para vencer a Spercopa. Também ganhou o Clausura daquele ano e o bi da Supercopa em 1995. Depois disso, houve um período de vacas magras pelos lados do Estádio Libertadores de América, em Avellaneda.
O que não apaga a mística de um grande time. Mesmo assim, o Independiente viu o Boca se aproximar perigosamente de sua marca de sete títulos continentais. O Boca já acumula seis.
A história registra uma conexão interessante entre Independiente e o futebol brasileiro. Ela atende pelo nome do grande mestre Oswaldo Brandão. Treinando o Independiente em 1967, ele conquistou o título do primeiro torneio nacional do futebol argentino. De quebra, encaixou a média de 3 gols por partida e o melhor aproveitamento da história do futebol vizinho, 86,67%.
Naquela equipe figuravam autênticos mitos do futebol sul-americano, como o uruguaio Pavoni, e uma linha de frente infernal, com Bernao, Savoy, Artime, Yazalde e Tarabini.
Mas o grande craque da história do Independiente foi Ricardo Enrique Bochini, "El Bocha". Um dos maiores ídolos de Maradona, "apenas" isso. Bochini disputou a Copa de 1986, no México, mas era reserva. Entrou em Argentina x Bélgica. Dele, Maradona disse o seguinte em seu livro "Yo Soy el Diego": "Quando fiz uma tabela com Bochini, foi como se tivesse tabelado com Deus".
Meu amigo Fernando Oliveira é fã de Bochini. Leva como talismã em sua carteira o ingresso do jogo de despedida do Bocha.
É essa instituição do futebol mundial que enfrentará o Goiás na final da Sul-americana. Adversário duro. Nada que lembre seus grandes times, mas tem bom toque de bola, jogadores de personalidade e uma torcida apaixonada. O Goiás enfrentará tudo isso com a altivez e dignidade que caracterizam seu elenco atual.
Será uma grande final.
quinta-feira, novembro 25, 2010
O Goiás ganhou. Não foi
o Palmeiras que perdeu
Antes que soem as cornetas do bairrismo xiita, deixo aqui o link de um post anterior, no qual já falava do valor e do caráter demonstrados pelo time do Goiás, mesmo naquele período à beira do rebaixamento posteriormente consumado.
Isso posto, vamos ao duelo que colocou o Esmeraldino na inédita decisão da Sul-americana. O eixo das análises quase sempre passa pelos times grandes, de mais camisa e torcida. Mas o jogo de ontem foi muito mais vencido pelo Goiás do que perdido pelo Palmeiras.
Estava tudo a favor do Verdão. Resultado no primeiro jogo, time descansado, estádio cheio, torcida em festa. A vantagem aumentou com o gol de Luan e o bom primeiro tempo que vinha jogando o time de Scolari. Não que o Goiás jogasse mal, mas o Palmeiras dominava. Até o gol de empate goiano, de Carlos Alberto, no segundo final da etapa primeira.
Foi o que bastou para que o Esmeraldino reacendesse seu fogo, e o Palmeiras reencontrasse os fantasmas de seu passado recente de fracasssos. No segundo tempo o Goiás foi de uma coragem merecedora de aplausos. Não tinha nada a perder e arriscou com as armas que tinha. Rafael Moura, sozinho, deu uma canseira nos reticentes zagueiros alviverdes.
Felpão tirou Lincoln, que era a única fonte de criatividade do time, para colocar Dinei.Talvez escorado no seu histórico de gols salvadores de cabeça. Mas Dinei não é Jardel, e o Palmeiras de hoje não tem Arce. Dinei não pegou na bola, e o Palmeiras se abriu para a única jogada aguda do Goiás, o contragolpe.
Aí, num lance de puro descontrole emocional, Márcio Araújo tomou um chapéu (lençol, balão) do gramado, numa bola que era limpa para ele, e na sequência, em grande jogada de Marcão (ex-palmeirense), Ernando fez o gol da virada.
GOL LEGAL. E puxo minha própria orelha pelo vacilo na transmissão do SporTV, pois errei feio ao dizer que havia posição de impedimento de Ernando. Lição a ser aprendida, pois, como estava na dúvida, era só ter aberto o livro de regras que levo sempre comigo. Fui confiar na memória e o cabeção me traiu. Felizmente, Arnaldo Cezar Coelho explicou a mudança ocorrida na regra após 2008, durante nossa transmissão. Isso porque o vacilão aqui cobriu a Euro 2008 (quando se precipitou a mudança) e até falou sobre isso. Devo minhas desculpas ao nosso telespectador e aprendi mais uma.
Há alguns dias disse num Arena SporTV que o Goiás tinha caído de pé e fui detonado. Mas é o que penso. O grupo de jogadores mostra profissionalismo e entrega ante um cenário de caos administrativo. E se classificou ganhando as vagas sempre fora de casa. Não vai virar um timaço, longe disso, mas seus jogadores precisam ser reconhecidos como atletas de caráter. Resta aos seus dirigentes honrar esses jogadores, a história e a torcida e reconstruir um clube que se admitiu destruído economicamente.
Ao Palmeiras resta juntar os cacos de mais um fracasso de sua enorme coleção (que nem de longe se compara ao histórico de glórias do clube, mas incomoda seu torcedor). Foi eliminado em casa, quando tinha uma enorme vantagem, fez chorar seus torcedores que haviam preparado uma festa linda, e tudo isso diante de um time que tinha sido rebaixado para a Série B do Brasileiro há dias.
Como admitiu o próprio Felipão, uma vergonha. Falta ao grupo de jogadores do Palmeiras, assim como faltou em 2009, um perfil vencedor. Os jogadores se abatem nas adversidades, muitos deles se escondem nos momentos decisivos, são traídos pelos nervos. Lutam, mas acabam derrotados por seu próprio medo de protagonizar. A maioria me parece ser assim.
O clube vive um caos político há tempos e se apega aos chamados salvadores da pátria. Felipão foi contratado para isso. É ótimo treinador, mas não é milagreiro. Desde 1977 até 2008, apenas dois treinadores foram campeões com o Palmeiras em torneios de primeira categoria: Felipão e Luxemburgo.
Isso prova que o problema palmeirense é de estrutura de futebol, de pensamento estratégico e de direção. Falta renovação e sobram intrigas e as chamadas vendettas. Só mesmo a torcida tem sido fiel ao seu amor pelo clube. Que derroas como a de ontem podem provocar rupturas nessa relação.
Enquanto não admitir que é um clube politicamente engolido pelo atraso e pela discórdia, o Palmeiras seguirá patinando. Não adianta inventar inimigos imaginários e jogar a culpa em terceiros.
o Palmeiras que perdeu
Antes que soem as cornetas do bairrismo xiita, deixo aqui o link de um post anterior, no qual já falava do valor e do caráter demonstrados pelo time do Goiás, mesmo naquele período à beira do rebaixamento posteriormente consumado.
Isso posto, vamos ao duelo que colocou o Esmeraldino na inédita decisão da Sul-americana. O eixo das análises quase sempre passa pelos times grandes, de mais camisa e torcida. Mas o jogo de ontem foi muito mais vencido pelo Goiás do que perdido pelo Palmeiras.
Estava tudo a favor do Verdão. Resultado no primeiro jogo, time descansado, estádio cheio, torcida em festa. A vantagem aumentou com o gol de Luan e o bom primeiro tempo que vinha jogando o time de Scolari. Não que o Goiás jogasse mal, mas o Palmeiras dominava. Até o gol de empate goiano, de Carlos Alberto, no segundo final da etapa primeira.
Foi o que bastou para que o Esmeraldino reacendesse seu fogo, e o Palmeiras reencontrasse os fantasmas de seu passado recente de fracasssos. No segundo tempo o Goiás foi de uma coragem merecedora de aplausos. Não tinha nada a perder e arriscou com as armas que tinha. Rafael Moura, sozinho, deu uma canseira nos reticentes zagueiros alviverdes.
Felpão tirou Lincoln, que era a única fonte de criatividade do time, para colocar Dinei.Talvez escorado no seu histórico de gols salvadores de cabeça. Mas Dinei não é Jardel, e o Palmeiras de hoje não tem Arce. Dinei não pegou na bola, e o Palmeiras se abriu para a única jogada aguda do Goiás, o contragolpe.
Aí, num lance de puro descontrole emocional, Márcio Araújo tomou um chapéu (lençol, balão) do gramado, numa bola que era limpa para ele, e na sequência, em grande jogada de Marcão (ex-palmeirense), Ernando fez o gol da virada.
GOL LEGAL. E puxo minha própria orelha pelo vacilo na transmissão do SporTV, pois errei feio ao dizer que havia posição de impedimento de Ernando. Lição a ser aprendida, pois, como estava na dúvida, era só ter aberto o livro de regras que levo sempre comigo. Fui confiar na memória e o cabeção me traiu. Felizmente, Arnaldo Cezar Coelho explicou a mudança ocorrida na regra após 2008, durante nossa transmissão. Isso porque o vacilão aqui cobriu a Euro 2008 (quando se precipitou a mudança) e até falou sobre isso. Devo minhas desculpas ao nosso telespectador e aprendi mais uma.
Há alguns dias disse num Arena SporTV que o Goiás tinha caído de pé e fui detonado. Mas é o que penso. O grupo de jogadores mostra profissionalismo e entrega ante um cenário de caos administrativo. E se classificou ganhando as vagas sempre fora de casa. Não vai virar um timaço, longe disso, mas seus jogadores precisam ser reconhecidos como atletas de caráter. Resta aos seus dirigentes honrar esses jogadores, a história e a torcida e reconstruir um clube que se admitiu destruído economicamente.
Ao Palmeiras resta juntar os cacos de mais um fracasso de sua enorme coleção (que nem de longe se compara ao histórico de glórias do clube, mas incomoda seu torcedor). Foi eliminado em casa, quando tinha uma enorme vantagem, fez chorar seus torcedores que haviam preparado uma festa linda, e tudo isso diante de um time que tinha sido rebaixado para a Série B do Brasileiro há dias.
Como admitiu o próprio Felipão, uma vergonha. Falta ao grupo de jogadores do Palmeiras, assim como faltou em 2009, um perfil vencedor. Os jogadores se abatem nas adversidades, muitos deles se escondem nos momentos decisivos, são traídos pelos nervos. Lutam, mas acabam derrotados por seu próprio medo de protagonizar. A maioria me parece ser assim.
O clube vive um caos político há tempos e se apega aos chamados salvadores da pátria. Felipão foi contratado para isso. É ótimo treinador, mas não é milagreiro. Desde 1977 até 2008, apenas dois treinadores foram campeões com o Palmeiras em torneios de primeira categoria: Felipão e Luxemburgo.
Isso prova que o problema palmeirense é de estrutura de futebol, de pensamento estratégico e de direção. Falta renovação e sobram intrigas e as chamadas vendettas. Só mesmo a torcida tem sido fiel ao seu amor pelo clube. Que derroas como a de ontem podem provocar rupturas nessa relação.
Enquanto não admitir que é um clube politicamente engolido pelo atraso e pela discórdia, o Palmeiras seguirá patinando. Não adianta inventar inimigos imaginários e jogar a culpa em terceiros.
quarta-feira, novembro 24, 2010
De repente, brota
dinheiro no futebol
Durante o ano todo estamos acostumados com as ladainhas dos dirigentes de que os clubes não têm dinheiro para competir com a força das moedas europeias, que é preciso aumentar a arrecadação etc. Não são poucas as notícias de salários atrasados, de dívidas com jogadores, sem contar o enorme passivo trabalhista dos clubes e futebol do Brasil.
Mas eis que nas últimas rodadas de todos os campeonatos, no final da temporada, Papai Noel parece presentar o futebol com um saco sem fundo de dinheiro.Todo mundo tem uma graninha para oferecer como mala branca, mala preta, bicho extra, incentivo para um co-irmão despachar um rival.
Um time da Série B do Brasileirão, por exemplo, está oferecendo R$ 1 milhão aos seus jogadores pelo acesso à Série A. Fora isso, reservou uma quantia que, dependendo da combinação de resultados do outro jogo que lhe interessa, pode chegar a R$ 400 mil para jogadores de uma outra equipe. R$ 100 mil estão assegurados.
Imagine na Série A. A boleirada agradece e faz as contas para um Natal gordo e farto. É o prêmio pela incompetência que sempre chega. O time não faz nada no ano todo, fica no limbo, mas sempre pinga algum de um terceiro interessado em um suor extra.
É um banco imobiliário espetacular. O que circula de dinheiro no meio futebolístico nessa época do ano é uma grandeza.
Será que essa grana aparece nos balancetes dos clubes? Quem paga, como paga? E como justificar essa bolada extra de uma hora para outra?
O futebol brasileiro é mesmo uma mãe.
dinheiro no futebol
Durante o ano todo estamos acostumados com as ladainhas dos dirigentes de que os clubes não têm dinheiro para competir com a força das moedas europeias, que é preciso aumentar a arrecadação etc. Não são poucas as notícias de salários atrasados, de dívidas com jogadores, sem contar o enorme passivo trabalhista dos clubes e futebol do Brasil.
Mas eis que nas últimas rodadas de todos os campeonatos, no final da temporada, Papai Noel parece presentar o futebol com um saco sem fundo de dinheiro.Todo mundo tem uma graninha para oferecer como mala branca, mala preta, bicho extra, incentivo para um co-irmão despachar um rival.
Um time da Série B do Brasileirão, por exemplo, está oferecendo R$ 1 milhão aos seus jogadores pelo acesso à Série A. Fora isso, reservou uma quantia que, dependendo da combinação de resultados do outro jogo que lhe interessa, pode chegar a R$ 400 mil para jogadores de uma outra equipe. R$ 100 mil estão assegurados.
