quarta-feira, junho 30, 2010

Pontos fortes e

fracos dos melhores

times da Copa


Brasil - É letal, como muito bem definiu meu primo chileno, Rodrigo Munizaga. Ou como disse Sven-Goran Ericsson, não se pode errar contra o Brasil que o castigo é pesado.
A defesa é simplesmente espetacular, segura, entrosada. Exceto o lado esquerdo, o ponto cego do time já faz tempo.
O ponto fraco é o meio-campo, penso eu, Falta criatividade em momentos de muita marcação, como contra Portugal. Não tem armador, o que dificulta em certos momentos. Sem Ramires e Elano fica ainda menos criativo.

Holanda - Time frio, calculista e com muitos jogadores de ótimo nível. Sneijder e Robben considero craques. Kuyt, Van Persie, Van Bommel e De Jong são muito bons. Joga com uma última linha de quatro, e segura os laterais. No meio tem dois volantes e o ótimo armador Seijder. Três homens na frente, por isso os laterais não saem muito.
O ponto fraco eu acho que é a falta de intensidade de jogo, é muito fria às vezes. A zaga é um pouco pesada na recuperação.

Espanha - Melhor toque de bola da Copa. Time forte, entrosado, muito bem treinado. Tem o melhor meio-campo. Joga com um volante de marcação apenas, Busquets, e confia em Xabi Alonso, Xavi e Iniesta para a organização. Davi Villa está em grande fase.
Não tem grosso no time, todo mundo sabe jogar. O mais fraco tecnicamente, Puyol, é pelo menos bom.
O ponto fraco é a falta de capacidade de definição, dada a fase ruim de Fernando Torres. Enrola muito e define pouco.

Argentina - Do meio pra frente a artilharia é pesada. Tévez, Higuaín, Messi, Di Maria, Maxi Rodriguez. Um time que ataca muito. Tem craques, Messi e Tévez, e ainda um banco esperto, com caras do porte de Milito, Aguero e até Palermo.
O problema é a defesa. De Michelis não segura a onda, embora Otamendi esteja jogando bem, assim como Heinze. Marca no meio somente com Macherano, que está evidentemente sobrecarregado.

Alemanha - Time que é bom e está encorpando. Muito entrosado, tem um toque de bola que remete ao grande time alemão de1974, com Breitner, Muller, Overath, Vogts e Beckenbauer, entre outros grandes jogadores e craques. Schweinzteiger é um dos melhores, se não o melhor volante da Copa. Há bons jogadoers em todos os setores. Podolski, Klose. Mueller e Oezil são candidatos a craques muito em breve. Quem diria que a Alemanha teria um armador,Oezil, e o Brasil não?
Só não acho que a defesa seja muito segura. É candidata.

Uruguai - A Celeste encorpou na África. Tem um belo ataque, com Forlán e Suárez, e uma defesa firme, com Lugano e agora Victorino no lugar de Godin. O problema é o meio-campo, combativo, mas pouco criativo. Entrega nunca falta e com alguma sorte pode chegar. Talvez seja o time que mais tenha evoluído desde as Eliminatórias.

Paraguai - Bom time, ofensivamente bem abastecido. Está sentindo o peso da importância da campanha histórica e tem se mostrado nervoso na hora de finalizar, principalmente. Outro time que foi encorpando e corre por fora. A dupla Barrios e Santa Cruz merece muito respeito. Tecnicamente é o melhor time que o Paraguai já teve. O ponto fraco eu acho que ainda é esse nervosismo em alguns momentos, o que torna o time irregular.

Gana - A esperança africana é um time muito parecido com o do Uruguai em termos coletivos. Forte na defesa e no ataque, fraco no meio-campo. Boateng e Gyan são os grandes nomes de Gana no Mundial. Decisivos, fortes, atacantes de alto nível. O meio-campo tem muita dificuldade para controlar o jogo, por isso a equipe toma muito sufoco. Tem a torcida a seu favor.

