ENCONTRO COM GRANDES
CRAQUES MINEIROS
Nesta terça-feira fui a Belo Horizonte participar do programa Brasil em Campo, do SporTV, apresentado pelo amigo Rogério Corrêa, parceiro de muitas transmissões. Papo solto, agradável, conteúdo excelente, uma hora que passou rápido com as companhias de Bob Faria e Márcio Rezende Freitas (não tem o de, ele exlplica). Mas o melhor de tudo foi poder, mais uma vez, encontrar e conversar com dois grandes craques eternos do futebol brasileiro, ídolos da minha infância: Nelinho e Reinaldo.
Nunca vi ninguém chutar como Nelinho. Lateral-direito de Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Seleção Brasileira, seu pé direito operava milagres, curvas de ficção científica. Quem ainda não viu, preste atenção no gol da fera contra a Itália, na decisão do terceiro lugar da Copa de 1978. Parece montagem, mas não é. A bola faz duas curvas e muda de direção. Coisa de gênio. Fora isso, Nelinho é uma figuraça, sempre alegre, contando histórias dos tempos de jogador e tirando sarro de tudo e de todos.
Reinaldo não participou do programa, chegou depois, e iliuminou o ambiente com sua simplicidade. Foi um dos maiores centroavantes do mundo. Cracaço, cheio de técnica e malícia. Tenta agora ser presidente do Atlético e vai derrotando alguns dramas pessoais.
Nelinho conta que quando enfrentava zagueiros fortes e violentos, o Rei (naldo) entrava em campo e já ia dizendo, antes de a bola rolar: "Fiquei sabendo que o Atlético vai contratar você. Vamos jogar juntos, vê se pega leve". O zagueirão acreditava e Reinaldo fazia a festa.
Outra contada pelo Nelinho com Reinaldo como protagonista: "O Galo voltava de Goiânia para BH e fizemos escala em Brasília. Entra no avião o time do América do Rio. Um negão alto e magro senta ao lado do Rei e puxa papo a viagem toda. Diz que é fã, que o Rei é craque etc. Quase no final do vôo, depois de muita conversa e elogios, o negão vira pro Rei e fala: eu sei que você não sabe quem eu sou, mas ou seu fã. O Rei responde: claro que sei quem você é: o João do Pulo, também sou seu fã. Não era o João do Pulo, mas o Gilberto, joador do América".
Em meio às gargalhadas, Reinaldo, envergonhado, mas também rindo, dá o selo de verídica à história: "foi ato falho".
Nelinho e Reinaldo, dois craques como não existem mais: bons de bola e de papo.
2 comentários:
Há um mês eu tava vendo um programa da RAI que mostrava os gols da rodada. Mostrou um chutaço de um italiano e o narrador disse que foi um gol "a la Nelinho".
E Reinaldo foi cracaço. Pena que jogou numa época em que as entradas violentas não eram punidas e a medicina esportiva não era tão avançada. Fez falta em 82. Abs.
norí, tive o privilégio de narrar o gol de Nelinho na Itália, Copa de 78, disputa do terceiro lugar.....
fiz aquele jogo pela Rádio Gazeta......e já disse isso ao próprio Nelinho.......
JOTA JÚNIOR
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