quarta-feira, julho 07, 2010

Holanda com pinta

de Brasil de 1994


A Holanda é a primeira finalista da Copa da África. Venceu todos os seis jogos que fez na Copa. Mesmo assim , muita gente se recusa a reconhecer os méritos do time holandês.

Para mim, essa Holanda versão 2010 tem em sua proposta de jogo algo que remete ao time brasileiro campeão em 1994.

Não comparo os times e seus jogadores em termos táticos e individuais, mas em relação à postura. Essa Holanda abre mão de ofensividade e agressividade em prol de mais segurança em busca do resultado.

É uma equipe que opta por não imprimir um ritmo forte ao jogo. Pelo contrário. Cadencia, arrefece, em vez de incendiar, como sempre foi seu estilo.

As entrevistas dos jogadores holandeses deixam isso muito claro. Eles falam que em várias ocasiões o time holandês, historicamente, foi agressivo, jogou ofensivamente e não venceu a Copa do Mundo.

Há um certo exagero nisso, pois muitas seleções venceram jogando ofensivamente, mas sendo equilibradas.

Acho o time holandês bom, com alguns jogadores muito bons, um exclelente, Robben, e um craque, Sneijder.

Sneijder é aquele tipo de jogador que pega o jogo e põe embaixo do braço, praticamente obriga os outros 21 em campo a atuarem dentro do seu ritmo. Arma, lança, dribla, desarma e faz gols. Brasileiro chama de craque gente que não faz a metade disso, mas reluta em reconhecer esses méritos em um estrangeiro.

Contra o Uruguai, novamente, a Holanda não foi espetacular. Mas foi fatal e teve novamente Sneijder inspirado e um Robben mais ligado.

Acho que o segundo gol foi irregular, Van Persie estava impedido e interferiu na jogada, chamou aatenção do goleiro Muslera. No primeiro, não vejo como falta a ação de Van Bommel. Lugano, o bom zagueiro uruguaio que não jogou ontem, faz aquilo toda hora, por exemplo.

Resta agora saber quem enfrentará a Holanda. A velocidade do contra-ataque extremamente técnico danova geraçã alemã, ou o time de toque de bola preciso e envolvente da Espanha?

Quem me contará essa história serão os amigos Luiz Carlos Júnior e Lédio Carmona, na transmissão do SporTV.

4 comentários:

mariatereza cichelli disse...

olá, gostei do que li...

Thomaz Castilho disse...

Reconheço um craque estrangeiro quando este aparece. Messi, Chech, Sweinsteiger, Shevchenko entre outros na história. Minha opinião: Robben é bom jogador, apenas. Sneijder é muito bom, mas não dá pra comparar com outros craques pelo mundo. Essa seleção dos Paises Baixos vai acabar ganhando a copa com o Brasil em 94 de fato: na sorte.

Anônimo disse...

Você é um comentarista muito bom!

Anônimo disse...

Há tanta diferença entre esses dois times!! Eu entendi o que vc quis dizer,vc achou uma semelhança e a generalizou. Porém, os times se dispõem em campo de maneira tão distinta (cabeças de área do Parreira vs 3 atacantes da Holanda), os valores individuais são tão diferentes (Romário x Sneidjer), que acaba fazendo pouco sentido fazer comparações. Mas tudo bem, comparar é o corolário do jornalismo esportivo nao só brasileiro, mas mundial. A minha questão principal é a seguinte: um time que se parece mais com o Brasil de 94 do que a Holanda atual é o próprio Brasil de 2010
(vide a hegemonia dos cabeças de área, a postura um tanto quanto cautelosa demais e a rejeição aos holofotes).
Vou mudar um pouquinho de assunto para dar um pitaco. Sendo ponderado - aliás, Noriega, acho vc um dos poucos ponderados do nosso rol de comentaristas - e olhando friamente para as circunstâncias que envolveram a eliminação brasileira,o Brasil do 1º tempo foi muito bom e a Holanda do 1º tempo foi muito mal, enquanto no segundo tempo o Brasil foi muito mal e a Holanda foi igual a do primeiro tempo. Méritos para eles por conseguirem os dois gols, mas o Parreira foi, no mínimo, mal interpretado quando ele disse que "no futebol, gol é só um detalhe". Conceitualizando Parreira melhor, o jargão dos boleiros nunca foi tão inteligente: o futebol é detalhe. Mas não porque é um jogo banal em que a sorte é o principal determinante, mas sim porque tornou-se tão disputado que as vezes - repito, as vezes - a sorte torna-se o 12º jogador. Chame de sorte, chame de detalhe, chame do que for, a eliminação do Brasil, isto é, a derrota contra a Holanda deveu-se a esse "imponderável" que as vezes esquecemos que é inerente ao futebol.

Abraços e parabéns! Vc representa uma nova safra e comentaristas que não lança mão da mesma postura de alguns "comentaristas de mesa de bar" que vemos por aí.