quinta-feira, dezembro 21, 2006


UMA HOMENAGEM

AOS COLORADOS


Antes de dizer adeus a 2006, uma homenagem aos torcedores do Inter, que deram show no Japão e em Porto Alegre. Uma recordação dos colorados em Yokohama.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

SEJAMOS FELIZES


Um ótimo final de ano para todos, com paz, saúde e muita felicidade.
Até 2007!!!

sábado, dezembro 16, 2006

O MUNDO


Sao quase duas semanas longe de casa, a saudade da familia bate forte, mas, antes da final de hoje, da tempo de relatar algumas impressoes finais sobre o Japao.
Primeiro, pra quem nao conhece: eh longe, muito longe. O aviao cruza os ceus a 900 km/h e vao ficando para tras a Europa, a Asia, paises, culturas, um mar de gelo.
Segundo: eh diferente, muito diferente. Prosaicas nuances culturais, tais como comer salada e peixeno cafe da manha. Ou ter um peixe ainda vivo enfeitando seu prato depois de ser devidametne fatiado em sashimis. Uma vontade indestrutivel de ajudar, de ser prestativo e fazer bem feito.
Terceiro: eh rico, muito rico. Nao se ve carro velho no Japao e a capacidade de consumo chega a ser irritante. Das 10 da manha aas 22 hs o japones compra. E muito.
O futebol tem seu espaco, mas o assunto do momento e o beisebol. A ida do arremesador Daisuke Matsuzaka para o Boston Red Sox, por um negocinho de 105 milhoes de dolares.
Quarto: o respeito pelo ser humano e pelo idoso salta aos olhos, em especial pra quem e brasileiro. Aqui ninguem fica velho, mas envelhece, com dignidade e sabedoria, preparando-se para a proxima etapa, a transitoriedade da materia.
Licoes que aprendi.

terça-feira, dezembro 12, 2006


Educar, a unica saida



A melhor conclusao a que chego conhecendo o Japao eh aquela que parece mais obviah: educacao e a saida.

Imaginar que ha 60 anos este era um pais destruido, miseravel, do qual as pessoas fugiam para tentar a sorte no Brasil me deprime. Porque em 60 anos o Japao se transformou nessa potencia humana, economica e tecnologica, e nos demos alguns passos de tartaruga.

Aqui a educacao esta em toda parte, nao apenas na cortesia e na incrivel necessidade de ajudar que norteia os japoneses.

Como desenvolver as melhores maquinas fotograficas digitais, as melhores tvs, os melhores videogames, uma engenharia sofisticada? Simples, com educacao de alto nivel. Formando os melhores profissionais. Educando geracao apos geracao,

Uma amostra deste outro mundo na foto ao lado, o bairro de Akihabara, meca da eletronica em Toquio.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

A rapidez da noticia:
Abel renova com o Inter


12h40 da tarde em Toquio, 1h40 da manha no Brasil. O Inter acaba de anunciar a renovacao de contrato do Abel Braga por mais um ano.
Pra lembrar dos tempos de subir noticia rapido do SportsJa!

domingo, dezembro 10, 2006

Recado aos tricolores

Soh nao citei os gols do Sao Paulo porque eu nao lembrava se tinham sido exatamente na trave em que eu tirei a foto.
E parem com essa mania de perseguicao.rsrsrsrs

sábado, dezembro 09, 2006


UM POUCO DE HISTORIA
Na foto ao lado estou encostado numa das traves do Estadio Nacional de Toquio. Foi exatamente nesse gol que as bolas chutadas por Flamengo e Gremio redundaram nos titulos mundiais dessas equipe, em 81 e 83. Tomara que o mesmo gol de sorte ao Inter. E neste estadio que o time enfrentara o vencedor de Auckland e Al Ahli.
Ao fundo, no alto, aparece a pira olimpica dos Jogos de Toquio, em 1964.
O melhor das viagens a trabalho e poder conhecer locais em que a historia do esporte foi e esta sendo construida.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

ENFIM, NO JAPAO


Perdoem a falta de acentos, mas, enfim, depois de uma maratona aerea que incluiu uma escala forcada em Paris, ca estou no Japao. Como fica longe o outro lado do mundo!!!! Vim pensando nisso no aviao, vendo quantos paises e continentes ficaram pelo caminho.
Muito tranquilo o ambiente entre os jogadores do Inter e muito bem feita a programacao, inclusive a rapidez para escapar de imprevistos como a escala forcada em Paris.
Por aqui o primeiro choque e de modernidade. Limpeza e eficiencia impressionantes aa primeira vista. Todos os carros teem GPS, as estradas e ruas sao impecaveis. Aluga-se um celular de ultima geracao no aeroporto em menos de 5 minutos.
Em instantes sairemos para acompanhar o primeiro treino do Inter e ver um pouco de Toquio aa luz do dia. Pelo que vi aa noite, e uma metropole no estilo de Sao Paulo, mas com muito mais tecnologia e muito menos espaco. So que tudo muito bem utilizado.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

RUMO AO JAPÃO


Amanhã embarco para o Japão, para a cobertura do Mundial de Clubes, do qual participa, representando o Brasil, o Internacional.
Será uma grande experiência profissional e cultural e tentarei compartilhar com os leitores do blog, na medida do possível.
Muitos já devem ter percebido que agora o blog tem moderação. Em virtude dos palavrões e da baixaria, fui obrigado a fazê-lo. Quem não sabe debater civilizadamente não entra.

quinta-feira, novembro 30, 2006




SIMPLES MÁGICA

Que me perdoe o pessoal que frequenta esse cyberespaço por causa do esporte e do futebol, mas hoje o tema é cinema. Não chego a ser um cinéfilo do porte de meu amigo Sidney Garambone, mas a sétima arte faz parte da minha vida como da de todos nós. Que seria do filme de nossas vidas sem a tela grande, seus sonhos, sua mágica, seus ídolos e a inigualável capacidade de nos transportar para outro mundo via celulóide?
Todos temos algum filmes que podemos classificar de o filme das nossas vidas. O que não siginfica dizer que o mesmo também seja o melhor filme que já vimos. No meu caso, o filme que marcou e ainda marca a minha vida é um típico representante do cinema-pipoca: Grease, ou, Nos Tempos da Brilhantina, como ficou conhecido por aqui.
Lembro como se fosse hoje do dia em que fui ao Cine Gazeta, que era um dos maiores de São Paulo, para ver aquele filme de que todo mundo falava. Eu e minhas primas Lela e Nívea enfrentamos uma fila que dobrava o quarteirão na Avenida Paulista. Desde aquela tarde de 1978 ou 1979, já não me lembro, eu devo ter visto Grease pelo menos umas 50 vezes. No cinema, na TV, em VHS e em DVD.
Aquele filme meio despretensioso me transformou em fã de Olivia Newton-John. E até hoje me faz rir e cantar as músicas. Quando falo em mágica, explico: minha esposa e meu, de 2, e minha filha, de 5 anos, também adoram o filme. Recentemente comprei uma versão em DVD que vem com dois discos, muitos extras, imagem e áudio remasterizados. Rafa e Clara já cantam as músicas, repetem gestos e falam de Sandy e Danny como se fossem colegas de classe na escola. Isso eu chamo de magia. Uma obra que se tranforma em atemporal, que está prestes a completar 30 anos e envelhece cada dia melhor. Não precisa ser arte, necessariamente. Mas é diversão de primeira e tem aquele toque mágico que faz algumas coisas durarem para sempre.

E pra não dizer que não falei de esporte, dois toques: vôlei e futebol. No vôlei, segue impressionante a trajetória do Brasil no Mundial. Como a desafiar a lógica e a tendência de um jogo cada vez mais mecânico e baseado na força, lá vai o Brasil, movido a velocidade, técnica e Giba, a provar que sempre é possível emplacar um imprevisto lá da linha dos três metros.
O futebol nos reserva as enfadonhas escolhas de craques do ano, melhor da temporada etc. Coisa chata. Como dizer quem foi o melhor da temporada? Apenas tendo como base o que acontece na Europa ou na Copa dos Campeões da Europa? Ou o que rolou na Copa do Mundo? Deixo aqui meu pitaco. O melhor da Copa foi o Cannavaro, só porque o Zidane deu aquela cabeçada. E o melhor do ano, que ainda é o melhor do planeta futebol, é o Ronaldinho Gaúcho. Ele foi tão melhor, na minha análise, que ganha mesmo tendo apenas sido visto na Copa.

domingo, novembro 26, 2006

LUSA, COM DIGNIDADE


Estive em Recife para comentar Sport x Portuguesa. Um jogo que caminhava para ser chato até o segundo tempo, quando foi vibrante e memorável. A vitória da Portuguesa deve ser reconhecida como a vitória de um grupo que mostrou dignidade e caráter, que lutou, se entregou e conseguiu superar uma situação completamente adversa. Dará aos torcedores lusos um fim de ano com uma pequena dose de orgulho, coisa que essa brava gente d´além mar merece.
O jogo foi polêmico. Para mim, no segundo gol do Sport, não houve falta no goleiro, mas pode ter havido impedimento. Confesso que pela confusão que se seguiu não consegui ver direito a repetição do lance e fiquei com a impressão de haver dois jogadores antes da linha de gol quando parte o chute que vai chegar no Fumagalli. Mas pode, de fato, ter havido impedimento num lance complicado.
Mas o que vale é que o segundo tempo da Lusa foi heróico pela entrega, pela coragem e pela qualidade de dois jogadores: Preto e Alex Alves.
Agora resta à turma do Canindé procurar se organizar e tentar voltar às primeiras divisões paulista e brasileira em 2008.
Algumas informações importantes que pintaram em Recife: a Lusa está fazendo um acordo com a Federação Paulista para reformar o Candiné e obter mais recursos com seu estádio; pode haver um acordo político para a saída do presidente Manuel da Lupa e a formação de um novo conselho administrativo.
Agora, o mais significativo que ouvi foi a confirmação de que os salários de alguns jogadores, principalmente o e Alex Alves, o mais alto, foram pagos com ajuda dos torcedores. Eles se uniram, fizeram doações (cheques de 500, mil reais) e bancaram parcialmente o salário. O valor não chegava a ser o total, ficava apenas próximo.

sexta-feira, novembro 24, 2006

EM SOLIDARIEDADE A JOTA JÚNIOR


Jota Júnior é uma unanimidade. Nunca ouvi uma pessoa falar mal do Jotinha, nem se referir a ele que não fosse de maneira elogiosa. Um narrador como poucos, preciso, bem informado, capaz de narrar qualquer modalidade. Jotinha gosta de gente, por isso resolveu fazer um blog, até para compartilhar sua sabedoria, contar suas histórias.
Eis que, de repente, passou a ser bombardeado por insultos que não têm cabimento. Principalmente em se tratando de alguém que é Phd em elegância e Jornalismo. Todos têm o direito de opinar e discordar. Mas agredit e insultar é outra coisa.
São tristes esses tempos de intolerância no futebol, no esporte e no mundo em geral. Cada vez mais cresce um tipo de figura abominável: o fanático. O sujeito que não torce por seu time, ele exige que o mundo também o faça. Ele não quer esporte, quer guerra. Acha que seu clube tem que ganhar sempre, ainda que roubado, que os adversários são inimigos, que os que não pensam como ele são a escória.
Hoje em dia é cada vez mais comum que as pessoas que trabalham com informação esportiva seja agredidas, xingadas e ofendidas. Jota Júnior é uma enciclopédia de imparcialidade e objetividade. Não merece um xingamento, uma ofensa. Pode-se, claro, discordar dele, de mim, de quem quer que seja. Agora, intolerância é coisa de gente mesquinha e ignorante, nos piores sentidos da palavra.
O mais curioso disso tudo é que Jota torce apenas pelo justo, pelo certo, para que ganhe o melhor. Sua única paixão no futebol, e isso eu provo que é verdade, porque já o vi triste quando esse time perdeu, é o Rio Branco da sua Americana. Muito mais por ser Americana que por ser o Rio Branco. E os torcedores do clube que o ofenderam, que saibam que Jota é fã da modernidade e da estrutura desse mesmo time.
Jotinha, fica aqui minha solidariedade. Volte com seu blog, não deixe os canalhas vencerem.

quinta-feira, novembro 23, 2006

O QUE ESPERAR DE 2007-PARTE 2

Segue a análise do que pode ocorrer em 2007 com os principais times brasileiros.