segunda-feira, junho 28, 2010

Laranja tem casca grossa

Durban - Como quase sempre acontece, o Brasil passou pelo Chile sem tomar conhecimento. Foi calmo, fatal e absoluto. Em momento algum do jogo o time chileno deu pinta de que incomodaria o Brasil. Há um abismo técnico entre o jogador brasileiro e o chileno. Tão difícil de ser superado quanto a mais alta das montanhas dos Andes.
Agora vem a Holanda pelo caminho. Tem muito mais qualidade. Vi a vitória holandesa sobre a Eslováquia, em Durban. O time tem pelo menos cinco jogadores mais do que bons. Vejo o armador Sneijder e o atacante Robben como craques. Além deles, Van Persie, Kuyt e De Jong são excelentes jogadores.
Diferentemente do Chile, que praticamente não conseguiu atacar o Brasil, a Holanda pode fazê-lo. O time joga com uma linha de quatro zagueiros, dois volantes que saem bem para o jogo, Van Bommel e De Jong, e um meia, Sneijder. À frente ficam Robben, geralmente pela direita, Van Persie centralizado, e Kuyt pela esquerda.
Os holandeses ainda cultivam uma saudável utilização dos lados do campo por jogadores que lembram os pontas de antigamente. Para isso seguram bastante os laterais e marcam forte com os dois volantes.
O time de 2010 está muito longe da Laranja Mecânica de 1974, um time de movimentação alucinante e incrível liberdade tática. A Holanda versão 2010 é um time frio, calculista, disciplinado taticamente. Jogou por enquanto sem ultrapassar o limite, o chamado para o gasto.
Com Robben pela direita (embora apareça pela esquerda às vezes), Michel Bastos terá trabalho. Assim como Kuyt exigirá de Maicon uma presença mais defensiva. Sem Ramires, suspenso, será que Dunga arriscará com Felipe Mello na marcação de Sneijder? De Jong, provavelmente, se encarregará da marcação de Kaká.
O Brasil tem bola para passar pela Holanda. Mas a casca dessa laranja é grossa. A maturidade mostrada pelo time contra o Chile é uma ótima notícia. Se a Holanda der ao Brasil o contra-ataque, principalmente nas costas do limitado lateral-direito Van Der Wiell, certamente será fatiada e consumida com prazer.

domingo, junho 27, 2010

O grande jogo da Copa


Partidaço fizeram Alemanah e Inglaterra. O jogo da Copa até agora. Belas jogadas, um gol inglês que só o trio de arbitragem não viu, e uma aula de contra-ataque da Alemanha.

Mesmo jogando sua melhor partida no Mundial a Inglaterra foi goleada. Claro que se o gol de Lampard tivesse sido validado o jogo teria outro andamento. Mas não se pode contestar a vitória alemã. O time é melhor, mais encorpado e seus principais valores não estão decepcionando.

Oezil joga muito, Schweinzteiger é craque. Mueller, Podolski e Klose são muito bons.

Na Inglaterra, Lampard e Gerrard jogaram uma bela partida. Mas Rooney, claramente sem condição física, sai como uma das grandes decepções da Copa. A defesa perdeu muito sem Rio Ferdinand, e falta um grande goleiro.

A Alemanha agora pode trombar com a Argentina num clássico de arrepiar.

A Copa pegou fogo, senhores!

sábado, junho 26, 2010

Brasil x Chile,

o que esperar?


Em condições normais de temperatura e pressão, o Brasil não tem porque temer o Chile. Acontece que estamos assistindo a uma Copa que não vem sendo disputada nessas condições normais. É uma Copa diferente, esquisitona, cheia de zebras, de empates e surpresas.

Além disso, essa seleção brasileira também é uma equipe diferente do padrão do nosso futebol.

Penso o seguinte: se o Chile partir de peito aberto para encarar o Brasil, tem tudo para se dar mal. A defesa chilena é o setor mais fraco do time, falta técnica individual. Do meio-campo para frente, contudo, é um bom time, leve, insinuante, que joga quase sempre com três atacantes e dois meias ofensivos.

O Brasil é esse que conhecemos. Uma defesa sólida, excelente. Um meio-campo carente de criatividade e um setor ofensivo que é fatal no contragolpe.

Por isso acho que será bom para o Brasil se o Chile acreditar que pode encarar de igual para igual. Se decidir jogar dessa forma, o time chileno dará ao brasileiro as armas que ele usa com mais habilidade. A roubada de bola e a transição rápida, precisa, fatal.

Caso marque atrás da linha da bola como fizeram Coréia do Norte e Portugal, o Chile obrigará o Brasil a jogar com seus volantes, que têm demonstrado muita dificuldade na saída de bola.

Nesse caso caberá ao Chile o contragolpe. Provavelmente pelo lado direito do ataque, com Alexis Sanchéz, que é um ponta mesmo, driblador, vai ao fundo. Será que Dunga manterá Michel Bastos ou escalará Gilberto para duelar com Sanchéz?

Do lado esquerdo, Beausejour cumpre o mesmo papel. O centroavante costuam ser Suazo, que é trombador e pouco técnico. Contra a Espanha jogou Valdívia nessa posição, e foi mal. Rende melhor como meia pela direita, com Mark Gonzalez pela esquerda.

