quarta-feira, setembro 29, 2010


Exército Brancaleone

de Palestra Itália


A citação à famosa comédia italiana do cinema não é por acaso. O que se passa no Palmeiras em termos políticos é de rir para não chorar.

Tamanha é a profusão de trapalhadas que pode-se esperar qualquer coisa, literalmente. Exatamente quando o time engata uma rara sequência de duas vitórias, e o clube tem o documento que antecipa a aprovação das obras de sua Arena publicado no Diário Oficial, explode uma crise política com toda a cara de vendetta, ou vingança, em italiano, já que se trata do Palestra.

Em resumo, um dos vice-presidentes eleitos assume no lugar do mandatário afastado por problemas de saúde e, de cara, afasta o vice de futebol, eleito como ele, do comando do fuebol.

A verdade é que para não fugir à tradição de sua origem, o Palmeiras é uma colcha de retalhos formada por várias facções políticas, tal qual à Itália pré-republicana. O que interessa é exercitar a vingança, anular o inimigo, dar o troco de derrotas anteriores. O clube e sua razão de existir, o time de futebol, que fiquem em segundo plano. As questões pessoais é que importam.

É comum soar o telefone nas redações e do outro lado um conselheiro palmeirense tem denúncias contra uma administração, seja ela qual for.

Endividado, rachado politicamente, o Palmeiras viu na eleição de Luiz Gonzaga Belluzzo uma esperança de modernização em meio à plêiade de pessoas e ideias arcaicas que dominavam o clube. Belluzzo tem sido uma decepção, já que a dívida do clube aumentou em sua gestão, os títulos não vieram e a política virou uma guerra civil.

Os profissionais de verdade no Palmeiras, atualmente, são os torcedores e os jogadores, que atuam sem receber o que tem por direito. Correm, treinam, lutam e se entregam, mesmo sem ter o sagrado salário depositado na íntegra no final do mês.

Não é privilégio do Palmeiras essa situação caótica. Muitos outros clubes de futebol brasileiro a vivem, viveram ou a viverão.

Historicamente, o Palmeiras sempre foi um oásis em termos de pagamento aos jogadores. Administrativamente e futebolisticamente foi moderno e ousado até meados dos anos 70. Depois só voltou a pensar e a agir grande quando terceirizou a administração de seu futebol.

Há uma corrente importante no clube, que cresce a cada dia, cujo objetivo é separar definitivamente o time de futebol do clube social. Esse grupo que não é político abraçou essa posição política, que talvez seja a única saída para pacificar os palestrinos. As velhas rusgas de italianos e suas republiquetas palestrinas atrapalham cada vez mais o Palmeiras que hoje é de milhões de brasileiros.



3 comentários:

Márcio Narciso Bulgarelli disse...

Parabéns...é a mais pura verdade! Abraço Nori. Márcio Bulgarelli

Unknown disse...

Perfeito, Noriega.

Dói na alma do palestrino ser representado por uma corja de oportunistas que só pensam no próprio umbigo.

O Palmeiras é muito maior do que qualquer um deles. Infinitamente maior.

A verdade é que nós estamos cansados de tanta injustiça. Os ordinários que hoje comandam o Palmeiras não fazem jus aos italianos que fundaram e souberam reerguer um dos clubes mais vitoriosos do Brasil.

Essa situação tem que acabar.
Do contrário, ela vai acabar com todos nós.

Gabriel Araújo disse...

Perfeita colocação, Nori.

Me parece, mesmo, que parte da diretoria quer o bem do clube, outra parte dinheiro, e uma outra, acabar com as outras. Quem sofre com isso? O torcedor, que quer ver o time bem, e não caindo aos pedaços. E, claro, os jogadores, que dão o sangue em campo pra não ganhar nada.

Como diz José Trajano, da ESPN, PAREI!

Abs.