segunda-feira, outubro 30, 2006

O GRANDE MOMENTO DO VÔLEI


O vôlei é um dos meus esportes favoritos. Tenho razões sentimentais para isso. Joguei vôlei durante muito tempo, da categoria mirim até a juvenil, nas equipes do Paulistano, Pinheiros e Banespa. Posso dizer até que vivi do vôlei por um tempo, já que nos tempos de Banespa eu tinha salário (nada mal) e essa grana me ajudou a pagar a faculdade, entre outras coisas.
Neste mês de outubro serão disputados os Mundiais de vôlei, masculino e feminino, ambos no Japão. Desde a explosão de sucesso do vôlei, nos anos 80, nunca o Brasil foi tão forte para brigar pelas medalhas de ouro, no masculino e no feminino.
Acho até que o momento é melhor para o feminino. Zé Roberto Guimarães conseguiu um feito inédito: montar uma equipe uniforme, sem estrelismos e panelinhas, e com um banco de bom nível. Fora isso, a concorrência não assusta tanto. Em outras épocas, Cuba e China eram imbatíveis e, agora, não o são. Claro que há equipes fortes, mas vejo a do Brasil como a mais forte de todas.
O masculino já é favorito há um bom tempo. Mas a competição é mais acirrada. Uma seleção média, num bom dia, pode vencer um grande time, o que não acontece no feminino. A força e a altura dos jogadores deixou o vôlei masculino mais feio e pobre tecnicamente, e baseado fundamentalmente na força e nas bolas de ponta. Não se trata de retrocesso, mas adequação ao que se precisa fazer, em virtude de jogadores cada vez mais altos e fortes. O Brasil ainda faz a diferença, mesmo não sendo um time tão alto. Por quê? Pelo diferencial técnico de seus jogadores, ainda os mais habilidosos do mundo. O problema é que todo mundo quer ganhar do Brasil, porque o Brasil ganha de todo mundo. Mesmo assim, boto fé numa conquista inédita para o nosso esporte: campeão mundial masculino e feminino de vôlei.

BOLA DE CAMPEÃO E BOLA DE REBAIXADO

O São Paulo de Muricy Ramalho só não será o legítimo campeão brasileiro de 2006 se acontecer uma tragédia sem precedentes. E como isso não deve ocorrer, o Tricolor paulista chegará ao quarto título nacional de sua história com uma campanha repleta de méritos. Time equilibrado, regular, reconstituído após a Libertadores, mudou o jeito de jogar mas não perdeu a competitividade. Impossível não reconhecer e valorizar a bola de campeão do São Paulo.
Já bola de rebaixados....é tanto candidato. O Palmeiras e seus ultrapassados dirigentes, ainda o Corinthians e seus intermináveis problemas (sem falar na ruindade dos dois times), o apavorado Fluminense...a briga não é nada boa, é péssima.

sexta-feira, outubro 27, 2006

SÁBADO NA VILA

Neste sábado estarei na Vila Belmiro, com os companheiros Milton Leite, Marco Aurélio Souza e Marcos Peres, para a transmissão de Santos e São Caetano, pelo SporTV (para todo o Brasil, menos interior de SP e MG).
A Vila é um dos melhores estádios do Brasil para se assistir a um jogo de futebol, dá pra sentir o clima do jogo, ouvir o som dos jogadores batendo na bola, muito legal.
Sobre o jogo, acho que o Santos tem tudo para atropelar o São Caetano e praticamente decretar o rebaixamento do time do ABC.
Aliás, o que teria acontecido com o São Caetano, que parece ter perdido o encanto de uma hora para outra? Acabou o dinheiro, foi erro de gestão, apenas um acidente de percurso?

