quinta-feira, outubro 18, 2012


 

Seleção e Brasileirão



Mais do que a volta de Kaká - que deve ser saudada -, a boa notícia quanto à seleção brasileira é a boa arejada de ideias que teve o técnico Mano Menezes.

Em vez de apostar em gente que parecia ter cadeira cativa, tipo Lucas Leiva e Sandro, ou mesmo buscar soluções que, de fato, nunca selecionaram nada, Mano rendeu-se ao óbvio, o que é muito mais simples.

Chamou Paulinho, o melhor volante brasileiro em atividade, seja onde for, e bancou uma dupla com Ramires, que hoje é mais meia do que volante, mas tem pulmão de etíope para correr o jogo todo.

A seleção ficará exposta, dirão os adoradores das pranchetas. Mas é melhor uma seleção exposta, mas com proposta, do que um time cheio de posicionamento e vazio de atitude.

Com o tempo que tem até a Copa, Mano pode apostar nessa versão mais folgada da seleção e, também, trabalhar uma opção que seja mais cautelosa, em virtude da necessidade.

Por isso é bom ter adversários que provoquem conclusões. Que provoquem derrotas, se for o caso.

Golear a China e o Iraque não ajudam a observar quase nada.

Enquanto isso, a bola rola por aqui, quase sempre atrapalhada por um apito incompetente.

Fluminense e Grêmio fizeram um dos melhores jogos do torneio. O empate acabou deixando tudo na mesma para todos, inclusive para o Galo, que também ficou no empate com o Santos. Que valeu pelo bom jogo e, uma vez mais, por nova obra de arte produzida por Neymar.

Triste mesmo foi ver a eterna falta de estrutura de alguns estádios, como a simpática, porém ultrapassada, Vila Belmiro. Um degrau que coloca em risco a vida de atletas profissionais e trava o acesso de uma ambulância ao gramado.

Fez-me lembrar daquele Santos x Corinthians repetido em 2005, quando o mundo invadiu o gramado da Vila e um bando quebrou a cabine do SporTV. Se é mais fácil para um vândalo entrar no gramado do que uma ambulância, é porque tem muita coisa errada.

Na luta pela sobrevivência, o Palmeiras reagiu ao tratamento de choque e deu esperança aos seus torcedores. Assim como o Figueirense, embora numa situação ainda mais dramática.

Pena que até o final de semana se perderá muito tempo debatendo jogos entregues, facilitações, vinganças etc.

Vão lembrar de Corinthians e Flamengo em 2009, Palmeiras e Fluminense em 2010, e projetarão o jogo do Corinthians com o Bahia.

Tem um jeito muito fácil de acabar, inclusive, com esse papinho. Chama-se profissionalismo. Quem o tem e o respeita, passa longe de qualquer armação.

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