sexta-feira, fevereiro 03, 2012



Atleta não nasce dirigente


Admito minha decepção com Patrícia Amorim na presidência do Flamengo. Conheci a Patrícia no Pan do Rio. Já tinha entrevistado a atleta e, naqueles dias, convivi com a então comentarista. Quando assumiu a presidência do time de maior torcida do País, imaginei que fosse aquela tão esperada lufada de ar fresco, a renovação com o toque da competência da mulher.

Mas o que vejo agora é um rumo oposto. Tudo bem que as pessoas que administram o Flamengo há muitos anos estão desonrando essa instituição maravilhosamente popular, nascida nas ruas e espalhada pelo Brasil. Mas Patrícia, por ter sido uma atleta de alto nível, só não poderia cair nos pecados dos cartolas de baixo nível.

O que se vê é uma presidente deslumbrada pela convivência com celebridades de chuteiras, inebriada pela sedução que o poder emana, confusa politicamente e com atitudes descabidas para alguém que tem o passado de atleta.

Direito de mandar embora o treinador qualquer dirigente tem. O que não cabe é espalhar o rastilho de pólvora da notícia, usando inclusive os próprios atletas, e depois negar, chamar quem noticiou de mentiroso, para um dia depois passar o carão de ter que confirmar tudo aquilo que negara na maior cara de pau.

Há tempos Luxemburgo não apresenta o desempenho que o projetou justamente como um dos maiores treinadores brasileiros. Não penso como aqueles que o consideram decadente. Afinal, foi campeão brasileiro em 2003 e 2004, conquistou títulos estaduais nas temporadas seguintes. Pode não estar no topo do rendimento, mas merece respeito como treinador, e críticas quando extrapola essa função.

Mas não se justifica tal comportamento por parte de uma presidente que opta claramente por um jogador que recentemente desrespeitou as regras internas do próprio clube que ela comanda. E, convenhamos, se Luxemburgo para alguns está decadente, Ronaldinho há muito tempo não é o craque que o Flamengo acreditava ter contratado.

Isso posto, registro aqui com tristeza minha constatação de que uma das máximas que muitas vezes nós, jornalistas, gostamos de espalhar é a de que é preciso dar espaço paras os atletas no comando de federações, confederações e clubes. Mas estamos aprendendo que há atletas e atletas, e que um craque na competição não é garantia de outro craque na administração.

3 comentários:

Rodolfo Gomes disse...

Cara, é isso mesmo. Como o torcedor rubro-negro pode confiar em uma pessoa que não passa credibilidade alguma?
Me parece que ela é uma marionete nesta máfia que vive por trás do Flamengo. Até porque, ela deveria ter vergonha ter dado a entrevista que ela deu ontem. Apenas 1 dia depois de desmentir a notícia na maior cara deslavada.
Não acho que ela está vislumbrada. Acho que ela nunca foi preparada.
Não basta amar a instituição para ser presidente de clube, tem de ter capacidade.

Abraços Nori, bela transmissão ontem. Mandou mto, como sempre!!

Guilherme disse...

Boa! Alguns ao menos se esforçam pra estudar e procurar entender do riscado...

serworld disse...

Srs. minha opinião é um pouco diferente. Concordo que no episódio da demissão do Luxemburgo, ela errou. Isso é fato. No que se refere a extrema demóra em termos um patrocinador master, também. Mas não concordo com a crítica no episódio do R10 no hotel em Londrina. Uma coisa é vc manter a ordem. Que são procidimentos internos e não devem ser expostos. Outra coisa é vc depreciar o patrimônio do clube, com o vazamento pra imprensa do episódio. O Flamengo é mestre nessas coisas. Foi com o Williams, com o Alex Silva e agora com o Ronaldinho. Será que nos outros clubes não acontece nada? Claro que acontece. Mas eles não são burros de desvalorizar seu próprio patrimônio (que não é barato). Agora temos que aturar o Wellington e o David Braz. Esses ninguém deprecia. É bricadeira?