PARANÁ - Em 2006 mostrou que não é preciso ser gigante para se dar bem. Tem uma ótima equipe de olheiros (ou seria boa relação com empresários?), montou um time competitivo, reformou o estádio, enfim, trabalhou direito. Se chegar à Libertadores terá o grande desafio de sua história: montar um time competitivo sem contar com um orçamento importante.

GOIÁS - Desceu de patamar em relação a 2005. O problema de times como o Goiás, que são equipes médias muito bem estruturadas, é competir com outros times grandes e mais ricos quando esses tentam comprar jogadores ou tirar técnicos da equipe goiana. Se não tivesse deixado o Geninho sair, aposto que o Goiás brigaria de novo por Libertadores. Fica a lição.

FIGUEIRENSE - Outra grata surpresa em termos de resultados, mas que não é surpresa em termos de trabalho. Um time organizado, bem estruturado, que tem perto de 15 mil sócios, um belo estádio e vontade de crescer e crescer. O que está fazendo a cada ano. A reestruturação que será feita para 2007 é a chave do sucesso. Não pode enfraquecer demais o elenco só para fazer caixa.

BOTAFOGO - Nos últimos anos a temporada de 2006 foi a melhor do Botafogo. Campeão estadual e uma boa campanha no Brasileiro. Tem que seguir assim, buscando a reestruturação fora e dentro de campo. A direção e a torcida precisam ter paciência com o Cuca, que é muito bom treinador. Se mantiver a base e der uma reforçada, em especial na defesa, pode seguir avançando para voltar a ser o que sempre foi: um gigante.

FLUMINENSE - Não creio que vá cair, embora corra riscos. Em termos de administração, foi um desastre em 2006. Conseguiu a proeza de liderar um campeonato e chegar ao final do mesmo brigando para não cair. Existem dois Fluminenses, um do patrocinador e outro do clube. Sem união dessas forças, não chega a lugar algum. Também é preciso dar tempo para alguém trabalhar.

ATLÉTICO-PR - Termina o ano na zona morta. Perdeu uma ótima oportunidade na Sul-Americana, poderia ter ido mais longe. É um time que tem coisas boas e outras muito ruins. O meio-campo é fraco, sem criatividade, embora o ataque seja bom, rápido. Falta equilíbrio dentro de campo. A dúvida: vai investir no time ou na conclusão da Arena?

SPORT - Um time poderoso está voltando à Série A. Não pode arriscar a fazer feito como Santa Cruz e Fortaleza. O Sport é desses casos raros que têm torcida em todo o País. A análise é a mesma para quem sobe: Série A não é apenas correria e disposição. É, fundamentalmente, um bom elenco, coisa que o Sport ainda não tem.

NÁUTICO - A lógica do Náutico é a mesma do Sport. Mas vale o registro da recuperação do clube, que perdeu aquela batalha contra o Grêmio e se viu em frangalhos emocionalmente. Agora volta fortalecido espiritualmente, mas apenas isso não basta.

JUVENTUDE - Passou um susto em 2006. Teve problemas administrativos e futebolísticos. Falta um pouco de força por parte da torcida para fazer do Jaconi um caldeirão. Ivo Worthman é bom técnico e merece a chance de fazer um projeto de uma temporada completa.

PONTE, PAULISTA, AMÉRICA-RN - A Ponte dificilmente escapa do rebaixamento. Se isso se confirmar, precisará de seus dirigentes a paixão que têm seus torcedores. Faz tempo que a Ponte bate na trave. É preciso mudar a mentalidade de que só vale ficar à frente do Guarani. Ponte e Guarani são muito maiores que isso. E quando voltarão a revelar grandes jogadores como faziam até os anos 80?
Se subir, o Paulista precisará gastar mais para ficar. É aí que o bicho pega. Times com receita modesta e boa administração, como o Paulista, precisam de muito profissionalismo para dar um salto, reforçar o time etc. O mesmo vale para o América de Natal, que pode ser mais um representante da paixão nordestina pelo jogo de bola na Série A.

terça-feira, novembro 21, 2006

O QUE ESPERAR DE 2007

Dou início agora a uma série de postagens com uma análise do que, penso eu, pode acontecer com os principais times do Brasil em 2007. E já convido todos para debater e refletir. As análises serão postadas em etapas de dez clubes.


SÃO PAULO - O campeão brasileiro vive situação privilegiada por poder pensar em 2007 com os cofres cheios e a consciência tranquila. O Tricolor é candidato a todos os títulos que disputar, mas a grande questão é quantas peças perderá e se haverá reposição. Se Mineiro sair, por exemplo, quem pode vir? Para a vaga de Danilo, que jogador teria tamanha importância tática? Imagino o São Paulo concentrando forças na Libertadores e fazendo uma pré-temporada melhor que a de 2006. O único problema virá se houver pressão para cima de Muricy em caso de algum resultado ruim ou de uma campanha fraca no Paulistão, por exemplo.

INTER - Tudo vai depender do resultado do time no Japão. Se for campeão mundial, o Inter fatura uma grana alta, prestígio internacional e pode vir turbinado para tentar o bi da Libertadores. A transição política foi bem feita, com a eleição de Vitório Piffero para o lugar de Fernando Carvalho, o que garante a mesma linha administrativa. Resta saber se, dependendo do que rolar no Japão, Abel fica ou não no clube. Mas é time top de linha, nova e definitivamente.

SANTOS - O Peixe acreditou demais nos milagres que Luxemburgo poderia operar. Apesar de excelente, o técnico não é milagreiro. O Santos é bom para o nível atual do futebol brasileiro, mas ainda falta alguma coisa, mais consistência, mais tempo de trabalho para um mesmo time. Na Libertadores deve estar reforçado e tem a Vila Belmiro como grande arma. Vai continuar incomodando. Com um ajuste de peças, pode brigar por títulos.

GRÊMIO - O dilema chama-se Mano Menezes. Parece que o bom treinador pediu alto para renovar, ciente de que é nome de ponta hoje e atrai atenção de muitos clubes. Fábio Koff dizia que o Grêmio dos anos dourados de Felipão era uma idéia plantada pelo treinador. Agora é a mesma coisa, uma idéia de Mano (no campo tático e de planejamento). Na Libertdores vai precisar melhorar o nível do elenco se quiser brigar pel tri

VASCO - Ótima surpresa em 2006. Tem o eterno drama político. Eurico Miranda é o Fidel Castro de São Januário (nada de comparações políticas e ideológicas, apenas a questão da figura que se confunde com a própria instituição ou país). Tudo depende dele, passa por ele. Em 2006 a aposta na garotada e em Renato Gaúcho deu certo. Mas não vejo, com esse time atual, o Vasco em condição de brigar por títulos. Pode continuar fazendo boas campanhas, o que é pouco para a grandeza do clube.

CORINTHIANS - É a maior incógnita do futebol brasileiro. A parceria, como sempre acontece com o Corinthians, terminou em desastre. Se o clube em 2007 for apostar apenas nos garotos, vai correr sérios riscos. Há alguns talentosos, mas outros muito, muito fracos. Sem dinheiro e com a perspectiva de endividamento brutal logo ali, pode viver uma temporada dramática. Gerenciar o caos será a tarefa de quem topar o desafio. A tal da MSI já foi embora. Quem ficar vai precisar de sorte e coragem.

FLAMENGO - Está entre a cruzada da administração correta e do mundo real e a eterna tentação da megalomania que aflige os homens da Gávea. Aceitar os jogadores do iraniano Joorabchiam ou continuar apostando em Ney Franco e seu bom trabalho? O Flamengo é o reflexo de seu torcedor, que oscila entre a depressão e a euforia. Vai precisar de alguém que controle tudo isso. Avançou em 2006 e precisa continuar avançando. Depende do tamanho e do risco do passo.

PALMEIRAS - Só uma tragédia rebaixaria o time novamente à Série B. Portanto, escrevo pensando em Série A. Se quiser honrar sua história, o Palmeiras precisa fazer um rapa urgente em seu elenco, se livrar de jogadores sem condições técnicas e psicológicas de atuar em time grande, baixar e média de idade e inaugurar a era do planejamento por conta própria. Nunca é demais lembrar que, por sua mãos, o Palmeiras não ganha nada desde 1976 (ou, vá lá, a Copa dos Campeões de 2000, quando a Parmalat já não era co-gestora, mas apenas patrocinadora). Envelheceu mal o Palestra e precisa tratar de renovar seus hábitos e costumes. Ou será que só uma nova Parmalat salva?

CRUZEIRO - Decepção em 2006. O time foi o retrato da letargia que às vezes parece tomar conta de seu competente treinador, Oswaldo de Oliveira. É a prova de que apenas estrutura não serve para nada. É preciso saber o que fazer com a maravilhosa estrutura da Raposa mineira. Apostou em alguns craques em fim de carreira e outros que pensam que são craques mas nem passam perto disso. Um ano perdido em termos de projeção nacional.

ATLÉTICO MINEIRO - O Galo está de volta! Grande notícia para o futebol brasileiro. Agora, para ser forte e vingador, o que é preciso? A base dos jogadores revelados em casa é muito boa. Mas falta consistência para enfrentar adversários de maior gabarito. Temperar melhor o time para servir de glórias sua faminta torcida. A massa atleticana, aliás, é fator importante. Ela empurra o time. Mas não o leva sozinho. O dilema agora é não pensar como fez o Palmeiras, por exemplo: com padrão Série B não se chega a lugar algum na Série A.

sexta-feira, novembro 17, 2006

O ZÉ E AS MENINAS SÃO DE OURO


Não me lembro de uma derrota recente do esporte brasileiro que tenha sido mais doída que a do vôlei feminino para a Rússia, na final do Mundial deste ano. Alguém pode argumentar que a derrota nas semifinais de Atenas foi mais dramática, o jogo estava na mão etc. Mas a dor dessa derrota é porque nunca o vôlei feminino do Brasil esteve tão perto e nunca mereceu tanto.
E que ninguém agora seja oportunista e comece a criticar as jogadoras e, principalmente, o técnico José Roberto Guimarães. O Brasil ficou com a prata mas foi o melhor time do Mundial, jogou o voleibol mais completo e teve, na história, o melhor desempenho coletivo desde que o vôlei feminino é com F e V maiúsculos no Brasil. Já tivemos equipes mais talentosas, mas nunca uma que funcionasse tão bem como time.
Em dois anos, o trabalho do Zé Roberto fez com que uma nova geração vencesse praticamente todas as competições que disputou. Aí o gaiato vai argumentar que perdeu a mais importante. Pois é, faz parte. Perder no tie-break uma final não é demérito pra ninguém. Ainda mais quando do outro lado tem duas gigantes que atacam, literalmente, como homens.
Zé Roberto é um treinador revolucionário. O vôlei que se joga hoje no masculino se deve à alteração tática feita por ele na seleção brasileira de 92. Ao encontrar uma maneira de escalar, juntos, Tande, Marcelo Negrão e Giovane, Zé Roberto reinventou taticamente o vôlei. Ninguém achava que fosse possível colocar os três em quadra, um tinha de ir pro banco etc. A partir dessa resposta encontrada pelo Zé Roberto, passava a ser possível e indispensável ter três atacantes de força em quadra, três definidores. E o que era chamado de jogador universal, ou saída de rede, passaria logo depois a ser o oposto. O atleta que cruza com o levantador não precisava mais ser um jogador completo, de passe perfeito e recursos para ser levantador na hora do aperto. Podia ser mais um gigante com capacidade para virar todas as bolas na hora do sufoco. Esse vôlei em que o oposto é o homem do desafogo nasceu com a mudança do Zé Roberto em 92. Mais do que o ouro que o título olímpico proporcionou, ele inscreveu seu nome na história do esporte por essa mudança.
Por isso, Zé Roberto e as meninas do vôlei merecem todo o nosso respeito pelo vice-campeonato mundial. As circunstâncias agora são muito diferentes das de 94, quando o Brasil perdeu para Cuba, que era imbatível. Para Pequim o time feminino pode ir mais forte ainda e conquistar o ouro tão sonhado, já que nunca um esporte coletivo feminino do Brasil foi campeão olímpico (o vôlei de praia não conta para isso).

