Libertadores: todo
mundo na parada
Não há motivo para desespero e nem para euforia entre os seis times brasileiros que jogam as oitavas-de-final da Libertadores.
Obviamente que os resultados dos jogos de ida terão impacto técnico, tático e emocional nas partidas de volta. Mas nenhum placar foi definitivo, acachapante, assim como desempenho algum fez torcidas esfregarem as mãos ou baterem a cabeça na parede por desespero.
O elemento que parece mais interessante nesse momento é o tal do gol fora de casa. Marcado ou não.
O caso do Palmeiras, por exemplo, sugere que o resultado (como a atuação do time) em Tijuana foi bom. Talvez tivesse sido ótimo se, em vez de um zero a zero, fosse 1 a 1.
Há um truque psicológico nesse tipo de situação. Embora o Verdão tenha mostrado bola suficiente para vencer e seguir adiante, ainda mais agora que sua torcida parece ter abraçado de vez a equipe, um gol sofrido no Pacaembu pode criar um drama. Embora tenha evoluído consideravelmente como equipe, o Palmeiras ainda padece de alguns erros individuais de certos jogadores em momentos-chave. Concentração e capacidade de definição devem ser as armas alviverdes.
As situações de Galo e Tricolor também devem ser avaliadas pela questão dos gols marcados ou sofridos como mandante. Tem gente que não gosta, mas esse detalhe do gol qualificado eu acredito que dê um toque dramático imprescindível para uma boa eliminatória.
Para o Atlético o quadro é muito mais convidativo, obviamente. Pode perder por 1 a 0. Cada gol que eventualmente fizer jogará mais pressão sobre o São Paulo. Fora o fato de ter uma equipe individualmente melhor e um grupo mais entrosado. Mas 2 a 1 fora de casa entre equipes dessa importância está longe de ser um placar impossível. Como o próprio Galo mostrou.
Nesse confronto me parece que o equilíbrio emocional será determinante. É exatamente o que tem faltado a jogadores experientes do São Paulo, notadamente Lúcio e Luís Fabiano. O Atlético tem se saído melhor no controle dos nervos. Em confrontos com esse nível de equilíbrio, pode decidir.
Exaltado justamente pela frieza de sua equipe, o Corinthians mostrou temperatura baixa demais ante um Boca em ebulição na Bombonera. Tem sido um pouco a cara do Timão essa confiança na capacidade de resolver os jogos na hora em que quiser. Pode valer para um Paulistão, mas na Libertadores a história é diferente. Embora não seja prudente deixar de lado a frieza e o controle, o Corinthians tem que botar alguma pimenta no jogo de volta. Tem mais time, só que não pode ser gelado (no sentido de apatia) como foi em Buenos Aires.
O Grêmio começou a mil por hora contra o Santa Fé, mas foi caindo, caindo. Elano exemplifica bem o que acontece com a equipe gaúcha. Jogador técnico, experiente, capaz, mas cujo ritmo oscila demais dentro da partida, a ponto de sumir em algumas situações. Assim como André Santos. O gol sofrido em casa é, de novo, um drama. Que pode ser minimizado pela volta de Zé Roberto, sempre regular, eficiente e jogando bem. Cris se encaixa no mesmo quadro dos são-paulinos Lúcio e Luís Fabiano. Não tem como faltar controle para alguém tão rodado. Segue faltando ao Grêmio a cara de time pronto que Luxemburgo costumava emplacar por onde passava.
Ao Fluminense faltou, em especial no primeiro tempo, um pouco do modo Abelão de ser. Faltaram atenção, intensidade, pegada. Falhas incríveis de cobertura comprometeram o rendimento da equipe, que é muito superior ao Emelec, com ou sem Fred. O golaço de Vagner vale muito pelo regulamento. Principalmente em virtude da péssima e caseira arbitragem, que inventou um pênalti Mandrake para os equatorianos.
Aliás, arbitragens péssimas e caseiras seguem sendo uma das marcas registradas da Libertadores.
Tudo sugere que dos seis brasileiros, cinco estarão nas quartas.
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