sexta-feira, março 30, 2007

ROMÁRIO NO PAN

Assim que a notícia foi anunciada pelo grande Milton Leite durante a transmissão de Palmeiras x América, no SporTV, tive esse pensamento. Foi decidido que o torneio de futebol dos Jogos Pan-Americanos será disputado pela categoria sub-20 com a possibilidade de três jogadores fora dessa idade serem convocados. Imediatamente pedi licença ao Milton para fazer a sugestão: que tal conovocar Romário para jogar o Pan?
Seria uma grande atração e uma justa homenagem ao gênio da pequena área.
Que acham?

segunda-feira, março 26, 2007

TOCO Y ME VOY


- Zé Roberto e Edmundo, nessa ordem, estão gastando a bola no Campeonato Paulista. Zé Roberto jogou fora de posição contra o Rio Claro, não correu o que costuma correr, mas em duas arrancadas fez o seguinte: quase marcou um gol de antologia e deu o passe do segundo gol para Rodrigo Tiuí. O camisa 10 do Peixe é daqueles que vale a pena pagar ingresso para ver, independente do fato de o torcedor ser ou não santista.
Edmundo amadureceu como um bom vinho. Na vitória palmeirense sobre o Marília, fez um gol e deu passe para dois. O gol de Edmundo foi uma síntese de seu futebol: dois toques na bola e finalização precisa. O camisa 7 do Palmeiras é daqueles que a gente gostaria que jogasse pra sempre.

- Não dá pra acreditar em algumas perguntas que fizeram para o técnico e os jogadores do São Paulo após a derrota para o São Caetano. O time fica seis meses sem perder dois jogos seguidos, passa 14 rodadas sem derrota no Campeonato Paulista e falam em crise!!!! Tem hora em que se não se sabe o que perguntar, é melhor ficar quieto.

- O sujeito aos 41 anos pensa mais rápido que toda a jovem defesa do Flamengo. Avança sozinho, antevê e conclui com a habitual frieza. Bruno, goleiro rubro-nebro, evitou com a ponta do pé o milésimo gol do Baixinho. Romário é daqueles que quem viu jogar vai guardar na memória por toda a vida e contar aos netos, bisnetos, a quem chegar.

- Converso rapidamente com Roberto Frizzo, dirigente do Palmeiras. Ele conta que o clube espera para daqui a 15 dias o reconhecimento, por parte da Fifa, da Copa Rio de 1951 como título mundial de clubes. Aponta em 9 a possibilidade numa escala de 1 a 10.

- Ganhar de 4 a 0 do Chile não é novidade para o Brasil. Mas Kaká, Ronaldinho e Robinho juntos, isso sim vale a pena. Nem que seja por alguns minutos, ver três craques desse calibre jogando é bom demais.

- Faço aqui uma singela homenagem a dois colegas de trabalho. Milton Leite e Jota Júnior estão voando baixo nas narrações do SporTV. Dois dos melhores do País. Estar ao lado de um e de outro numa transmissão é uma aula constante e um enorme prazer. Esses são craques no que fazem. E de quebra, craques como seres humanos.

- Perguntar não ofende: o que acontece com o Fluminense? Por quê alguns técnicos são convidados para treinar o clube e não aceitam? Por que gente séria e capacitada da nova geração, como Ivo Worthmans, dura tão pouco no comando do clube? Nada contra Joel Santana, que tem seu valor, tem história, mas não está mais no grupo dos treinadores considerados de ponta. Eu achei, durante os últimos anos, que o Fluminense estava batendo na trave, fazendo tudo certo, e que uma hora acertaria. Mas confesso que agora não sei mais o que pensar.

