terça-feira, julho 23, 2013

Coronelismo Futebol Clube


Os últimos episódios envolvendo o São Paulo Futebol Clube são lamentáveis, ridículos, humilhantes para a história dessa instituição tradicionalíssima.

O São Paulo repete os mesmos erros de seus rivais Palmeiras e Corinthians. Erros que culminaram em rebaixamentos. No caso corintiano, a correção foi feita rapidamente, o clube se reinventou e hoje curte a fase mais gloriosa de sua existência. O Palmeiras não aprendeu em 2002 e caiu de novo em 2012. Dá sinais agora de que parece, finalmente, ter aprendido a lição e ensaia uma recuperação que não seja pontual.

Confesso que o que acontece com o São Paulo agora é uma surpresa. Em minha carreira como repórter cobri os três grandes da capital paulista por muitos anos, a partir de 1989. O São Paulo sempre foi diferente, mais organizado, zeloso de suas coisas. O que não quer dizer que sempre fosse tudo certinho, mas quando não era, o clube sabia esconder da mídia e resolver internamente.

No Corinthians e no Palmeiras era o oposto, a crise brotava e segundos depois estava nas páginas de jornais e manchetes de rádio e TV. Cartolas boquirrotos, vendetas e acertos de bastidores faziam jorrar discórdia nas alamedas de Palestra Itália e no Bar da Torre do Parque São Jorge.

Houve diversos episódios de coronelismo explícito no Corinthians e no Palmeiras, notadamente quando Alberto Dualib e Mustafá Contursi dirigiram esses clubes por muitos anos. Deu no que deu. O mesmo vale para o Vasco nos anos de Eurico Miranda.

O São Paulo, que parecia imune a esse tipo de situação, mostra-se agora tão vulnerável quanto.

As cenas de Juvenal Juvêncio cercado por "jagunços" e ameaçando associados num churrasco na sede social do São Paulo são de dar asco em torcedor de qualquer clube, porque remetem ao pior da cartolagem tupiniquim.

O que deve deixar apavorado o torcedor são-paulino é que ele já viu isso acontecer com os adversários principais, riu e se divertiu com o desfecho, mas agora teme provar do próprio veneno.

Tempo há para corrigir a rota, mas o São Paulo e seu coronel brincam com fogo.

Porque o Brasileirão já provou que não importam tamanho, história, peso de camisa. O primeiro passo para o rebaixamento é o uso frequente da frase " esse time não cai".
 

Um comentário:

Marco disse...

Em relação ao SP não se ouve e não se lê em lugar algum que o time é fraco e o elenco é limitado.
O time do “marketing” e seus propagandistas têm que se curvar à realidade, mas insistem que o problema é “emocional”.
Não se observa o massacre psicológico sobre o elenco como os que são feitos contra o Palmeiras em situação semelhante.
O noticiário é o menor possível, para que tenham fôlego para se reerguer.
Citando o Palmeiras, realmente o clube não aprendeu a se defender, pois permitiu que no ano de 2012 sua equipe fosse lesada em grande parte dos jogos do primeiro turno da competição nacional.
Na projeção mais branda, foram mais de doze pontos tirados da equipe no primeiro turno de 2012 por erros grosseiros de arbitragens, erros que não seriam cometidos por equipes de arbitragem da segunda divisão do campeonato do Taiti. Erros que não merecem a atenção da imprensa esportiva e que impuseram enorme pressão para um segundo turno, turno que deveria ter sido de jogos amistosos pela conquista da Copa do Brasil. Não se questiona que o time apresentou falhas técnicas, que teve problemas internos e que faltou qualidade em vários setores. Entretanto, por piores que tenham sido os problemas, não era uma equipe para ser rebaixada, especialmente pelos pontos tirados à força no primeiro turno.
Ao contrário do Palmeiras, o time atual do SP não pode reclamar de interferências externas nos seus resultados e mesmo assim não é massacrado com rótulos pejorativos de time fraco e elenco limitado.