No Brasil, com Elano, Kaká e Robinho de volta, o time ganha muito mais qualidade se comparado ao que empatou com Portugal. Elano tem sido, taticamente, o principal jogador do time. Kaká e Robinho têm a individualiade que faltou diante dos portugueses.

A defesa chilena será a reserva. Bom para o Brasil. Carmona deve retornar ao meio-campo andino (bonito isso!) e talvez seja o encarregado de vigiar Kaká mais de perto.

Segunda-feira teremos as respostas.

sexta-feira, junho 25, 2010

Competitivo, sim.

Criativo? Não.


Era um jogo mais tranquilo para o Brasil do que para Portugal. Classificado, o time pôde poupar Robinho e Elano. Mas algumas coisas precisam ser analisadas com calma.

O Brasil segue sendo competitivo. Mas pegou um time melhorzinho e já teve problemas, foi dominado no segundo tempo. O reserva de Kaká, Júlio Batista, foi mal no primeiro teste. O meio-campo é travado, falta criatividade,não há um lançamento, uma bola enfiada, nada. Dificilmente haverá, já que é um meio-campo de volantes.

É um pecado ter Nilmar e Luís Fabiano no ataque e ninguém para abastecê-los.

Também fica no ar a pergunta: se por alguma eventualidade o Brasil não tiver Kaká e Robinho, como vai se virar?

Resta esperar o advedrsário agora, Chile, Espanha ou Suíça.

Para aqueles que me cornetam porque falo mal do futebol suíço, reforço: respeito a opinião de todos, mas mantenho a minha. A Suíça não acrescenta nada para o futebol, mesmo que venha a vencer a Copa do Mundo.
Momento eu erro

e eu, então, corrijo

O cabeçudo aqui falou uma grande bobagem num dos jogos da Suíça. Em 2006, o time não sofreu gols na Copa e marcou 2 contra a Coréia do Sul e 2 contra o Togo.

O amigo Tácito me corrigiu aqui e eu me confundi na resposta a ele, referindo-me apenas aos gols que o time não sofreu. Falha minha esquecer dos gols marcados por uma seleção que marca tão poucos gols. Puxão de orelha em mim mesmo.
Metrópole x Colônia


O futebol faz hoje a revisão história. Na bola, o Brasil é metrópole e Portugal, colônia. Será interessante ver o Brasil sem Kaká e Elano. Espero que com Daniel Alves no meio e, também, Júlio Batista. Se o cara foi convocado como reserva do Kaká, é ele que tem que ter a chance de jogar no lugar do camisa 10.

Cristiano Ronaldo ainda não me convenceu como craque de Copa do Mundo. Tomara que continue sem convencer no dia de hoje.

Será importante uma vitória ou empate para seguir adiante numa chave teoricamente mais fácil e apaziguar ânimos em ambos os lados: mídia e técnico.

Respostas aos amigos

Tácito e Mozart

Tácito, infelizmente sua pesquisa está errada. Em 2006 a Suíça tornou-se o único país na história a terminar uma Copa sem sofrer gols. Não sei de onde você tirou esses números, mas eles estão equivocados.

Meu querido amigo Mozart, suas palavras são sábias, como sempre. Deus te ouça! Abs.

quinta-feira, junho 24, 2010

Ciao, Azzurra!

Admito que a Itália me fez de trouxa nessa Copa. Jogou bem contra o Paraguai e pensei que evoluiria progressivamente na Copa. Mas acabou se transformando em mais uma ópera-bufa. Fez um jogo horrível contra a Nova Zelândia e um ato dramático diante da Eslováquia.

Mas o que fica é a imagem terrível de uma seleção quatro vezes campeã do mundo que consegue sofrer um gol em cobrança de lateral. Nem na nossa pelada no Clube Paineiras do Morumby isso acontece mais.

É má notícia para a Copa que duas seleções campeãs mundais sejam eliminadas já na primeira fase. Mas a Copa pune. E abre oportunidade para, quem sabe, surja um novo campeão do mundo. Afinal, já nas oitavas mais um ganhador de Copa estará necessariamente fora, Inglaterra ou Alemanha. Mais um europeu que ficará pelo caminho. Bom para Brasil, Uruguai e Argentina.

Para 2014 será importante observar o que poderão fazer Itália e França, que tiveram times envelhecidos na África do Sul.

quarta-feira, junho 23, 2010

Copa América?


Copa disputada no inverno muita gente achava que seria boa para os europeus. Eu, inclusive. Mas eis que a tropa sul-americana vai mandando bem demais na gelada África do Sul. Brasil e Argentina e Uruguai numa boa. Paraguai e Chile com boas chances. Poderemos ter 5 sul-americanos entre os 16 da próxima fase.