quinta-feira, novembro 16, 2006

A ARENA DO FUTURO


Estive em Curitiba na quarta-feira, para comentar, ao lado de Alex Escobar, com narração de Luiz Carlos Jr. e reportagens de Marcos Peres e Janaína Xavier, a semifinal da Copa Sul-americana. O Atlético Paranaense perdeu para o Pachuca mexicano por 1 a 0. Mas para quem vive o caos urbano que é São Paulo, uma breve passagem pela acolhedora, civilizada e limpa Curitiba é mergulhar num oásis de urbanismo.
Em 1996 fui a Curitiba cobrir um jogo da Seleção Brasileira pela Gazeta Esportiva. Eram os últimos dias do velho estádio Joaquim Américo, que começava a ser derrubado para dar lugar à Arena da Baixada. Também fui conhecer um hotel-fazenda que o Atlético acabara de comprar e que hoje é o espetacular CT do Caju. Àquela época, quando a Internet ainda era embrionária no Brasil, o Atlético me deu um CD-ROM com a história do clube e o projeto do que viria a ser o mais moderno estádio brasileiro.
Eu já tinha visitado a Arena, mas nunca havia trabalhado no estádio até esta quarta-feira. É um choque de modernidade e cultura para quem está acostumado com os ultrapassados e decadentes estádios brasileiros. A inclinação das arquibancadas lembra muito a Bombonera e confere ao estádio uma aura de caldeirão. As instalações são novas, limpas, muito bem cuidadas. Cabines com banheiro e bom espaço, praça de alimentação, orientações claras.
Tudo isso resulta numa mudança de perfil do torcedor que vai ver o Atlético. Certamente, a frequência no Joaquim Américo era mais popular (o Atlético é o time de massa em Curitiba). Agora é um público mais classe média, familiar, que consome e festeja o conforto que o estádio oferece consumindo produtos que voltarão em receita para o clube.
A Arena é a maior contratação do Atlético nos últimos anos. Faz parte do projeto de transmormar o time num grande do futebol sul-americano, mas não apenas por uma ou duas temporadas. O objetivo é firmar o Furacão como força da natureza do nosso futebol.
O estádio gera receita, o CT idem. Para completar, o Atlético tem uma bem montada rede de escolinhas pelo Brasil, além de algumas também na China.
Chega-se à Arena para trabalhar e o departamento de marketing do clube mostra ao que veio. Revistas bilíngues, camisas, brindes, tudo que possa vender a imagem do Atlético ao visitante.
Claro que o rubro-negro paranaense ainda não é uma força de grande popularidade no Brasil, mas as fundações deste edifício foram bem plantadas. Claro que há críticas, denúncias e contratempos pelo caminho. A aura profissional ainda tem um ranço de amadorismo.
Ao deixar a Arena, algumas perguntas martelavam em minha cabeça:
a) o que seria de Flamengo e Corinthians se tivessem um estádio como a Arena da Baixada?
b) por que clubes como Flamengo, Corinthians, Atlético Mineiro e Cruzeiro, por exemplo, não conseguem construir um estádio como a Arena?
c) numa primeira etapa de seu projeto, o Atlético conseguiu um título brasileiro e um vice da Libertadores. O que virá nas outras etapas?

segunda-feira, novembro 13, 2006

MODERNO, EFICIENTE E CAMPEÃO


Dia desses ouvi uma discussão em que alguém argumentava que o São Paulo, virtual campeão brasileiro de 2006, era um bom time, mas não era ótimo. O objetivo dessa postagem é desmontar essa tese. O São Paulo é ótimo, sim senhor. Ótimo porque será o campeão do atual futebol brasileiro. Um time moderno, competitivo, eficiente, que pode não ser virtuoso, mas tem, sim, seu brilho. Um brilho adequado ao mundo real do nosso futebol. Um time que ganha 21 em 36 jogos e perde apenas 4 é algo mais que apenas eficiente.
O segredo desse time é a versatilidade de seus jogadores. Que é muito bem explorada pelo técnico Muricy Ramalho. Júnior é um lateral que joga como meia armador. Danilo é meia, mas também atua como atacante e ajuda na cobertura da defesa quando Júnior arma o time. Souza já foi ala, lateral, volante e atacante. Atualmente é meia, e dos bons. Mineiro faz de tudo um pouco e tudo bem. Muricy é daqueles treinadores sem frescura, que aposta na repetição dos treinamentos para formar uma equipe. Os resultados e a fluência do time do São Paulo em campo mostram que ele acertou.
Por trás de tudo isso está um sistema diretivo que é o mais moderno do futebol brasileiro. Os dirigentes do São Paulo gostam de ganhar e trabalham para isso. Não sem motivo, são dos poucos no Brasil que não vivem passando o pires atrás de uma parceria.
Competitivo, moderno e eficiente. Esse é o campeão brasileiro de 2006. Com toda a Justiça.

ENCONTROS E DESPEDIDAS

O final de temporada se aproxima e é hora de tirar os lenços do armário. Alguns acenam em despedida à Série A, de volta à difícil realidade da Série B. Casos de Santa Cruz e Fortaleza, que nem de longe acompanham em campo a paixão de seus torcedores. Outros acenam dando adeus à Série B e voltando para onde sempre deveriam estar: casos de Atlético Mineiro e Sport. O Galo foi forte e vingador como em seus melhores tempos. O Sport voltou a ser guerreiro. Agora resta esperar mais alguns dias para sabermos quem volta de fato e quem cai de direito. Ao que tudo indica, e com todos os méritos, Náutico e América de Natal se juntarão aos grandes no próximo ano. E a briga para saber quem escapa da Série B envolve diretamente Ponte, Fluminense e São Caetano. A rodada trará desafios ao Tricolor carioca, que joga em São Paulo contra o Corinthians. A Ponte pega um Fortaleza destruído, e o São Caetano recebe o Vasco. O Palmeiras agora só cai se for pra lá de incompetente.

terça-feira, novembro 07, 2006

CARLOS ALBERTO FALOU DEMAIS

Poucas vezes alguém perdeu uma grande oportunidade de ficar calado quanto o jogador (do Corinthians ou da MSI?) Carlos Alberto. Ao criticar abertamente o treinador corintiano Emerson Leão e chamá-lo de arrogante e vaidoso, Carlos Alberto provou, no mínimo, que está mal assessorado.
Não dá nem pra comparar as histórias de Leão e Carlos Alberto. Leão é um dos maiores goleiros da história do Brasil, campeão mundial, jogou quatro Copas do Mundo, tem uma defesa escolhida entre as maiores de todos os tempos pela Fifa e é um técnico de futebol vencedor. Não me interessa se é arrogante, prepotente etc. O que me interessa é seu trabalho como técnico, que é bom. Ele tirou o Corinthians da zona de rebaixamento. Recuperou o prestígio do Santos, tirou o Plameiras do sufoco e o levou à Libertadores em 2005. Carlos Alberto é um jovem talentoso, um bom jogador de futebol, produto do novo futebol, que cria garotos mimados e milionários. Tão vaidoso quanto Leão.
Carlos Alberto não fez falta alguma ao Corinthians desde que foi afastado. Não se compara sua importância à de Tevez, por exemplo. Ou à de Nilmar. Mas Carlos Alberto escolheu o exato momento em que Leão tira o Corinthians do fundo da tabela e dá ao clube um final de ano digno para manifestar sua revolta, que me parece treinada e programada.
Isso só acontece porque o Corinthians deixou que acontecesse. Para livrar a cara de alguns, terceirizou seu futebol, abriu mão de seu patrimônio, e agora tenta recuperá-lo, embora esteja preso a cláusulas contratuais draconianas.
Cada vez mais dou razão àqueles que dizem que o Corinthians é uma torcida que tem um time. De profissional no clube, só os jogadores (tirando agora o Carlos Alberto), a comissão técnica, Leão e os torcedores. O resto.....

E O PALMEIRAS??!!!

Não dá para apoiar a invasão da sede social do clube por parte da torcida do Palmeiras. Mas dá pra apoiar a revolta, quanto pacífica, dos palmeirenses. O Palmeiras era, ao final de 2004, o time brasileiro com o maior patrimônio líquido. Hoje está endividado e ameaçado de rebaixamento. Não conquista um grande título desde 1999 e seus dirigentes exalam amadorismo por todos os poros. Mandou embora Tite quando o treinador conseguia recuperar o time, seu diretor de futebol é verborrágico e, em suma, está perdidinho.
Entre 1976 e 2006, um período de 30 anos, o Palmeiras, com administração própria, foi campeão apenas duas vezes: paulista de 1976 e Copa dos Campeões de 2000. Entre 92 e 2000, com a co-gestão Palmeiras-Parmalat, ganhou 3 Paulistas, 2 Brasileiros, 1 Copa do Brasil, 1 Mercosul e 1 Libertadores. Precisa ser mais claro? A grande humildade que falta aos dirigentes palmeirenses é admitir que eles não têm competência para administrar esse gigante e devem contratar alguém com capacidade para tal empresa.

segunda-feira, novembro 06, 2006

ELE, O TORCEDOR

Ainda está para ser publicado o estudo psicológico, científico ou social que possa explicar a figura mais importante do futebol: o torcedor. Por que alguém vira torcedor de um time? O que faz o sujeito amar uma camisa, uma cor, uma história, a ponto de chorar, sofrer, brigar e, em alguns casos, até ficar doente pelo seu time?
Já ouvi dezenas de versões, mas nenhuma é definitiva. Dizem que alguém troca de marido ou esposa, mas não de time. O que tenho certeza é de que o grade barato do futebol é o torcedor. Falo daquele que gosta do seu time, ganhe ou perca, não do tipo que vai ao estádio para brigar ou marca quebra-pau pela internet.
Para quem trabalha com opinião de futebol, como eu, fica claro que a paixão pelo time faz do torcedor alguém que trafega no limite das emoções e das análises.
Se comento que um lance foi pênalti contra o time de fulado, pronto: sou contra o time dele e simpatizo com o rival. Se digo que tal jogador do time do amigo que vê o jogo pelo SporTV é craque, taí: virei gênio. Nem uma coisa, nem outra.
O bom profissional, o jornalista imparcial e que busca a correção - o que tento fazer no meu dia a dia, com a maior honestidade e humildade - não torce pra ninguém quando começa uma transmissão. Torce apenas pelo seu trabalho, por sua equipe, e por fazer um trabalho correto, isento e imparcial. Ele erra e acerta como erram e acertam jogadores, técnicos e torcedores. O problema é que todo mundo acha que você torce contra o time de todo mundo.
Mas esse é o lado mais folclórico e divertido do futebol. O do torcedor que, no fundo, acha que todo mundo é contra o time dele, mas basta um elogio para você ser o narrador, comentarista ou repórter que ele mais admira.
Há de chegar o dia em que alguma mente inspirada conseguirá dissecar o que passa pelo cérebro de um torcedor de futebol. E deve ser algo lindo, apesar de alguns exageros. Por que ainda não inventaram e dificilmente vão inventar um jogo tão apaixonante como esse. Poucas são as alegrias mais espontâneas e reveladoras que a de um grito de gol.

sábado, novembro 04, 2006

A HORA DA CORRIDA MALUCA


O Campeonato Brasileiro, nas Séries A e B, entra agora na fase que eu chamo de corrida maluca. É a hora de a lingüiça morder o cachorro, de o medroso assustar a assombração etc. Tamanho é o nivelamento técnico que qualquer resultado deixa de ser surpresa agora que chegou o momento de definição. Como diria Juarez Soares, pau que bate em Chico, bate em Francisco.
Como explicar, por exemplo, o empate entre São Paulo e Ponte? Ou a vitória do Figueirense sobre o Grêmio no Olímpico? Para mim, é chegada a hora na competição em que os times, bons ou ruins, sempre dão um pouco a mais. Seja pela simples questão do dinheiro, ou mesmo por dignidade profissional. Dá pra entender que times que atrasam salários durante o ano possoam oferecer gordos bichos para fugir do rebaixamento? Pois acontece com o Santa Cruz e com a Portuguesa.
No caso da Ponte Preta eu acho que é um pouco da história do time e também do treinador, o Wandelrey Paiva. Bom profissional, daqueles que não vive reclamando da sorte e da arbitragem, ele parece ter contaminado positivamente os jogadores com sua história, seu passado. E a Ponte nunca foi de vender nada barato. Pode até cair, mas será com dignidade.
O caso do São Paulo parece mais um acidente de percurso. Não vi soberba nem grandes erros no time. Apenas um jogo sem muito brilho, embora Jean, da Ponte, tenha feito uma defesa monumental. O São Paulo tem jogos em casa suficientes para resolver a parada sem sustos. Mesmo que perca para o Santos, o que não é nenhuma zebra, pelo contrário.
O Inter tem fôlego para ser campeão se o São Paulo bobear. Resta saber o que estará acontecendo em termos de preparo físico e contusões quando faltar um mês para o Mundial, o que é logo ali na frente.
A briga pela Libertadores está quente. Grêmio, Santos, Paraná, Vasco, até o Botafogo. E já pensaram se o Inter resolve desligar mais cedo a tomada do Brasileirão e fica fora do grupo dos 4? Aí é uma vaga a menos e emoção de sobra.
Para escapar do rebaixamento é que veremos uma disputa memorável. O Palmeiras muda de técnico, mas não abandona a administração arcaica. O Fluminense está tão depressivo quanto o Pedrinho, e a Ponte pode ressurgir após o jogo diante do líder. Até mesmo o Corinthians, nesses tempos de zebra, não pode dar chance para tropeços. Aliás, estarei no Pacaembu neste domingo, com Milton Leite, Carlos Cereto e Delisièe Teixeira, para a transmissão de Corinthians x Santa Cruz.

