segunda-feira, março 23, 2009

Alguns detalhes a respeito do
livro Os 11 Maiores Técnicos


Como vocês sabem (e espero não estar enchendo com isso), lancei meu primeiro livro, Os 11 Maiores Técnicos do Futebol Brasileiro. Claro que gerou polêmica, o que é bom, alimenta o debate e divulga o livro. Agradeço a citação ao mesmo feita pelo José Trajano, a quem respeito muito, no Pontapé Inicial da Espn Brasil. O Trajano criticou a ausência do grande Elba de Pádua Lima, o Tim. Que é sem dúvida um dos maiores treinadores do Brasil.

Acontece que quando decidi escrever o livro tomei como parâmetro alguns aspectos: conquistas, inovações, impacto no futebol. Tudo a partir de 1958. Por quê? Porque entendo que ali nasceu o futebol brasileiro moderno e maior de idade. Por causa da conquista da Copa do Mundo de 1958 e do início dos campeonatos nacionais, com a Taça Brasil de 1959.

Antes não existiam competições que envolvessem times que não fossem de Rio e São Paulo. Por isso o nosso futebol foi se nacionalizando a partir de 1959. Antes era a eterna (e ainda vigente) briguinha de paulistas contra cariocas.

Alguns lembram que tem técnico que ganhou Copa do Mundo que não está na lista. São dois: Parreira e Aymoré Moreira. Estupendos treinadores. Mas ir a uma Copa depende de política, de várias coisas. Telê não foi campeão mundial com a Seleção, Minelli não foi a uma Copa. E ambos foram espetaculares. Assim como Lula.

Fleitas Solich, fantástico treinador paraguaio, campeão sul-americano em 1953, tricampeão carioca com o Flamengo, campeão europeu com o Real Madrid. Tenho o perfil escrito no computador. Mas os critérios que escolhi entram em campo.

Um dos meus críticos detona a escolha de Brandão, afirmando que só ganhou títulos paulistas. Brandão tem três títulos de âmbito nacional e um valoroso título argentino em 1967.

Uma outra crítica diz que é um absurdo colocar o Muricy e não colocar o Tim, o Fleitas. Pode parecer e respeito todas as opiniões. Mas o cara (Muricy) ganhou três títulos nacionais seguidos com a mesma equipe. É fato histórico. Só Lula do Santos conseguiu mais: cinco títulos de âmbito nacional consecutivos entre 1961 e 1965.

Enfim, são opiniões e critérios. Interessa-me mais que as pessoas leiam o livro para conhecer a história dos perfilados do que para concordar com a minha escolha.

Muitos reclamam que há técnicos "paulistas" demais, embora muitos dos "paulistas" não o sejam de fato.

Mas dentro do critério, explico o seguinte:

- foram disputados 75 títulos de âmbito nacional desde 1959 no Brasil.

- essas competições foram: Robertão/Taça de Prata, Taça Brasil, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Copa dos Campeões e um Torneio dos Campeões da CBD, este vencido pelo Grêmio Maringá, do Paraná.

- o futebol paulista conquistou 31 títulos, ou 49,3%

- em seguida vem o Rio, com 17 títulos, ou 22,6%, e Rio Grande do Sul, com 11 títulos, ou 14,6%.

- se pensarmos somente no Campeonato Brasileiro desde 1971, são 17 títulos de paulistas, 11 de cariocas, 5 de gaúchos, dois de mineiros, dois de paranaenses e um de baianos e pernambucanos (computando 87 para Flamengo e Sport).

- No Brasileirão são 43,58% dos títulos para paulistas e 28,20% para cariocas.

Ou seja, não me parece tão absurdo assim, tampouco bairrismo como colocam alguns, que exista uma maioria de treinadores que tenha trabalhado em times paulistas na lista do livro. E repito: a lista é opinião, não é histórica.

Em tempo: sou paulista de Jaú, o coração é de Bariri, mas meu primeiro ídolo no futebol foi o argentino Fischer, que jogava no Botafogo; o maior jogador que eu vi jogar (Pelé não vale, eu era muito criança), que acompanhei a carreira, chama-se Arthur Antunes Coimbra; o maior jogo que já vi foi Flamengo x Atlético Mineiro em 1980.

17 comentários:

Anônimo disse...

Caro Nori,

Não explica muito não. Mesmo porque há formas e formas de se fazer uma critica. É obvio que todos têm direito de discordar da sua lista (assim como fez o Trajano, e mesmo eu que não concordo que o Zagalo foi o maior de todos)desde que respeitem sua posição. São "os seus melhores treinadores". Quem não estiver satisfeito com a escolha que escreva um novo livro com os que faltaram!!!

André Antunes
São Paulo

Anônimo disse...

Ola Nori...
O Brasil foi finalista do mundial de 50... Portanto, existia futebol antes de 58!?...
Mas de fato, Muricy e Luxemburgo nesta lista, penso que não mereciam... O Luxemburgo foi uma tragédia na seleção e no Real Madrid, o Muricy ganhou 3 brasileiros, e só... Todo campeão mundial tem que estar numa lista de 11, a não ser quando o Brasil ganhar seu 12° título mundial...
Um abraço.