Um bom número, sem dúvida. Pouco mais de 30%.

Há fracassos retumbantes entre os europeus. A França, por exemplo. Pode ser que tenhamos decepções incríveis, como Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra fora na primeira fase.

Enfim, a Copa é o grande workshop do futebol mundial e aponta tendências. Talvez estejamos assistindo a um momento de afirmação do futebol sul-americano em escala planetária.

Mas antes é bom esperar o término da primeira fase.

domingo, junho 20, 2010

Brasil começa a animar


Gostei da Seleção contra a violenta Costa do Marfim. Kaká, Elano e Luís Fabiano desequilibraram. Ainda não entusiasma porque o time começa mal, esquenta no meio e depois vacila no final. Pode se equilibrar com o tempo.

Os gols de Luís Fabiano foram lindos. Mas o segundo foi irregular, ele ajeitou com a mão no segundo lance. Nem ele conseguiu disfarçar. Se condenamos a famosa mão do Henry, temos que condenar a do Luís Fabiano também. Porque poderia ter mudado o jogo.

Assim como devemos abominar a pancadaria do time africano, e o juiz bananão.

Kaká deixou o cotovelo para escorar a trombada do jogador marfinense, mas não deu cotovelada. São coisas distintas.

As entradas sofridas por Elano e Michel Bastos foram criminosas.

Elano está sendo novamente o jogador versátil que desabrochou no Santos.

Enfim, começou a melhorar. Só o humor e a educação do técnico que não melhoram.
Retranca, tô fora!!!!!!


Eu me recuso a acredita que essa Copa será marcada pelo triunfo das retrancas. Algum driblador perdido aqui na África do Sul há de nos salvar.

sábado, junho 19, 2010

Que acontece com

a armada inglesa?


Insípida. Essa foi a precisa definição que o pessoal da revista World Soccer deu para a seleção inglesa nesta Copa do Mundo. Pelo menos por enquanto, concordo. É um dos meus favoritos, mas dentro de campo simplesmente empaca.

Um time que tem Gerrard, Lampard e Rooney tem obrigação de fazer mais.

Rooney está evidentemente jogando no sacrifício. Falta explosão. A cabeça pensa, mas o corpo não executa. Gerrard mostra tensão, parece querer correr mais do que precisa. Lampard decepciona, deixa a impressão de estar extenuado pela temporada.

O zagueirão Terry tem correspondido. Glenn Johnson alterna bons e maus momentos. Nem mesmo a aura vencedora de Fabio Capello parece suficiente para turbinar o English Team.

sexta-feira, junho 18, 2010



Cautela ainda é a


cara desta Copa


Por enquanto, a cautela tem marcado a Copa da África. Muita gente no meio-campo, primeiro a marcação, depois alguma tentativa de sair pro jogo.


Todos os times que vi jogar tem uma linha de 4 zagueiros. Alguns fecham o sistema no 4-4-2, muita gente faz o 4-5-1. Há nuances nesses esquemas. O bom time do México, por exemplo, joga com no 4-1-3-3. O um é Rafa Marquez, que joga à frente dos zagueiros e inicia as jogadas. O primeiro gol da vitória sobre a França saiu dos pés dele.


A Espanha, que muita gente acha que amarelou, mas eu discordo, joga num 4-1-4-1.


Enfim, esperemos o mata-mata para vermos quem tem realmente mais peito de se abrir pro jogo. Escrevo isso vendo a Alemanha que está perdendo para a Sérvia, mesmo jogando direitinho.


Deixo com vocês uma foto que tirei no jogo da Espanha com a Suíça. Reparem que todos os jogadoers de linha estão em volta do círculo central, diminuindo o espaço em campo, atuando praticamente de intermediária a intermediária. É a tônica da ocupação do espaço.

quarta-feira, junho 16, 2010

Faltou fúria à Espanha

Que não me entendam mal. Sigo achando a Espanha um belo time, que joga bem, bonito e tem grandes jogadores.

Mas na derrota para a Suíça, na bela e simpática Durban, faltou fúria ao time que a carrega no apelido. Faltou jogar com paixão, ainda que defensivamente, como fez o time suíço.

O grupo embolou. Vamos ver o que virá pela frente, já que o cruzamento é com a chave do Brasil.
Nada de novo no

reino de Dunga


O Brasil venceu e não convenceu. Nenhuma novidade na história recente da seleção, a não ser o atenuante que vem sendo aplicado a todos os times na primeira rodada da Copa: a pressão da estreía. Se ela não existisse, certamente não se falaria nisso como se fala.

