sexta-feira, agosto 25, 2006

PANELA


Estar com os amigos sempre é um grande prazer. A evolução do homem se deu quando alguns passaram a se juntar em bandos, a conviver em sociedade e formar pequenas comunidades, deixando de ser nômades solitários.
O problema disso tudo é quando o ser humano transforma a convivência em panelinha, em igrejinha, turminha grupelho, em jogo de cartas marcadas.
Quando acontece no esporte, então, tira toda a graça dessa atividade que tantas lições tem a oferecer, sejam elas de companheirismo, coletividade, desprendimento etc.
Eu fico imaginando como deve funcionar a cabeça de duas categorias de treinadores esportivos do Brasil na atualiadade: de futebol e de basquete.
Sem dar um bico no respeito, eu me pergunto o que leva, hoje, um time de futebol a contratar o Antônio Lopes, por exemplo. Lopes tem uma história que não pode ser esquecida, de bons trabalhos. Não é um treinador qualquer. Mas analisemos a sua história recente no futebol. Alguém pode dizer que ele foi campeão brasileiro. Outro alguém pode argumentar que ele quase perdeu o título brasileiro, que foi salvo pelo Zveiter e pelo Edílson Pereira de Carvalho. Mas há quanto tempo Lopes não monta um bom time? E quantos outros treinadores com menos nome e que não sejam lembranças constates do grupo que hoje manda no futebol do mundo - o dos empresários - não fazem trabalhos melhores que os do Lopes? E por que gente como Caio Jr, Paulo Comelli, Ivo Worthman e outros não tem chance?
Passemos ao basquete. Lula Ferreira é um bom técnico? No Brasil, claro que sim. Mas o basquete que se joga no Brasil serve para recuperar a Seleção Brasileira? O jogo que se pratica aqui não está de costas para o resto do mundo? E por quê Lula Ferreira, que não ganha absolutamente nada de relevante com a Seleção e deixa o Brasil em décimo-nono no Campeonato Mundial, tem de ser mantido no comando da equipe? Por que o basquete brasileiro tem sempre um grupo pequeno de treinadores, quase todos paulistas, se revezando no comando das seleções? O que fazer para modernizar e recuperar esse esporte que já deu tantas glórias ao Brasil?
Por quê é tão difícil mudar os conceitos estabelecidos e o modus operandi do esporte?
Em resumo: quando a amizade vira panela, queima o filme (nossa, que porcaria de frase!)

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