quinta-feira, outubro 26, 2006

UM CLÁSSICO PAVOROSO

Em 20 anos de carreira, já tinha visto muitos clássicos ruins, mas confesso que, puxando pela memória, fazendo algumas pesquisas, conversando com amigos e colegas, fica difícil lembrar de algo tão feio como o que fizeram Corinthians e Palmeiras nesta quarta-feira, no Morumbi.
Em termos de resultado, o Corinthians tem muito o que comemorar. Saiu do sufoco, jogou a bomba no colo do rival e pode ter um pouco mais de tranquilidade. Para o Palmeiras, foi um desastre.
Agora, difícil é aceitar que dois gigantes do futebol brasileiro possam ter mandado a campo times tão ruins como os de ontem. Leão, com sua autoproclamada experiência, baseada em muita arrogância e prepotência, não conseguiu dar uma cara de time ao Corinthians. Não há nada que se aproxime de equipe, nenhuma jogada ensaiada. Falta estrutura coletiva, a recomposição é sofrível. E ontem a sorte sorriu para o leonino treinador. Já pensando em segurar o empate, tira Amoroso, o melhor do time, e coloca um jogador de marcação. No mesmo instante sai o gol, e a impressão geral que fica é que o técnico foi ousado, escalou dois atacantes, quando na verdade não foi nada disso.
O Palmeiras é uma sucessão de equívocos. A começar pelo banco. Marcelo Vilar é um acidente de percurso, não tem qualquer condição ou experiência para dirigir time grande. Está visivelmente apavorado e, fora isso, é comprometido com os jogadores que vieram do Palmeiras B. Como explicar para quem gosta de futebol que Alceu jogue e Dininho fique no banco? Ou por que um técnico que precisa ganhar o jogo, na teoria, tira um armador e coloca um jogador de velocidade para atuar como meia? Ou será que o Palmeiras não fazia questão de ganhar o jogo?
Não creio que os gigantes serão rebaixados. Menos por competência deles e mais por incompetência de outros concorrentes ao vexame.
Agora, que futuro espera corintianos e palmeirenses? Sem o dinheiro e os jogadores da parceira, que Corinthians estará em campo em 2007? Endividado, apequenado em 2006, que time poderá montar o Palmeiras em 2007?
Por que, calculando por baixo, uns 35 milhões de brasileiros sentiram-se traídos por suas paixões no clássico de ontem. Como diria meu amigo Milton Leite: Meu Deus!

segunda-feira, outubro 23, 2006

AFINAL, O QUE É TIME BOM?
E O QUE É TIME RUIM?


Certamente, todos nós que gostamos de futebol e esportes coletivos já nos pegamos soltando essa frase: "esse time é muito bom". Ou a antítese: "baita time ruim".
Mas, afinal, o que faz de uma equipe de esportes coletivos algo bom ou ruim? Qualidade técnica individual? Trabalho coletivo, planejamento tático? Ou tudo isso misturado e bem temperado?
Vou me resumir ao futebol e colocar o que penso sobre o tema, explicando o que acho que sejam alguns times bons ou ruins do Campeonato Brasileiro.

São Paulo - Taí um time ótimo. Primeiro por que já era bom em 2005. O que faz do São Paulo o favorito ao título brasileiro é a conjunção quase perfeita dos fatores que, a meu ver, movem o futebol profissional: planejamento, estrutura e execução. Planejamento para montar bons elencos, buscando jogadores que, individualmente, podem não ser supercraques, mas que juntos formam uma equipe forte, se completando. Estrutura de primeiro mundo e dirigentes que estão mais preocupados em ganhar títulos do que aparecer.

Internacional - Outro exemplo de ótimo time. Tem praticamente as mesmas qualidades do São Paulo, estando apenas alguns passos atrás porque teve que se recuperar de muitos anos de administrações ruins. O Inter, assim como o São Paulo, é dos raros times brasileiros que atua no mesmo nível de desempenho dentro e fora de casa. Seja o time titular ou o reserva em campo, o padrão tático está mantido e os jogadores executam ações sem mesmo olhar uns para os outros.

Grêmio - Um time muito bom, comandado pela principal revelação entre os treinadores brasileiros nos últimos tempos. Lembremos que em 2004 Mano Menezes levou o 15 de Campo Bom a uma semifinal de Copa do Brasil. O Grêmio não tem tantos recursos como São Paulo e Inter, veio da Série B, mas tem um time extreamente competitivo e bem montado, com destaque para o meio-campo, forte, combativo e com bom toque de bola. Se tivesse um grande lateral pela esquerda e um zagueiro mais técnico, estaria no mesmo nível de Inter e São Paulo.

Santos - Um exemplo de time que tem tudo para ficar muito bom em breve. Tem um excelente treinador, boa estrutura e passa por um processo de reformulação. Até já poderia estar muito próximo de Inter e Santos, mas alguns problemas de contusão interromperam o process de formação do time, que precisou ser reformulado diversas vezes. Ainda falta mais unidade ao grupo para repetir fora de casa o nível de futebol que pratica na Vila Belmiro.