O Brasil que tem a cara de Dunga é esse aí que conseguiu tomar um gol da Coréia do Norte. Um time careta, com pouco improviso, que trabalha à exaustão algumas jogadas e se posiciona para repeti-las durante o jogo. Não se pode dizer que os jogadores não acreditam neles mesmos e no que Dunga pede.

E o que ele pede? Desde que assumiu a seleção o técnico trabalha a jogada de ultrapassagem, em especial pelo lado direito, com finalização ou cruzamento para a área. Essa é, hoje, a marca registrada do futebol brasileiro em termos de seleção. Foi assim que saíram os gols.Maicon é o melhor lateral do mundo, de fato, e uma locomotiva difícil de se parar. É assim que se tentará ganhar a Copa, e não adianta espernear. Tomara que não se precise lamentar.

Robinho é o único sopro de criatividade do time. Kaká está ainda sem ritmo e tempo de bola, assim como Luís Fabiano. E Robinho mostrou que pode fazer tudo que Kaká faz. Basicamente, recuar um pouco, enfiar uma bola, tentar uma arrancada. E se ele fizer isso, Nilmar certamente vestirá a fantasia de Robinho. Mas sem a mesma fantasia, com o perdão do trocadilho.

Agora, duro mesmo é ver a camisa mais famosa do futebol mundial entrando em campo com três volantes. Porque ainda que tenha jogado muito bem, Elano é um volante. Moderno, eficiente, batalhador. Mas falta a ele aquele lampejo dos meias, aquela fagulha que incendeia o time.

Que venha a Costa do Marfim! Por enquanto, ninguém assusta. Mas quando vier o mata-mata, a história pode mudar seu rumo.

domingo, junho 13, 2010

Copa vai esquentar

na segunda rodada


Joanesburgo - Muita gente está reclamando da Copa, que está morna, jogos fracos etc. Mas podem acreditar: vai esquentar a partir da segunda rodada.

Os primeiros jogos são assim mesmo, é aquela história do medo de perder tira a vontade de ganhar. Muito cuidado com tudo, pouca ousadia.

A partir da segunda rodada muita coisa já se define ou se encaminha, e fica mais com cara de mata-mata, não tem muito como enrolar.

Dos jogos em que trabalhei até agora, o de abertura foi o mais emocionante, pelo gol da África do Sul. O melhor foi Inglaterra x EUA. Esperava mais da Inglaterra, mas acho que o time ainda vai decolar, conseguirá mostrar o potencial que tem no papel.

Também gostei muito da Argentina, apesar do placar magro.

Vamos esperar o Brasil, nesta terça, e a Itália, amanhã. Viajo para a Cidade do Cabo na manhã desta segunda. Milton Leite e eu transmitiremos Itália x Paraguai.

quinta-feira, junho 10, 2010


Keegan vê Brasil e


Inglaterra na semi



A Copa é mesmo a Disneylândia para quem ama o futebol, como diz meu grande amigo e parceiro Milton Leite. Pois fomos jantar no Butcher´s, um espetacular restaurante especializado em carnes na Mandela´s Square, em Sandton. Eis que ao meu lado está um simpático e ainda jovial senhor de meia idade, cabelos brancos, falando um inglês britânico.


Sabia que o conhecia de algum lugar, e apostei que era quem eu realmente pensava ser. Deixei a vergonha de lado, fui até a mesa e perguntei: o senhor é Kevin Keegan?


Era Keegan. Um dos meu ídolos de infância, camisa 7 da seleção inglesa, do Liverpool, do Hamburgo, do Newcastle. Um ponta, um atacante daqueles rápidos. Daqueles que a molecada, quando jogava uma pelada, adorava dizer que era ele. Na minha infância e adolescência, Keegan era um dos jogadoers estrangeiros mais conhecidos no Brasil.


Perguntei a ele sobre o jogo em Wembley em que Brasil e Inglaterra empataram por 1 a 1, em 77, se não me engano, e Keegan fez o gol inglês. Gil marcou para o Brasil. Ele lembrou de ter jogado no Maracanã.


- Lembro como a grama era alta, e recordo que Rivellino jogou. Era incrível como ele batia na bola, como conseguia fazer a bola voar alto e ir longe - disse Keegan.


Mais importante, ele fez sua aposta:


- Acho que nos encontraremos na semifinal, Inglaterra e Brasil. Aí tudo pode acontecer.


Boa figura Keegan. Atrapalhie seu jantar, porque ele estava incógnito e terminei com isso.


Ele está na África como comentarista.


E eu pude conhecer um ídolo de infância. É bom esse negócio de Copa do Mundo.

