sexta-feira, agosto 29, 2008

MADONNA, 25 ANOS DEPOIS


O ícone pop Madonna vem aí e está atiçando os fãs do Brasil, provocando até um show extra em São Paulo. Não sou exatamente um fã da Madonna cinquentona. Mas 25 anos atrás também fui atingido pelo furacão pop que ela provocou. Nos idos de 1983 Madonna era uma grande novidade para os adolescentes brasileiros, que tinham a chance de consumir música pop como talvez nenhuma outra gera,ão de adolescentes tivesse feito antes daquela. Eram os tempos da explosão do pop/rock nacional, de muita música nova chegando, do início da MTV, logo depois pintou o Live Aid.
Madonna se vestia mal, cantava mal, não tocava instrumento algum e, mesmo assim arrebatou milhões pelo mundo. Era uma estética meio punk no sentido de, musicalmente, no aspecto técnico, ser pobre, limitada, mas de apelo popular imediato. Eu gostava da Madonna daqueles tempos. Despretensiosamente pretensiosa, sem se meter a ditar regras, mas deixando que seu estilo, digamos, sem estilo, fosse dominando o mundo. A música era simples, mas cativante. Uma overdose de produção maquiava a fragilidade vocal da cantora. Mesmo assim, ela emplacava sucesso após sucesso.
Dessa época eu curtia Hollyday e, especialmente, Borderline. Músicas simples, diretas, para consumo imediato, e que faziam sucesso nas pistas de dança abarrotadas de adolescentes com gel no cabelo, camisas verde-limão, laranja-berrante e sapatos dockside sem meias.
O tempo passou e Madonna foi com ele. Enquanto era descaradamente pop eu gostava. Fui ao primeiro show dela em São Paulo, lá por 93 ou 94, acho. Tudo bem que o Morumbi é um dos piores lugares pra se ver um show, mas para mim foi muito barulho por pouca coisa. Já estava ali uma artista que para mim soava apenas pretensiosa, num espetáculo grandiloquente, mas jamais grandioso. Havia uma intenção declarada de tentar chocar. Mas um choque de mentirinha, de bastidores. O impacto inicial em que Madonna misturava uma pretensa inocência com aquele jeitinho sacana já tinha se perdido.
Quanto mais Madonna foi se levando a sério, mais chata foi ficando para mim. Principalmente quando flertou com a música eletrônica, que não me atrai muito.
Talvez seja eu o coroa de 41 anos que não tem mais cabeça para entender o fenômeno. Mas Madonna arrebatava também crianças em seus primórdios. Hoje não vejo crianças gostando de Madonna. Elas foram todas cativadas por outros fenômenos, como High School Musical e Camp Rock.
Madonna, para mim, se aproxima cada vez mais do que são hoje os Rolling Stones, uma banda cover deles mesmos. Perdeu-se o espírito quase juvenil, de surpresa, que tirava magia de músicas banais, com teclados quase de brinquedos, e uma voz precária. Madonna hoje canta muito melhor do que em 83, arrisca tocar um violão e uma guitarra, é uma artista engajada, que até atriz já foi.
Mas eu ainda fico com a moça despretensiosa do clipe de Borderline, que deixo aqui para os nostálgicos como eu.

6 comentários:

Anônimo disse...

Ainda bem que o Alberto Helena Jr. lembrou. E, olha que ele é Saopaulino. Viu, "palmeirense".!

PARABÉNS, VERDÃO

Não é uma data dessas redondas, timbradas de hábito, como 90, 95 ou 100 anos de idade. Mas, os 94 anos de vida do Palmeiras não poderiam passar assim, ó. Muito menos para mim, autor do livro Palmeiras – A Eterna Academia, verdadeira obra de arte criada pela DBA, editora do Alexandre Dórea, e perpetrada pelo genial artista argentino, Victor Burton, que ganhou todos os prêmios da época por seu design. Asseguro-lhe, amigo, que o texto é muito inferior à beleza do álbum.