Corinthians - Primeiro exemplo de time ruim. Pegue os nomes e até pode-se pensar que há uma equipe. Mas em campo e fora dele é uma sucessão de erros. Elenco montado muito mais pensando no status do jogador e na possibilidade de negociação, o que desaguou em falhas terríveis, como falta de atacantes de características que se completem, carência nas laterais e zagueiros todos com o mesmo perfil: lentos na recuperação. Um time sem espelho dentro e fora de campo, dividido, sem uma liderança natural, que custa caro e rende pouco.

Palmeiras - Outro bom exemplo de time ruim. Elenco mal formado, no qual sobram volantes de características apenas de marcação e faltam atacantes de velocidade, além de centroavantes. Média de idade alta, o que dificulta a padronização da preparação física. Alguns mais jovens correm mais que a bola, os mais experientes não seguem o ritmo. Zagueiros lentos, apenas jogadores com características de ala e nenhum lateral de fato. Fora isso, os dirigentes são desatualizados e compram mal, além de não darem respaldo aos treinadores. Comprou por atacado, sem pesquisar preços ou situação de mercado, e vai terminar a temporada com vários micos na mão.

Cruzeiro - É o que foi sem nunca ter sido. Favorito de véspera, bem estruturado, financeiramente estável, montou um dos times mais sem tesão da história do futebol brasileiro. Falta compromisso, entrega, e uma equipe que poderia estar brigando por títulos fica à deriva no meio da tabela. Para mim, não se chega a lugar nenhum com elencos como este do Cruzeiro: muito jogador nota 5 que pensa que é nota 8.

Santa Cruz - Exemplo do time ruim que é escravo das circunstâncias. Deixou a Série B e não conseguiu se adequar à Série A. Se desfez dos principais jogadores da campanha da Série B e não repôs à altura. Depois ficou difícil convencer treinadores ou jogadoers a embarcar numa canoa que já foi pra água furada. Faltou critério na montagem do elenco e, certamente, também faltou dinheiro para competir com equipes de maior força econômica.

quinta-feira, outubro 19, 2006


GENESIS DE VOLTA!!!!!!!


Segundo a revista Classic Rock Magazine, em 7 de novembro haverá o anúncio oficial. A revista recebeu por e-mail este logo da turnê, com Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutherford, em 2007. Farei de tudo para ver um show!

quarta-feira, outubro 18, 2006

ENCONTRO COM GRANDES
CRAQUES MINEIROS


Nesta terça-feira fui a Belo Horizonte participar do programa Brasil em Campo, do SporTV, apresentado pelo amigo Rogério Corrêa, parceiro de muitas transmissões. Papo solto, agradável, conteúdo excelente, uma hora que passou rápido com as companhias de Bob Faria e Márcio Rezende Freitas (não tem o de, ele exlplica). Mas o melhor de tudo foi poder, mais uma vez, encontrar e conversar com dois grandes craques eternos do futebol brasileiro, ídolos da minha infância: Nelinho e Reinaldo.
Nunca vi ninguém chutar como Nelinho. Lateral-direito de Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Seleção Brasileira, seu pé direito operava milagres, curvas de ficção científica. Quem ainda não viu, preste atenção no gol da fera contra a Itália, na decisão do terceiro lugar da Copa de 1978. Parece montagem, mas não é. A bola faz duas curvas e muda de direção. Coisa de gênio. Fora isso, Nelinho é uma figuraça, sempre alegre, contando histórias dos tempos de jogador e tirando sarro de tudo e de todos.
Reinaldo não participou do programa, chegou depois, e iliuminou o ambiente com sua simplicidade. Foi um dos maiores centroavantes do mundo. Cracaço, cheio de técnica e malícia. Tenta agora ser presidente do Atlético e vai derrotando alguns dramas pessoais.
Nelinho conta que quando enfrentava zagueiros fortes e violentos, o Rei (naldo) entrava em campo e já ia dizendo, antes de a bola rolar: "Fiquei sabendo que o Atlético vai contratar você. Vamos jogar juntos, vê se pega leve". O zagueirão acreditava e Reinaldo fazia a festa.
Outra contada pelo Nelinho com Reinaldo como protagonista: "O Galo voltava de Goiânia para BH e fizemos escala em Brasília. Entra no avião o time do América do Rio. Um negão alto e magro senta ao lado do Rei e puxa papo a viagem toda. Diz que é fã, que o Rei é craque etc. Quase no final do vôo, depois de muita conversa e elogios, o negão vira pro Rei e fala: eu sei que você não sabe quem eu sou, mas ou seu fã. O Rei responde: claro que sei quem você é: o João do Pulo, também sou seu fã. Não era o João do Pulo, mas o Gilberto, joador do América".
Em meio às gargalhadas, Reinaldo, envergonhado, mas também rindo, dá o selo de verídica à história: "foi ato falho".
Nelinho e Reinaldo, dois craques como não existem mais: bons de bola e de papo.

