terça-feira, março 18, 2008

O JOGO DA TV E O JOGO DO CAMPO


O que vocês acham do precedente que está sendo aberto de se indiciar, julgar e punir - ou absolver - jogadores e técnicos de futebol com base em imagens, sejam elas da transmissão pela TV, de câmeras de segurança, de celulares, vídeos amadores?
Considero o tema nitroglicerina pura. Sempre que comento um jogo procuro ressaltar que temos recursos dos quais os árbitros não dispõem. Vários ângulos, câmera lenta, repetições. O árbitro tem dois olhos e mais quatro para auxiliá-lo. Essa meia-dúzia de olhos tem que prestar atenção em 22 jogadores espalhados por uma área considerável, em alta velocidade. É pra lá de difícil.
Claro que as imagens ajudam a corrigir alguns equívocos, a punir a violência e a desmascarar jogadores fingidos. Com relação aos lances de Palmeiras x São Paulo, já circulam pelo mundo virtual as imagens da cotovelada de Cléber em André Dias e da joelhada de Jorge Wagner em Valdívia. As duas imagens são muito reais e não deixam dúvidas.
O que me intriga é o seguinte: e as agressões que o árbitro não vê e que as câmeras de TV também não pegam? Pois elas existem, e aos montes. O que fazer, então? Eu mesmo já vi algumas situações em que árbitro e câmeras deixaram escapar trocas de tapas, chutes, cusparadas. Assim como muitos outros profissionais e torcedores também já viram. Entramos então num dilema: se as câmeras já servem para analisar fatos do jogo e decidir punições, então o que falta para que as imagens também sejam utilizadas para dirimir dúvidas mais urgentes? Um gol, um pênalti, por exemplo? Será esse o futuro do esporte mais popular do mundo?
Fora isso, já passou da hora, no Brasil, de se terminar com a choradeira em caso de derrota. Todo mundo chora quando perde. Ninguém tem coragem de admitir a superioridade do rival. O futebol brasileiro vive um momento de vaidade sem igual por parte de alguns jogadores, dirigentes e treinadores. Ninguém erra, todo mundo trabalha de maneira perfeita, contrata bem, treina bem, joga bem. Só os árbitros se equivocam. Quando o lance duvidoso é contra, todo mundo berra, afirma saber que foi falta, que foi roubado, que é um escândalo. Quando é contra, ninguém viu, não pode afirmar etc. Não há um time, um técnico, um clube que escape disso. Está faltando é caráter ao mundo do futebol brasileiro.

13 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito, Noriega. Falta caráter a muitos profissionais do futebol, além de fairplay ao reconhecer os méritos dos vencedores e as falhas da arbitragem para os "dois lados". Técnicos, jogadores e diretores apenas ressaltam os lances onde foram supostamente prejudicados, deixando de falar de outros equivocos a seu favor.
Isso é covardia, oportunismo, coisas que não batem com a filosofia do esporte.

luis augusto simon disse...

Fala, Maurício.
Acho que isso começou em 94, com o Tassoti em 94, não foi? Já não é novidade.

Ah, estou esperando um post sobre o crescimento de 5,4% do PIB. Quando foi 2,9 voce ficou bravo. Um abraço

Anônimo disse...

Noriega,

Seu artigo vai de encontro a uma abordagem que fiz em meu blog pessoal: As "malandragens" que atrapalham o futebol.

Gostaria que você e seus visitantes visitasse o blog e comentasse.

A divulgação é totalmente liberada e conto com você.

www.blogdobaiao.zip.net

Vindo a BH entre em contato comigo para que possamos nos encontrar.

Abraços

Domingos Sávio Baião
Rádio Itatiaia de Belo Horizonte

Anônimo disse...

O que precisa acabar é essa palhaçada que está acabando com o futebol no Brasil, os campeonatos passaram a ser dos advogados e não dos jogadores.

Tudo vai para o tribunal, orra esse é o esporte mais popular do planeta e não vejo em nenhum lugar nada parecido com isto que vem ocorrendo aqui.

Lembra daquela sentença que ficou famosa no caso richarlyson, "futebol é um esporte para homens... baronil", então temos que mudar nossa visão.

Fala-se tanto dos Campeonatos Europeus, só que ninguém fala que lá ocorrem coisas até piores que o lance do Kléber ou mesmo do Jorge Wagner e nada acontece.

Coisa semelhante ocorre na Comembol e nos campeonatos nos demais países sul-americanos.

Bateu, tomou porrada, e o juiz não viu, acabou! Faz parte do jogo!

Aprendi desde pequeno que a razão para tudo isso é uma só, o que ocorre no campo morre no campo!

Os TJDS da vida estão acabando com a malandragem do futebol! Lembre-se até Pelé já bateu!

A necessidade de mudança é notória, acho melhor a mídia abrir o olho pois estamos tornando o maios esporte da nação um paraíso para advogados e conseqüentemente para manobras suspeitas!

Abraço

Luiz

Guilherme disse...

bem, eu acho que usar a imagem para punição é diferente de usar pra fatos urgentes. Pelo fato de que as imagens são usadas posteriormente, para aumentar a punição pra um cara que já tenha sido expulso ou para o que não foi expulso.
Quanto a quando a TV não pega também, paciência, o ideal é tentar pegar o máximo possível.
Quanto a choradeira, é só pra desviar o foco do trabalho mal-feito. Alguém um dia percebeu que se falar da arbitragem todo mundo esquece do jogo.