Imagine na Série A. A boleirada agradece e faz as contas para um Natal gordo e farto. É o prêmio pela incompetência que sempre chega. O time não faz nada no ano todo, fica no limbo, mas sempre pinga algum de um terceiro interessado em um suor extra.
É um banco imobiliário espetacular. O que circula de dinheiro no meio futebolístico nessa época do ano é uma grandeza.
Será que essa grana aparece nos balancetes dos clubes? Quem paga, como paga? E como justificar essa bolada extra de uma hora para outra?
O futebol brasileiro é mesmo uma mãe.
segunda-feira, novembro 22, 2010
Conca muda o lado
do Gangorrão 2010
Quem não tem um grande time, caça com um grande jogador. Tem sido, basicamente, essa a história do Gangorrão 2010 em que se transformou o Campeonato Brasileiro.
Não existe um grande time, um esquadrão irresistível. Há bons times, com alguns grandes jogadores, outros em grande fase. Jonas no Grêmio, Ronaldo no Corinthians, Montillo no Cruzeiro.
E Conca no Fluminense.
Se confirmar o título que mais uma vez o corteja, o Flu deve creditá-lo em boa parte na conta de Conca. O argentino mostrou tudo que se espera de um grande jogador. Mesmo em seus momentos de baixa, que atingem todos os atletas, conseguiu ser relevante. Na maior parte do tempo foi decisivo. E muitas vezes foi espetacular.
Fluminense, Corinthians e Cruzeiro estão na Libertadores. Estiveram todos muito próximos do título. Houve momentos em que, inclusive, poderiam ter arrancado e, se o tivessem feito, já estariam comemorando a essa altura do campeonato.
Quando não teve Ronaldo, o Corinthians travou. Recuperou-se com a volta do Fenômeno e agora vive o drama de não saber se poderá contar com seu principal jogador nos dois últmos jogos. Aconteceu o mesmo com o Cruzeiro quando Montillo caiu de produção. Contra o Vasco ele retornou ao seu padrão e resolveu o jogo no primeiro tempo.
Conca foi o mais regular dos três jogadores mais importantes do campeonato. Isso pode ser o indicador de que na última rodada ele estará cofirmando o título para o Fluminense.
Apito, ah, o apito!
Como era de se esperar, houve polêmica em relação à arbitragem. Simon marcou um pênalti interpretativo para o Vitória e deixou de marcar um que era igualzinho ao de Gil e Ronaldo a favor do time baiano. De novo repito: no frigir dos ovos haverá erros para todos os lados e para todos os gostos. E serão erros, somente erros.
Entrega em domicílio
Entrega é uma coisa, falta de motivação é outra, e abandono de competição, uma terceira. A torcida do São Paulo queria que o time entregasse para o Flu. O que houve, na verdade, foi a motivação de um time buscando o título ante a desmotivação de um time sem objetivos. Já em Palmeiras x Galo havia um time lutando pela sobrevivência contra outro que abandonou uma disputa em busca de outra. Os resultados eram tão previsíveis que pareciam óbvios.
do Gangorrão 2010
Quem não tem um grande time, caça com um grande jogador. Tem sido, basicamente, essa a história do Gangorrão 2010 em que se transformou o Campeonato Brasileiro.
Não existe um grande time, um esquadrão irresistível. Há bons times, com alguns grandes jogadores, outros em grande fase. Jonas no Grêmio, Ronaldo no Corinthians, Montillo no Cruzeiro.
E Conca no Fluminense.
Se confirmar o título que mais uma vez o corteja, o Flu deve creditá-lo em boa parte na conta de Conca. O argentino mostrou tudo que se espera de um grande jogador. Mesmo em seus momentos de baixa, que atingem todos os atletas, conseguiu ser relevante. Na maior parte do tempo foi decisivo. E muitas vezes foi espetacular.
Fluminense, Corinthians e Cruzeiro estão na Libertadores. Estiveram todos muito próximos do título. Houve momentos em que, inclusive, poderiam ter arrancado e, se o tivessem feito, já estariam comemorando a essa altura do campeonato.
Quando não teve Ronaldo, o Corinthians travou. Recuperou-se com a volta do Fenômeno e agora vive o drama de não saber se poderá contar com seu principal jogador nos dois últmos jogos. Aconteceu o mesmo com o Cruzeiro quando Montillo caiu de produção. Contra o Vasco ele retornou ao seu padrão e resolveu o jogo no primeiro tempo.
Conca foi o mais regular dos três jogadores mais importantes do campeonato. Isso pode ser o indicador de que na última rodada ele estará cofirmando o título para o Fluminense.
Apito, ah, o apito!
Como era de se esperar, houve polêmica em relação à arbitragem. Simon marcou um pênalti interpretativo para o Vitória e deixou de marcar um que era igualzinho ao de Gil e Ronaldo a favor do time baiano. De novo repito: no frigir dos ovos haverá erros para todos os lados e para todos os gostos. E serão erros, somente erros.
Entrega em domicílio
Entrega é uma coisa, falta de motivação é outra, e abandono de competição, uma terceira. A torcida do São Paulo queria que o time entregasse para o Flu. O que houve, na verdade, foi a motivação de um time buscando o título ante a desmotivação de um time sem objetivos. Já em Palmeiras x Galo havia um time lutando pela sobrevivência contra outro que abandonou uma disputa em busca de outra. Os resultados eram tão previsíveis que pareciam óbvios.
quinta-feira, novembro 18, 2010
Defesa e São Marcos,
o Assunção, garantem
a vitória do Palmeiras
Uma das máximas aplicadas ao futebol prega o conceito de que o ataque é a melhor defesa. No caso do Palmeiras de Felipão, em sua versão 2010, a lógica é oposta: a defesa é o melhor ataque. Isso sem esquecer do pé direito calibradíssimo do novo São Marcos alviverde, o Assunção.
Este é o Palmeiras que deu passo importante rumo à final da Sul-americana ao vencer o Goiás por 1 a 0, no Serra Dourada. Um time longe de ser brilhante, mas bastante competitivo e com uma arma poderosa e decisiva.
Aí é preciso reconhecer mais uma vez que Felipão é um grande técnico. Porque o torcedor sempre quer seu time jogando pra frente, aniquilando o adversário. O Palmeiras atual não tem elenco e nem time para fazer isso. Mas se vira muito bem lá atrás, é um time disciplinado taticamente, raçudo e que tem de dois a três jogadores que podem decidir.
Basta lembrar os gols que a equipe sofria até recentemente. O Palmeiras era o rei do gol sofrido em contra-ataque, a recomposição da defesa era desastrosa. O que fez Felipão? Treinou muito posicionamento dos beques Danilo e Maurício Ramos, colocou um zagueiro-volante ou volante-zagueiro, Edinho, para protegê-los, escalou outro volante como lateral-direito e lá do outro lado fez uma dupla com Gabriel Silva e Luan. Gabriel joga a maior parte do tempo no campo de defesa, para o qual Luan retorna rápido e recompõe bem. Para completar, Deola faz justiça ao clube que é, seguramente a maior escola, de goleiros do Brasil.
Criatividade não é o forte deste elenco palmeirense. O que é compensado com entrega, compromisso e dedicação. Lincoln é um jogador talentoso mas irregular e muito aquém da capacidade física ideal. Valdívia é uma incógnita também no aspecto físico. Tinga ainda precisa e deve evoluir. Então o Palmeiras tratou, primeiro, de parar de perder para depois pensar e ganhar.
Ante um Goiás também pouco criativo e apenas veloz e dedicado, o Palmeiras teve sucesso em sua estratégia de desacelerar o jogo. Se mantiver a solidez defensiva, ainda que possa e deva enfrentar muitas dificuldades, tem tudo para confirmar a classificação para a final da Sul-americana.
o Assunção, garantem
a vitória do Palmeiras
Uma das máximas aplicadas ao futebol prega o conceito de que o ataque é a melhor defesa. No caso do Palmeiras de Felipão, em sua versão 2010, a lógica é oposta: a defesa é o melhor ataque. Isso sem esquecer do pé direito calibradíssimo do novo São Marcos alviverde, o Assunção.
Este é o Palmeiras que deu passo importante rumo à final da Sul-americana ao vencer o Goiás por 1 a 0, no Serra Dourada. Um time longe de ser brilhante, mas bastante competitivo e com uma arma poderosa e decisiva.
Aí é preciso reconhecer mais uma vez que Felipão é um grande técnico. Porque o torcedor sempre quer seu time jogando pra frente, aniquilando o adversário. O Palmeiras atual não tem elenco e nem time para fazer isso. Mas se vira muito bem lá atrás, é um time disciplinado taticamente, raçudo e que tem de dois a três jogadores que podem decidir.
Basta lembrar os gols que a equipe sofria até recentemente. O Palmeiras era o rei do gol sofrido em contra-ataque, a recomposição da defesa era desastrosa. O que fez Felipão? Treinou muito posicionamento dos beques Danilo e Maurício Ramos, colocou um zagueiro-volante ou volante-zagueiro, Edinho, para protegê-los, escalou outro volante como lateral-direito e lá do outro lado fez uma dupla com Gabriel Silva e Luan. Gabriel joga a maior parte do tempo no campo de defesa, para o qual Luan retorna rápido e recompõe bem. Para completar, Deola faz justiça ao clube que é, seguramente a maior escola, de goleiros do Brasil.
Criatividade não é o forte deste elenco palmeirense. O que é compensado com entrega, compromisso e dedicação. Lincoln é um jogador talentoso mas irregular e muito aquém da capacidade física ideal. Valdívia é uma incógnita também no aspecto físico. Tinga ainda precisa e deve evoluir. Então o Palmeiras tratou, primeiro, de parar de perder para depois pensar e ganhar.
Ante um Goiás também pouco criativo e apenas veloz e dedicado, o Palmeiras teve sucesso em sua estratégia de desacelerar o jogo. Se mantiver a solidez defensiva, ainda que possa e deva enfrentar muitas dificuldades, tem tudo para confirmar a classificação para a final da Sul-americana.
terça-feira, novembro 16, 2010
Apito lá e apito cá
A discussão ainda rende. Deixo o link de Aston Villa x Manchester United. Vejam o pênalti marcado lá na Inglaterra. Talvez reflitam melhor aqueles que acreditam na tese de apito à brasileira. A regra é igual para todo mundo e permite interpretações idênticas, lá, como cá.
Abs a todos.
http://espnbrasil.terra.com.br/ingles/noticia/159737_VIDEO+EM+3+MINUTOS+UNITED+BUSCA+EMPATE+COM+VILLA+E+SE+MANTEM+INVICTO+NO+INGLES#video
A coluna desta terça (16/11)
publicada no Diário de S.Paulo
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/11/13147-guerra+dos+estadios+no+trio+de+ferro.html
publicada no Diário de S.Paulo
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/11/13147-guerra+dos+estadios+no+trio+de+ferro.html
domingo, novembro 14, 2010
Flu vacila.
Timão lidera.
E a polêmica.
A rodada 35 do Brasileirão 2010 é daquelas que não termina, ficará na cabeça dos torcedores, nas páginas de jornais, ondas de rádio e imagens de TV até que o campeonato termine. Teve de tudo até agora (escrevo antes dos jogos das 19h30). Jogão, jogo mais ou menos, emoção e muita polêmica, como sempre, em torno da arbitragem.
O Fluminense foi o grande derrotado da rodada, mesmo sem ter perdido. Deixou a liderança nas mãos do Corinthians, que ganhou do Cruzeiro no jogo da polêmica. O Fluminense não cansa de perder pontos para times que estão na zona de rebaixamento e pode ver o título sair pela culatra.
Nervoso, o Tricolor carioca fez um primeiro tempo muito ruim, que mesmo a incrível pressão da etapa final não foi suficiente para compensar. A responsabilidade pesou, faltou ritmo a Deco e Fred, e tranquilidade a Washington. O Goiás mostrou, de novo, que é um time formado por profissionais dignos e dedicados, e tem Rafael Moura talvez na melhor fase de sua carreira. Mesmo assim, amargou um resultado péssimo.
Agora vem o jogo da polêmica. Vi, revi, li, ouvi, conversei sobre Corinthians e Cruzeiro com muita gente. É uma das vantagens de estar de folga e poder ver, ler e ouvir tudo que vale a pena. O pênalti em Ronaldo é, sim, discutível. Se não fosse marcado também geraria polêmica - e nem seria absurdo se não fosse marcado. Assim como não foi absurdo ter sido marcado, é lance interpretativo. Mas fico com a opinião do comentarista de arbitragem da Globo, Renato Marsiglia, de que Sandro Meira Ricci acertou ao marcar.
Para mim o maior erro da arbitragem, o que justificaria a revolta da gente do Cruzeiro, foi o árbitro não ter marcado um pênalti do goleiro Júlio César em Tiago Ribeiro, no segundo tempo do jogo. Assim como o Marsiglia, eu acho que foi pênalti no Tiago Ribeiro (no segundo tempo).
Aí entra em cena o diabo do critério. Como pode um juiz ser tão firme para marcar um pênalti e tão firme para marcar o outro quando as dificuldades envolvidas, a distância e o fato de a visibilidade não ser a melhor estarem interferindo no processo são equivalentes?
Porque Ricci estava de frente para os dois lances e foi incisivo em ambos, mas com interpretações diferentes. Faltou uniformidade de critério, porque assim como há o contato de Gil em Ronaldo, há o toque de Júlio César em Tiago Ribeiro.
Outro tema polêmico e intrigante: a quantidade de erros dos bandeirinhas em lances de impedimento daqueles fáceis, que não requerem tira-teima, replay, nem nada. No Pacaembu, foi marcado um impedimento absurdo de Montillo. Erro. Assim como o torcedor corintiano lembrará dos erros cometidos no jogo contra o o Guarani. Muitas vezes, é o bandeirinha quem enterra o trio de arbitragem.