Orgulho-me desse trabalho, entre outras coisas, porque, não sendo palmeirense, fui escolhido pelo Conselho do Verdão para relatar essa história maravilhosa, escrita, na verdade por tantos craques inesquecíveis, até onde alcança a memória do brasileiro, que cabe na cabeça de um alfinete.

Neto de italianos, com um quarto de catalão, nascido e criado no iníco da dácada de 40, no velho Brás, na época, um gueto predominantemente de imigrantes da Bota, tudo me conduzia para o Parque Antárctica. Mas, sacumé, essas coisas nem sempre são assim.

Mas, como a paixão pelo futebol transcendia o amor por meu clube de origem, o Palmeiras sempre me encantou por seus craques e por sua história. Uma história atribulada, que o espaço me restringe de relatar.

Mas, os craques, ah, esse podem ser resumidos numa seleção dos melhores que vi em ação com a camisa alvi-verde: Marcos, com todo respeito a Oberdã, Leão e Valdir de Moraes; Djalma Santos; Luís Pereira, Waldemar Fiúme e Geraldo Scotto; Dudu, Ademir da Guia, Jair Rosa Pinto e Rivaldo; Julinho e Mazzola, o Altifini dos italianos.

Mas, há tantos outros... Rodrigues, Lima, Canhotinho, Djalma Dias, Servílio, Tupãzinho, Ademar Pantera, César, Leivinha, Muller, Djalminha. Parodiando Monarco sobre a Portela, se eu for falar dos craques verdes, hoje eu não vou terminar.


É isso aí!

Anônimo disse...

Fala, Nori!
Só para mencionar, assisti ao Bem Amigos ontem, e não concordo com a visão do Renato Maurício Prado sobre o campeonato estar embolado. Acho que Grêmio e Palmeiras, assim como você, estão passos (poucos) à frente dos outros, com mais consistência nesse início de reta final. Quanto a Cruzeiro, Botafogo, SPFC, lutam por uma vaga na Libertadores (aí sim, embolados).
Abs.,
Joao Luis Amaral

Anônimo disse...

Nori, te vi na TVCOM

Anônimo disse...

oi, noriega. não há como negar madonna é a rainha do pop, ainda euloquece a legião de fãs que seguem fervorosamente suas apresentações.madonna fez uma versão rock p/" boderline", ficou demais. só like a prayer e boderline vale o preço do ingresso.

Anônimo disse...

Totalmente fora do assunto (não vou falar de Madonna, né...):
Há tempos que eu queria lamentar o fato de Luiz Noriega NÃO ter feito escola.
Pra mim, foi disparado o melhor narrador esportivo da TV brasileira, em todos os tempos.
Ele nunca pretendeu maquiar jogo nenhum; se a partida ou os lances eram banais, mantinha-se discreto - mas a emoção da narração dele aumentava na medida exata da emoção do jogo.
Sempre imparcial, nunca vulgar, nunca "enlatado", nunca marqueteiro, nunca quis se sobrepor ao espetáculo, ótima voz, nunca quis julgar ninguém.
E, principalmente, evitava o goooool prolongado que a TV bestamente importou do rádio. Por que os locutores atuais se esgoelam berrando ao microfone se eu estou vendo o gol??? Estão querendo chamar a atenção para uma coisa evidente, ora...
Noriega tinha o seu bordão, "taí o (primeiro, segundo, etc.) gool".
Acompanhando seus comentários, vejo seu empenho em se manter à altura do legado do seu saudoso pai.
É uma difícil missão, levando em consideração o valor inestimável do grande Luiz e o ambiente não muito propício do jornalismo esportivo de hoje.

Anônimo disse...

Nori,

Sei que não foi a intenção, mas comparar Madonna com Rolling Stones é uma heresia.

Os dinossauros sessentões são melhores do que a dita cuja no início de carreira.

Não há comparação.

It's only rockn'roll, but I like it.

abs,

tieppo