Sessenta jogos entraram para a história das Copas.
Restam os quatro mais importantes, que definirão o rumo da taça.
Nesse estágio falar em favoritismo é encher linguiça.
Em campo estarão seleções com história, camisa e peso suficientes para ganhar umas das outras em qualquer local e circunstância.
Bola por bola, time por time, a Alemanha mostrou mais consistência e elenco que os demais.
A Argentina é a única seleção das semifinais que venceu todas as partidas disputadas na Copa. O que não é pouco.
O Brasil é o Brasil. O que também não é pouco. Esteve na recepção da eliminação, sobreviveu e mete medo em qualquer adversário, com ou sem o melhor jogador em campo, em qualquer época.
A Holanda é o intruso sem título nas semifinais. Longe de ser qualquer intruso. Tem três vice-campeonatos no currículo e uma fábrica de talentos que parece improvável dada a sua pequena população.
A Alemanha tem mais grandes jogadores reunidos que os outros adversários. Controla melhor o jogo. Mas é pouco incisiva em muitos momentos da partida. Domina mas demora a finalizar. Thomas Mueller e Schweinsteiger são craques de bola e podem decidir o jogo. Assim como o espetacular e frio Neuer no gol. Há ainda Khedira, Ozil, Hummels, Kroos, Lahm. Todos muito acima da média.
O Brasil perdeu Neymar, mas apresentou o melhor futebol no primeiro tempo contra a Colômbia. Embora futebolisticamente esteja abaixo da Alemanha nesta Copa, é uma equipe perfeitamente capaz de vencer este e qualquer adversário num jogo eliminatório. David Luiz joga uma Copa espetacular e se o meio-campo repetir a atuação da primeira etapa contra a Colômbia equilibrará a posse de bola com os alemães, mudando a cara do jogo.
A Argentina, sem brilho, chegou à semifinais com 100% de aproveitamento. Tem Messi e isso basta para poder vence qualquer partida. Se tiver Di Maria, o que parece pouco provável, será ainda mais forte. Individualmente é o time com mais deficiências técnicas entre os quatro finalistas. Principalmente na defesa. Mas passou por tudo isso em termos de resultado. E só ela tem Messi.
A Holanda luta por uma alegria que esteve perto de viver por muitas vezes, com times mais fortes. Para isso conta com três expoentes: Sjneider, Robben e Van Persie. Sjneider vem crescendo a cada jogo, Robben é candidato a craque da Copa e Van Persie, embora irregular, pode resolver uma partida com um toque. O problema holandês é a lentidão de suas linhas defensivas.
Tem emoção de sobra ainda.
Um comentário:
Caro Noriega. Há pelo menos 10 anos comento com meus amigos sua tese. 94 foi o início do fim. Além dos resultados em Copas, veja os times brasileiros que têm se sagrados campeões desde então. A maioria jogando na retranca.
Como palmeirese, digo o seguinte do Felipão: Ele representou para o Palmeiras com a Libertadores de 99 o que o Parreira representou com a seleção de 94.
Aprendi ser palmeirense com meu pai e meus avós, que sempre martelavam os bons tempos da academia. O único único time que batia Pelé e Cia.
Para levar a bendita Libertadores (que abriria mão), mudamos a vocação de um time. O mesmo acontece com a seleção. Os novos torcedores da amarelinha ou do Palmeiras não fazem a mínima idéia dos alicerces construídos no passado.
A pouco comentei: Nunca tivemos tática, isso é para europeus que não sabem jogar bola. Agora não temos tática e muito menos jogadores, mais preocupados em garantir seus ganhos em publicidade do que jogar bola. Me diga o nome de 1, apenas 1 batedor de faltas brasileiro? Creio que o futebol brasileiro não soube aproveitar a mídia, que proporcionou mais renda e visibilidade. Hoje jogadores e técnicos estão mais preocupados com a imagem do que com o futebol. Digo sempre para meus amigos (sem nenhum tipo de maldade): O Palmeiras vai se reerguer quando a velha geração sair de cena. Pode ser que a seleção tenha que passar por isso, com um agravante: Os dirigentes da CBF são praticamente vitalícios em seus cargos.
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