Sobre o jogo do Pacaembu, teve todos os ingredientes de uma decisão, com grandes lances. O Cruzeiro mais técnico, dominando o meio-campo, tocando bem a bola, e o Corinthians chegando em velocidade e apostando em Ronaldo. Júlio César, goleiro corintiano, fez uma defesa decisiva em chute de Wellington Paulista.
Passei o olho pela vitória do Atlético Goianiense sobre um time reserva absolutamente desinteressado e muito ruim do Palmeiras. Assim como vi lances de Guarani e Vitória e Avaí x Inter, já sonhando com a viagem para Abu Dabi.
Não há nada decidido no campeonato. Os três postulantes ao título estão na disputa. A briga na zona da degola ainda é ferrenha e vai até o Dragão de Goiânia. O Goiás está na UTI, Avaí e Bugre deram entrada na emergência.
Para mim, o jogo-chave será Vitória x Corinthians, em Salvador. Porque é decisão para ambos, cada um na sua luta.
Aguardemos os fatos.
sexta-feira, novembro 12, 2010
Brasil começa bem
a Copa América
Pelo menos no sorteio o Brasil largou na frente na Copa América 2011. O grupo brasileiro é uma moleza, na teoria, claro. Venezuela, Equador e Paraguai, na teoria, repito, não devem incomodar a seleção brasileira. Ainda que o time paraguaio tenha feito uma bela Copa, há a questão da mudança de gerações, de renovação acontecendo. O mesmo vale para o Equador, que ainda por cima não terá seu melhor jogador, a altitude de Quito. A Venezuela segue evoluindo, mas lentamente.
Por ter muito mas jogadores para tocar uma renovação e ainda por cima uma geração promissora, o Brasil teve sorte na disputa das bolinhas.
O grupo da Argentina também soa molezinha. A Colômbia está à procura de uma boa geração, que possa ser competitiva, a Bolívia não assusta ninguém e resta o Japão, que na correria pode aprontar alguma coisa, sendo esse inexplicável convidado para jogar a Copa América sendo uma seleção asiática!
Finalmente, o melhor grupo, o mais equilibrado, é o do Uruguai. Que tem a Celeste depois de uma Copa espetacular, o bom time chileno e o convidado centro-americano, outro bom time, o México. O Peru pinta como cumpridor de tabela.
A Copa América é um baita torneio. Pena que as organizações, a começar pela dona Conmebol, o tratem como joguete político. Estive na Venezuela em 2007 e vi o que não foi feito e o que foi feito em termos de capitalização política. Teve governador de província fretando voo para jornalistas, general confiscando ingresso de convidados, enfim, a boa e velha comédia pastelão que ainda infesta esta linda América Latina.
A Argentina começou mal porque também trata o torneio muito mais politica do que esportivamente. Santa Fé, Jujuy e Salta são localidades sem muita condição de receber um torneio desse porte. Enquanto isso, uma cidade importante como Rosário fica de fora. Bem, já vimos esse filme antes.
O que importa é que para mim a Copa América precisa ser valorizada. Não faço parte do grupo de torcedores e jornalistas que desprezam o torneio. Ele é o que representa a realidade do nosso continente, e não cabe comparação com a Euro, são mundos e realidades distintas.
a Copa América
Pelo menos no sorteio o Brasil largou na frente na Copa América 2011. O grupo brasileiro é uma moleza, na teoria, claro. Venezuela, Equador e Paraguai, na teoria, repito, não devem incomodar a seleção brasileira. Ainda que o time paraguaio tenha feito uma bela Copa, há a questão da mudança de gerações, de renovação acontecendo. O mesmo vale para o Equador, que ainda por cima não terá seu melhor jogador, a altitude de Quito. A Venezuela segue evoluindo, mas lentamente.
Por ter muito mas jogadores para tocar uma renovação e ainda por cima uma geração promissora, o Brasil teve sorte na disputa das bolinhas.
O grupo da Argentina também soa molezinha. A Colômbia está à procura de uma boa geração, que possa ser competitiva, a Bolívia não assusta ninguém e resta o Japão, que na correria pode aprontar alguma coisa, sendo esse inexplicável convidado para jogar a Copa América sendo uma seleção asiática!
Finalmente, o melhor grupo, o mais equilibrado, é o do Uruguai. Que tem a Celeste depois de uma Copa espetacular, o bom time chileno e o convidado centro-americano, outro bom time, o México. O Peru pinta como cumpridor de tabela.
A Copa América é um baita torneio. Pena que as organizações, a começar pela dona Conmebol, o tratem como joguete político. Estive na Venezuela em 2007 e vi o que não foi feito e o que foi feito em termos de capitalização política. Teve governador de província fretando voo para jornalistas, general confiscando ingresso de convidados, enfim, a boa e velha comédia pastelão que ainda infesta esta linda América Latina.
A Argentina começou mal porque também trata o torneio muito mais politica do que esportivamente. Santa Fé, Jujuy e Salta são localidades sem muita condição de receber um torneio desse porte. Enquanto isso, uma cidade importante como Rosário fica de fora. Bem, já vimos esse filme antes.
O que importa é que para mim a Copa América precisa ser valorizada. Não faço parte do grupo de torcedores e jornalistas que desprezam o torneio. Ele é o que representa a realidade do nosso continente, e não cabe comparação com a Euro, são mundos e realidades distintas.
quinta-feira, novembro 11, 2010
Lincoln foi a cereja
no bolo palmeirense
O Palmeiras confirmou seu favoritismo e se classificou cheio de méritos para as semifinais da Copa Sul-americana. Como todo bom jogo de mata-mata (sou fã declarado desse formato), houve tensão, emoção e alguns belos momentos. Sem contar o espetáculo proporcionado pela massa alviverde, que lotou o Pacaembu e teve um comportamento exemplar, jogando com o time.
O Galo foi valente, mesmo com o time reserva, e na base da velocidade deu trabalho ao Verdão, cujo time é mais pesado e compensa isso com base no bom posicionamento.
A diferença do jogo atendeu pelo nome de Lincoln. O meia fez, provavelmente, sua melhor partida desde que chegou ao Palmeiras. Entrou no lugar de Valdívia, novamente prejudicado por essa história meio sem explicação da fibrose, e foi decisivo. Participou do lance do primeiro gol e deu o toque de classe no segundo.
Lincoln tem uma característica rara nos dias de hoje. É o meia que sabe jogar e sabe ver o jogo. Ainda não recuperou a condição física ideal, mas foi o complemento perfeito para o time palmeirense, que é muito esforçado, raçudo, mas carece de um toque de técnica no meio-campo. Valdívia e Lincoln, se puderem jogar juntos em algum momento, podem fazer boa dupla e dar mais mobilidade e criatividade ao time de Felipão.
Além disso, o Palmeiras ontem teve Danilo e Luan em boa noite, e Deola confirmando que em se plantando, goleiro bom dá no Palestra.
O Galo fez o mais correto em termos estratégicos, já que ainda corre sério risco no Brasileirão. Mas dificilmente conseguiria melhor sorte com um setor de meio-campo tão pobre tecnicamente quanto o que mandou a campo ontem.
Hoje Avaí e Goiás decidem quem vai encarar o Palmeiras. Quem passar terá problemas diante de um Verdão encorpado no melhor estilo Felipão.
no bolo palmeirense
O Palmeiras confirmou seu favoritismo e se classificou cheio de méritos para as semifinais da Copa Sul-americana. Como todo bom jogo de mata-mata (sou fã declarado desse formato), houve tensão, emoção e alguns belos momentos. Sem contar o espetáculo proporcionado pela massa alviverde, que lotou o Pacaembu e teve um comportamento exemplar, jogando com o time.
O Galo foi valente, mesmo com o time reserva, e na base da velocidade deu trabalho ao Verdão, cujo time é mais pesado e compensa isso com base no bom posicionamento.
A diferença do jogo atendeu pelo nome de Lincoln. O meia fez, provavelmente, sua melhor partida desde que chegou ao Palmeiras. Entrou no lugar de Valdívia, novamente prejudicado por essa história meio sem explicação da fibrose, e foi decisivo. Participou do lance do primeiro gol e deu o toque de classe no segundo.
Lincoln tem uma característica rara nos dias de hoje. É o meia que sabe jogar e sabe ver o jogo. Ainda não recuperou a condição física ideal, mas foi o complemento perfeito para o time palmeirense, que é muito esforçado, raçudo, mas carece de um toque de técnica no meio-campo. Valdívia e Lincoln, se puderem jogar juntos em algum momento, podem fazer boa dupla e dar mais mobilidade e criatividade ao time de Felipão.
Além disso, o Palmeiras ontem teve Danilo e Luan em boa noite, e Deola confirmando que em se plantando, goleiro bom dá no Palestra.
O Galo fez o mais correto em termos estratégicos, já que ainda corre sério risco no Brasileirão. Mas dificilmente conseguiria melhor sorte com um setor de meio-campo tão pobre tecnicamente quanto o que mandou a campo ontem.
Hoje Avaí e Goiás decidem quem vai encarar o Palmeiras. Quem passar terá problemas diante de um Verdão encorpado no melhor estilo Felipão.
quarta-feira, novembro 10, 2010
Parabéns, nação Coxa!
O Coritiba está de volta à Série A, onde deve permanecer por sua grandeza e história. Tenho dois amigos coxas que gostaria de parabenizar, o professor Carlo Ramirez e o jornalista Morais Eggers, cuja paixão pelo Coritiba supera fronteiras, literalmente.
Figueirense e Bahia também estão virando a esquina da Série A. América, Portuguesa, Sport estão de olho.
O Coritiba está de volta à Série A, onde deve permanecer por sua grandeza e história. Tenho dois amigos coxas que gostaria de parabenizar, o professor Carlo Ramirez e o jornalista Morais Eggers, cuja paixão pelo Coritiba supera fronteiras, literalmente.
Figueirense e Bahia também estão virando a esquina da Série A. América, Portuguesa, Sport estão de olho.
Perda de mando.
Certo ou errado?
Polêmica na reta final do Basileiro. Corinthians perde um mando de jogo e Palmeiras, dois, em virtude de (mais um) ato de vandalismo de torcedores (?) no dérbi paulista.
Confesso que não conheço muito de leis, tentei consultar alguns advogados e promovi um bom debate no twitter sobre isso. Pelo regulamento, o clube mandante é responsável pelos acontecimentos dentro do estádio. Mas soa incoerente para alguns advogados que debateram que atos praticados pela torcida adversária sejam debitados da conta do mandante.
Acredito que o Corinthians deva recorrer da punição, e acho até que os próprios advogados do Palmeiras o farão. No Brasil sempre cabe recurso de tudo, o que é bom e ruim, num País de regras demais e respeito de menos às mesmas. Acredito, também, que o Corinthians tenha bons argumentos.
O que ainda não se discutiu a fundo é o que fazer com os vândalos travestidos de torcedores? Muitos deles financiados pelos próprios clubes. Fui chamado de louco e ingênuo quando disse que os clubes, quando prejudicados pelos maus torcedores, deveriam promover ações cíveis, pedindo ressarcimento dos danos. Corinthians e Palmeiras certamente perderão algum dinheiro se as punições forem mantidas. Deveriam buscar imagens de TV e de câmeras de segurança, identificar os vândalos e processá-los.
Mas parece mais fácil criticar qualquer medida punitiva que seja tomada, imaginar cenários de mutretas e afins. Alguns torcedores sérvios aprontaram num jogo que nem houve contra a Itália, e a Sérvia perdeu os pontos. O dia em que isso acontecer aqui, talvez os clubes deixem de lado a relação promiscua com alguns torcedores (?) e passem a valorizar os que simplesmente torcem de verdade.
Certo ou errado?
Polêmica na reta final do Basileiro. Corinthians perde um mando de jogo e Palmeiras, dois, em virtude de (mais um) ato de vandalismo de torcedores (?) no dérbi paulista.
Confesso que não conheço muito de leis, tentei consultar alguns advogados e promovi um bom debate no twitter sobre isso. Pelo regulamento, o clube mandante é responsável pelos acontecimentos dentro do estádio. Mas soa incoerente para alguns advogados que debateram que atos praticados pela torcida adversária sejam debitados da conta do mandante.
Acredito que o Corinthians deva recorrer da punição, e acho até que os próprios advogados do Palmeiras o farão. No Brasil sempre cabe recurso de tudo, o que é bom e ruim, num País de regras demais e respeito de menos às mesmas. Acredito, também, que o Corinthians tenha bons argumentos.
O que ainda não se discutiu a fundo é o que fazer com os vândalos travestidos de torcedores? Muitos deles financiados pelos próprios clubes. Fui chamado de louco e ingênuo quando disse que os clubes, quando prejudicados pelos maus torcedores, deveriam promover ações cíveis, pedindo ressarcimento dos danos. Corinthians e Palmeiras certamente perderão algum dinheiro se as punições forem mantidas. Deveriam buscar imagens de TV e de câmeras de segurança, identificar os vândalos e processá-los.
Mas parece mais fácil criticar qualquer medida punitiva que seja tomada, imaginar cenários de mutretas e afins. Alguns torcedores sérvios aprontaram num jogo que nem houve contra a Itália, e a Sérvia perdeu os pontos. O dia em que isso acontecer aqui, talvez os clubes deixem de lado a relação promiscua com alguns torcedores (?) e passem a valorizar os que simplesmente torcem de verdade.
terça-feira, novembro 09, 2010
Você acredita
em marmelada?
Leia a coluna desta terça-feira no Diário de S.Paulo. http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/11/12557-voce+acredita+em+marmelada.html
em marmelada?