ARBITRAGEM

E dá-lhe polêmica! No jogo do Morumbi, o qual comentei pelo SporTV, achei que houve acerto na anulação do gol do Aloísio e também na marcação do pênalti para o São Paulo. Lances difíceis, de interpretação. Há quem diga que Nei estava protegendo o corpo. Mas não o rosto, já que a bola veio na altura do peito. Então, que sentido haveria, por exemplo, em estar com as mãos ali naquela hora? Difícil para a arbitragem. O lance de Botafogo x Inter é nitroglicerina pura. Primeiro porque Wilson Sousa de Mendonça é um árbirtro que considero fraco. Segundo, porque só posso falar da repetição do lance do pênalti. Do resto do jogo não falo, pois estava em outro na mesma hora. Tem um braço do zagueiro do Botafogo fora de lugar, mas o atacante do Inter só cai porque tropeça nas próprias pernas. Vida dura essa de juiz brasileiro.

segunda-feira, outubro 30, 2006

O GRANDE MOMENTO DO VÔLEI


O vôlei é um dos meus esportes favoritos. Tenho razões sentimentais para isso. Joguei vôlei durante muito tempo, da categoria mirim até a juvenil, nas equipes do Paulistano, Pinheiros e Banespa. Posso dizer até que vivi do vôlei por um tempo, já que nos tempos de Banespa eu tinha salário (nada mal) e essa grana me ajudou a pagar a faculdade, entre outras coisas.
Neste mês de outubro serão disputados os Mundiais de vôlei, masculino e feminino, ambos no Japão. Desde a explosão de sucesso do vôlei, nos anos 80, nunca o Brasil foi tão forte para brigar pelas medalhas de ouro, no masculino e no feminino.
Acho até que o momento é melhor para o feminino. Zé Roberto Guimarães conseguiu um feito inédito: montar uma equipe uniforme, sem estrelismos e panelinhas, e com um banco de bom nível. Fora isso, a concorrência não assusta tanto. Em outras épocas, Cuba e China eram imbatíveis e, agora, não o são. Claro que há equipes fortes, mas vejo a do Brasil como a mais forte de todas.
O masculino já é favorito há um bom tempo. Mas a competição é mais acirrada. Uma seleção média, num bom dia, pode vencer um grande time, o que não acontece no feminino. A força e a altura dos jogadores deixou o vôlei masculino mais feio e pobre tecnicamente, e baseado fundamentalmente na força e nas bolas de ponta. Não se trata de retrocesso, mas adequação ao que se precisa fazer, em virtude de jogadores cada vez mais altos e fortes. O Brasil ainda faz a diferença, mesmo não sendo um time tão alto. Por quê? Pelo diferencial técnico de seus jogadores, ainda os mais habilidosos do mundo. O problema é que todo mundo quer ganhar do Brasil, porque o Brasil ganha de todo mundo. Mesmo assim, boto fé numa conquista inédita para o nosso esporte: campeão mundial masculino e feminino de vôlei.

BOLA DE CAMPEÃO E BOLA DE REBAIXADO

O São Paulo de Muricy Ramalho só não será o legítimo campeão brasileiro de 2006 se acontecer uma tragédia sem precedentes. E como isso não deve ocorrer, o Tricolor paulista chegará ao quarto título nacional de sua história com uma campanha repleta de méritos. Time equilibrado, regular, reconstituído após a Libertadores, mudou o jeito de jogar mas não perdeu a competitividade. Impossível não reconhecer e valorizar a bola de campeão do São Paulo.
Já bola de rebaixados....é tanto candidato. O Palmeiras e seus ultrapassados dirigentes, ainda o Corinthians e seus intermináveis problemas (sem falar na ruindade dos dois times), o apavorado Fluminense...a briga não é nada boa, é péssima.

sexta-feira, outubro 27, 2006

SÁBADO NA VILA

Neste sábado estarei na Vila Belmiro, com os companheiros Milton Leite, Marco Aurélio Souza e Marcos Peres, para a transmissão de Santos e São Caetano, pelo SporTV (para todo o Brasil, menos interior de SP e MG).
A Vila é um dos melhores estádios do Brasil para se assistir a um jogo de futebol, dá pra sentir o clima do jogo, ouvir o som dos jogadores batendo na bola, muito legal.
Sobre o jogo, acho que o Santos tem tudo para atropelar o São Caetano e praticamente decretar o rebaixamento do time do ABC.
Aliás, o que teria acontecido com o São Caetano, que parece ter perdido o encanto de uma hora para outra? Acabou o dinheiro, foi erro de gestão, apenas um acidente de percurso?

quinta-feira, outubro 26, 2006

UM CLÁSSICO PAVOROSO

Em 20 anos de carreira, já tinha visto muitos clássicos ruins, mas confesso que, puxando pela memória, fazendo algumas pesquisas, conversando com amigos e colegas, fica difícil lembrar de algo tão feio como o que fizeram Corinthians e Palmeiras nesta quarta-feira, no Morumbi.
Em termos de resultado, o Corinthians tem muito o que comemorar. Saiu do sufoco, jogou a bomba no colo do rival e pode ter um pouco mais de tranquilidade. Para o Palmeiras, foi um desastre.
Agora, difícil é aceitar que dois gigantes do futebol brasileiro possam ter mandado a campo times tão ruins como os de ontem. Leão, com sua autoproclamada experiência, baseada em muita arrogância e prepotência, não conseguiu dar uma cara de time ao Corinthians. Não há nada que se aproxime de equipe, nenhuma jogada ensaiada. Falta estrutura coletiva, a recomposição é sofrível. E ontem a sorte sorriu para o leonino treinador. Já pensando em segurar o empate, tira Amoroso, o melhor do time, e coloca um jogador de marcação. No mesmo instante sai o gol, e a impressão geral que fica é que o técnico foi ousado, escalou dois atacantes, quando na verdade não foi nada disso.
O Palmeiras é uma sucessão de equívocos. A começar pelo banco. Marcelo Vilar é um acidente de percurso, não tem qualquer condição ou experiência para dirigir time grande. Está visivelmente apavorado e, fora isso, é comprometido com os jogadores que vieram do Palmeiras B. Como explicar para quem gosta de futebol que Alceu jogue e Dininho fique no banco? Ou por que um técnico que precisa ganhar o jogo, na teoria, tira um armador e coloca um jogador de velocidade para atuar como meia? Ou será que o Palmeiras não fazia questão de ganhar o jogo?
Não creio que os gigantes serão rebaixados. Menos por competência deles e mais por incompetência de outros concorrentes ao vexame.
Agora, que futuro espera corintianos e palmeirenses? Sem o dinheiro e os jogadores da parceira, que Corinthians estará em campo em 2007? Endividado, apequenado em 2006, que time poderá montar o Palmeiras em 2007?
Por que, calculando por baixo, uns 35 milhões de brasileiros sentiram-se traídos por suas paixões no clássico de ontem. Como diria meu amigo Milton Leite: Meu Deus!

segunda-feira, outubro 23, 2006

AFINAL, O QUE É TIME BOM?
E O QUE É TIME RUIM?


Certamente, todos nós que gostamos de futebol e esportes coletivos já nos pegamos soltando essa frase: "esse time é muito bom". Ou a antítese: "baita time ruim".
Mas, afinal, o que faz de uma equipe de esportes coletivos algo bom ou ruim? Qualidade técnica individual? Trabalho coletivo, planejamento tático? Ou tudo isso misturado e bem temperado?
Vou me resumir ao futebol e colocar o que penso sobre o tema, explicando o que acho que sejam alguns times bons ou ruins do Campeonato Brasileiro.

São Paulo - Taí um time ótimo. Primeiro por que já era bom em 2005. O que faz do São Paulo o favorito ao título brasileiro é a conjunção quase perfeita dos fatores que, a meu ver, movem o futebol profissional: planejamento, estrutura e execução. Planejamento para montar bons elencos, buscando jogadores que, individualmente, podem não ser supercraques, mas que juntos formam uma equipe forte, se completando. Estrutura de primeiro mundo e dirigentes que estão mais preocupados em ganhar títulos do que aparecer.

Internacional - Outro exemplo de ótimo time. Tem praticamente as mesmas qualidades do São Paulo, estando apenas alguns passos atrás porque teve que se recuperar de muitos anos de administrações ruins. O Inter, assim como o São Paulo, é dos raros times brasileiros que atua no mesmo nível de desempenho dentro e fora de casa. Seja o time titular ou o reserva em campo, o padrão tático está mantido e os jogadores executam ações sem mesmo olhar uns para os outros.

Grêmio - Um time muito bom, comandado pela principal revelação entre os treinadores brasileiros nos últimos tempos. Lembremos que em 2004 Mano Menezes levou o 15 de Campo Bom a uma semifinal de Copa do Brasil. O Grêmio não tem tantos recursos como São Paulo e Inter, veio da Série B, mas tem um time extreamente competitivo e bem montado, com destaque para o meio-campo, forte, combativo e com bom toque de bola. Se tivesse um grande lateral pela esquerda e um zagueiro mais técnico, estaria no mesmo nível de Inter e São Paulo.

Santos - Um exemplo de time que tem tudo para ficar muito bom em breve. Tem um excelente treinador, boa estrutura e passa por um processo de reformulação. Até já poderia estar muito próximo de Inter e Santos, mas alguns problemas de contusão interromperam o process de formação do time, que precisou ser reformulado diversas vezes. Ainda falta mais unidade ao grupo para repetir fora de casa o nível de futebol que pratica na Vila Belmiro.

Corinthians - Primeiro exemplo de time ruim. Pegue os nomes e até pode-se pensar que há uma equipe. Mas em campo e fora dele é uma sucessão de erros. Elenco montado muito mais pensando no status do jogador e na possibilidade de negociação, o que desaguou em falhas terríveis, como falta de atacantes de características que se completem, carência nas laterais e zagueiros todos com o mesmo perfil: lentos na recuperação. Um time sem espelho dentro e fora de campo, dividido, sem uma liderança natural, que custa caro e rende pouco.

Palmeiras - Outro bom exemplo de time ruim. Elenco mal formado, no qual sobram volantes de características apenas de marcação e faltam atacantes de velocidade, além de centroavantes. Média de idade alta, o que dificulta a padronização da preparação física. Alguns mais jovens correm mais que a bola, os mais experientes não seguem o ritmo. Zagueiros lentos, apenas jogadores com características de ala e nenhum lateral de fato. Fora isso, os dirigentes são desatualizados e compram mal, além de não darem respaldo aos treinadores. Comprou por atacado, sem pesquisar preços ou situação de mercado, e vai terminar a temporada com vários micos na mão.