quinta-feira, março 22, 2007

MIL E UMA CHATICES


A discussão que cerca o número de gols marcados por Romário quando ele afirma estar próximo dos mil é a mais chata do ano. Como se o Brasil fosse os Estados Unidos e o futebol, o beisebol pipocam estatísticas daqui e dali. Gols foram assassinados, outros voltaram à vida. E o Romário ali, um personagem fantástico pedindo pra alguém perguntar um simples por quê de tudo isso? A pergunta que me parece mais interessante é saber o motivo que leva alguém rico, famoso e consagrado em sua arte e se agarrar em um simples número para adiar o adeus a tudo que fez de melhor na vida.
Ali me parece existir uma história muito mais interessante que a objetividade dos números e o interesse dúbio de algumas pesquisas e historiadores.
Entra em cena, então, a onipotente Fifa. Sempre citada como fiel da balança nesse tipo de discussão. A Fifa não considera isso..., se a Fifa não reconhece, não vale. Engraçado é que todo mundo desce a lenha no ranking da Fifa mas abaixa a cabeça quando ela resolve decretar que só existiram gols feitos em jogos reconhecidos por ela.
Os gols de Pelé no Campeonato Paulista, dentro dessa linha de raciocínio da Fifa, não contam. Como os de Romário no Carioca, os de tantos outros artilheiros em torneios regionais. Por essa linha de raciocínio estatístico, torneios da própria Fifa nas categorias de base não valem nada. Só pode gol feito em jogo profissional. Então, para quê tantos torneios sub isso, sub aquilo? Por quê tamanha voracidade em colocar o selo de inválido em um gol feito numa final de Mundial Juvenil? Ou em outro marcado num domingo calorento de subúrbio, num esquecido Vasco x Madureira entre garotos de 17 anos que valia pelo Campeonato Carioca da categoria?
Os gols pertencem aos seus autores e àqueles que os comemoraram, dentro e fora de campo. São jóias de raro valor que não deveriam jamais ser contestadas pela frieza dos números e pelas estatísticas. Os gols são dos últimos resquícios de sonho numa era de pesadelos. Que tal deixá-los em paz? Eles e seus autores. Um gol sempre será um gol, não importa quando, onde e em que campeonato ele foi marcado.

DUAS DERROTAS PARA SE PENSAR

Foi-se a impressionante série de 29 jogos sem derrota do São Paulo. Nos dias de hoje, acho que essa sequência teve um peso ainda maior que aquela dos anos 70, quando o time ficou 47 jogos sem perder. Atualmente, há mais competitividade e equilíbrio. Uma hora acabaria, é claro, mas o São Paulo a manteve com raras competência e competitividade.
Pois a derrota veio exatamente no jogo em que o time foi menos competitivo sob o comando de Muricy Ramalho. Em especial no segundo tempo contra o Necaxa. Tomou dois gols de contra-ataque, o primeiro após uma cobrança de lateral, coisa que deve ter tirado o sono de Muricy. Mas os tricolores não precisam perder a tranquilidade. O time ainda é bom e forte e tem tudo para se classificar na Libertadores ganhando os dois jogos que fará em casa. Também acho injusto creditar a derrota ao pênalti perdido pelo Rogério em momento-chave do jogo. E os gols perdidos? E as falhas de marcação? Rogério tem crédito e jogo se ganha e se perde em conjunto.
Já a derrota do Palmeiras eu vejo como um problema muito mais de estratégia. Os números, sempre tão frios e objetivos, dizem que o time chutou 21 bolas a gol, contra 8 do adversário. Mas dessas 21 do Palmeiras quantas realmente levaram perigo? Umas 3, 4, contando a chance incrível perdida por William . Das 8 do Ipatinga, também umas 4 foram bem perigosas. Mesmo jogando melhor no segundo tempo e dominando o adversário, o Palmeiras deixou sempre aberta a porteira do contra-ataque para o inimigo. Os zagueiros palmeirenses foram marcar na linha de meio-campo e ali continuaram até os 48 do segundo tempo. Pintou o contra-ataque mortal. Faltou ao time e também ao técnico Caio Jr. pensar com a cabeça da Copa do Brasil. Um jogo de dois tempos, um fora e outro dentro de casa. Ao se atirar em busca do empate, o Palmeiras esqueceu que uma derrota por 1 a 0 fora de casa na Copa do Brasil não é mau negócio. Agora precisará de uma diferença de três gols no jogo de volta. Com Valdívia e Edmundo é possível, também porque o Ipatinga não é nada disso. Mas certamente dará muito mais trabalho do que se tivesse perdido apenas por 1 a 0.