Anônimo disse...

Caro Nori,

Respeito muito seus comentários e opiniões, apesar de nem sempre comungar com eles. Você cometeu um equivoco ao escrever "Mas ir a uma Copa depende de política, de várias coisas. Telê não foi, Minelli não foi". Permita-me fazer uma correção no seu texto, o Telê foi técnico da seleção brasileira em duas copas do mundo (1982 e 1986). Eu como Tricolor carioca acho o Parreira, por tudo que ele representa para o Fluminense, o melhor técnico do Brasil.

Saudações

Ricardo J. Argento

Unknown disse...

Ricardo, obrigado pela lembrança, erro dde digitação feio meu. Era para sair Telê não foi campeão mundial com a Seleção. Já mudei e o crédito é seu.

Unknown disse...

Prezado anônimo, escolhi 58 como parâmetro da maioridade do futebol mundial. E respeito demais sua opinião, claro. Mas Telê não ganhou Copa e foi fantástico.
Abs

Anônimo disse...

Prezado Nori,

Atlético, no Brasil, só tem um: o Galo. O outro é paraguaiense...

Sobre a final de 1980, todos sabemos que aquilo foi uma vergonha...

Abraço.

Guasca Tricolor disse...

Parabens Nori, principalmente por não ter colocado o Parreira na sua relação, pois penso o oposto da grande maioria da imprensa que o endeusa, muitos até por hipocrisia. Para mim ele chega a beirar a mediocridade. Este com certeza irei comprar.

Anônimo disse...

Muita explicação para pouco conteudo.
Está parecendo piada que depois de contada tem de ser explicada para que deem risada.
Muricy definitivamente não dá!!!!!

abs

Anônimo disse...

Boa tarde,

parabéns pelo livro. É espetacular. É evidente que não vc não poderia agradar a todos. Alguém sempre terá um nome que gostaria de ver lembrado. O do próprio Aymoré Moreira vc mesmo lembrou no prefácio. Felicíssima homenagem para o técnico Oswaldo Brandão que, a meu ver, mereceria uma biografia, tantos foram seus títulos pelos mais diferentes clubes, principalmente por São Paulo, e com tanta longevidade como treinador. Vc, com seu trabalho, certamente orgulha seu pai, a quem tantas vezes assisti, lá na minha cidade, Araraquara, na TV Cultura, ao lado de Carlos Eduardo Leite, José Carlos Cicarelli, Orlando Duarte, José Góes. Parabéns pelo resgate da memória de alguns treinadores que marcaram época e que já estavam sendo esquecidos pelas novas gerações. O que falar de Armando Renganeschi, do folclórico Yustrich, o gaúcho Daltro Menezes, Orlando Fantoni, Oto Glória, Paulo Amaral, Paulo Emílio, Tim, Poy, Mário Travaglini, enfim, tanta gente que contribui para o nosso futebol. Valeu a iniciativa.

marcos alonso disse...

Prezado Noriega:

Já teve ou vai ter uma noite de autógrafos do seu livro ?

Anônimo disse...

Pois eh você cita o Mengão e o Zico e eh incapaz de colocar o Cláudio Coutinho , tremenda injustiça assim como com Solich, depois vão te acusar de ser "muito paulista" , em tempo as estatísticas provam as estatísticas não provam nada.

Patrícia Gomes disse...

Estou muito feliz com esse seu livro e bastante animada pelo lançamento, que faço questão de comparecer.

Unknown disse...

João Salvatori, são opiniões. Tem gente que acha que não dá um, que faltou outro. Pontos de vista.
Abs

Unknown disse...

Duda, respeito sua opinão, mas são pontos de vista apenas. Por exemplo, Nelsinho foi mais vencedor pelo Flamengo que o Coutinho, mas eu não poderia usar isso como base porque, infelizmente, Coutinho morreu antes. Fiz o livro sem pensar nos clubes que os técnicos defenderam, mas nos trabalhos que fizeram ao longo da história.
Abs

Unknown disse...

Nori,sou fã do seu trabalho e achei a idéia do livro brilhante, só tenho uma dúvida... Fleitas Solich foi mesmo campeão europeu com o ReaL MAdrid? Abraço

André Rocha disse...

Mauricio,

Agradeço o comentário no blog Futebol & Arte sobre o seu livro em resposta ao leitor.

Tentei enviar pelo e-mail que você colocou no comentário, mas voltou.

Como disse no blog do Lédio, entendi os seus critérios. Discordar e fazer a própria lista é natural.

Favoritarei o seu endereço no Futebol & Arte.

Um grande abraço,

André Rocha.

tricolorpenta51@gmail.com disse...

Estou contente com o lançamento do livro eu sou do tempo do Brandão,Poy,Diede Lameiro,Lula,bandaneon,(o que fez o palmeiras academia),Feola,e tantos outros ,O que marcou epoca em evolução futebolistica foi BELLA Gutman, o melhor etre tantos,foi ele,infelismente não era brasileiro mas parabens ,minha curiodidade é saber se você é sao-paulino como seu pae foi.