Cruzeiro - É o que foi sem nunca ter sido. Favorito de véspera, bem estruturado, financeiramente estável, montou um dos times mais sem tesão da história do futebol brasileiro. Falta compromisso, entrega, e uma equipe que poderia estar brigando por títulos fica à deriva no meio da tabela. Para mim, não se chega a lugar nenhum com elencos como este do Cruzeiro: muito jogador nota 5 que pensa que é nota 8.

Santa Cruz - Exemplo do time ruim que é escravo das circunstâncias. Deixou a Série B e não conseguiu se adequar à Série A. Se desfez dos principais jogadores da campanha da Série B e não repôs à altura. Depois ficou difícil convencer treinadores ou jogadoers a embarcar numa canoa que já foi pra água furada. Faltou critério na montagem do elenco e, certamente, também faltou dinheiro para competir com equipes de maior força econômica.

quinta-feira, outubro 19, 2006


GENESIS DE VOLTA!!!!!!!


Segundo a revista Classic Rock Magazine, em 7 de novembro haverá o anúncio oficial. A revista recebeu por e-mail este logo da turnê, com Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutherford, em 2007. Farei de tudo para ver um show!

quarta-feira, outubro 18, 2006

ENCONTRO COM GRANDES
CRAQUES MINEIROS


Nesta terça-feira fui a Belo Horizonte participar do programa Brasil em Campo, do SporTV, apresentado pelo amigo Rogério Corrêa, parceiro de muitas transmissões. Papo solto, agradável, conteúdo excelente, uma hora que passou rápido com as companhias de Bob Faria e Márcio Rezende Freitas (não tem o de, ele exlplica). Mas o melhor de tudo foi poder, mais uma vez, encontrar e conversar com dois grandes craques eternos do futebol brasileiro, ídolos da minha infância: Nelinho e Reinaldo.
Nunca vi ninguém chutar como Nelinho. Lateral-direito de Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Seleção Brasileira, seu pé direito operava milagres, curvas de ficção científica. Quem ainda não viu, preste atenção no gol da fera contra a Itália, na decisão do terceiro lugar da Copa de 1978. Parece montagem, mas não é. A bola faz duas curvas e muda de direção. Coisa de gênio. Fora isso, Nelinho é uma figuraça, sempre alegre, contando histórias dos tempos de jogador e tirando sarro de tudo e de todos.
Reinaldo não participou do programa, chegou depois, e iliuminou o ambiente com sua simplicidade. Foi um dos maiores centroavantes do mundo. Cracaço, cheio de técnica e malícia. Tenta agora ser presidente do Atlético e vai derrotando alguns dramas pessoais.
Nelinho conta que quando enfrentava zagueiros fortes e violentos, o Rei (naldo) entrava em campo e já ia dizendo, antes de a bola rolar: "Fiquei sabendo que o Atlético vai contratar você. Vamos jogar juntos, vê se pega leve". O zagueirão acreditava e Reinaldo fazia a festa.
Outra contada pelo Nelinho com Reinaldo como protagonista: "O Galo voltava de Goiânia para BH e fizemos escala em Brasília. Entra no avião o time do América do Rio. Um negão alto e magro senta ao lado do Rei e puxa papo a viagem toda. Diz que é fã, que o Rei é craque etc. Quase no final do vôo, depois de muita conversa e elogios, o negão vira pro Rei e fala: eu sei que você não sabe quem eu sou, mas ou seu fã. O Rei responde: claro que sei quem você é: o João do Pulo, também sou seu fã. Não era o João do Pulo, mas o Gilberto, joador do América".
Em meio às gargalhadas, Reinaldo, envergonhado, mas também rindo, dá o selo de verídica à história: "foi ato falho".
Nelinho e Reinaldo, dois craques como não existem mais: bons de bola e de papo.

segunda-feira, outubro 16, 2006

ERRO MEU. FOI FALTA DO ANTÔNIO CARLOS


Vi, revi e vi de novo o lance da falta do Antônio Carlos no Aloísio. Sigo achando que não houve maldade, mas realmente houve a falta. Erro de avaliação meu por achar que foi só uma dividida. Era caso pra segundo amarelo, sim, pro Antônio Carlos. Pisada na bola. Minha.

domingo, outubro 15, 2006

NOVE RODADAS ENTRE
O GOZO E O DESESPERO

Agora faltam nove rodadas, 27 pontos em disputa, para que o Campeonato Brasileiro de 2006 chegue ao final. O roteiro prevê ainda emoção, drama e tragédia em doses para comprovar o que eu sempre defendi e defenderei: nosso campeonato é o melhor do mundo, mesmo sem os medalhões que jogam na Europa. Não há em outro rincão do planeta bola tanto equilíbrio e disputa.
O que vem por aí e o que eu acredito que já é tendência vou expor em quatro tópicos para a análise e debate dos amigos. Já agradeço a reprecussão, as críticas e até os ataques que recebi no post anterior. Debate é isso aí e, como sempre digo, não comprei a verdade e nunca é feio alguém, desde que esteja convencido, mudar de opinião.

O TÍTULO - Está 95% nas mãos do São Paulo. E com todos os méritos. O time voltou a jogar bem, superou o trauma da perda da Liberadores, passou por uma fase de mudança tática complicada e não deixou cair o aproveitamento. Os primeiros 20 minutos do São Paulo contra o Juventude foram primorosos, futebol de alto nível técnico e tático. O Grêmio tem ainda sua chance caso vença o São Paulo no Olímpico, mas ainda precisa torcer por outros tropeços do adversário e não perder mais pontos. Tarefa difícil, mas que também não tira o brilho da campanha fantástica do time gaúcho.

LIBERTADORES - São Paulo e Grêmio já chegaram. O Inter parece que vai abrir mais uma vaga, que está muito mais para Santos e Paraná, embora o Vasco ainda corra por fora, como o Cruzeiro. Santos e Paraná estão merecendo. O Santos porque em casa é muito forte, e o Paraná pela campanha surpreendente e competente.

SUL-AMERICANA - Aí a briga é complicada. Do Vasco até a Ponte Preta tá todo mundo por essa vaga. O Figueirense está merecendo, faz uma campanha excelente. O Cruzeiro melhorou muito, assim como o Botafogo. O próprio Palmeiras, se ganhar os jogos que ainda fará em casa. E até mesmo o combalido Corinthians

REBAIXAMENTO - É triste, mas o Santa Cruz já foi. Triste porque para cada torcedor seu time é o maior do mundo, mas o torcedor pernambucano é especial, e o do Santa muito especial, pela paixão, pela entrega. Mas o time é fraco e está entregue. O São Caetano, que só fez um ponto no returno, é outro paciente terminal. O Fortaleza, pela garra das últimas rodadas, ainda sonha. Mas dificilmente escapará. Então começa uma região de desespero que inclui alguns gigantes. O Corinthians e suas crises intermináveis, navegando em um mar de incompetência. O mesmo vale para o Fluminense. A Ponte Preta tem sido mais valente e brigadora que Corinthians e Fluminense e pode escapar jogando em casa. Palmeiras e Atlético Paranaense correm risco, mas pela entrega, a raça e o amor que mostraram nesse domingo, mostraram que têm caráter para escapar. O drama ficará por conta das últimas rodadas.

sábado, outubro 14, 2006

O BRASILEIRÃO TRICOLOR.
E A POLÊMICA DA FALTA

Trabalhei na transmissão de São Paulo 5 x 0 Juventude, pelo SporTV, com a agradável e competente companhia de Milton Leite, Carlos Cereto e Marco Aurélio Souza. Resultado incontestável, que deixa o Tricolor paulista cada vez mais perto do título brasileiro. Ainda que o Tricolor gaúcho, em campanha memorável, também esteja na briga e ambos se enfrentem numa final de direito, no Olímpico. O Santos, por não conseguir bom desempenho fora de casa, vai ficando pelo caminho.
São Paulo e Grêmio são os melhores times desta reta final do Braisileiro. Como Internacional e São Paulo foram os melhores do primeiro semestre, nesta ordem.
No Morumbi, o São Paulo teve 15 minutos praticamente perfeitos. Nenhum time consegue subjugar o adversário quando em seus domínios como faz o do Muricy. A goleada talvez viesse mesmo sem as expulsões do Juventude. Que, aliás, foi digno e valente, perdeu sem apelar.

FALTA OU NÃO DE AC?

A polêmica do jogo foi a falta marcada por Evandro Roman, de Antônio Carlos em Aloísio, que originou o gol de Danilo. Eu e Milton Leite, na transmissão, entendemos que não houve falta ou que, se houve, não era para expulsão. Assim como Roberto Assaf no Troca de Passes. Teixeira Heizer achou que houve falta.
Tenho absoluto respeito por opiniões divergentes e não acho que minha versão esteja certa. Mas a coloco aqui para debate. No meu entender, Antônio Carlos e Aloísio visaram a bola, ambos com muita força, muita vontade, mas ambos sem maldade. Foi uma dividida de gente grande, muito grande. Antônio Carlos, pelo movimento, tenta primeiro chutar a bola para longe da área e atinge, sim, Aloísio, que vinha com o pé um pouco alto. Repito: ambos visaram a bola. Pelos relatos de Cereto e Marco Aurélio, Aloísio machucou a canela e feio. Mas ressalto: não vi intenção de Antônio Carlos em fazer a falta e, se ainda assim, a fez, não deveria ter levado o segundo cartão amarelo.
Infelizmente, não tive tempo de comentar alguns e-mails no Troca de Passes. Uma pena, pois essa interatividade é o melhor do Jornalismo moderno. Sei que muitos são-paulinos discordam e respeito muito a opinião de todos. Por isso, debate aberto. Foi ou não falta?
E aproveito para emendar: qual Tricolor será campeão? Ou ainda dá pro Santos?

sexta-feira, outubro 13, 2006

BOA NOTÍCIA

Uma das figuras mais simpáticas e competentes do futebol está de volta ao trabalho no meio. Valdir Joaquim de Morais, ex-goleiro e preparador dos mais competentes, acertou com o São Bento de Sorocaba, do interior paulista. Ele será auxiliar de Freddy Rincón, técnico do time.
ANÁLISE DA RODADA
ANTES DE A BOLA ROLAR


Vamos a ela. Previsão não dá pra fazer, mas apenas o que eu acho que as equipes podem apresentar quando entrarem em campo.

São Paulo x Juventude - Em condições normais, dá São Paulo. Pode não ser fácil, mas o time tem mais qualidade técnica que o Juventude e agora tende a estar ainda mais concentrado jogando em casa porque basta vencer todas no Morumbi para confirmar o título.

Cruzeiro x Fortaleza - O Cruzeiro tem a chance de arrancar para uma vaga na Libertadores. É o time que mais evoluiu nos últimos jogos. O Fortaleza está no desespero e tem um time fraco.

Botafogo x Santos - Dos jogos que envolvem os líderes da competição, parece ser o mais equilibrado, na teoria. O Botafogo melhorou com o Cuca e o Santos não terá dois jogadores muito importantes, Maldonado e Dênis. Leve favoritismo para o Peixe que, se vencer, mostrará força para seguir acreditando no título.

São Caetano x Grêmio - Esse jogo o Grêmio não pode se dar ao luxo de perder. O adversário só fez 1 ponto no segundo turno. E uma derrota pode custar ao Grêmio até mesmo um lugar na zona da Libertadores. Fora isso, é um jogo de reafirmação para o tricolor gaúcho. O São Caetano está condenado. Só um milagre o salva da Série B.

Figueirense x Ponte - Jogo fundamental para ambos e decisivo para a Ponte. O Figueira precisa vencer em casa para seuir sonhando até com a Libertadores. A Ponte precisa somar alguns pontos fora de casa e ganhar todas em Campinas.

Flamengo x Corinthians - Preocupação rubro-negra e desespero alvinegro. O Corinthians anda jogando muito mal e o Flamengo, nem tanto. Vai ser a primeira decisão de ambos e uma derrota pode significar ainda mais preocupação na reta final. Tá mais pro Flamengo, na teoria.

Inter x Fluminense - O Flu entrou em parafuso e pega um Inter sempre forte em casa e muito regular. Jogo que pode marcar um compromisso definitivo do Flu com o perigo de rebaixamento. E pensar que o time já esteve entre os líderes.