ÁGUA

Hoje é o dia mundial dela. Tão maltratada, abandonada, suja, desperdiçada. Como diz aquele ditado, quem tem, cuida. E nós, que temos tanto, descuidamos. Isso ainda vai custar caro.

quarta-feira, março 21, 2007

O FUTURO, O PASSADO E UM
SONHO CHAMADO FUTEBOL


Era uma sexta-feira que não prometia grandes surpresas. Começara mal, com uma contusão chata e besta num treino de tênis. Mas lá fui eu, mancando, ao estádio do Morumbi, para cumprir uma pauta que parecia simples: ouvir Basílio, o Libertador corintiano, autor do histórico gol de 1977, sobre o mesmo fato, 30 anos depois, para o aniversário de três décadas do Bom Dia, São Paulo.
No mesmo horário havia um time sub-13 (como as coisas começam cedo hoje em dia!) do São Paulo treinando. Ao ver a equipe da TV, as crianças percebem que aquele senhor ainda esguio e que certamente dribla bem o passar do tempo é alguém do ramo que eles pretendem seguir. Alguém importante. Começa um sussurrar que deságua na inevitável pergunta:
- O senhor é jogador, né?
- Fui, sim - responde Basílio.
Um dos professores fala que é o Basílio, do Corinthians, aquele do gol do título. Mas em 1977 talvez nem os pais dos garotos se conhecessem.
- Você é o Basílio do Santos, né?
- Não, eu sou um pouco mais velho que ele - responde o craque, rindo.
- Você jogou com o Pelé? Ele era bom mesmo?
- Joguei muitas vezes com o Pelé, ele era o melhor de todos, o melhor da época dele - responde, simático e atento, o Basílio do Corinthians.
Àquela altura, o bate-papo tomava ares de palestra. A molecada estava aglomerada em torno daquele em que projetava momentaneamente seus sonhos.
- Eu passei por tudo isso que vocês estão passando, fiz tudo isso que vocês fazem. É legal, tem que continuar treinando - ensina o ex-jogador.
- Você deu rolinho no Pelé, não foi? - pergunta um moleque mais abusado.
Gargalhadas gerais.
- Não, ele fez o gol do Corinthians - corrige o professor.
- Eu não dei rolinho no Pelé, não. Ele é que dava rolinho na gente - emenda, carismático, Basílio.
Poucos minutos depois, um jogador de três décadas passadas deixa o campo em que se eternizou cercado por um grupo de crianças que sonham com um momento como o que viveu aquele "tio".
Chega o derradeiro pedido de autógrafo:
- Tio, põe aí que você é o Basílio, que deu um rolinho no Pelé!!!
Gargalhadas pueris são a trilha sonora para o sorriso de dever cumprido de Basílio. Naquele dia, embora não fosse sua intenção e ele jamais imaginasse, manteve vivo o sonho do futebol para uma dezena de pequenos sonhadores.

segunda-feira, março 19, 2007


BEBETO DE FREITAS. MAS PODE CHAMAR
DE BEBETO DE FUTEBOL E REGATAS


Bebeto de Freitas é um gênio do esporte. Revolucionou o vôlei brasileiro, foi campeão do mundo com a seleção italiana. Botafoguense de sangue alvinegro, tem seu clube na árvore genealógica. É um dirigente raro no mundo do esporte brasileiro. Trava uma árdua batalha para manter viva e forte uma instituição brasileira de nome Botafogo de Futebol e Regatas. Domingo, ao vivo para todo o Brasil, quase chorando, Bebeto deu a cara a bater durante o Troca de Passes, do SporTV, e admitiu que o Botafogo vive, novamente, um período difícil em termos administrativos, reconhecendo atrasos em compromissos.
É desses exemplos de dignidade e sinceridade que o futebol precisa. Recentemente, dirigentes do Palmeiras falaram abertamente sobre os problemas financeiros do clube, sem meias-palavras, sem esconder nada. A razão de o Botafogo continuar de pé, ainda que cambaleante, está nessa bravura de Bebeto de Freitas. Em sua vontade de reerguer um clube que parecia fadado ao esquecimento, embora tenha uma das mais gloriosas (sem trocadilho) histórias do esporte.
Sei que é difícil cobrar ou até pedir algo mais ao torcedor botafoguense ou a qualquer torcedor brasileiro. Mas no caso de Bebeto, sem dúvida que vale a pena a nação da Estrela Solitária fazer, mais uma vez, a sua parte, encher os estádios, depositar sua contribuição nas bilheterias da forma que puder. Porque à frente do clube está um cara sério, decente, e um dos maiores botafoguenses que já passaram pelo clube.