Leia a coluna desta terça-feira no Diário de S.Paulo. http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/11/12557-voce+acredita+em+marmelada.html
segunda-feira, novembro 08, 2010
Equilíbrio total, mas a
rodada sorri para o Flu
Se o Fenômeno disse que o Basileirão é o campeonato mais difícil do mundo, só tenho que aplaudir e me sentir honrado, porque defendo essa tese há tempos, trombando de frente com os aculturados professores que grassam pela análise do ludopédio atual.
Não se vê um campeonato tão equilibrado, tão disputado em outra parte do mundo. Tecnicamente, pode-se argumentar que a Liga dos Campeões é melhor, mas nem mesmo o badalado Campeonato Inglês, que é bom mesmo, se compara ao Brasileirão. Não há no planeta bola outro torneio com dez times efetivamente em condição de disputar o título, ainda que não cheguem a disputá-lo.
Mas chega de enrolação e vamos à opinião. Ainda há muito equilíbrio entre o trio de postulantes ao título. Fluminense, Cruzeiro e Corinthians andam todos no mesmo segundo nas últimas voltas.
Mas a próxima curva é, digamos, favorável ao carro pilotado por Muricy Ramalho. Tudo no campo da teoria, claro. Isso porque o Flu recebe um Goiás que vive na UTI, no Engenhão. Um dia antes, sábado, Corinthians e Cruzeiro jogam uma decisão particular no Pacaembu. Há um cenário ideal para o time das Laranjeiras que é o seguinte: empate em São Paulo e vitória no Engenhão. O Flu chegaria a 64 pontos e Cruzeiro e Corinthians estacionariam em 61, e os cariocas livrariam uma vitória de vantagem.
Mas o cenário também pode se transformar em favor do Corinthians e do Cruzeiro. Qualquer um que vença no Pacaembu, se for brindado com um empate do Fluminense, abrirá um ponto e uma vitória. Isso sem considerar a hipótese de uma tragédia para os torcedores do Flu, uma derrota para o Goiás.
Bola por bola, os três estão no mesmo patamar, com virtudes e defeitos que variam de rodada para rodada, não se pode descartar ninguém. Talvez o campeonato até se decida, de fato, na penúltima rodada. Isso porque na última o trio de candidatos terá provavelmente advesários sem pretensão pela frente. O Cruzeiro pega o Palmeiras, provavelmente poupando jogadores para a Sul-americana. O Corinthians vai a Goiânia enfrentar o Goiás, com grande chance de já estar rebaixado, e o Flu recebe o Guarani, com alta probabilidade de estar também condenado.
Olho, portanto, na rodada 37: Corinthians x Vasco, Palmeiras x Fluminense e Flamengo x Cruzeiro.
Atrás desse trio elétrico acho que não vai mais ninguém. A distância de 5 pontos que separa o Botafogo do Cruzeiro é considerável. Ela sobe para sete no caso do Grêmio, que tem se mostrado o mais capaz dos postulantes a uma reação heróica. A quarta vaga deve ficar entre outro trio, Furacão, Bota e Grêmio. Mas os três ficarão nas mãos de Verdão, Galo, Avaí e Goiás, que lutam pela classificação pela porta da Sul-americana e, como se sabe, fecham a entrada via Brasileiro se levantarem a taça.
rodada sorri para o Flu
Se o Fenômeno disse que o Basileirão é o campeonato mais difícil do mundo, só tenho que aplaudir e me sentir honrado, porque defendo essa tese há tempos, trombando de frente com os aculturados professores que grassam pela análise do ludopédio atual.
Não se vê um campeonato tão equilibrado, tão disputado em outra parte do mundo. Tecnicamente, pode-se argumentar que a Liga dos Campeões é melhor, mas nem mesmo o badalado Campeonato Inglês, que é bom mesmo, se compara ao Brasileirão. Não há no planeta bola outro torneio com dez times efetivamente em condição de disputar o título, ainda que não cheguem a disputá-lo.
Mas chega de enrolação e vamos à opinião. Ainda há muito equilíbrio entre o trio de postulantes ao título. Fluminense, Cruzeiro e Corinthians andam todos no mesmo segundo nas últimas voltas.
Mas a próxima curva é, digamos, favorável ao carro pilotado por Muricy Ramalho. Tudo no campo da teoria, claro. Isso porque o Flu recebe um Goiás que vive na UTI, no Engenhão. Um dia antes, sábado, Corinthians e Cruzeiro jogam uma decisão particular no Pacaembu. Há um cenário ideal para o time das Laranjeiras que é o seguinte: empate em São Paulo e vitória no Engenhão. O Flu chegaria a 64 pontos e Cruzeiro e Corinthians estacionariam em 61, e os cariocas livrariam uma vitória de vantagem.
Mas o cenário também pode se transformar em favor do Corinthians e do Cruzeiro. Qualquer um que vença no Pacaembu, se for brindado com um empate do Fluminense, abrirá um ponto e uma vitória. Isso sem considerar a hipótese de uma tragédia para os torcedores do Flu, uma derrota para o Goiás.
Bola por bola, os três estão no mesmo patamar, com virtudes e defeitos que variam de rodada para rodada, não se pode descartar ninguém. Talvez o campeonato até se decida, de fato, na penúltima rodada. Isso porque na última o trio de candidatos terá provavelmente advesários sem pretensão pela frente. O Cruzeiro pega o Palmeiras, provavelmente poupando jogadores para a Sul-americana. O Corinthians vai a Goiânia enfrentar o Goiás, com grande chance de já estar rebaixado, e o Flu recebe o Guarani, com alta probabilidade de estar também condenado.
Olho, portanto, na rodada 37: Corinthians x Vasco, Palmeiras x Fluminense e Flamengo x Cruzeiro.
Atrás desse trio elétrico acho que não vai mais ninguém. A distância de 5 pontos que separa o Botafogo do Cruzeiro é considerável. Ela sobe para sete no caso do Grêmio, que tem se mostrado o mais capaz dos postulantes a uma reação heróica. A quarta vaga deve ficar entre outro trio, Furacão, Bota e Grêmio. Mas os três ficarão nas mãos de Verdão, Galo, Avaí e Goiás, que lutam pela classificação pela porta da Sul-americana e, como se sabe, fecham a entrada via Brasileiro se levantarem a taça.
quinta-feira, novembro 04, 2010
Furacão ainda sonha.
Verdão? Sul-americana
Saiu caro para quem pagou para assistir a Atlético Paranaense e Palmeiras. Houve o esforço de sempre, mas futebol que é bom, não teve na Arena da Baixada.
Houve polêmicas como sempre. Dois gols anulados, em, acho eu, dois erros da arbitragem. Um contra cada time.
Fora isso, o Atlético sempre quis mais a vitória que o Palmeiras. Havia desfalques nos dois times, e mesmo assim a equipe paranaense correu, tentou. Seu treinador ousou mais, colocou atacantes, tentou mudar, e foi premiado com uma vitória que mantém vivo o sonho da Libertadores, embora seja difícil. O próximo desafio é o Flamengo.
O Palmeiras mostrou que sem Kléber e Valdívia fica no esforço apenas. Quando o time coloca Pierre em campo certamente não é para tentar ganhar o jogo, ainda que Tinga não tenha correspondido mais adiantado.
Num jogo de muita dedicação apenas, o duelo dos treinadores foi vencido pelo ainda novato Sérgio Soares, que foi mais ousado e quis ganhar o jogo, ante um Felipão mais experiente, sem banco, e que não conseguiu fazer seu time atacar. Precisa fazê-lo na Copa Sul-americana, contra o Galo. Felipão já disse que 4 ou 5 titulares não jogarão contra o Guarani.
A noite marcou ainda a despedida do Grêmio Prudente da Série A. Ruim para a cidade de Presidente Prudente, mas um alerta importante para esses times ciganos, de empresários, que não ligam para torcida.
Verdão? Sul-americana
Saiu caro para quem pagou para assistir a Atlético Paranaense e Palmeiras. Houve o esforço de sempre, mas futebol que é bom, não teve na Arena da Baixada.
Houve polêmicas como sempre. Dois gols anulados, em, acho eu, dois erros da arbitragem. Um contra cada time.
Fora isso, o Atlético sempre quis mais a vitória que o Palmeiras. Havia desfalques nos dois times, e mesmo assim a equipe paranaense correu, tentou. Seu treinador ousou mais, colocou atacantes, tentou mudar, e foi premiado com uma vitória que mantém vivo o sonho da Libertadores, embora seja difícil. O próximo desafio é o Flamengo.
O Palmeiras mostrou que sem Kléber e Valdívia fica no esforço apenas. Quando o time coloca Pierre em campo certamente não é para tentar ganhar o jogo, ainda que Tinga não tenha correspondido mais adiantado.
Num jogo de muita dedicação apenas, o duelo dos treinadores foi vencido pelo ainda novato Sérgio Soares, que foi mais ousado e quis ganhar o jogo, ante um Felipão mais experiente, sem banco, e que não conseguiu fazer seu time atacar. Precisa fazê-lo na Copa Sul-americana, contra o Galo. Felipão já disse que 4 ou 5 titulares não jogarão contra o Guarani.
A noite marcou ainda a despedida do Grêmio Prudente da Série A. Ruim para a cidade de Presidente Prudente, mas um alerta importante para esses times ciganos, de empresários, que não ligam para torcida.
Parabéns, Ricardo Oliveira!
Certa vez, participando do Bem, Amigos, eu disse que gostaria de ver, um dia, um jogador, torcedor ou técnico brasileiro dizendo que seu time tinha vencido um jogo com um pênalti que não havia existido, algo desse tipo. Pois leio que Ricardo Oliveira, excelente atacante do São Paulo, deu essa declaração hoje, afirmando que, segundo ele, sofreu falta fora da área, e não pênalti no jogo contra o Cruzeiro.
Enfim, taí alguém que acredita que parece realmente querer o bem do futebol e do esporte, e não apenas levar vantagem em tudo. Erros continuarão acontecendo, mas a postura de dirigentes, atletas e torcedores de apenas comentar e condenar os erros contra seus times é nociva. Geralmente, quando é a favor, eles dizem que não viram, que não podem opinar.
A postura de Ricardo Oliveira é rara e corajosa. Certamente ele será condenado por alguns dirigentes e por muitos torcedores, que sempre acham que seus times são roubados e os outros, favorecidos, criam teorias conspiratórias e parecem acreditar na nojenta tese do roubado é mais gostoso.
No lance em questão, na vitória merecida do São Paulo sobre o Cruzeiro, porque jogou melhor, no máximo houve falta fora da área em Ricardo Oliveira, no máximo. Jamais pênalti. E ele vem a público falar isso, quando o lance foi decisivo para o resultado a favor de seu time (o que não diminui o desempenho excelente de sua equipe). Enfim, é um dia histórico.
Também foi marcado um pênalti que nem duvidoso chega a ser em Dentinho, do Corinthians, contra o Avaí. Leio, também, que o árbitro desse jogo será afastado. Muitos outros pênaltis e faltas inexistentes serão marcados. Todos os times serão beneficiados e prejudicados ao final do campeonato. Erros em contratações, gols perdidos, diretoriasi ncompetentes, técnicos que trabalharam mal, tudo é esquecido, e no final a culpa será sempre da arbitragem.
Montillo parou e o Cruzeiro parou junto
Sou fão do futebol do argentino Montillo. Mas foi ele parar e o Cruzeiro também parou. Montillo joga muito mais do que tem jogado e depende dele o desempenho do Cruzeiro, ainda com grandes chances de título, nas rodadas finais. Assim como o Flu depende de Conca e o Corinthians de Elias.
Respostas no blog
Seguirei respondendo a maioria das perguntas e críticas que aqui chegam. Retiro apenas as ofensivas, xiitas e mal educadas. Também não respondo as que tentam, ainda que educadamente, criar teses fantasiosas e denegrir a imagem de terceiros, de companheiros de profissão. No mais, pode ser a maior bobagem do mundo, na minha opinião, que publico e respondo. O que é bobagem para mim pode não ser para outros.
Certa vez, participando do Bem, Amigos, eu disse que gostaria de ver, um dia, um jogador, torcedor ou técnico brasileiro dizendo que seu time tinha vencido um jogo com um pênalti que não havia existido, algo desse tipo. Pois leio que Ricardo Oliveira, excelente atacante do São Paulo, deu essa declaração hoje, afirmando que, segundo ele, sofreu falta fora da área, e não pênalti no jogo contra o Cruzeiro.
Enfim, taí alguém que acredita que parece realmente querer o bem do futebol e do esporte, e não apenas levar vantagem em tudo. Erros continuarão acontecendo, mas a postura de dirigentes, atletas e torcedores de apenas comentar e condenar os erros contra seus times é nociva. Geralmente, quando é a favor, eles dizem que não viram, que não podem opinar.
A postura de Ricardo Oliveira é rara e corajosa. Certamente ele será condenado por alguns dirigentes e por muitos torcedores, que sempre acham que seus times são roubados e os outros, favorecidos, criam teorias conspiratórias e parecem acreditar na nojenta tese do roubado é mais gostoso.
No lance em questão, na vitória merecida do São Paulo sobre o Cruzeiro, porque jogou melhor, no máximo houve falta fora da área em Ricardo Oliveira, no máximo. Jamais pênalti. E ele vem a público falar isso, quando o lance foi decisivo para o resultado a favor de seu time (o que não diminui o desempenho excelente de sua equipe). Enfim, é um dia histórico.
Também foi marcado um pênalti que nem duvidoso chega a ser em Dentinho, do Corinthians, contra o Avaí. Leio, também, que o árbitro desse jogo será afastado. Muitos outros pênaltis e faltas inexistentes serão marcados. Todos os times serão beneficiados e prejudicados ao final do campeonato. Erros em contratações, gols perdidos, diretoriasi ncompetentes, técnicos que trabalharam mal, tudo é esquecido, e no final a culpa será sempre da arbitragem.