Segurança da Copa preocupa




Hoje fomos ao Soccer City, conhecer nossa posição de transmissão do jogo de abertura da Copa do Mundo. Amanhã, 16 horas, a bola rola para África do Sul e México, com Milton Leite e esse que vos tecla, no SporTV. Esperamos a companhia de vocês.


Mas o tema deste post é a segurança na Copa do Mundo. Nesta caminhada de uns 10 minutos entre o International Broadcasting Center (IBC) e o estádio, um trecho de uns 500 metros, passamos por duas barreiras com detectores de metais. Em uma delas, mesmo que o aviso soe, não somos parados. A outra estava desligada.


Para chegar ao estádio, o acesso foi absolutamente tranquilo. Apenas olhavam para nossas credenciais, sem perguntar o que estávamos fazendo e se tínhamos permissão para chegar até aquele local.


Pudemos, inclusive, ver um ou dois minutos do treino fechado da África do Sul, antes que uma fiscal da Fifa gentilmente nos lembrasse que era proibido.


Para sair, pegamos um elevador e fomos parar no subsolo do estádio, passando pela área de vestiários. Vários funcionários ainda trabalhando, muitas obras inacabadas, algumas completadas às pressas e, por isso, com defeitos evidentes. Nesse trajeto todo, ninguém nos interrompeu para perguntar como tínhamos entrado ali, o que fazíamos, de onde éramos.


Uma facilidade inconcebível para o palco de abertura do principal evento esportivo do planeta e que receberá chefes de estado em algumas horas.


Algo que precisa ser alertado e revisto com urgência.
África do Sul x México








O jogo de abertura da Copa promete fortes emoções. Imagino o que será a presença de Nelson Mandela no Soccer City, recepcionado por uma orquestra de vuvuzelas.

Comentarei esta partida pelo SporTV, ao lado de Milton Leite.



Quando a bola rolar, a partida também promete. O time mexicano é organizado, toca bem a bola, tem jogadores de qualidade. Geralmente se defende com quatro homens, mas recua Torrado para proteger a dupla de zagueiros, mais ou menos como Gilberto Silva faz no Brasil. Na formação mais ousada, tem Giovanni dos Santos e Guardado abastecendo Vela e Hernandez no ataque.



O esquema tático propõe posse de bola para impor seu ritmo ao adversário.



Posse de bola, no entanto, sempre foi o mantra futebolístico de Carlos Alberto Parreira. Adepto do 4-4-2, o treinador brasileiro espera, certamente, que Pienaar seja o organizador do time, até para segurar o ímpeto e a velocidade de Mphela quando não for preciso acelerar demais o jogo. Mokoena, bom zagueiro, é a base defensiva da África do Sul.



A energia dos torcedores pode ser o diferencial a favor dos sul-africanos. Nem tanto o barulho das vuvuzelas, já que o México está acostumado a jogar no Azteca lotado e sempre barulhento. Baste ver o vídeo do jogo entre México e EUA pelas Eliminatóricas da Concacaf para ver a atmosfera.



Parreira considera o time mexicano o mais ousado da Copa.

quarta-feira, junho 09, 2010





O espírito da África do Sul







Essa alegria contagiante do povo sul-africano deve marcar a Copa. Será um Mundial de música, festa,vuvuzelas a todo vapor.

Os sul-africanos estão radiantes em receber o mundo do futebol.

Tomara que seja uma linda Copa para premiar esse povo tão sofrido e, ainda assim, feliz, sorridente, e extremamente amável com os visitantes.

terça-feira, junho 08, 2010



Soweto



Conheci, se é que é possível dizer que se conhece algo por uma volta de minutos, o famoso subúrbio de Soweto, em Joanesburgo. Local determinante para a mudança dos rumos na África do Sul a partir do massacre ocorrido em 1976 para conter um protesto.


Soweto é a cara da África do Sul e, também, um pouco a cara do Brasil. Reflete a desigualdade e,também, as oportunidades de ascensão social.


Convivem à distância de uma rua mansões com até 24 quartos e casebres miseráveis. Coisa com que um brasileiro que vive numa grande cidade está acostumado a ver.


A magia que envolve Soweto estána simbologia que cerca este lugar, marcado pelo sangue dos que morreram defendendo apenas o direito de serem tratados como iguais.


Também está em Soweto a primeira casa comprada por Nelson Mandela, em 1946. Hoje um agitado ponto turístico, a casa é uma residência humilde, mas até grande se for comparada a muitas daquelas construídas em planos habitacionais brasileiros.