MAGIA ANIMAL

O Palmeiras alcançou a zona de classificação do Campeonato Paulista com um futebol solidário e consistente, que atesta a qualidade do trabalho de Caio Jr. Mas uma dupla de respeito está barbarizando no Palestra Itália: Edmundo e Valdívia. O Animal é craque já faz tempo e ainda desfila um repertório invejável de gols e passes, mesmo no outono da carreira. Valdívia é um talento fora-de-série e a cada semana vai se adaptando melhor ao Brasil. Talvez influenciado por ambos, o bom Martinez tenha feito o gol mais bonito do Campeonato Paulista até agora.
O Palmeiras só depende de seu futebol para se classificar, mas a briga promete ser bonita. O Corinthians está vivo, assim como Paulista e Noroeste. Numa dessas, pode sobrar até para o São Caetano, atual terceiro colocado.

O QUE É ISSO, SOUZA?

Não combina com o muito bom futebol de Souza a entrada que o são-paulino deu em Ricardo Conceição, da Ponte Preta. Era lance pra cartão vermelho direto. Ainda bem que Souza foi criticado publicamente por Muricy Ramalho. O Conceição fazer uma falta daquelas até se entende, mas o Souza? Será efeito da inútil e estúpida troca de acusações pós-clássico San-São?

A F-1 MAIS HUMANA

Sempre achei a Fórmula 1 mundinho à parte, exclusivo e exclusivista demais. Estamos em pleno século 21, a categoria já tem mais de 50 anos de história e só no último final de semana um piloto negro estreou na F-1. Lewis Hamilton fez história de um jeito decente, honesto e talentoso. Deu humanidade e dignidade a um esporte em que filho de príncipe e de empresário pagava e paga para brincar de piloto..

terça-feira, março 13, 2007


MURICY DÁ SHOW NO ARENA


Tive o prazer de participar de uma entrevista com o técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, durante o Arena SporTV desta terça-feira. Muricy deu um show. De sinceridade, raciocínio lógico, humor e franqueza. Entre os pontos principais destacaria o fato de Muricy passar por cima das polêmicas inútesi do pós-clássico, além da sinceridade ao admitir que o Morumbi não é campo neutro e criticar os depoimentos pouco produtivos e certas vezes provocativos de jogadores como Souza.
Muricy não é um propagandista de falsas verdades, nem prega o que não faz. Ele quer o futebol competitivo e bem jogado, mas sem firulas desnecessárias nem promessas vagas de futebol-espetáculo que nunca se cumprem. Está caminhando firme para se tornar um dos pricipais, se não for o principal, técnico do País em breve.

CAVALHEIRISMO SANTISTA

Encontro Ana Paula Oliveira nos corredores da TV. Ela confirma, humildemente, o erro no clássico e conta uma história de cavalheirismo do presidente do Santos. Marcelo Teixeira, que foi ao vestiário dos árbitros após o clássico deixar claro que o Santos nada tem contra ela e entende que erros acontecem. Cosia de gente civilizada. Que beleza!!!! Como diria meu amigo Milton Leite.
UMA RESPOSTA AO LUIS HENRIQUE