Paraná x Goiás - Jogo que terá repercussão nas duas pontas da tabela. O Paraná é a melhor surpresa do campeonato e o Goiás voltou a jogar bem com Geninho. Se der Paraná, o Goiás pode voltar a ficar ameaçado de cair. Se der Goiás, o Paraná pode ver ruir um sonho. Jogaço que tende a ser um dos melhores da rodada.

Palmeiras x Atlético-PR - Jogo decisivo para ambos, de afirmação. O Palmeiras busca sair do sufoco contra um adversário direto. Em casa, o Palmeiras voltou a ser forte. O Atlético vem embalado pela classificação contra o River. Outra promessa de grande jogo, em o controle emocional pode ser determinante.

Santa Cruz x Vasco - O Santa de tanta gente é um paciente terminal, mas ainda tem fôlego para aprontar algumas surpresas. O Vasco carece de regularidade e se entrar desconcentrado por se dar mal.

quarta-feira, outubro 11, 2006

A VAN

Enfim, chega a hora de relatar uma experiência de companheirismo que o convívio diário com os companheiros de transmissão no SporTV proporciona. A já famosa e histórica Van. Para os que não são iniciados, seguem algumas explicações.
Sempre que partimos para alguma transmissão, seguimos todos juntos, narrador, comentarista, repórteres, coordenadores, em um dos carros da emissora. Quase todos os carros são vans. Algumas vezes são trajetos curtos, em outras, pequenas viagens de 100, 150 km. Em comum, apenas o exercício fundamental e indispensável da amizade, do bom humor e das piadas. Fatores que ajudam a compensar a ausência da família, abdicar de momentos de descanso, uma festa, estar ausente quando um filho está com febres, esses sacrifícios impostos pela profissão.
Quem cunhou a expressão A Van foi o repórter Marco Aurélio Souza. Profissional brilhante, gaúcho da gema, que espalha expressões que vieram do frio com timming de humorista, mesmo nos momentos de mau humor. Ele, Carlos Cereto, Milton Leite e eu formamos uma das escalações mais constantes da van, pelo simples fato de estarmos mais frequentemente trabalhando juntos.
À bordo da Van Cereto e Marco protagonizam duetos de canções populares, temas do folclore gaúcho, piadas, causos. Milton Leite, nosso condutor, sempre contido, intervém com a sabedoria de sempre. Eu, que nem de longe tenho a inspiração humorística de Cereto e Marco, tampouco canto como eles, faço o que mais gosto: dou risada, me divirto e compartilho de bons momentos com os amigos.
Claro que a Van também tem outros ocupantes. Os coordenadores Will Gomes e Raphael Rezende, o maestro Idival Marcusso. Os repórteres Tiago Leifert, Marcos Peres, Alê Oliveira, Delisièe Teixeira. Amigos que mudaram de enderço como Celito Esteves.

terça-feira, outubro 10, 2006

UMA TRAGÉDIA ALVINEGRA

A possibilidade de rebaixamento para a Série B não deve ser o que tira o sono dos corintianos atualmente. O que vem por aí parece ser muito, muito pior. Já pipocam notícias sobre o último ato da ópera bufa que tem sido a parceira entre o Corinthians e a obscura MSI.
A tendência, pelo que tenho lido, é de que não resulte em coisa boa para o clube. Pode estourar na Fifa e em consequências graves no campo esportivo, policial e financeiro.
O comentário mais comum à época do anúncio da parceria era de que o torcedor não queria saber da origem do dinheiro, mas apenas queria a grana jorrando no Parque São Jorge, um grande time e títulos.
O tempo dirá o que vai sobrar da parceria. Mas o Corinthians continua cumprindo sua vocação para buscar parcerias duvidosas e não consegue de forma alguma administrar uma clientela fiel que gira em torno de 20 milhões de pessoas. Idem para o Flamengo. Nesse caso, a Série B pode não ser o fundo do poço.

quarta-feira, outubro 04, 2006

A PRÓXIMA GRANDE
BATALHA DO FUTEBOL

Há algum tempo defendo a tese de que o futebol está prestes a assistir à grande batalha de sua história. E ela não acontecerá dentro de campo, mas nos bastidores. De um lado estarão os clubes, principalmente os mais ricos e poderosos do mundo. Do outro, as confederações e federações nacionais.
Algumas pequenas rusgas do que, imagino, está por vir, já estamos testemunhando. A mais recente delas é a convocação do volante Mineiro, do São Paulo, para dois amistosos da Seleção Brasileira. Todo mundo tem razão nesse caso. Dunga quer uma Seleção forte porque sabe que só terá vida longa no cargo se vencer jogos, sejam eles amistosos ou oficiais. E Muricy Ramalho sabe que o São Paulo precisa - e muito - de Mineiro para confirmar o favoritismo rumo ao título brasileiro.
É apenas um aspecto de uma disputa cada vez mais intensa. Os clubes mais ricos do mundo, as grandes potências européias, investem rios de dinheiro nos principais jogadores. Já derrubaram as barreiras da nacionalidade e montaram autênticas multinacionais da bola. Real Madrid, Manchester, Arsenal, Barcelona, Milan. Para essas indústrias do futebol como negócio e entretenimento, o que interessa é ganhar mais, vender mais produtos e consolidar suas imagens de clubes ricos, organizados e vencedores. Valorizando-se, valorizam seus jogadores e os vendem pro milhões de euros a mais do que pagaram, em muitos casos.
Será que os donos, diretores, dirigentes do Real Madrid e do Barcelona estão preocupados com o último fiasco da seleção espanhola na Copa do Mundo? Ou mais um fracasso da Inglaterra abalou de alguma maneira o Manchester ou o Arsenal? O que pesou mais para os negócios dos clubes italianos, o escândalo de venda de resultados ou o tetracampeonato mundial na Alemanha?
Por aqui, claro que com muitos zeros a menos no final dos cheques e dos contratos, a disputa se reproduz. O São Paulo teve uma temporada fantástica em 2005, tanto esportiva como financeiramente. Mineiro foi um dos destaques do time. Agora, com 5 pontos de vantagem sobre o adversário mais próximo, o time perde por dois jogos (ou seis pontos) uma peça importante de sua engrenagem para uma Seleção que fará dois amistosos sem grande importância - a não ser para Dunga e os cofres da CBF.
Mais alguns exemplos: o Santos luta ainda com chances de conquistar o título nacional e pode ficar sem Maldonado, um de seus melhores jogadores, que é requisitado pela seleção chilena para um amistoso contra o Peru. O mesmo vale para o Palmeiras e seu chileno Valdívia. Some-se a tudo isso o fato de a ridícula campanha da Seleção Brasileira na Copa de 2006 ter desvalorizado os atletas nacionais no mercado europeu - aí, sim, há uma grande diferença entre ricos e pobres no mundo do futebol.
As reclamações dos clubes são cada vez mais constantes. O caso do inglês Owen, contundido durante a Copa, mexeu até com o mercado de seguros da Inglaterra. As agremiações protestam nem tanto contra a Copa do Mundo, mas reclamam da conveniência - ou falta - de competições como Copa das Confederações, e datas de amistosos internacionais. Aí é que fica evidente o confronto. A Fifa não manda no mundo dos clubes. Tanto que só agora conseguiu organizar um Mundial de Clubes, que ainda busca melhor formato. Do que precisa a Fifa para fazer girar sua máquina registradora? De jogos entre seleções e, principalmente, de competições que ela batiza como oficiais. Tudo que os clubes não querem. Quem viver, verá!

sábado, setembro 30, 2006

A FOGUEIRA DAS VAIDADES


Não tem nada mais chato hoje no futebol brasileiro do que picuinhas de técnicos e jogadores. Aquela coisa de ficarem mandando recado através da mídia, um cutucando o outro. E a mídia, bobinha, cai nessa, e fica dando espaço nobre a questões menores.
Na próxima semana jogam Corinthians e Santos, um clássico de hierarquia, história e que mesmo que não resolvesse nada para os dois times (mas resolve e vale muito) já mereceria ser tratado com seriedade, busca pela informação e a devida importância do fato.
Mas o que vemos? O tema adotado é a enfadonha inimizade entre os treinadores Leão e Wanderley Luxembugo. Dois excelentes profissionais, mas o que importa para a humanidade saber que um não gosta do outro? Muda a cotação do dólar, o rumo das eleições, a vida dos clubes cujos times de futebol eles dirigem? Nada disso.
Acontece que a mídia direcionada ao esporte, já há algum tempo, vem supervalorizando o trabalho dos treinadores. Sempre são os primeiros a serem entrevistados e parece que, se não falarem, não há conteúdo, não há notícia. Discordo. Muitas das entrevistas dos treinadores são um show de lugares-comuns, tentativas infrutíferas de soarem filosofais ou intelectuais ou, o que é mais comum, um desfile de evasivas que deságua num tema comum: reclamar da arbitragem.
Se Leão tem bronca de Luxemburgo, se o técnico do Santos também não morre de amores pelo do Corinthians, que tenho eu - e acho, o leitor, ouvinte, internauta e telespectador - a ver com isso? Ambos são adultos, ricos, profissionais bem-sucedidos e capazes de resolver suas diferenças.
Para mim, o que interessa saber de Leão e Luxemburgo é como vão jogar seus times e como eles, tão competentes, vencedores e senhores de si, explicam o seguinte:
a) por que o Corinthians milionário e treinado por alguém com a comprovada capacidade de Leão fica atrás - e põe atrás nisso - do Paraná, do Figueirense, do Juventude, de orçamentos e treinadores muito mais modestos.
b) por que o Santos, dirigido por um justamente aclamado estrategista não consegue sair das armadilhas montadas pelos adversários quando joga fora de casa?
A picuinha dos dois é assunto pra quem gosta de fofoca. Eu odeio.

quinta-feira, setembro 28, 2006

SOS PORTUGUESA

Instituições não deveriam morrer nunca. Principalmente aquelas que acrescentam algo à história e merecem ser assim chamadas. Sejam elas escolas, museus, entidades assistenciais ou clubes de futebol.
Dói ver uma instituição como a Associação Portuguesa de Desportos à beira de um rebaixamento para a Terceira Divisão do futebol brasileiro. Fato que, se confirmado, pode, segundo os próprios dirigentes do clube, suspender as atividades do futebol.
Presta-se pouca atenção à Lusa porque não se trata de um time de massa, de arregimentar multidões. Mas não se pode deixar de lado uma história rica em tradições, em revelar grandes jogadores e treinadores e, principalmente, um patrimônio que inclui um belo clube social e um estádio que poderia ser mais bem aproveitado.
Que saída haveria para a Portuguesa? Converso muito com dirigentes e torcedores do clube sempre que faço jogos no Caningé e parece que estão todos muito perto de jogar a toalha. Antigamente, integrantes endinheirados da colônia portuguesa professavam sua paixão pela Lusa injetando dinheiro no futebol do clube. Lembro-me que em 96, quando o clube chegou à final do Brasileiro, o empresário que patrocinava a camisa da Portuguesa à época pagou um gordo bicho em dinheiro vivo. Hoje, pelos desmandos administrativos e a interminável guerra política, esses apaixonados preferem, prudentemente, investir seu dinheiro em outros negócios.
Já pensei - e vi que essa idéia também circulou por outras tribunas e mentes - que a Lusa se arrumaria se fizesse uma troca entre sua sede (estádio incluído) e a do Corinthians. A Portuguesa poderia mandar seus jogos na Fazendinha sem problema, receberia uma compensação financeira pela diferença de proporção dos estádios, e o Corinthians teria a chance de transformar o Canindé em seu sonhado campo. Parece difícil, pois envolve paixão e história, e exige cabeça fria e profissionalismo, algo que falta aos dirigentes dos dois clubes.
A saída que vejo como a mais provável é a de algum empresário com boas intenções, seja ele do futebol ou não, comprar o departamento de futebol da Portuguesa. Algo como fez uma grande rede de supermercados com o Juventus. Ou mesmo um negócio no modelo MSI-Corinthians. Futebol é rentável, mesmo mal administrado. A Portuguesa tem patrimônio e sempre foi uma ótima porta de entrada para novos talentos.
Seria ruim para o futebol brasileiro que ela virasse apenas mais uma - ainda que bela - página de nossa história.

segunda-feira, setembro 25, 2006

DE FUTEBOL E BASQUETE


Volto ao blog depois de duas semanas de muito basquete, com a participação na cobertura do Mundial Feminino, e, como sempre, de futebo.
Deixo alguns pitacos e observações.