Enfim, uma tarde para comprovar que o Brasil e a África têm muito mais em comum que o gosto pela música e o futebol.


Talvez nos falte uma personalidade com a estatura histórica de Mandela.

segunda-feira, junho 07, 2010

Ramires seria o cara?

Não é o placar que interessa analisar no amistoso do Brasil com a Tanzânia. Ganhar era praxe, a questão era resolver o placar. O que interessa num jogo desses é o seguinte: ver como se movimentaram Kaká e Luís Fabiano e o em que ponto está o ponto fraco do time: a saída.

Kaká preocupa. A movimentação ainda é limitada, a força física se perdeu em parte por causa do tempo inativo. Então é preciso esperar um pouco mais para ver como ele reagirá em uma partida oficial de Copa do Mundo e com a sequência de partidas.

O problema com Luís Fabiano parece ser apenas de ritmo de jogo, e não de evidentes dificuldades de locomoção. Isso o tempo resolve mais fácil.

Já a questão da saída de bola, essa é chata. O time é conservador por proposta, está baseado na defesa. Por isso sofre tanto quando a marcação é forte na saída de bola ou quando o adversário marca atrás da linha da bola e não oferece o contra-ataque.

Quando entrou Ramires, teria sido feita a luz? Seria Ramires o cara? Talvez nem tanto. Mas como Felipe Melo está em má fase e Gilberto Silva é o chefe de segurança da defesa, qualquer jogador com mais recurso ou consistência cai como uma benção. Josué tem boa saída de bola ,rouba e toca direitinho. Ramires, que na cabeça de Dunga é meia, mas eu acho que é um belo segundo volante, tem rapidez para desafogar o time e seu jogo flui mais que o de Melo.

Talvez tenha pintado uma saudável dúvida na cabeça de Dunga. Porque técnico quando tem muita certeza das coisas eu não gosto, não. Acho que uma incerteza nessas horas ajuda muito, tira o treinador do pedestal da confiança absoluta.

domingo, junho 06, 2010

Luz amarela para a

organização da Copa


Joanesburgo - O tumulto ocorrido em Midrand, no amistoso entre Nigéria e Coréia do Norte fez acender a luz amarela para os organizadores da Copa do Mundo há apenas cinco dias do início do Mundial.

A capacidade de lidar com situações que saiam do controle é um dos principais pontos da organização de um evento como a Copa. E o que ocorreu em Midrand levanta uma questão importante sobre isso.

Obviamente,o jogo não era da Copa, não teve supervisão oficial da Fifa, mas assusta saber que um tumulto como esse possa ocorrer. Mais gente do que o estádio poderia suportar, portões fechados, tumulto, atropelamento.

Em se tratando da Nigéria, que tem a segunda maior colônia estrangeira na África do Sul, é preciso pensar e analisar com cuidado para evitar novos aborrecimentos.

Por enquanto, a simpatia e a boa vontade dos sul-africanos está deixando em segundo plano alguns problemas como falta de informação, sinalização insuficiente e a profusão de obras ainda em andamento.

Um exemplo: torcedores nigerianos tiveram acesso fácil,fácil ao ônibus da seleção de seu país antes do jogo. Isso éinaceitável, principalmente se lembrarmos do ataque terrorista ocorrido durante a Copa Africana de Nações.

Há tempo para as autoridades sul-africanas aprimoraram essas questões e o tumulto em Midrand serve como uma indigesta experiência, um treinamento em situação real.

sábado, junho 05, 2010

Fúria encantadora


Joanesburgo - O sono demorou a chegar, ainda efeito da adaptação ao fuso-horário. Então, zapeando pela tv do quarto de hotel, encontrei o teipe da vitória magra da Espanha sobre a Coréia do Sul, 1 a 0.

Magra como resultado, mas para mim, absolutamente encantadora em termos de perspectiva de futebol bem jogado.

Se a Espanha vai ganhar a Copa ou não, só os deuses da bola já sabem. Agora, certamente a Fúria vai proporcionar bons momentos de futebol.

O toque de bola impressiona. O posicionamento do time, idem. Titulares ou reservas, com qualquer tipo de mistura, os espanhóis sabem exatamente onde estão em campo.

Têm jogadores talentosos como David Villa, Xabi Alonso, Fábregas, Iniesta e, em especial, Xavi, esse um craque de bola.

Mas o que me chamou a atenção foi o posicionamento tático de dois jogadores: Pedro e Jesus Navas. Ambos aturam como autênticos pontas. Pedro pela esquerda, Navas pela direita. Ambos são dribladores, rápidos, dão suas pedaladas.