Perdoem a falta de acentos, mas e problema do teclado. Caro Luis Henrique, vc chegou tarde aa discussao. No dia seguinte aa falta do Antonio Carlos eu refiz meu comentarios, em pleno Arena SporTV, dizendo que tinha errado e que era falta.
Quanto a vc achar parciais meu comentarios em relacao ao Sao Paulo, talvez seja de novo o problema da memoria seletiva.Veja o teipe de Sao Paulo x Corinthians pelo Paulista desse ano, por exemplo. Eu talvez seja um dos jornalistas que mais reconhece a qualidade do trabalho do Sao Paulo e, em especial, do Muricy.
Assim como vc me aconselha, permita-me que eu aconselhe vc tbm. Nao se deixe cegar pela paixao pelo seu time.
Abs

RESPONDENDO AOS AMIGOS


Vamos lá, tocando a bola, democratica e aberamente, como sempre foi e sempre será neste blog, desde que não haja baixaria. E todos que gostamos de futebol devemos ter em mente o seguinte: estamos sentados em um barril de pólvora, com muita violência acumulada, muito ódio. Se o barril explodir, será uma tragédia. Cabe a todos, jogadores, dirigentes, técnicos, jornalistas e torcedores, evitar que isso aconteça. Futebol é uma dádiva, um elixir, mas não pode ser consumido com base no ódio e na violência.

AO ALEX S.A - Pare com essa mania de perseguição. Se você não lembra, refresque a sua memória. Quando eu comentei que o Magrão apelou feio e não soube perder no jogo em que o São Paulo venceu, tocando a bola, sem humilhar ninguém, você não lembra, né? Sua memória é seletiva, como a de qualquer torcedor que só vê um lado da coisa - o seu. Eu critiquei duramente Felipão, Roth e Geninho quando fizeram o que fizeram. Lugano é raçudo e Antônio Carlos é violento? Pois pra mim os dois chegam junto com exagero, embora o Lugano hoje jogue mais que o Antônio Carlos. Quando jogava no São Paulo, o que vc achava do Antônio Carlos? Ou do Dinho? O problema de alguns torcedores, e espero que não seja o seu, é que querem que as pessoas apenas falem bem do seu time o tempo todo, querem, eles, sim, uma cobertura de torcedor, parcial, e todo mundo que pensa diferente é chamado de parcial. O São Paulo é o time mais elogiado e destacado - justamente - pela imprensa brasileira. Não sei de onde vc tira essa idéia - ou mania - de perseguição. Em um jogo de 1991, o Raí deu um carrinho em campo molhado e quebrou a perna do Dorival Jr., hoje técnico do São Caetano. Ninguém crucificou o Raí por saber que ele não é um carniceiro, embora tenha pegado pesado naquele dia. Volte sempre ao debate que será sempre bem recebido. Agora, não dá pra concordar com tudo que vc pensa, assim como vc não concorda comigo.

AO MENON - Menon, não há como comparar Telê e Luxemburgo. Telê é infinitamente maior, mais preparado, mais ser humano e conquistou títulos com os quais o Luxemburgo apenas sonha. O próprio Luxemburgo chama o Telê de mestre. Eu nunca ouvi o Telê mandar bater e nunca ouvi um jogador dizer que o Telê mandava bater, pelo contrário. O Zico afirma que ele foi o único que não mandou bater. Mas nunca ouvi também o Luxemburgo mandar bater e dou a ele o benefício da dúvida. Assim como ao Leandro. Falar é fácil, provar é que é difícil. Agora, numa coisa os dois são idênticos: choram do mesmo jeito quando perdem e sempre culpam ou culpavam a arbitrgem.

AO RENATO - Se você viu Real x Barcelona e São Paulo x Santos, deve ter percebido que Muricy e Luxemburgo engoliram Rijkaard e Capello, com táticas mais bem aplicadas, com times mais bem treinados. E olha que o pau comeu também entre Real e Barça. O Inter não é melhor que o Barcelona no geral, mas naquela final foi muito, mas muito mais competente. E eu estava lá, vi de perto todo o trabalho do Inter. Que culpa tem o São Paulo se o Liverpool foi incompetente e não fez um gol? O São Paulo fez e se defendeu. Isso é proibido? Se você não sabe mais o que é futebol, é uma questão pessoal e eu respeito. Agora, para mim, futebol bem jogado foi o de Santos e São Paulo no domingo. Abs e volte sempre.