Montillo parou e o Cruzeiro parou junto
Sou fão do futebol do argentino Montillo. Mas foi ele parar e o Cruzeiro também parou. Montillo joga muito mais do que tem jogado e depende dele o desempenho do Cruzeiro, ainda com grandes chances de título, nas rodadas finais. Assim como o Flu depende de Conca e o Corinthians de Elias.
Respostas no blog
Seguirei respondendo a maioria das perguntas e críticas que aqui chegam. Retiro apenas as ofensivas, xiitas e mal educadas. Também não respondo as que tentam, ainda que educadamente, criar teses fantasiosas e denegrir a imagem de terceiros, de companheiros de profissão. No mais, pode ser a maior bobagem do mundo, na minha opinião, que publico e respondo. O que é bobagem para mim pode não ser para outros.
segunda-feira, novembro 01, 2010
Felipão e imprensa
têm muito crédito
Confesso que não gosto muito de tocar no tema da relação da imprensa com os entrevistados e a notícia. Acho meio chatinho.Gosto de escrever sobre esportes, de debater idéias, interagir, ler críticas, responder aos educados e, admito, peitar alguns mais folgados. O que é errado de minha parte. Mesmo quem não me respeita merece respeito. Vou me policiar e tentarei melhorar.
Pois lá vou eu escrever algo sobre o Felipão e seus destemperos com a imprensa, que reagiu com ironia. Acho que houve excessos e ambos os lados e que todos têm muito crédito.
Lembro de uma entrevista que fizemos com o Felipão quando ele ainda treinava aquele ótimo time do Grêmio. Deve ter sido em 1996, um pouco antes de o time gaúcho ser campeão brasileiro. Eu trabalhava na saudosa Gazeta Esportiva. Fomos até um hotel no Centro de São Paulo eu, Luís Augusto Simon, o Menom, e João Henrique Pugliesi. Foi um bate-papo excelente, franco, sincero. Felipão contou que era assinante do jornal e adorava utilizá-lo para motivar seus jogadores. "Quando vocês escrevem que os times são favoritos contra o Grêmio, eu colo na parede do vestiário e mostro pros jogadores", contou, rindo.
Quando chegou ao Palmeiras, Felipão foi perseguido por alguns veículos de comunicaçãos. Porque ele tinha sido contratado pelo Palmeiras e não confirmou, mentiu por uma questão contratual. Sei do que falo porque demos essa furo na Gazeta, uma semana antes de o Felipão ser apresentado a gente já sabia. O Fábi Koff, então presidente do Grêmio, tinha me dito isso em Porto Alegre, e o Marcelo Tieppo, que cobria o Palmeiras, confirmou com suas fontes. Bancamos. Felipão negou e depois se apresentou. Muita gente não gostou e começou uma guerrinha meio besta e ambas as partes.
Certo dia estava no CT palmeirense e Felipão virou para mim: "tu és da Gazeta?" Eu disse que era. "Pois assim acho que vamos ter problemas". Aí eu disse: "Por quê? Eu nem escrevi nada ainda". Felipão não sabia que havia o jornal A Gazeta Esportiva, a TV Gazeta e a Rádio Gazeta. Estava bravo com um repórter da TV Gazeta e foi mal informado por seu assessor que era eu. Tivemos um rápido bate-boca. No treino da tarde ele me procurou e pediu desculpas, na frente de todo mundo.
Muitas vezes o problema de Felipão é achar que o mundo é um grande Gre-Nal, que quem não é Grêmio, como ele, é Inter, ou seja, é contra. O que não é verdade. Escolado nisso, ele usa tudo como truques para buscar a vitória, motivar jogadores. Pode não ser certo, mas é válido.
Considero Felipão um grande treinador de futebol. É meio esquentado, usa métodos como os do Mestre Oswaldo Brandão, só que sem a mesma maestria. Mas é um sujeito franco, direto, o que é de se admirar atualmente. Acho até que tem razão em algumas coisas quando critica a minha área de atuação. Como, por exemplo, a insistência de alguns em dizer o quanto ele ganha. Isso é uma velha mania de alguns setores da imprensa. Cada um ganha o que ganha, é coisa pessoal. Técnico não é funcionário público e torcedor não é fiscal da receita. Nem jornalista é. Mas tem gente que acha genial a pauta de mostrar quanto ganham técnicos e jogadores. Eu acho sem graça e sem propósito.
No caso do Palmeiras, um clube que passa por um processo político quente e por uma tentativa de reestruturação do futebol, Felipão é mais que técnico, é bombeiro. Tem que ser meio dirigente numa casa onde não se sabe ao certo quem manda de verdade. Daí chegam os estouros. Acho que ele não deveria estourar quando perguntam sobre Valdívia, porque é um direito dos palmeirenses saber o que passa com o principal jogador de criatividade do time atualmente.
Enfim, tudo tem seus motivos. A mídia erra e acerta. Entrevistadores e entrevistados não precisam mesmo ser amigos. Isso, inclusive, atrapalha. Mas podem e devem se respeitar. Nesse aspecto, foi brilhante a atuação do companheiro Luiz Ademar, presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo, que foi conversar com Felipão, em alto nível, como deve ser.
Todos têm muito crédito para superar o que aconteceu. Felipão sabe que a grande maioria da mídia esportiva é formada por gente séria e trabalhadora. O que todos nós sabemos que Felipão é. E todos sabem que há uma instituição por trás de ambos, uma instituição gloriosa que merece todo o respeito, que é o Palmeiras. Quando Felipão se exalta com alguém, é o técnico do Palmeiras, é a imagem do clube que está ali, também a de seus patrocinadores.
E quando Felipão fica chateado quando falam de seu salário, ele sabe que vive agora em um País perigoso, cheio de assaltos e de gente que pesquisa salários de famosos atrás de objetivos nada lícitos. De novo: se ele ganha isso é porque merece e fez muito para chegar lá. E está levando o Palmeiras adiante, com ótimas chances de ganhar a sul-americana.
Em breve acho que todos conviverão em paz. Um bom churrasco resolve tudo. E Felipão é um ótimo contador de histórias quando está relaxado.
sexta-feira, outubro 29, 2010
Se liga andreihauser
Otário é vc, que não faz justiça ao grande estado em que vive. Leia e se informe antes de falar bobagem: http://blogdonori.blogspot.com/2010/09/candidatura-colorada-da-gosto-ver-jogar.html
Otário é vc, que não faz justiça ao grande estado em que vive. Leia e se informe antes de falar bobagem: http://blogdonori.blogspot.com/2010/09/candidatura-colorada-da-gosto-ver-jogar.html
Conca La Conca
Não era à toa que Muricy tentava insistentemente contratar Conca quando era técnico do São Paulo e, também, do Palmeiras. O gringo joga muito e decide. Aliás, os gringos estão entre os melhores jogadores do Brasileirão. Conca, Montillo e Valdívia são três dos melhores e sem eles seus times perdem muita qualidade.
É nos pés de Conca que reside a esperança dos tricolores cariocas de comemorar mais um Brasileiro.
Não era à toa que Muricy tentava insistentemente contratar Conca quando era técnico do São Paulo e, também, do Palmeiras. O gringo joga muito e decide. Aliás, os gringos estão entre os melhores jogadores do Brasileirão. Conca, Montillo e Valdívia são três dos melhores e sem eles seus times perdem muita qualidade.
É nos pés de Conca que reside a esperança dos tricolores cariocas de comemorar mais um Brasileiro.
quinta-feira, outubro 28, 2010
O estranho caso
do pênalti anulado
Confesso que não me lembro de muitas ocasiões em que juízes voltaram atrás em suas marcações. Lembro de Holanda x Rússia na Euro 2008, quando o juiz marcou falta, mostrou cartão vermelho para um zagueiro russo e depois voltou atrás, anulando o cartão porque o lance tinha ocorrido fora de campo e, fora de campo não se pode marcar falta.
Em Atlético Mineiro e Palmeiras aconteceu algo muito estranho. Marcelo de Lima Henrique marcou pênalti, acertadamente, em Lincoln. Mas quando o Palmeiras ia bater, voltou atrás, sinalizando impedimento, que houve. Acontece que o auxiliar Erich Bandeira não marcou impedimento em momento algum, as imagens do SporTV são claras. Ele corre para a lnha de fundo com a bandeira abaixada.
Felipão falou besteira na entrevista coletiva ao supor que alguém tinha avisado o bandeira. Impossível. A imagem só foi ao ar depois do pênalti ter sido anulado. Mas é mais fácil culpar a arbitragem do que explicar como um time com 11 titulares não consegue ganhar de outro com 8 reservas na maior parte do tempo.
É preciso explicar como o auxiliar mudou de idéia. Já tem gente dizendo que um repórter mineiro avisou. Tem pinta de mentira, poque não tinha repórter nenhum perto do bandeirinha naquela hora e, repito, ninguém viu a imagem, porque a mesma só foi ao ar DEPOIS de o penal ter sido anulado.
Torcedores sempre inventam teorias da conspiração, acham que tem esquema em tudo e em todos. O que houve foi uma situação que não foi explicada. Se anulou a marcação do pênalti, o auxiliar deveria ter deixado claro o por que. Se ele disse que marcou impedimento, a imagem o desmente.
Sigo achando que Márcio Araújo fez um pênalti bobo em Obina. Concorda e discorda quem quiser, não ligo a mínima. Não ligo para elogio e nem para crítica de torcedor. Um dia você é gênio só porque elogiou o time dele, no outro é um idiota porque falou algo que ele não gostou. Fanáticos não torcem, distorcem. Muita gente achou que não foi pênalti e muita gente achou que foi. Como disse antes, e daí? Cada um acha o que quiser. E NÃO TENHO MEDO de palavrão nem de bravata.
Também não ligo a mínima para trouxas anônimos que fazem ameaças e xingam. A maioria usa a covardia do anonimato para compensar suas frustrações. São os mesmos que ameaçam bater em jogadores, que fiscalizam atletas nas supostas baladas. Os que se identificam, que criticam, sem palavrões, e com bons argumentos, serão publicados. Os demais irão para a vala comum dos otários de plantão. Quem escrever palavrão será bloqueado e acabou.
Nunca tive problema em rever opiniões, mas para mim foi pênalti e pronto. Vi, revi, vi de novo. Repito: concorda quem quiser, discorda quem quiser e a vida segue. Engraçado é ver as mudanças de atitude. Uma vez, num clássico Palmeiras e Corinthians, eu disse que o Tevez tinha feito falta no zagueiro do Palmeiras, num lance em que ele marcou um gol depois anulado. Fui chamado de tudo quanto é coisa. Aí uma imagem da TV Record mostrou o empurrão, sutil, de leve, mas suficiente para desclocar o Leonardo Silva, e a Ana Paula Oliveira confirmou que ela tinha marcado a falta. Tenho certeza que os mesmos que me detonam hoje me elogiaram naquela hora.
Ou seja, torcedor fanático quer que seu time ganhe, não importa como. O mesmo lance a favor e contra seu time ele interpreta de duas maneiras diferentes.
do pênalti anulado
Confesso que não me lembro de muitas ocasiões em que juízes voltaram atrás em suas marcações. Lembro de Holanda x Rússia na Euro 2008, quando o juiz marcou falta, mostrou cartão vermelho para um zagueiro russo e depois voltou atrás, anulando o cartão porque o lance tinha ocorrido fora de campo e, fora de campo não se pode marcar falta.
Em Atlético Mineiro e Palmeiras aconteceu algo muito estranho. Marcelo de Lima Henrique marcou pênalti, acertadamente, em Lincoln. Mas quando o Palmeiras ia bater, voltou atrás, sinalizando impedimento, que houve. Acontece que o auxiliar Erich Bandeira não marcou impedimento em momento algum, as imagens do SporTV são claras. Ele corre para a lnha de fundo com a bandeira abaixada.
Felipão falou besteira na entrevista coletiva ao supor que alguém tinha avisado o bandeira. Impossível. A imagem só foi ao ar depois do pênalti ter sido anulado. Mas é mais fácil culpar a arbitragem do que explicar como um time com 11 titulares não consegue ganhar de outro com 8 reservas na maior parte do tempo.
É preciso explicar como o auxiliar mudou de idéia. Já tem gente dizendo que um repórter mineiro avisou. Tem pinta de mentira, poque não tinha repórter nenhum perto do bandeirinha naquela hora e, repito, ninguém viu a imagem, porque a mesma só foi ao ar DEPOIS de o penal ter sido anulado.
Torcedores sempre inventam teorias da conspiração, acham que tem esquema em tudo e em todos. O que houve foi uma situação que não foi explicada. Se anulou a marcação do pênalti, o auxiliar deveria ter deixado claro o por que. Se ele disse que marcou impedimento, a imagem o desmente.
Sigo achando que Márcio Araújo fez um pênalti bobo em Obina. Concorda e discorda quem quiser, não ligo a mínima. Não ligo para elogio e nem para crítica de torcedor. Um dia você é gênio só porque elogiou o time dele, no outro é um idiota porque falou algo que ele não gostou. Fanáticos não torcem, distorcem. Muita gente achou que não foi pênalti e muita gente achou que foi. Como disse antes, e daí? Cada um acha o que quiser. E NÃO TENHO MEDO de palavrão nem de bravata.
Também não ligo a mínima para trouxas anônimos que fazem ameaças e xingam. A maioria usa a covardia do anonimato para compensar suas frustrações. São os mesmos que ameaçam bater em jogadores, que fiscalizam atletas nas supostas baladas. Os que se identificam, que criticam, sem palavrões, e com bons argumentos, serão publicados. Os demais irão para a vala comum dos otários de plantão. Quem escrever palavrão será bloqueado e acabou.