1) O Brasil perdeu uma rara chance de ser campeão (bi no caso) mundial feminino de basquete. A semifinal contra a Austrália estava na mão do Brasil, que, na minha modesta opinião, só não ganhou por falta de agilidade da comissão técnica e falta de variação ofensiva e defensiva nos momentos decisivos. Isso por que na final, com o apoio da torcida, a Rússia não seguraria a onda.

2) Deve ser duro para os norte-americanos engolirem o fato de que sua melhor jogadora de basquete é branca e tem sangue latino (é filha de argentina). Taurasi joga o fino e vê-la jogar é uma aula de basquete.

3) Essa eu ouvi da mestra Maria Helena Cardoso: Iziane é o mais próximo que o Brasil tem de Hortência atualmente e precisaria voltar a jogar no Brasil.

4 ) Para mim, a australiana Penny Taylor foi a grande jogadora do Mundial. Lauren Jacson é linda e joga demais, mas Penny matou a pau.

5) Voltando ao nobre ludopédio, por que será que valorizam mais o trabalho de Luxemburgo no Santos que os de Renato Gaúcho no Vasco, Caio Jr. no Paraná e de Mano Menezes no Grêmio?

6) Se continuar irregular e frágil na defesa, o São Paulo corre o risco de perder o título mais ganho da história. Mais até do que o Atlético Paranaense perdeu em 2004. Muriciy é um ótimo técnico, mas está reticente em alterar o esquema tático. O Tricolor pode se dar o direito de ser um time mais fechado e cauteloso em alguns momentos por que tem gordura pra queimar.

7) Poucos dirigentes têm mais capacidade de atrapalhar seus times que os do Palmeiras. São incrivelmente amadores e despreparados. O que Palaia fez com Tite foi patético. E os bastidores políticos do clube emperram o futebol.

8) Leão é ótimo treinador, mas o Corinthians tem conseguido os resultados muito mais na vontade do que na qualidade. E só isso é pouco.

9) Mesmo nivelado por baixo tecnicamente, o Brasileirão é muito mais interessante que qualquer outro campeonato de futebol do mundo.

10) Lucas, sobrinho de Leivinha, volante do Grêmio, é meu candidato a revelação do Brasileiro-2006. Joga muita bola.

segunda-feira, setembro 18, 2006

O CHAPA


Ser amigo de chefe, nesses tempos em que reina a desconfiança nessa terra, é complicado. Ter um chefe amigo é uma benção. E poder dizer que virei chapa de alguém que foi meu chefe é uma honra.
Li muito O Chapa antes de conhecê-lo. Eram tempos em que era obrigatório devorar A Gazeta Esportiva. Naquelas páginas históricas ele tamburilava textos inspirados e inspiradores. Como a entrevista com Bellini, o capitão de 58, que lhe rendeu o Prêmio Esso.
Depois de muito ler fui conhecer O Chapa na redação da Folha da Tarde, hoje Agora SP, em 1989. Era meu primeiro emprego e até que a gente se conhecesse e virasse chapa, eu guardava aquela distância que o fã guarda do ídolo, respeitosa, meio tímida.
O Chapa é o Nélson Nunes, um dos grandes jornalistas brasileiros. E, melhor que tudo isso, Chapa mesmo, daqueles que a gente sabe que vai ser amigo sempre, ainda que veja pouco, muito pouco. Nelsinho para os mais chegados, me ensinou muito naqueles tempos da FT. Texto objetivo, direto e refinado de um jeito que eu ainda quero poder escrever um dia. Nesses tempos de Mundial de Basquete Feminino, lembro de uma matéria dele que ganhou prêmio, Dona Hortência, a Rainha do Lar. Estava tudo ali, sem enrolações, simples direto, perfeito! Felizmente, O Chapa foi um dos responsáveis pela minha ida para o Diário Popular, onde ele era chefe de reportagem da editoria de Esportes e mentor de um caderno multipremiado.
Felizmente, logo viramos chapas, parceiros de peladas (de futebol, certo dona Cláudia e dona Isabel?). Nelsinho, como bom peladeiro, tinha suas marras. Tipo um tênis pendurado no quarto com um cartão agradecendo pelos mais de mil gols que ele nunca fez.
Parceiro de animadas viagens a Indaiatuba, Porto Belo e muitos papos pela madrugada. Atualmente é um dos principais editores do Diário de S.Paulo mas, mais que isso, é a inspiração que resta daquele velho Dipo dos bons tempos.
Chapa, apareça para botarmos a conversa em dia e juntarmos aquela seleção!

sexta-feira, setembro 15, 2006

O CHAPA

Em breve, um post exclusivo sobre ele, O CHAPA. Merecido.


EQUIPES 3,
A ERA DIPO


Entre 1991 e 1995 pude presenciar uma revolução no jornalismo - em especial no esportivo - de São Paulo. E fico feliz em saber que tive uma pequena participação nisso. O Diário Popular - hoje Diário de S.Paulo - era um jornal decadente, que se pendurava em classificados para sobreviver vendendo pífios 18 mil exemplares ao mês. Era envelhecido, feio, mal feito.
O carioca Jorge de Miranda Jordão, experiente, assumiu a missão de reestruturar o jornal. A base para isso era um noticiário popular, sem ser popularesco, calcado, principalmente, na editoria de esportes.
Sob o comando de Arnaldo Branco e Paulinho Corrêia foi criada uma equipe que, sem jogo de palavras, marcou época. Muita gente boa, muita vontade de trabalhar e muito trabalho, em quantidade e qualidade. O Dipo passou a ser o único jornal naqueles tempos que esperava todos os resultados dos jogos de futebol para ser impresso. E também cobria os treinos de sábado, que tinham sido relegados ao esquecimento. Fora isso, tinha uma sagacidade rara e exercitava todos os dias o saudável jogo da curiosidade, o fuçar e fuçar.
O resultado foi que o Dipo pulou em poucos anos, creio que dois ou três, de 18 para 180 mil exemplares diários. O esporte capitaneando tudo isso.
Naqueles anos de 1991 a 1995 convivi com um timaço de jornalistas mas havia algo que eu chamaria de espinha dorsal: Guto Mônaco, Nicolau Radamés Cretti, Marcelo Laguna e Menon (esse aí da foto, ao meu lado no Mundial feminino de basquete) .
Uma união profissional e pessoal que poucas vezes pude ver. Trabalhávamos como mouros, mas nos divertíamos feito catalães pelas ramblas de Barcelona. E tome concorrência! Era um banho, uma aula. Ouvi certa vez da amiga Abigail Costa, ex-Globo e hoje na Record, que o Diário era livro de cabeceira de todos os jornalista esportivos de São Paulo.
Disso tudo só lamento não ter podido conviver mais com o Laguna pois, como se sabe, ele trabalhava no esquema 3-5-2: três dias de trabalho, cinco de folga e dois meses de férias.
Aos poucos, como quase tudo de bom na vida e nessa profissão, o timaço foi se desfazendo e o jornal foi perdendo um pouco o fôlego.
Essa turma faz tempo que não se reúne. Mas se um dia estiver trabalhando junta novamente, sai de baixo, concorrência. Esses quatro esbanjam talento, competência e caráter. Fiz uma pós-graduação em Jornalismo e vida ao lado desse quarteto.

segunda-feira, setembro 11, 2006

EQUIPES, 2

Segue a série sobre grandes equipes das quais tive a honra e a sorte de participar. Agora falo da atual, nosso grande time do SporTV, o Canal Campeão.
Tive a felicidade de trabalhar com praticamente todos os narradores e repórteres do canal, o que é uma grande alegria e representa um enorme aprendizado. Companheiros de São Paulo, Rio, Brasília, Goiás, Rio Grande do Sul, Belém, Pernambuco.
Fiz grandes amizades, como a de meu parceiro João Guilherme, grande revelação entre os narradores brasileiros, e o super Deva Pascovici, hoje arrebentando na rádio CBN.
Nosso núcleo mais próximo é uma autêntica seleção de transmissões inspiradas e jornadas divertidas. Narrando, dois mestres: Jota Júnior e sua elegância, e Milton Leite com suas tiradas sensacionais. Com esses dois conduzindo a transmissão, comentar fica muito mais fácil. E também encontro meu amigo Osvaldo Luiz, parceiro de grandes coberturas nos nossos tempos de reportagem.
Nas reportagens, grandes figuras. Carlos Cereto, Marco Aurélio Souza, Alexandre Marcelo, Marcos Peres e Delisièe Teixeira.
Em tópicos posteriores contarei, finalmente, o que vem a ser a gloriosa VAN.

domingo, setembro 10, 2006

FRESCURA

Volta a polêmica em torno de gestos e declarações de jogadores de futebol quando são substituídos. Pra mim, tem boa dose de frescura e hipocrisia em tudo isso. E um certo desejo incontido de uma parcela do jornalismo esportivo por uma boa crise.
Eu não dou muita bola pra isso. Já vi muito time ser campeão com jogadores que se odiavam, mal se falavam e viviam alfinetando um ao outro. Quando a bola rola, se há profissionalismo, o resto fica pra trás.
Em quantos ramos de atividades temos conflitos, pessoas que não se gostam, que brigam, se acusam mas que, na hora do trabalho, comportam-se como profissionais?
A bola da vez - seria surpresa? - é o Edmundo, que saiu balançando a cabeça e teria, segundo alguns colegas, alfinetado o Juninho. Mas eu lembro - e estava no jogo - que o primeiro a abraçar o Edmundo quando este fez o gol foi o Juninho. E então?
Claro que existem casos que extrapolam, quando uma rusga eventual resulta em falta de clima no dia a dia e contamina o grupo. Ainda assm, temos casos de equipes cheias de panelinhas que foram campeãs. O mais recente foi o Corinthians do ano passado. Temos o grande Palmeiras de 93/94, cheio de briguinhas, e atá a Seleção de 70, que tinha alguns conflitos internos.
Tudo depende de como se analisa os fatos. Primeiro, jogador de bola anda muito enjoadinho pra tudo. Pra ser substituído, dar entrevista, treinar etc.
Segundo: nem tudo é o que parece à primeira vista. E falsidade e futebol andam de mãos e pés juntos.

sábado, setembro 09, 2006


UNS DIAS PORTEÑOS


Acabo de voltar da Argentina, onde estive com grandes amigos do SporTV como Milton Leite e Marco Aurélio Souza, para cobrir Boca x São Paulo.
Emocionante ver a Bombonera em dia de jogo (já conhecia o estádio, mas vazio). Tenho grandes amigos na Argentina, que é o país que mais visitei na vida. Felizmente, pude encontrá-los, ainda que rapidamente, para um churrasco, claro. A família Oliveira é uma extensão argentina da minha família.
Sobre o jogo, pouco a dizer. O torcedor do São Paulo deve estar preocupado com a evidente queda de produção do time. O Boca vive um grande momento. A diferença pode estar na motivação que eu acho que faltou aos tricolores em Buenos Aires. Se ela pintar no Morumbi, pode dar São Paulo.
De resto, é sempre bom passear por Buenos Aires e constatar que os brasileiros continuam invadindo a capital vizinha e provando da carne espetacular e de bons vinhos.
Pra completar a presença da Van em Buenos Aires faltou apenas Carlos Cereto.
Mas falarei mais do que é a Van, esta instituição de nossa TV, em outro tópico.
Fica a homenagem aos argentinos, com a imagem da bandeira. Gostam tanto ou mais de futebol do que nós.

domingo, setembro 03, 2006

TRÊS TOQUES

Bastaram três toques na bola. Um drible mágico e o lançamento perfeito para Elano. Nem preciso ver mais de Brasil e Argentina para constatar que só pode ser muito amigo do Zorro quem deixa o Robinho no banco.