Anônimo disse...

O time do são paulo, sempre que perde segue a mesma tática, pautar a imprensa contra a arbitragem, ou contra qualquer acontecimento, tira o foco da derrota e do mau jogo.
Perderam de Portuguesa e usaram a mesma tática, contra o Corinthians conseguiram afastar um árbitro.
Contra o Palmeiras, já tentaram usar um método prá lá de imoral, e anti ético, lembra do goleiro e a pilha ? do Edmundo ? Mas eles fizeram um rodízio de faltas no Valdívia, que ficou afastado uns 4 jogos.
Com o spfc é sempre assim, se perde no campo, tenta ganhar fora dele. E conta com a ajuda dos que se deixam pautar.
Acabou o jogo, quem ganhou comemora e quem perdeu segue a vida.
Esse é o time da perfeita administração, de seus diretores humildes e parceiros, co-irmãos?
Sou contra qualquer tipo de violência, tanto física como a psicológica.
Gostaria de saber sua opinião, um jogador não pode comemorar gol se for feito contra o time que jogou no passado?
E, termino te plagiando, "está faltando caráter ao mundo do futebol brasileiro".
Abraços
Mi

Anônimo disse...

Fala, Nori!
Sua última frase resume bem todo o post.
No caso específico do Kléber, jogador do Palmeiras, sou totalmente a favor da utilização das imagens para puní-lo. Foi um ato covarde. E desculpe o termo, mas um ato burro. Tomou pancada num lance anterior? Avise o juiz, avise o técnico para fazer pressão no 4o. árbitro. Mas nao parta para a agressao. Iria até mais longe: nao só submeteria o jogador à justiça desportiva como, se eu fosse técnico, daria um gancho "interno", para largar de ser besta. Mas como falta caráter no mundo do futebol, duvido que algum técnico faça isso. Seria o justo, mas seria quase justa-causa.
Por outro lado, entendo que algumas mudanças (para melhor) no jogo poderiam ser feitas não só com a utilização das imagens, sem alterar a dinâmica da partida. Exemplo: acabar com impedimento, trazer um 2o. árbitro para dentro de campo, parada técnica nos dois tempos, lateral com os pés. Ou seja, adicionar emoção, estratégia, possibilidade de mudar completamente o panorama da partida, o que pode resultar em mais gols, mais jogadas rápidas.
Grande abraço,
Joao Luis Amaral

Unknown disse...

Independentemente, de câmeras, jogadores indisciplinados, malandros ou violentos, quando o trio de arbitragem é competente e interessado em seu trabalho, dificilmente acontecem problemas. Assista a verdadeira aula de arbitragem que o colombiano Oscar Ruiz deu, ontem, no jogo Caracas X Cruzeiro. Apitou com muita tranquilidade, sem estardalhaço e sem intimidar jogadores. E ainda, marcou um penalti contra o time da casa e expulsou um zagueiro do mesmo time por violência.

Anônimo disse...

Belo texto Maurício. Realmente já passou da hora de aliar tecnologia ao esporte mais popular do mundo.

Renato Molitsas disse...

Noriega...creio que estas punições sobre lances que passaram despercebidos pela arbitragem,podem ser perigosas e muitas vezes tendenciosas,dependendo da força nos bastidores que o clube tiver... Quanto as regras do futebol,ninguém me tira da cabeça que,realmente elas não são mudadas nunca, pois através de interpretações polemicas, infelizmente se pode alterar o resultado de muitos jogos, como já vimos acontecer até em Copas do Mundo...

Anônimo disse...

O treino do time da Vila Sonia havia terminado.

Carlos Alberto brincava de “gol a gol” com Dagoberto.

Algumas pessoas assistiam.

Carlos Alberto faz um gol.

E grita: Goooooool, do Palmeiras !!!

Perplexos, todos olham para ele.

Meio sem jeito, o atleta fala que se enganou.

Na verdade queria gritar “gol do Brasil”.

Ninguém acreditou.

Essa foi boa!!

Anônimo disse...

Interessante o Dossiê sportv, assisti hoje. Só houve um erro, no crédito ao Muricy, afirma-se que o treinador foi Vice-campeão Brasileiro com o Inter em 2005, e que Muricy foi campeão da libertadores em 2006. Muricy nunca venceu a Libertadores, e o campeão de 2006 foi Internacional, o técnico campeão da Libertadores com o São Paulo em 2005 foi Paulo Autuori.

Anônimo disse...

Fala amigo Maurício, de tantas glórias e tradições!!!!!! Tudo "bão"???
Amigo, você não. Ensina a Monalisa direito. Quer dizer então, que o time que chegar em primeiro no Paulista 2008, leva vantagem? Que seria jogar pos dois resultados iguais?
Ok. Tá bão. Tá certo.
O seu Palmeiras chega em primeiro, e, se perder as duas é campeão?
Maurício Noriega, meu ídolo, como na Cultura foi seu pai.
Tem algo de "errado" não tem?