segunda-feira, outubro 16, 2006

ERRO MEU. FOI FALTA DO ANTÔNIO CARLOS


Vi, revi e vi de novo o lance da falta do Antônio Carlos no Aloísio. Sigo achando que não houve maldade, mas realmente houve a falta. Erro de avaliação meu por achar que foi só uma dividida. Era caso pra segundo amarelo, sim, pro Antônio Carlos. Pisada na bola. Minha.

domingo, outubro 15, 2006

NOVE RODADAS ENTRE
O GOZO E O DESESPERO

Agora faltam nove rodadas, 27 pontos em disputa, para que o Campeonato Brasileiro de 2006 chegue ao final. O roteiro prevê ainda emoção, drama e tragédia em doses para comprovar o que eu sempre defendi e defenderei: nosso campeonato é o melhor do mundo, mesmo sem os medalhões que jogam na Europa. Não há em outro rincão do planeta bola tanto equilíbrio e disputa.
O que vem por aí e o que eu acredito que já é tendência vou expor em quatro tópicos para a análise e debate dos amigos. Já agradeço a reprecussão, as críticas e até os ataques que recebi no post anterior. Debate é isso aí e, como sempre digo, não comprei a verdade e nunca é feio alguém, desde que esteja convencido, mudar de opinião.

O TÍTULO - Está 95% nas mãos do São Paulo. E com todos os méritos. O time voltou a jogar bem, superou o trauma da perda da Liberadores, passou por uma fase de mudança tática complicada e não deixou cair o aproveitamento. Os primeiros 20 minutos do São Paulo contra o Juventude foram primorosos, futebol de alto nível técnico e tático. O Grêmio tem ainda sua chance caso vença o São Paulo no Olímpico, mas ainda precisa torcer por outros tropeços do adversário e não perder mais pontos. Tarefa difícil, mas que também não tira o brilho da campanha fantástica do time gaúcho.

LIBERTADORES - São Paulo e Grêmio já chegaram. O Inter parece que vai abrir mais uma vaga, que está muito mais para Santos e Paraná, embora o Vasco ainda corra por fora, como o Cruzeiro. Santos e Paraná estão merecendo. O Santos porque em casa é muito forte, e o Paraná pela campanha surpreendente e competente.

SUL-AMERICANA - Aí a briga é complicada. Do Vasco até a Ponte Preta tá todo mundo por essa vaga. O Figueirense está merecendo, faz uma campanha excelente. O Cruzeiro melhorou muito, assim como o Botafogo. O próprio Palmeiras, se ganhar os jogos que ainda fará em casa. E até mesmo o combalido Corinthians

REBAIXAMENTO - É triste, mas o Santa Cruz já foi. Triste porque para cada torcedor seu time é o maior do mundo, mas o torcedor pernambucano é especial, e o do Santa muito especial, pela paixão, pela entrega. Mas o time é fraco e está entregue. O São Caetano, que só fez um ponto no returno, é outro paciente terminal. O Fortaleza, pela garra das últimas rodadas, ainda sonha. Mas dificilmente escapará. Então começa uma região de desespero que inclui alguns gigantes. O Corinthians e suas crises intermináveis, navegando em um mar de incompetência. O mesmo vale para o Fluminense. A Ponte Preta tem sido mais valente e brigadora que Corinthians e Fluminense e pode escapar jogando em casa. Palmeiras e Atlético Paranaense correm risco, mas pela entrega, a raça e o amor que mostraram nesse domingo, mostraram que têm caráter para escapar. O drama ficará por conta das últimas rodadas.