Nunca tive problema em rever opiniões, mas para mim foi pênalti e pronto. Vi, revi, vi de novo. Repito: concorda quem quiser, discorda quem quiser e a vida segue. Engraçado é ver as mudanças de atitude. Uma vez, num clássico Palmeiras e Corinthians, eu disse que o Tevez tinha feito falta no zagueiro do Palmeiras, num lance em que ele marcou um gol depois anulado. Fui chamado de tudo quanto é coisa. Aí uma imagem da TV Record mostrou o empurrão, sutil, de leve, mas suficiente para desclocar o Leonardo Silva, e a Ana Paula Oliveira confirmou que ela tinha marcado a falta. Tenho certeza que os mesmos que me detonam hoje me elogiaram naquela hora.
Ou seja, torcedor fanático quer que seu time ganhe, não importa como. O mesmo lance a favor e contra seu time ele interpreta de duas maneiras diferentes.
quarta-feira, outubro 27, 2010
A vida de Analy Alvarez.
Por Nicolau Radamés Cretti
Um dos mais brilhantes repórteres do jornalismo esportivo brasileiro, meu colega Nicolau Radamés Cretti, lança amanhã seu terceiro livro. Autor de dois grandes sucessos, Vitória, contando a história da medalha de ouro do vôlei em Barcelona, e a biografia de Giovanni Gavio, Nicolau desta vez empresta seu talento de repórter para contar a vida de uma grande atriz brasileira, Analy Alvarez.
O lançamento será nesta quinta-feira, dia 28 de outubro, a partir das 19hs, no Centro de Convenções Frei Caneca, no Shopping Frei Caneca, em São Paulo.
Por Nicolau Radamés Cretti
Um dos mais brilhantes repórteres do jornalismo esportivo brasileiro, meu colega Nicolau Radamés Cretti, lança amanhã seu terceiro livro. Autor de dois grandes sucessos, Vitória, contando a história da medalha de ouro do vôlei em Barcelona, e a biografia de Giovanni Gavio, Nicolau desta vez empresta seu talento de repórter para contar a vida de uma grande atriz brasileira, Analy Alvarez.
O lançamento será nesta quinta-feira, dia 28 de outubro, a partir das 19hs, no Centro de Convenções Frei Caneca, no Shopping Frei Caneca, em São Paulo.
terça-feira, outubro 26, 2010
A coluna desta terça
no Diário de S.Paulo
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/10/11196-rivais+serao+decisivos+para+o+timao.html
no Diário de S.Paulo
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/10/11196-rivais+serao+decisivos+para+o+timao.html
domingo, outubro 24, 2010
Rodada perfeita para
alvinegros e um tricolor
Na teoria, a rodada era perfeita para o Santos e complicada para todos os outros postulantes ao título. Na prática, terminou sendo péssima para o Santos, ruim para o Cruzeiro, e excelente para Fluminense, Corinthians e Atlético Mineiro.
O Fluminense saiu de uma derrota para um empate que lhe valeu o retorno à liderança de um campeonato absolutamente embolado. Recuperar um ponto diante do Furacão, na Arena, é coisa para poucos times. Numa disputa assim tão acirrada, o Flu buscou a ponta no saldo de gols, já que tem as mesmas 15 vitórias de Cruzeiro e Corinthians.
O Flu pega o Grêmio, que empatou por 2 a 2 com o Inter, no Engenhão, numa rodada em que Corinthians e Cruzeiro jogarão fora de casa. O Cruzeiro contra o Grêmio Prudente, que aplicou inacreditáveis 3 a 2 no Santos, na Vila, após estar perdendo por 2 a 0. E o Corinthians, que venceu o Palmeiras, pega o Flamengo, que empatou com o Vasco.
Cruzeiro que trombou de frente com Obina e se deu mal. O injustiçado centroavante fez 3 nos 4 a 3 do Galo sobre o rival. A defesa cruzeirense errou em quatro bolas cruzadas para a área, e Obina não perdoou em três, com Réver aproveitando a quarta. O Cruzeiro correu, lutou, criou muitas chances e perdeu a maioria, mesmo diminuindo para 4 a 3 após estar perdendo por 4 a 1 e com Montillo desperdiçando um pênalti.
De novo na teoria, a p´roxima rodada pode ser boa para o Cruzeiro, dada a fragilidade do Prudente, que mesmo heróico contra o Santos, é muito mais fraco que a Raposa.
A vitória corintiana sobre o Palmeiras foi construída nos 30 primeiros minutos de jogo, quando o time do estreante Tite sobrou em campo diante da equipe de seu mestre Felipão. Mas bastou fazer 1 a 0 com Bruno César para o Corinthians parar em campo, recuar demais e convidar o Palmeiras, que até então só assistia, para entrar no jogo. No segundo tempo, o Palmeiras pressionava com Valdívia, que saiu machucado. Ainda pressionou, mas sem muita qualidade, e esbarrou numa tarde inspiradíssima do jovem goleiro Júlio César, que fez defesa magistral em falta cobrada por ele, sempre ele, Marcos Assunção.
Resultado para reestabelecer a confiança entre os corintianos e posicionar os palmeirenses defintivamente para a Copa Sul-americana, contra um Galo embalado na quarta-feira, em Sete Lagoas.
O Inter empatou com o Grêmio após estar perdendo duas vezes e explorando bem o recuo excessivo dos comandados de Renato Gaúcho na etapa final. Santos e Inter somam 48 pontos, assim como o Botafogo, que é o atual proprietário da quarta vaga na Libertadores, já que venceu (aleluia!) o Vitória, que trocou de lugar com o Galo e está na zona de rebaixamento. Mesmo em sexto lugar, o Fogão se beneficia do fato de Santos e Inter já estarem na Libertadores. Por isso mesmo, Furacão e Grêmio e até mesmo São Paulo e Palmeiras sonham com essa vaga.
São Paulo que foi derrotado sem contra-argumentação pelo Ceará, que é danado mesmo em Fortaleza. E Palmeiras que mostrou que precisa mesmo de todos os seus titulares para manter um bom nível de rendimento. Resta saber se terá Valdívia contra o Galo, no belo jogo pela Sul-americana.
A lição que fica desta rodada é que não se vacila diante de adversários teoricamente mais fracos. Santos e Fluminense que o digam. O Santos poderia ser o grande vencedor da rodada se vencesse o Prudente, pois teria ficado a três pontos dos líderes, mesmo com um time modificado dentro da temporada e já saciado por duas taças. Assim como o Fluminense deve lamentar a cada segundo os quatro pontos que deixou pelo caminho diante do mesmo Prudente, que poderiam dar uma vantagem de 58 a 54 sobre o Cruzeiro, um jogo de folga.
Bom mesmo é saber que até 5 de dezembro tudo pode acontecer.
alvinegros e um tricolor
Na teoria, a rodada era perfeita para o Santos e complicada para todos os outros postulantes ao título. Na prática, terminou sendo péssima para o Santos, ruim para o Cruzeiro, e excelente para Fluminense, Corinthians e Atlético Mineiro.
O Fluminense saiu de uma derrota para um empate que lhe valeu o retorno à liderança de um campeonato absolutamente embolado. Recuperar um ponto diante do Furacão, na Arena, é coisa para poucos times. Numa disputa assim tão acirrada, o Flu buscou a ponta no saldo de gols, já que tem as mesmas 15 vitórias de Cruzeiro e Corinthians.
O Flu pega o Grêmio, que empatou por 2 a 2 com o Inter, no Engenhão, numa rodada em que Corinthians e Cruzeiro jogarão fora de casa. O Cruzeiro contra o Grêmio Prudente, que aplicou inacreditáveis 3 a 2 no Santos, na Vila, após estar perdendo por 2 a 0. E o Corinthians, que venceu o Palmeiras, pega o Flamengo, que empatou com o Vasco.
Cruzeiro que trombou de frente com Obina e se deu mal. O injustiçado centroavante fez 3 nos 4 a 3 do Galo sobre o rival. A defesa cruzeirense errou em quatro bolas cruzadas para a área, e Obina não perdoou em três, com Réver aproveitando a quarta. O Cruzeiro correu, lutou, criou muitas chances e perdeu a maioria, mesmo diminuindo para 4 a 3 após estar perdendo por 4 a 1 e com Montillo desperdiçando um pênalti.
De novo na teoria, a p´roxima rodada pode ser boa para o Cruzeiro, dada a fragilidade do Prudente, que mesmo heróico contra o Santos, é muito mais fraco que a Raposa.
A vitória corintiana sobre o Palmeiras foi construída nos 30 primeiros minutos de jogo, quando o time do estreante Tite sobrou em campo diante da equipe de seu mestre Felipão. Mas bastou fazer 1 a 0 com Bruno César para o Corinthians parar em campo, recuar demais e convidar o Palmeiras, que até então só assistia, para entrar no jogo. No segundo tempo, o Palmeiras pressionava com Valdívia, que saiu machucado. Ainda pressionou, mas sem muita qualidade, e esbarrou numa tarde inspiradíssima do jovem goleiro Júlio César, que fez defesa magistral em falta cobrada por ele, sempre ele, Marcos Assunção.
Resultado para reestabelecer a confiança entre os corintianos e posicionar os palmeirenses defintivamente para a Copa Sul-americana, contra um Galo embalado na quarta-feira, em Sete Lagoas.
O Inter empatou com o Grêmio após estar perdendo duas vezes e explorando bem o recuo excessivo dos comandados de Renato Gaúcho na etapa final. Santos e Inter somam 48 pontos, assim como o Botafogo, que é o atual proprietário da quarta vaga na Libertadores, já que venceu (aleluia!) o Vitória, que trocou de lugar com o Galo e está na zona de rebaixamento. Mesmo em sexto lugar, o Fogão se beneficia do fato de Santos e Inter já estarem na Libertadores. Por isso mesmo, Furacão e Grêmio e até mesmo São Paulo e Palmeiras sonham com essa vaga.
São Paulo que foi derrotado sem contra-argumentação pelo Ceará, que é danado mesmo em Fortaleza. E Palmeiras que mostrou que precisa mesmo de todos os seus titulares para manter um bom nível de rendimento. Resta saber se terá Valdívia contra o Galo, no belo jogo pela Sul-americana.
A lição que fica desta rodada é que não se vacila diante de adversários teoricamente mais fracos. Santos e Fluminense que o digam. O Santos poderia ser o grande vencedor da rodada se vencesse o Prudente, pois teria ficado a três pontos dos líderes, mesmo com um time modificado dentro da temporada e já saciado por duas taças. Assim como o Fluminense deve lamentar a cada segundo os quatro pontos que deixou pelo caminho diante do mesmo Prudente, que poderiam dar uma vantagem de 58 a 54 sobre o Cruzeiro, um jogo de folga.
Bom mesmo é saber que até 5 de dezembro tudo pode acontecer.
sexta-feira, outubro 22, 2010
O País dos clássicos
Que outra nação da bola pode se orgulhar de ter um final de semana como este do Brasileirão?
Desfilarão pelos gramados certamente os maiores clássicos do futebol nacional em termos de rivalidade e, consequentemente, alguns dos maiores do mundo.
Um domingo que pode reunir Corinthians x Palmeiras, Vasco x Flamengo, Gre-Nal e Cruzeiro x Atlético-MG é um domingo santo do futebol.
Se lembrarmos que ainda temos outros clássicos gigantescos na mistura desses todos envolvidos quando se enfrentam, e mais Fla-Flu, San-São, dérbis, Clássico Vovô, chega a ser covardia.
Que dizer do trio pernambucano Náutico, Sport e o judiado mas sempre enorme Santa Cruz?
Vou mais longe e ainda cito outros jogos espetaculares que por circunstância acabam um pouco esquecidos, com um time na Série B, outro na A, alguns na C. Temos o Ba-Vi, que é lindo. Que dizer de Remo x Paysandyu, sempre entupindo o Mangueirão? O tradicionalíssimo Atletiba, Avaí x Figueira, Mixto x Operário, o Caju da Serra Gaúcha, o dérbi campineiro, vixe! É muito jogão.
Como profissional do jornalismo esportivo ainda tenho o sonho de ver in loco muitos desses jogos que ainda não tive a oportunidade.
Deve ser duro morar em países que têm um, dois grandes clássicos apenas.
quinta-feira, outubro 21, 2010
Paulistas não têm
estádio para fazer
a abertura da Copa
O tema é espinhoso, gera debates e picuinhas tontas como essa dos atuais mandatários de Tricolor e Timão. Mas não fujo a ele e deixo minha afirmação. Hoje a cidade e o estado de São Paulo não possuem um estádio que seja que reúna condições de receber a abertura da Copa do Mundo. Nenhum estádio.
Vamos por partes para explicar.
O Morumbi é o melhor estádio do estado, não se discute. Só não reconhece isso quem não pensa um pouco. Mas para receber uma abertura de Copa ele não reúne condições. Não tem estacionamento, não tem ainda acesso de metrô ou trem, não tem espaço externo que possa receber as exigências de uma grande partida de Copa do Mundo. Mas poderia perfeitamente receber um jogo de fase classificatória, de oitavas ou de quartas e até a decisão de terceiro lugar.
O Ellis Park tinha muitos dos problemas enfrentados hoje pelo Morumbi e recebeu jogos do Brasil na Copa da África.
No Soccer City, por exemplo, pouca gente cita ou recorda, mas havia uma estação de trem e um terminal de ônibus na área do estádio, a pouco mais de 400 metros das entradas. Sem contar a gigantesca área externa que abrigava centenas de caminhões e um centro de imprensa dedicado à mídia escrita, montado numa tenda moderna e climatizada. A uma distância de dez minutos caminhando estava o IBC, centro de transmissão internacional, com rádios e TVs.
O Morumbi dá na calçada da avenida Giovanni Gronchi de um lado e no clube social do SPFC do outro. Esse é o maior problema, o fato de o estádio ter sido engolido pela cidade e não oferecer espaço externo para receber um jogo desse porte e a estrutura cavalar da qual necessita.