O time sul-coreano não é talentoso, mas executa com disciplina tática impressionante as nuances do 4-5-1 proposto por Hu-Jung Moo. Marca forte a saída de bola, chega junto, e tenta diminuir os espaços.

Ainda assim, a Espanha conseguiu mostrar parte de suas qualidades, mesmo jogando com apenas dois titulares no início, Sérgio Ramos e Iniesta.

Olho na Fúria!

sexta-feira, junho 04, 2010

A bruxa da Copa

está insaciável

Joanesburgo - Parece coisa do outro mundo. Alguns chamam de bruxaria. Mas é apenas uma coincidência. Toda véspera de Copa é assim mesmo. Algum craque se machuca e perde o Mundial. Dessa vez parece que a vítima mais recente, por enquanto, é Didier Drogba, da Costa do Marfim.

Faz parte da vida do jogador profissional de futebol, do atleta. A contusão anda junto, é uma companheira indesejável mas inseparável. Quando se fala em Copa, o impacto é maior. É o grande palco e se um grande ator fica de fora, o mundo sente.

Drogba, se realmente ficar fora da Copa, vai fazer muita falta ao Mundial. Jamais comemoraria uma contusão de qualquer atleta, ainda que, provavelmente, facilite as coisas para o Brasil. A Copa é o palco dos craques, independentemente de sua nacionalidade.
Na terra da Copa

Apósum voo tranquilo e confortável, cheguei a Joanesburgo no meio da tarde de ontem, quinta-feira. No avião tive a companhia degrandes parceiros como José Ilan, Tadeu Schmidt, Abel Neto, Regis Rosing e uma galera grande da Globo e do Sportv. Fátima Bernardes, uma simpatia e humildade espetaculares, também estava no voo.

A primeira impressão já foi de impacto. O aeroporto Tambo, em Joanesburgo, dá de goleada nos brasileiros. Pistas enormese modernas, capazes, inclusive, de receber o gigantesco Airbus 380. Vi um nas cores da Air France.

Joanesburgo é uma metrópole moderna, no estilo das grandes cidades americanas. Um centro recheado de prédios comerciais e subúrbios espalhados pela cidade.

Há contrastes, mas nada que seja surpreendente para um brasileiro. Há bairros agradáveis earborizados e favelas. Grandes avenidas e ruas de terra, com lixo espalhado.

No caminho até o Centro de Imprensa cruzamos com o ônibus dos Bafana Bafana, para delírio de nosso motorista, o Mahuta (que significa DJ, profissão que ele exercia).

Em breve quero postar aqui algumas fotos, em especial do imponente Soccer City, um estádio belíssimo, no qual estarei no dia 11, ao lado do amigo Milton Leite, para a transmissão do jogo de abertura do Mundial, entre África do Sul e México.

quarta-feira, junho 02, 2010

Rumo a Joanesburgo


Coração apertado, saudades imensas da família, mas confiante num grande trabalho com toda a equipe do SporTV e também do Diário de S.Paulo.

A próxima terá o selo da Mãe África.

terça-feira, junho 01, 2010



O livro de estréia


de Paulo Galvão





Você deve ouvir bastante Paulo Galvão na Rádio Bandeirantes. Jornalista com jota maiúsculo, preciso, correto, inteligente, bom perguntador.


Pois Paulo Galvão, a quem nós, seus colegas dos gloriosos tempos de Colégio Marista Arquidiocesano, chamávamos de Anjinho, está ampliando a área de atuação de seu vasto talento.


Nesta terça, 1 de junho, ele lança e autografa seu primeiro livro, o romance infanto-juvenil Bilhete Premiado, pela Panda Books.


A partir das 19 horas, na Saraiva do Shopping Ibirapuera, que era o point preferido dos alunos do Arqui nos anos 80, para onde escapávamos quando matávamos aula. Opa! Entreguei.


Estarei por lá para comprar o meu e abraçar o grande Anjo!

O Maracanazo de


Teixeira Heizer





Meu bom amigo Teixeira Heizer lança hoje, a partir das 19 horas, na livraria Argumento, no Leblon, Rio, seu livro Maracanazo.


Teixeira é um mestre das palavras e uma figura gentil, simpática, um papo imperdível. Por essas maravilhas da vida, ele cobriu a Copa de 1962, no Chile, e ficou amigo de meu pai, Luiz Noriega, nessa cobertura. Hoje posso dizer que tenho a honra de trabalhar com o Teixeira, que é um pioneiro da TV no Brasil e um dos responsáveis pela primeira transmissão de futebol na telinha.


Também escreveu um dos clássicos da literatura esportiva brasileira, o ótimo O Jogo Bruto das Copas do Mundo.