sábado, outubro 14, 2006

O BRASILEIRÃO TRICOLOR.
E A POLÊMICA DA FALTA

Trabalhei na transmissão de São Paulo 5 x 0 Juventude, pelo SporTV, com a agradável e competente companhia de Milton Leite, Carlos Cereto e Marco Aurélio Souza. Resultado incontestável, que deixa o Tricolor paulista cada vez mais perto do título brasileiro. Ainda que o Tricolor gaúcho, em campanha memorável, também esteja na briga e ambos se enfrentem numa final de direito, no Olímpico. O Santos, por não conseguir bom desempenho fora de casa, vai ficando pelo caminho.
São Paulo e Grêmio são os melhores times desta reta final do Braisileiro. Como Internacional e São Paulo foram os melhores do primeiro semestre, nesta ordem.
No Morumbi, o São Paulo teve 15 minutos praticamente perfeitos. Nenhum time consegue subjugar o adversário quando em seus domínios como faz o do Muricy. A goleada talvez viesse mesmo sem as expulsões do Juventude. Que, aliás, foi digno e valente, perdeu sem apelar.

FALTA OU NÃO DE AC?

A polêmica do jogo foi a falta marcada por Evandro Roman, de Antônio Carlos em Aloísio, que originou o gol de Danilo. Eu e Milton Leite, na transmissão, entendemos que não houve falta ou que, se houve, não era para expulsão. Assim como Roberto Assaf no Troca de Passes. Teixeira Heizer achou que houve falta.
Tenho absoluto respeito por opiniões divergentes e não acho que minha versão esteja certa. Mas a coloco aqui para debate. No meu entender, Antônio Carlos e Aloísio visaram a bola, ambos com muita força, muita vontade, mas ambos sem maldade. Foi uma dividida de gente grande, muito grande. Antônio Carlos, pelo movimento, tenta primeiro chutar a bola para longe da área e atinge, sim, Aloísio, que vinha com o pé um pouco alto. Repito: ambos visaram a bola. Pelos relatos de Cereto e Marco Aurélio, Aloísio machucou a canela e feio. Mas ressalto: não vi intenção de Antônio Carlos em fazer a falta e, se ainda assim, a fez, não deveria ter levado o segundo cartão amarelo.
Infelizmente, não tive tempo de comentar alguns e-mails no Troca de Passes. Uma pena, pois essa interatividade é o melhor do Jornalismo moderno. Sei que muitos são-paulinos discordam e respeito muito a opinião de todos. Por isso, debate aberto. Foi ou não falta?
E aproveito para emendar: qual Tricolor será campeão? Ou ainda dá pro Santos?

sexta-feira, outubro 13, 2006

BOA NOTÍCIA

Uma das figuras mais simpáticas e competentes do futebol está de volta ao trabalho no meio. Valdir Joaquim de Morais, ex-goleiro e preparador dos mais competentes, acertou com o São Bento de Sorocaba, do interior paulista. Ele será auxiliar de Freddy Rincón, técnico do time.
ANÁLISE DA RODADA
ANTES DE A BOLA ROLAR


Vamos a ela. Previsão não dá pra fazer, mas apenas o que eu acho que as equipes podem apresentar quando entrarem em campo.

São Paulo x Juventude - Em condições normais, dá São Paulo. Pode não ser fácil, mas o time tem mais qualidade técnica que o Juventude e agora tende a estar ainda mais concentrado jogando em casa porque basta vencer todas no Morumbi para confirmar o título.

Cruzeiro x Fortaleza - O Cruzeiro tem a chance de arrancar para uma vaga na Libertadores. É o time que mais evoluiu nos últimos jogos. O Fortaleza está no desespero e tem um time fraco.

Botafogo x Santos - Dos jogos que envolvem os líderes da competição, parece ser o mais equilibrado, na teoria. O Botafogo melhorou com o Cuca e o Santos não terá dois jogadores muito importantes, Maldonado e Dênis. Leve favoritismo para o Peixe que, se vencer, mostrará força para seguir acreditando no título.

São Caetano x Grêmio - Esse jogo o Grêmio não pode se dar ao luxo de perder. O adversário só fez 1 ponto no segundo turno. E uma derrota pode custar ao Grêmio até mesmo um lugar na zona da Libertadores. Fora isso, é um jogo de reafirmação para o tricolor gaúcho. O São Caetano está condenado. Só um milagre o salva da Série B.

