Um dos aspectos fundamentais do esporte de rendimento que muitas vezes é relegado é a questão da tomada de decisão. Vendo alguns jogos recentes de times de futebol nacionais pude constatar como a maioria dos jogadores brasileiros está despreparada (ou seria mal treinada?) para a tomada de decisões dentro de uma partida, em especial nos momentos decisivos.
O jogador de futebol brasileiro médio (e 90% são de categoria média) foge da tomada de decisão como o diabo da cruz. Toca de lado, procura sempre alguém que possa assumir o risco em seu lugar. Diria, sem medo de parecer precipitado, que apenas 10% gostam e não se escondem na hora de tomar a decisão, seja ela certa ou errada.
A questão é mais profunda do que apenas saber ou não jogar, chutar, marcar, entender do jogo.
Passa pela formação do atleta. Pelo protecionismo exagerado de clube, empresários, família, assessores e amigos. O jogador de futebol brasileiro de time grande desde muito cedo é acostumado a viver numa redoma de bajulação. Não carrega nem seu uniforme, não faz check-in de voo e hotel, tem gente que pensa por ele, investe por ele, dirige por ele, responde por ele.
Aí vem a questão da proteção ou perseguição da torcida, da diretoria. Da pressa injustificada de parte da mídia em buscar e criar ídolos.
Existem métodos para treinar mecanicamente a tomada de decisão de um atleta. No futebol há até máquinas sofisticadas em centros de treinamento dos maiores times do mundo que treinam o atleta para, numa situação simulada de pressão, decidir para quem passa, para que lado, se chuta, recua etc.
Algumas equipes bem treinadas e com sequências de alguns anos de linha de trabalho e filosofia conseguem fazer com que jogadores que não estavam acostumados às tomadas de decisões evoluam e deixem de ser coadjuvantes para se transformarem em protagonistas e participar das tomadas de decisões.
Atualmente no Brasil há dois times nesse estágio: Atlético Mineiro e Corinthians. Os demais correm atrás.
Um comentário:
Nori, Bom Dia!
Sou Palmeirense e em praticamente todos os jogos que assisto onde você é o comentarista, fico insatisfeito com seus comentários, não que você esteja totalmente errado, mas assim como você valoriza as deficiências é preciso valorizar as virtudes do time. Concordo em praticamente tudo sobre seus comentários, mas é chato assistir um jogo do seu time onde o comentarista só comenta as falhas. No jogo contra o Rosário, só não mudei de canal porque só estava passando no sportv. Sou seu admirador e acho que você deveria mudar neste aspecto. Essa é minha humilde opnião, não entenda como crítica destrutiva. Abs. Edson Aparecido Bolzan.
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