No Green Point, da Cidade do Cabo, também havia uma enorme área externa, livre para receber carros de mídia, de patrocinadores e as tendas com os centros de imprensa. Além de um terminal exclusivo de ônibus a poucos metros do estádio. Situação que se repetia no Moses Mabhida, em Durban.
O Pacaembu é o estádio mais bem localizado e charmoso da cidade, mas está velho e é tombado pelo Patrimônio Histórico. Reformá-lo daria um trabalho incrível e geraria custos absurdos. Sem contar a pressão de mexer numa área da cidade para adequar as questões de estacionamento, acessos, áreas externas e trânsito.
O Palestra Itália reformado como Arena prevista para 45 mil pessoas não suporta a abertura e, assim como o Morumbi, poderia receber jogos de fase, oitavas e quartas se estiver pronto a tempo. Para abertura e semifinal também teria problemas pela falta de espaço externo, embora o projeto preveja um amplo estacionamento na reforma. Os acessos são mais fáceis pelo fato de o metrô já estar próximo, assim como um grande terminal de ônibus, mas o trânsito deve continuar sendo complicado na região.
Por fim, o mais difícil, falar sobre algo que ainda não existe, está em projeto: o novo estádio do Corinthians, citado como provável abertura da Copa. Espaço há de sobra para abrigar as necessidades externas de uma abertura de Copa, porque é mais fácil pensar em tudo para um local que ainda não existe, onde há apenas área aberta. O problema é a adequação do projeto de 48 mil para 65, 70 mil lugares, o custo e o tempo da execução. Há metrô perto do estádio, que está longe do centro e das principais regiões hoteleiras da cidade, mas relativamente próximo ao aeroporto internacional.
Resta saber quem arcará com os custos da obra, o impacto na região e outros problemas.
O pior de tudo é saber que depois de anos sabendo que a Copa vai ser realizada no Brasil, a principal cidade do principal estado da Nação não ter feito nada para superar o fato de não ter uma arena esportiva em condição de receber a abertura do Mundial. Isso faltando menos de quatro anos.
estádio para fazer
a abertura da Copa
O tema é espinhoso, gera debates e picuinhas tontas como essa dos atuais mandatários de Tricolor e Timão. Mas não fujo a ele e deixo minha afirmação. Hoje a cidade e o estado de São Paulo não possuem um estádio que seja que reúna condições de receber a abertura da Copa do Mundo. Nenhum estádio.
Vamos por partes para explicar.
O Morumbi é o melhor estádio do estado, não se discute. Só não reconhece isso quem não pensa um pouco. Mas para receber uma abertura de Copa ele não reúne condições. Não tem estacionamento, não tem ainda acesso de metrô ou trem, não tem espaço externo que possa receber as exigências de uma grande partida de Copa do Mundo. Mas poderia perfeitamente receber um jogo de fase classificatória, de oitavas ou de quartas e até a decisão de terceiro lugar.
O Ellis Park tinha muitos dos problemas enfrentados hoje pelo Morumbi e recebeu jogos do Brasil na Copa da África.
No Soccer City, por exemplo, pouca gente cita ou recorda, mas havia uma estação de trem e um terminal de ônibus na área do estádio, a pouco mais de 400 metros das entradas. Sem contar a gigantesca área externa que abrigava centenas de caminhões e um centro de imprensa dedicado à mídia escrita, montado numa tenda moderna e climatizada. A uma distância de dez minutos caminhando estava o IBC, centro de transmissão internacional, com rádios e TVs.
O Morumbi dá na calçada da avenida Giovanni Gronchi de um lado e no clube social do SPFC do outro. Esse é o maior problema, o fato de o estádio ter sido engolido pela cidade e não oferecer espaço externo para receber um jogo desse porte e a estrutura cavalar da qual necessita.
No Green Point, da Cidade do Cabo, também havia uma enorme área externa, livre para receber carros de mídia, de patrocinadores e as tendas com os centros de imprensa. Além de um terminal exclusivo de ônibus a poucos metros do estádio. Situação que se repetia no Moses Mabhida, em Durban.
O Pacaembu é o estádio mais bem localizado e charmoso da cidade, mas está velho e é tombado pelo Patrimônio Histórico. Reformá-lo daria um trabalho incrível e geraria custos absurdos. Sem contar a pressão de mexer numa área da cidade para adequar as questões de estacionamento, acessos, áreas externas e trânsito.
O Palestra Itália reformado como Arena prevista para 45 mil pessoas não suporta a abertura e, assim como o Morumbi, poderia receber jogos de fase, oitavas e quartas se estiver pronto a tempo. Para abertura e semifinal também teria problemas pela falta de espaço externo, embora o projeto preveja um amplo estacionamento na reforma. Os acessos são mais fáceis pelo fato de o metrô já estar próximo, assim como um grande terminal de ônibus, mas o trânsito deve continuar sendo complicado na região.
Por fim, o mais difícil, falar sobre algo que ainda não existe, está em projeto: o novo estádio do Corinthians, citado como provável abertura da Copa. Espaço há de sobra para abrigar as necessidades externas de uma abertura de Copa, porque é mais fácil pensar em tudo para um local que ainda não existe, onde há apenas área aberta. O problema é a adequação do projeto de 48 mil para 65, 70 mil lugares, o custo e o tempo da execução. Há metrô perto do estádio, que está longe do centro e das principais regiões hoteleiras da cidade, mas relativamente próximo ao aeroporto internacional.
Resta saber quem arcará com os custos da obra, o impacto na região e outros problemas.
O pior de tudo é saber que depois de anos sabendo que a Copa vai ser realizada no Brasil, a principal cidade do principal estado da Nação não ter feito nada para superar o fato de não ter uma arena esportiva em condição de receber a abertura do Mundial. Isso faltando menos de quatro anos.
quarta-feira, outubro 20, 2010
Foi mal, Andres!
Ainda na linha das oportunidades que os cartolas pedem para ficar calados, também foi mal o presidente do Corinthians, Andres Sanches.
Ao rebater o que falou o Juvenal Juvêncio, ele também foi algo preconceituoso ao citar Jardim Leonor, o nome do bairro onde está o estádio do São Paulo.
Veladamente ele tenta passar a idéia de que na região é elitista, o que não é. E morar bem, ter dinheiro, por incrível que possa parecer, também se consegue com trabalho. E tem um monte de corintiano no Morumbi ou no Jardim Leonor.
Enfim, Juvenal e Andres perdem tempo com picuinhas inúteis. O São Paulo deveria ser esperto e ganhar dinheiro com o Corinthians jogando no Morumbi. E o Corinthians deveria ser esperto e ganhar mais dinheiro do que ganha no Pacaembu jogando no Morumbi.
Mas aí já é pedir demais, né?
Ainda na linha das oportunidades que os cartolas pedem para ficar calados, também foi mal o presidente do Corinthians, Andres Sanches.
Ao rebater o que falou o Juvenal Juvêncio, ele também foi algo preconceituoso ao citar Jardim Leonor, o nome do bairro onde está o estádio do São Paulo.
Veladamente ele tenta passar a idéia de que na região é elitista, o que não é. E morar bem, ter dinheiro, por incrível que possa parecer, também se consegue com trabalho. E tem um monte de corintiano no Morumbi ou no Jardim Leonor.
Enfim, Juvenal e Andres perdem tempo com picuinhas inúteis. O São Paulo deveria ser esperto e ganhar dinheiro com o Corinthians jogando no Morumbi. E o Corinthians deveria ser esperto e ganhar mais dinheiro do que ganha no Pacaembu jogando no Morumbi.
Mas aí já é pedir demais, né?
Foi mal, Juvenal!!!
Até acho que os dirigentes atuais são muito bobinhos, não sabem promover os jogos como faziam Matheus, Horta e afins.
Agora, o que fez o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, foi de uma estupidez sem tamanho.
Há tempos que ele promove uma briguinha ridícula com o Corinthians, que só fez que o Tricolor perdesse seu melhor cliente no Morumbi e, certamente, muito dinheiro.
Agora, para atingir o rival ele utilizou de uma declaração absurdamente preconceituosa contra uma região muito importante de São Paulo.
Falo por ter conhecimento de causa. Moro na região do Morumbi. Adoro meu bairro, mas aqui há um rosário de problemas a serem resolvidos. E fica insuportável em dia de grandes jogos e shows no estádio são-paulino.
Itaquera é uma região de gente trabalhadora, honesta, que concentra milhões de torcedores não só do Corinthians, mas de São Paulo, Palmeiras e Santos. A Zona Leste de São Paulo merece todo o respeito de todo mundo que mora nessa cidade.
Misturar clubismo com bairrismo de quinta categoria não funciona.
Ele até costuma ter boas sacadas, mas nessa foi mal o Juvenal.
Estou com Itaquera nessa parada.
Até acho que os dirigentes atuais são muito bobinhos, não sabem promover os jogos como faziam Matheus, Horta e afins.
Agora, o que fez o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, foi de uma estupidez sem tamanho.
Há tempos que ele promove uma briguinha ridícula com o Corinthians, que só fez que o Tricolor perdesse seu melhor cliente no Morumbi e, certamente, muito dinheiro.
Agora, para atingir o rival ele utilizou de uma declaração absurdamente preconceituosa contra uma região muito importante de São Paulo.
Falo por ter conhecimento de causa. Moro na região do Morumbi. Adoro meu bairro, mas aqui há um rosário de problemas a serem resolvidos. E fica insuportável em dia de grandes jogos e shows no estádio são-paulino.
Itaquera é uma região de gente trabalhadora, honesta, que concentra milhões de torcedores não só do Corinthians, mas de São Paulo, Palmeiras e Santos. A Zona Leste de São Paulo merece todo o respeito de todo mundo que mora nessa cidade.
Misturar clubismo com bairrismo de quinta categoria não funciona.
Ele até costuma ter boas sacadas, mas nessa foi mal o Juvenal.
Estou com Itaquera nessa parada.
terça-feira, outubro 19, 2010
A coluna desta terça
no Diário de S.Paulo
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/10/10438-poder+paralelo+ameaca+o+futebol.html
no Diário de S.Paulo
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/10/10438-poder+paralelo+ameaca+o+futebol.html
segunda-feira, outubro 18, 2010
Furacão e Grêmio
estão na parada
Rodada de gente grande no Brasileirão.
Trabalhei num jogaço, São Paulo e Santos, uma vitória épica do Tricolor.
Fora isso, os resultados deixaram o torneio ainda mais interessante em termos de disputa. Acho que dois times estão entrando na disputa do título, em termos de pontuação e desempenho: Atlético Paranaense e Grêmio. O Furacão pega o Fluminense, em casa, e o Gre-Nal é o desafio dos tricolores gaúchos.
O Atlético Paranaense não sentiu a saída de Carpegiani, tem um time compacto, forte e que jogando em casa voltou as ser quase intransponível. O Grêmio tem dois dos melhores jogadores do campeonato, Jonas e Vítor, e conta com Douglas recuperando a velha categoria.
Mas as chances principais ainda são do trio formado por Cruzeiro, Fluminense e Corinthians, seguidos do Santos e de um Inter que parece definitivamente voltado para o Mundial de Clubes.
A turma dos 45 e 44 pontos pode sonhar, sim, afinal, são dez pontos para os líderes. Mas ainda está no campo dos devaneios para esse pessoal acreditar na taça. Já a Libertadores não é apenas sonho para Botafogo, São Paulo e Palmeiras. Mas segue sendo uma empreitada com ares de heroísmo se for alcançada.
O apito foi, de novo, atração na rodada.
Cruzeiro e Corinthians (principalmente Ronaldo) têm razão em reclamar de gols mal anulados que poderiam ter alterado a ordem de classificação. Mas foram erros, não acredito em má fé ou esquema. Assim como foram prejudicados, esses e todos os outros times já foram beneficiados por equívocos da arbitragem.
Fica cada vez mais claro que não existe um supertime em atividade no País, uma equipe que seja capaz de ocupar a liderança de forma clara e incontestável. O que é ótimo para o campeonato, embora provoque crises de nervos nos torcedores dessas equipes.
Registro a alegria de ter comentado um jogo como há muito não se via, esse 4 a 3 do clássico San-São. Jogo franco, aberto, ousado, no qual ganhar foi o único objetivo.
No final, com mais pernas, o São Paulo conseguiu a vitória, mesmo atuando mais de meia-hora com um jogador a menos. Com 11 contra 10 o Santos teve problemas para subjugar o adversário, e ainda permitiu que por duas vezes o São Paulo tivesse chances claras, de dentro da área. Danilo, num passe precioso de Neymar, obrigou Rogério a fazer uma intervenção decisiva.
estão na parada
Rodada de gente grande no Brasileirão.
Trabalhei num jogaço, São Paulo e Santos, uma vitória épica do Tricolor.
Fora isso, os resultados deixaram o torneio ainda mais interessante em termos de disputa. Acho que dois times estão entrando na disputa do título, em termos de pontuação e desempenho: Atlético Paranaense e Grêmio. O Furacão pega o Fluminense, em casa, e o Gre-Nal é o desafio dos tricolores gaúchos.
O Atlético Paranaense não sentiu a saída de Carpegiani, tem um time compacto, forte e que jogando em casa voltou as ser quase intransponível. O Grêmio tem dois dos melhores jogadores do campeonato, Jonas e Vítor, e conta com Douglas recuperando a velha categoria.
Mas as chances principais ainda são do trio formado por Cruzeiro, Fluminense e Corinthians, seguidos do Santos e de um Inter que parece definitivamente voltado para o Mundial de Clubes.
A turma dos 45 e 44 pontos pode sonhar, sim, afinal, são dez pontos para os líderes. Mas ainda está no campo dos devaneios para esse pessoal acreditar na taça. Já a Libertadores não é apenas sonho para Botafogo, São Paulo e Palmeiras. Mas segue sendo uma empreitada com ares de heroísmo se for alcançada.