Figueirense x Ponte - Jogo fundamental para ambos e decisivo para a Ponte. O Figueira precisa vencer em casa para seuir sonhando até com a Libertadores. A Ponte precisa somar alguns pontos fora de casa e ganhar todas em Campinas.

Flamengo x Corinthians - Preocupação rubro-negra e desespero alvinegro. O Corinthians anda jogando muito mal e o Flamengo, nem tanto. Vai ser a primeira decisão de ambos e uma derrota pode significar ainda mais preocupação na reta final. Tá mais pro Flamengo, na teoria.

Inter x Fluminense - O Flu entrou em parafuso e pega um Inter sempre forte em casa e muito regular. Jogo que pode marcar um compromisso definitivo do Flu com o perigo de rebaixamento. E pensar que o time já esteve entre os líderes.

Paraná x Goiás - Jogo que terá repercussão nas duas pontas da tabela. O Paraná é a melhor surpresa do campeonato e o Goiás voltou a jogar bem com Geninho. Se der Paraná, o Goiás pode voltar a ficar ameaçado de cair. Se der Goiás, o Paraná pode ver ruir um sonho. Jogaço que tende a ser um dos melhores da rodada.

Palmeiras x Atlético-PR - Jogo decisivo para ambos, de afirmação. O Palmeiras busca sair do sufoco contra um adversário direto. Em casa, o Palmeiras voltou a ser forte. O Atlético vem embalado pela classificação contra o River. Outra promessa de grande jogo, em o controle emocional pode ser determinante.

Santa Cruz x Vasco - O Santa de tanta gente é um paciente terminal, mas ainda tem fôlego para aprontar algumas surpresas. O Vasco carece de regularidade e se entrar desconcentrado por se dar mal.

quarta-feira, outubro 11, 2006

A VAN

Enfim, chega a hora de relatar uma experiência de companheirismo que o convívio diário com os companheiros de transmissão no SporTV proporciona. A já famosa e histórica Van. Para os que não são iniciados, seguem algumas explicações.
Sempre que partimos para alguma transmissão, seguimos todos juntos, narrador, comentarista, repórteres, coordenadores, em um dos carros da emissora. Quase todos os carros são vans. Algumas vezes são trajetos curtos, em outras, pequenas viagens de 100, 150 km. Em comum, apenas o exercício fundamental e indispensável da amizade, do bom humor e das piadas. Fatores que ajudam a compensar a ausência da família, abdicar de momentos de descanso, uma festa, estar ausente quando um filho está com febres, esses sacrifícios impostos pela profissão.
Quem cunhou a expressão A Van foi o repórter Marco Aurélio Souza. Profissional brilhante, gaúcho da gema, que espalha expressões que vieram do frio com timming de humorista, mesmo nos momentos de mau humor. Ele, Carlos Cereto, Milton Leite e eu formamos uma das escalações mais constantes da van, pelo simples fato de estarmos mais frequentemente trabalhando juntos.
À bordo da Van Cereto e Marco protagonizam duetos de canções populares, temas do folclore gaúcho, piadas, causos. Milton Leite, nosso condutor, sempre contido, intervém com a sabedoria de sempre. Eu, que nem de longe tenho a inspiração humorística de Cereto e Marco, tampouco canto como eles, faço o que mais gosto: dou risada, me divirto e compartilho de bons momentos com os amigos.
Claro que a Van também tem outros ocupantes. Os coordenadores Will Gomes e Raphael Rezende, o maestro Idival Marcusso. Os repórteres Tiago Leifert, Marcos Peres, Alê Oliveira, Delisièe Teixeira. Amigos que mudaram de enderço como Celito Esteves.