sexta-feira, setembro 01, 2006


EQUIPES, parte 1


Trabalhar em equipe é um grande prazer. Não me refiro a esses papos meio furados de motivação e alcance de metas. Falo em jogo de time, em trabalho e espírito coletivos de verdade. Felizmente, pude participar de equipes inesquecíveis na minha vida, seja nos meus tempos de atleta ou agora como jornalista.
Como esquecer do time mirim de vôlei do Paulistano, que ganhou tudo em 1981? Marcelo Gordo e Ivan como levantadores (jogávamos no 4x2 com algumas infiltrações quando o Gordo estava atrás da linha dos três e o Ivan na rede), eu e Ricardo Capi nas pontas, Alex Schoulzal e Piti (cracaço) no meio. Ganhamos tudo. Ainda tínhamos o Maurão (um irmão que a vida me deu), Dante, Marquinhos, Fabinho, César, Amílcar, uma galera sensacional, comandada pelo Índio, Antônio Martins Filho. Uma escola de vôlei e de vida.
Em 1983, o time do Pinheiros, uma autêntica família, uma turma divertida, unida e que só não ganhou tudo porque o time do Paulistano era melhor. Capi e Renato levantando, eu e Ricardo Mãozinha nas pontas, Bolinha e Maurão no meio. Waldemar Talarico, uma figura sensacional, treinava a galera, que ainda tinha Amâncio, Pedro, Omar, muita gente legal. Foi um ano que pra mim, como atleta, durou 6 meses. Tive uma hepatite que me deixou de molho, mas os seis meses foram ótimos, em desempenho e convivência.
De 83 a 85 convivi com uma turma que está entre as melhores que conheci na vida, a galera dos esportes do Colégio Arquidiocesano de São Paulo. Demorou pra montarmos um bom time de vôlei, mas quando conseguimos, em 85, aí atropleamos (na foto aparecem, à esquerda, Feijão, eu carregando o fogo olímpico de abertura da Oliarqui, e o Alemâo) . Tive a oportunidade de jogar num belo time de futebol de campo do Arqui, também em 85. Perdemos para o Colégio Bilac, mas jogamos melhor, e eles tinham profissionais infiltrados. Queirós (não foi craque profissional por que não quis), Piriquito jogava muito, no gol o filho do Zé Maria de Aquino e mais muita gente boa de bola e de papo.
Na sequência falarei de grandes equipes profissionais.

sábado, agosto 26, 2006


ESPORTE É CULTURA


A foto aí ao lado é uma singela homenagem à fantástica equipe de esportes da TV Cultura nos anos 70 e 80.
Credibilidade, informação, inovação e seriedade foram as marcas daquele time que entrou para a história. Grandes jogos, os clássicos teipes das noites de domingo, a sacada de criar um noticiário esportivo no horário do almoço, o É Hora de Esporte. Além da primeira revista eletrônica esportiva da TV brasileira, o Esportevisão, sempre aos sábados. Ou ainda o ótimo Esporte Opinião, às segundas-feiras.
Tenho o maior orgulho de saber que meu velho, o grande Luiz Noriega, foi o criador e condutor de boa parte desse time, ao lado de gente da melhor qualidade, como Carlos Eduardo Leite, Pedro Tadeo, José Carlos Cicarelli, Orlando Duarte, José Góes, Jõao Zanforlim e uma equipe técnica de primeiro nível.
Deixou saudade.

sexta-feira, agosto 25, 2006

PANELA


Estar com os amigos sempre é um grande prazer. A evolução do homem se deu quando alguns passaram a se juntar em bandos, a conviver em sociedade e formar pequenas comunidades, deixando de ser nômades solitários.
O problema disso tudo é quando o ser humano transforma a convivência em panelinha, em igrejinha, turminha grupelho, em jogo de cartas marcadas.
Quando acontece no esporte, então, tira toda a graça dessa atividade que tantas lições tem a oferecer, sejam elas de companheirismo, coletividade, desprendimento etc.
Eu fico imaginando como deve funcionar a cabeça de duas categorias de treinadores esportivos do Brasil na atualiadade: de futebol e de basquete.
Sem dar um bico no respeito, eu me pergunto o que leva, hoje, um time de futebol a contratar o Antônio Lopes, por exemplo. Lopes tem uma história que não pode ser esquecida, de bons trabalhos. Não é um treinador qualquer. Mas analisemos a sua história recente no futebol. Alguém pode dizer que ele foi campeão brasileiro. Outro alguém pode argumentar que ele quase perdeu o título brasileiro, que foi salvo pelo Zveiter e pelo Edílson Pereira de Carvalho. Mas há quanto tempo Lopes não monta um bom time? E quantos outros treinadores com menos nome e que não sejam lembranças constates do grupo que hoje manda no futebol do mundo - o dos empresários - não fazem trabalhos melhores que os do Lopes? E por que gente como Caio Jr, Paulo Comelli, Ivo Worthman e outros não tem chance?
Passemos ao basquete. Lula Ferreira é um bom técnico? No Brasil, claro que sim. Mas o basquete que se joga no Brasil serve para recuperar a Seleção Brasileira? O jogo que se pratica aqui não está de costas para o resto do mundo? E por quê Lula Ferreira, que não ganha absolutamente nada de relevante com a Seleção e deixa o Brasil em décimo-nono no Campeonato Mundial, tem de ser mantido no comando da equipe? Por que o basquete brasileiro tem sempre um grupo pequeno de treinadores, quase todos paulistas, se revezando no comando das seleções? O que fazer para modernizar e recuperar esse esporte que já deu tantas glórias ao Brasil?
Por quê é tão difícil mudar os conceitos estabelecidos e o modus operandi do esporte?
Em resumo: quando a amizade vira panela, queima o filme (nossa, que porcaria de frase!)

quarta-feira, agosto 23, 2006

EU DESISTO


Não dá mais pra torcer pra Seleção Brasileira masculina de basquete.

segunda-feira, agosto 21, 2006

DE TRÊS - a menos

Não existe esporte mais emocionante que o basquete. Goste-se ou não do jogo, é preciso reconhecer que a relação tempo e espaço e a exigência de precisão do basquete são insuperáveis. Daí que em menos de um segundo conta-se uma história dentro de uma quadra desse incrível jogo.
Sou de uma geração para a qual o basquete era o segundo esporte do Brasil. O vôlei até o início dos anos 80 era menos do que é hoje o handebol. E nosso basquete masculino estava sempre ali, entre os melhores do mundo. Vira e mexe pintava um quadrangular no Ibirapuera, sempre com grandes times de várias escolas. Um bom time europeu, um bom latino-americano, uma universidade norte-americana de respeito e o Brasil.
Em outubro de 1979 vi, de dentro da quadra, o Sírio conquistar a Copa William Jones, o Mundial de Clubes de basquete, talvez o primeiro grande jogo da carreira do Oscar - antes, em 1978 , o Marcel já tinha feito uma cesta maravilhosa contra a Itália, no último segundo, garantindo o bronze no Mundial das Filipinas.
Sem falar em Ubiratan e outras feras de uma geração anterior.
Por isso eu não consigo aceitar essa condição de coadjuvante do basquete brasileiro atual. Essa coisa de aceitar derrota e achar que foi legal fazer jogo duro. Peraí! estamos falando de um bicampeão mundial, da terra de Algodão, Vlamir, Ubiratan, Amauri, Rosa Branca, Oscar, Marcel.
Escrevo antes de Brasil x Turquia e espero que eu quebre a cara, mas essa Seleção não empolga. Parece que somos no basquete o que a Coréia do Norte é no mundo: estamos na contramão da história do basquete. Não sou especialista, mas parece que o mundo joga um basquete e nossa Seleção, outro. Não que seja ruim, mas é diferente do resto. Digo isso com base nos pivôs. Reparem no peso do jogo dos adversários, na força, na intensidade e na sincronia.
Fora isso, o Brasil é o time que mais oscila em um jogo, disparado. Cinco minutos estonteantes e outros 5 de pânico. Até Angola é mais regular.
Como chegamos a isso? Quem sou eu pra responder? Mas que estendemos uma cortina de ferro em torno do nosso basqute com um pensamento provinciano e de privilégios a alguns jogadores, não tenho dúvida. Fora isso, durante anos havia um revezamento interminável entre meia-dúzia de treinadores.
O resultado é o atraso, a perda de uma geração, no mínimo. Por mais que seja - e o é - competente o nosso Lula - o do basquete - o estrago foi muito feio.
Hoje parece estranho dizer que o basquete já mexeu com esse País. Se um plano emergencial for montado, se houver paz entre dirigentes e os feudos de jogadores e treinadores que se formaram, em dez anos tiramos esse atraso e voltamos a ficar entre os quatro do mundo, que é o lugar que o basquete masculino do Brasil merece.

sábado, agosto 19, 2006


SIMPLES E MUITO BOM


Fui ao show do Simply Red no Hollywood Rock de 1988. Todo mundo queria ver o Duran Duran, que estava ainda em boa forma. Mas quem arrebentou foi o ainda desconhecido grupo do ruivo sardento Mick Hucknal, que canda demais. Aí virei fã.
Este mês, além da alegria diária que os meus pequenos me dão, ganhei pelo meu sexto dia dos Pais, o DVD Simply Red Home Live in Sicilia. Recomendo.
Assim como o CD Simplified, também excelente.

sexta-feira, agosto 18, 2006

OS NOVOS REIS DA AMÉRICA


A justa e merecida conquista do Internacional, o novo campeão da América, tem uma série de significados. Todos eles superam o simples festejar ou lamentar de uma torcida ou outra. Para o futebol brasileiro, ter mais um clube na lista de campeões do continente representa muito. Em se tratando de quem se trata, um gigante que parecia adormecido, que volta ao protagonismo 26 anos depois da trinca gloriosa de 75/76/79.
Quanto maiores forem Inter, São Paulo, Grêmio, Palmeiras, Vasco, Flamengo etc., maior será o futebol brasileiro.
Tive o privilégio de assistir de perto as duas finais entre colorados e tricolores. Um banho de bola, de dedicação. Momentos do melhor futebol que se precisa jogar hoje em dia, não do futebol de sonhos e devaneios, de frases feitas, o futebol de colunas nostálgicas e perdidas no tempo.
E algumas surpresas aconteceram. O imenso respeito que existe entre os dois grandes times do momento no País. A torcida do Inter aplaudindo o São Paulo no pódio em Porto Alegre. A ausência do comentários maldosos sobre a arbitragem e o reconhecimento da superioridade do adversário. A organização dos dois times, que têm os melhores dirigentes da atualidade.
E compreende-se o êxtase dos colorados e, ainda, o orgulho dos tricolores paulistas. Não há nada como ganhar a Libertadores da América. A começar pelo nome, o mais bonito entre todos os campeonatos do mundo. Depois vem a mística, a história, a lembrança de grandes batalhas.
O próximo desafio é superar a Argentina em número de conquistas. São 20 títulos argentinos contra 13 do Brasil.

quinta-feira, agosto 10, 2006

O MELHOR FUTEBOL DO MUNDO



Não é o da Itália, como pode fazer pensar a Copa do Mundo. Longe disso. O melhor futebol do mundo ainda é e, provavelmente, sempre será, o brasileiro. Mas não aquele futebol brasileiro de novo-rico da Copa, aquele futebol com ar de enfado, pose de celebridade e espírito de baladeiro.
O melhor futebol do mundo é o que se joga aqui no Brasil, ainda que vira e mexe a grana que ergue e destrói coisas belas leve pra longe a fina flor (e muitas vezes nem tanto, vide o Jonatas) da nossa bola.
O futebol que se praticou no Campeonato Brasileiro pós-Copa do Mundo supera, em muito, a qualidade técnica e a intensidade dramática do Mundial da Alemanha. Por aqui temos um surpreendente Paraná, um renovado Palmeiras, um competitivo Santos e os enormes São Paulo e Internacional.
Aliás, os finalistas da Libertadores deram uma aula na noite de 9 de agosto. Um dos grandes jogos dos últimos tempos, mostrando que times bem armados, bem treinados e concentrados não se abatem com expulsões e continuam jogando bom futebol.
Uma pitada de organização, estádios melhores e não haveira competição. Se deixarmos de fora alguns poucos jogos da Europa, um Barça x Real, um Milan x Juve ou uma final de Liga dos Campeões, não troco um Paraná x Juventude, por exemplo, por nada que venha da Europa. E não vale citar time grande euopeu, porque aí tem um monte de brasileiros e argentinos em campo.
A bola que rola por aqui é inesgotável.