O apito foi, de novo, atração na rodada.
Cruzeiro e Corinthians (principalmente Ronaldo) têm razão em reclamar de gols mal anulados que poderiam ter alterado a ordem de classificação. Mas foram erros, não acredito em má fé ou esquema. Assim como foram prejudicados, esses e todos os outros times já foram beneficiados por equívocos da arbitragem.
Fica cada vez mais claro que não existe um supertime em atividade no País, uma equipe que seja capaz de ocupar a liderança de forma clara e incontestável. O que é ótimo para o campeonato, embora provoque crises de nervos nos torcedores dessas equipes.
Registro a alegria de ter comentado um jogo como há muito não se via, esse 4 a 3 do clássico San-São. Jogo franco, aberto, ousado, no qual ganhar foi o único objetivo.
No final, com mais pernas, o São Paulo conseguiu a vitória, mesmo atuando mais de meia-hora com um jogador a menos. Com 11 contra 10 o Santos teve problemas para subjugar o adversário, e ainda permitiu que por duas vezes o São Paulo tivesse chances claras, de dentro da área. Danilo, num passe precioso de Neymar, obrigou Rogério a fazer uma intervenção decisiva.
sexta-feira, outubro 15, 2010
Brasil forte na Sul-americana
A primeira rodada da fase internacional da Sul-americana para os brasileiros deixa claro que o produto nacional é muito mais competitivo.
Mesmo derrotado pelo Emelec, o Avaí tem mais time e pode virar na Ressacada. Assim como o Goiás é mais forte que o Peñarol, e o Galo é melhor do que o Santa Fé. Mesmo os times ameaçados pelo rebaixamento no Brasil são melhores do que a maioria dos adversários do continente.
O Palmeiras venceu ontem o Sucre por 1 a 0 e só não fez mais porque o juiz anulou um gol legítimo de Lincoln. O time boliviano é altitude e mais 11. Tecnicamente é ruim a ponto de contaminar o jogo com sua ruindade.
Está pintando um confronto de arrepiar entre Galo e Verdão.
O dilema que fica para Atlético, Avaí e Goiás é saber dosar as forças entre a luta contra o rebaixamento e a sul-americana. O Palmeiras já tem vida mais tranquila nesse aspecto.
quinta-feira, outubro 14, 2010
Corinthians colocou
raposa no galinheiro
A derrota corintiana para o Vasco deu mostras de que não era apenas em Adílson Batista e em sua criticada insistência em escalar Moacir e Thiago Heleno que estava a chave dos problemas do time.
Não se sabe quem determinou a estratégia de jogo por parte do Corinthians, se o interino Fabio Carrile ou o tal comitê gestor formado pelos líderes do grupo, William, Roberto Carlos etc.
O fato é que em termos de proposta de jogo o Corinthians foi um desastre contra o Vasco. Apostou numa marcação em linha de quatro diante de um ataque veloz e de um adversário que tinha um armador astuto e hábil, como Felipe. Tudo isso com um quarteto que se mostrou na recuperação, formado por Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos.
Antes mesmo de fazer seu gol, Zé Roberto já havia recebido uma bola (em impedimento) nas costas do setor esquerdo da defesa corintiana. Minutos depois fez o gol (em impedimento) recebendo uma bola cruzada que pegou toda a defesa paulista desprevenida e mal posicionada, de novo pela esquerda.
No segundo gol, Felipe enfiou uma bola preciosa para Éder Luís marcar, superando Alessandro na velocidade. O que quase se repetiu muitas vezes.
O Brasileirão sabe que o Vasco joga em velocidade no ataque e que Felipe não pode jogar sozinho. O Corinthians colocou a raposa no galinheiro ao permitir que o meia abastecesse os velozes atacantes vascaínos.
Além disso, o ataque mostrou a inoperância de sempre, Elias, estava perdido em campo, e o aspecto emocional mostrou-se falho.
O Vasco foi mais consistente e venceu o jogo no primeiro tempo. Não deve sofrer com ameaças de rebaixamento.
O Corinthians precisa de um novo rumo. Há mais problemas do que mudar de técnico. Ronaldo anunciou sua volta. Vejam bem, não foi o técnico, nem um diretor, nada disso. Foi o jogador que disse quando volta. Retrato de um clube que perdeu o comando de seu futebol.
Um olho no Peixe....
É outro o Santos do segundo semestre. Menos esfuziante, mais competitivo, brigador, compenetrado. A defesa está mais ligada, o meio-campo é mais pegador. Perdeu em beleza, ganhou em briga, entrega.
Em cada setor o Santos tem um jogador acima da média atual. Edu Dracena na defesa, Arouca no meio, Neymar na frente. Há bons coadjuvantes e a tranquilidade de jogar sem pressão ou cobrança. É bom não tirar o olho do Peixe na reta de chegada.
O Inter parece que vai mesmo cuidar do Mundial de Clubes, o que não deixa de ser prudente, tal a situação física de jogadores fundamentais. Ninguém no Beira-Rio deve reclamar de tal medida.
raposa no galinheiro
A derrota corintiana para o Vasco deu mostras de que não era apenas em Adílson Batista e em sua criticada insistência em escalar Moacir e Thiago Heleno que estava a chave dos problemas do time.
Não se sabe quem determinou a estratégia de jogo por parte do Corinthians, se o interino Fabio Carrile ou o tal comitê gestor formado pelos líderes do grupo, William, Roberto Carlos etc.
O fato é que em termos de proposta de jogo o Corinthians foi um desastre contra o Vasco. Apostou numa marcação em linha de quatro diante de um ataque veloz e de um adversário que tinha um armador astuto e hábil, como Felipe. Tudo isso com um quarteto que se mostrou na recuperação, formado por Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos.
Antes mesmo de fazer seu gol, Zé Roberto já havia recebido uma bola (em impedimento) nas costas do setor esquerdo da defesa corintiana. Minutos depois fez o gol (em impedimento) recebendo uma bola cruzada que pegou toda a defesa paulista desprevenida e mal posicionada, de novo pela esquerda.
No segundo gol, Felipe enfiou uma bola preciosa para Éder Luís marcar, superando Alessandro na velocidade. O que quase se repetiu muitas vezes.
O Brasileirão sabe que o Vasco joga em velocidade no ataque e que Felipe não pode jogar sozinho. O Corinthians colocou a raposa no galinheiro ao permitir que o meia abastecesse os velozes atacantes vascaínos.
Além disso, o ataque mostrou a inoperância de sempre, Elias, estava perdido em campo, e o aspecto emocional mostrou-se falho.
O Vasco foi mais consistente e venceu o jogo no primeiro tempo. Não deve sofrer com ameaças de rebaixamento.
O Corinthians precisa de um novo rumo. Há mais problemas do que mudar de técnico. Ronaldo anunciou sua volta. Vejam bem, não foi o técnico, nem um diretor, nada disso. Foi o jogador que disse quando volta. Retrato de um clube que perdeu o comando de seu futebol.
Um olho no Peixe....
É outro o Santos do segundo semestre. Menos esfuziante, mais competitivo, brigador, compenetrado. A defesa está mais ligada, o meio-campo é mais pegador. Perdeu em beleza, ganhou em briga, entrega.
Em cada setor o Santos tem um jogador acima da média atual. Edu Dracena na defesa, Arouca no meio, Neymar na frente. Há bons coadjuvantes e a tranquilidade de jogar sem pressão ou cobrança. É bom não tirar o olho do Peixe na reta de chegada.
O Inter parece que vai mesmo cuidar do Mundial de Clubes, o que não deixa de ser prudente, tal a situação física de jogadores fundamentais. Ninguém no Beira-Rio deve reclamar de tal medida.
terça-feira, outubro 12, 2010
A coluna desta terça
no Diário de S.Paulo
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/10/9774-timao+2010+sera+o+verdao+2009.html
no Diário de S.Paulo
http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2010/10/9774-timao+2010+sera+o+verdao+2009.html
segunda-feira, outubro 11, 2010
Corinthians se complica sozinho
Pior que a derrota para o Atlético Goianiense foi o que o Corinthians aprontou após o jogo. Não dá para acreditar que Adílson Batista pediu demissão. Alguns dirigentes corintianos mais bocudos não demoraram a confirmar para vários interlocutores o que era evidente: Adílson teve a cabeça cortada e entregue numa bandeja para os torcedores que atualmente apitam alto no Timão.
Aquela reunião de líderes de uma torcida com os líderes do elenco foi emblemática. Para não dizer nojenta. A armadilha estava preparada.
Claro que Adílson cometeu alguns erros, mas sem contar com Elias, Jorge Henrique e Ralf, ainda que escalasse Chicão e Paulo André, o Corinthians dificilmente seria o mesmo time que deu pinta de que conquistaria o título nacional.
Ainda pode conquistá-lo, mas aos poucos vai dando mostras de que nem tudo que o competente marketing corintiano pinta tem as cores da verdade.
Jogar a culpa de alguns maus resultados em Thiago Heleno e Moacir é reduzir a discussão. Afinal, quem é o substituto de Ronaldo, que quase nunca joga? Souza, que não resolve como deveria. Danilo não rende o que rendia no São Paulo, Edu voltou mas não voltou. Enfim, há uma série de equívocos que, como sempre, são ignorados por quem os comete. Na hora do aperto, sobra para o eterno burro de plantão no futebol: o técnico.
Quando ganhou, Adílson foi saudado como uma brisa de agressividade no time do Corinthians. Muita gente chamava Mano de retranqueiro, defensivista etc. Adílson, sim, sabia colocar o time para a frente, jogando em velocidade. Quantos não foram os jogadores que enalteceram isso? Quandoa fase é boa, tudo fica mais fácil, as palavras soam firmes, embora possam ser falsas.
Resta saber os rumos do futebol corintiano. Quem assumirá a responsabilidade agora? Quem, efetivamente, manda no futebol do clube?
Pior que a derrota para o Atlético Goianiense foi o que o Corinthians aprontou após o jogo. Não dá para acreditar que Adílson Batista pediu demissão. Alguns dirigentes corintianos mais bocudos não demoraram a confirmar para vários interlocutores o que era evidente: Adílson teve a cabeça cortada e entregue numa bandeja para os torcedores que atualmente apitam alto no Timão.
Aquela reunião de líderes de uma torcida com os líderes do elenco foi emblemática. Para não dizer nojenta. A armadilha estava preparada.
Claro que Adílson cometeu alguns erros, mas sem contar com Elias, Jorge Henrique e Ralf, ainda que escalasse Chicão e Paulo André, o Corinthians dificilmente seria o mesmo time que deu pinta de que conquistaria o título nacional.
Ainda pode conquistá-lo, mas aos poucos vai dando mostras de que nem tudo que o competente marketing corintiano pinta tem as cores da verdade.
Jogar a culpa de alguns maus resultados em Thiago Heleno e Moacir é reduzir a discussão. Afinal, quem é o substituto de Ronaldo, que quase nunca joga? Souza, que não resolve como deveria. Danilo não rende o que rendia no São Paulo, Edu voltou mas não voltou. Enfim, há uma série de equívocos que, como sempre, são ignorados por quem os comete. Na hora do aperto, sobra para o eterno burro de plantão no futebol: o técnico.
Quando ganhou, Adílson foi saudado como uma brisa de agressividade no time do Corinthians. Muita gente chamava Mano de retranqueiro, defensivista etc. Adílson, sim, sabia colocar o time para a frente, jogando em velocidade. Quantos não foram os jogadores que enalteceram isso? Quandoa fase é boa, tudo fica mais fácil, as palavras soam firmes, embora possam ser falsas.
Resta saber os rumos do futebol corintiano. Quem assumirá a responsabilidade agora? Quem, efetivamente, manda no futebol do clube?
sexta-feira, outubro 08, 2010
Um time e dois nomes brilharam no complemento da rodada. O Cruzeiro brilhou por ter aproveitado os vacilos de Flu e Corinthians e chegado definitivamente para disputar o campeonato.
Valdívia teve uma noite de Mago nos 4 a 1 do Palmeiras sobre o Avaí, e Luxembrugo mostrou a fome que parecia ter sumido em sua reestréia pelo Flamengo.
A vitória cruzeirense transcende as análises sobre o futebol. Era jogo para ganhar e aproveitar a conjunção astral proporcionada pelos rivais.
O Cruzeiro conseguiu e ainda terá a chance de tomar a liderança do Fluminense, a quem desafia no grande jogo da próxima rodada, em Minas.
Valdívia justificou o apelido Mago com uma grande atuação na goleada palmeirense sobre o Avaí. Fez dois gols, um de cabeça e outro primoroso, num chute certeiro. Driblou, esperneou, marcou, roubou bolas. Em forma, é o jogador diferente da equipe palmeirense.
Os 4 a 1 deram tranquilidade ao Palmeiras, mas foram duros de serem conseguidos. O Avaí teve sérios problemas defensivos, mas se mostrou um time brigador e com bons momentos no jogo. Começou melhor, mandou bola na trave e fez Deola trabalhar. Mas o fantasma da segundona tirou do prumo alguns de seus jogadores, em especial o goleiro Zé Carlos.
Ele pegou um pênalti marcado equivocadamente, inexistente, e em vez de partir para o jogo, foi fazer uma provocação boboca em Kléber (lembrando muito Leão em Careca na final do Brasileiro de 1978) e complicou de vez a vida do time.
Luxemburgo estreou no Flamengo mostrando estar mais ligado no jogo, dando sorte nas mexidas e conseguindo uma vitória essencial para o clube. A rodada também ajudou, e o time abriu 5 pontos da zona de rebaixamento. Com fome, Luxa ainda é um baita treinador. Resta saber até onde irá seu apetite.
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