terça-feira, outubro 10, 2006

UMA TRAGÉDIA ALVINEGRA

A possibilidade de rebaixamento para a Série B não deve ser o que tira o sono dos corintianos atualmente. O que vem por aí parece ser muito, muito pior. Já pipocam notícias sobre o último ato da ópera bufa que tem sido a parceira entre o Corinthians e a obscura MSI.
A tendência, pelo que tenho lido, é de que não resulte em coisa boa para o clube. Pode estourar na Fifa e em consequências graves no campo esportivo, policial e financeiro.
O comentário mais comum à época do anúncio da parceria era de que o torcedor não queria saber da origem do dinheiro, mas apenas queria a grana jorrando no Parque São Jorge, um grande time e títulos.
O tempo dirá o que vai sobrar da parceria. Mas o Corinthians continua cumprindo sua vocação para buscar parcerias duvidosas e não consegue de forma alguma administrar uma clientela fiel que gira em torno de 20 milhões de pessoas. Idem para o Flamengo. Nesse caso, a Série B pode não ser o fundo do poço.

quarta-feira, outubro 04, 2006

A PRÓXIMA GRANDE
BATALHA DO FUTEBOL

Há algum tempo defendo a tese de que o futebol está prestes a assistir à grande batalha de sua história. E ela não acontecerá dentro de campo, mas nos bastidores. De um lado estarão os clubes, principalmente os mais ricos e poderosos do mundo. Do outro, as confederações e federações nacionais.
Algumas pequenas rusgas do que, imagino, está por vir, já estamos testemunhando. A mais recente delas é a convocação do volante Mineiro, do São Paulo, para dois amistosos da Seleção Brasileira. Todo mundo tem razão nesse caso. Dunga quer uma Seleção forte porque sabe que só terá vida longa no cargo se vencer jogos, sejam eles amistosos ou oficiais. E Muricy Ramalho sabe que o São Paulo precisa - e muito - de Mineiro para confirmar o favoritismo rumo ao título brasileiro.
É apenas um aspecto de uma disputa cada vez mais intensa. Os clubes mais ricos do mundo, as grandes potências européias, investem rios de dinheiro nos principais jogadores. Já derrubaram as barreiras da nacionalidade e montaram autênticas multinacionais da bola. Real Madrid, Manchester, Arsenal, Barcelona, Milan. Para essas indústrias do futebol como negócio e entretenimento, o que interessa é ganhar mais, vender mais produtos e consolidar suas imagens de clubes ricos, organizados e vencedores. Valorizando-se, valorizam seus jogadores e os vendem pro milhões de euros a mais do que pagaram, em muitos casos.
Será que os donos, diretores, dirigentes do Real Madrid e do Barcelona estão preocupados com o último fiasco da seleção espanhola na Copa do Mundo? Ou mais um fracasso da Inglaterra abalou de alguma maneira o Manchester ou o Arsenal? O que pesou mais para os negócios dos clubes italianos, o escândalo de venda de resultados ou o tetracampeonato mundial na Alemanha?
Por aqui, claro que com muitos zeros a menos no final dos cheques e dos contratos, a disputa se reproduz. O São Paulo teve uma temporada fantástica em 2005, tanto esportiva como financeiramente. Mineiro foi um dos destaques do time. Agora, com 5 pontos de vantagem sobre o adversário mais próximo, o time perde por dois jogos (ou seis pontos) uma peça importante de sua engrenagem para uma Seleção que fará dois amistosos sem grande importância - a não ser para Dunga e os cofres da CBF.
Mais alguns exemplos: o Santos luta ainda com chances de conquistar o título nacional e pode ficar sem Maldonado, um de seus melhores jogadores, que é requisitado pela seleção chilena para um amistoso contra o Peru. O mesmo vale para o Palmeiras e seu chileno Valdívia. Some-se a tudo isso o fato de a ridícula campanha da Seleção Brasileira na Copa de 2006 ter desvalorizado os atletas nacionais no mercado europeu - aí, sim, há uma grande diferença entre ricos e pobres no mundo do futebol.
As reclamações dos clubes são cada vez mais constantes. O caso do inglês Owen, contundido durante a Copa, mexeu até com o mercado de seguros da Inglaterra. As agremiações protestam nem tanto contra a Copa do Mundo, mas reclamam da conveniência - ou falta - de competições como Copa das Confederações, e datas de amistosos internacionais. Aí é que fica evidente o confronto. A Fifa não manda no mundo dos clubes. Tanto que só agora conseguiu organizar um Mundial de Clubes, que ainda busca melhor formato. Do que precisa a Fifa para fazer girar sua máquina registradora? De jogos entre seleções e, principalmente, de competições que ela batiza como oficiais. Tudo que os clubes não querem. Quem viver, verá!