AO ANÔNIMO - O Flamengo tem mais time que o Paraná, agora chegar lá e ganhar é uma outra história, porque o Zetti é muito bom treinador e o Paraná tem um time muito certinho.

AO LEONARDO - Amigo Leo, se vc lembra bem, e certamente lembra, o Antônio Carlos quando jogava no São Paulo era chamado de elegante, de zagueiro técnico, que sabia sair jogando. E ele sempre jogou do mesmo jeito que joga hoje. E quando é violento, sempre é criticado. Teve um jogo do Santos na Vila, recentemente, que ele com 40 segundos deu um carrinho por trás e eu disse que ele deveria ter sido expulso na hora. Isso você não lembra. Não é preciso recorrer a Koeman, Maldini e Baresi, todos ótimos (embora o Koeman também chegasse junto). Tivemos Luís Pereira, Dario Pereyra, Oscar, Gamarra, Mauro Galvão, todos grandes zagueiros que jogavam - muita - bola. Quantas expulsões teve recentemente o muito bom zagueiro do São Paulo Alex Silva, vc lembra? E ninguém o crucificou ou o chamou de violento, embora ele também adore um carrinho?
Quem defendeu a violência, cara-pálida? Eu? Acho que vc está equivocado. Leandro é um bom jogador, mas provoca demais, se joga demais. Se faz isso, tem que aguentar o tranco. Prefiro o Josué, que joga muito mais e não enche o saco de ninguém. Abs.

segunda-feira, março 12, 2007


NA VILA,UM JOGO
PARA O MUNDO
VER E APLAUDIR

Santos e São Paulo fizeram tudo que se esperava no clássico de domingo na Vila. E muito mais. Um jogo para o mundo e, principalmente o prepotente futebol europeu, aplaudir de pé. Só mesmo o futebol brasileiro é capaz de oferecer um espetáculo como o de Santos e São Paulo. Técnica, tática, momentos de arte, precisão e também uma boa dose de polêmica.
Primeiro, vamos aos fatos do jogo puro e simples, com bola rolando. O primeiro tempo foi tricolor. Um time acostumado a jogos difíceis, que fez o que poucos conseguem fazer: dominou o Santos em plena Vila Belmiro. Técnica e tática andando juntos. A saída de Fredson, contundido, atrapalhou o ótimo planejamento tático do São Paulo, embora tenha sido de Hugo o passe para o gol de Islinho. O lateral-direito tricolor, aliás, gastou a bola na primeira etapa.
Ainda no primeiro tempo, Luxemburgo colocou Pedrinho como terceiro atacante e deslocou Maldonado para a função de terceiro zagueiro pela direita. Mas só na segunda etapa a mudança surtiu efeito, e o Santos também conseguiu o que poucos conseguem: sufocou o São Paulo, encurralando o adversário em seu campo de defesa.

ESPETÁCULO

Alguns lances ficarão por muito tempo na memória de quem foi à Vila ou viu o jogo pela TV. As defesas sensacionais de Fábio Costa em uma cabeçada de Aloísio e em dois chutes cara a cara de Hugo. A defesa espetacular de Rogério Ceni no toque de calcanhar de Marcos Aurélio. A furada na bicicleta de Zé Roberto, com o gol vazio.

POLÊMICA

O clássico foi pródigo em lances polêmicos, que abastecerão mesas redondas durante a semana. O gol de Jonas foi absolutamente legal. A ótima auxiliar Ana Paula de Oliveira errou num lance em que ela costuma tirar de letra. Jonas parte por trás da zaga e pelo menos dois são-paulinos dão condição.
No primeiro tempo, Marcos Aurélio e Miranda se envolveram num lance de pura polêmica. O zagueiro do São Paulo tenta puxar a camisa do santista, o que consegue apenas de leve. Ouvi gente dizendo que marcaria e outros que não marcariam o pênalti. Num primeiro momento, pela imagem em câmera lenta da transmissão do Première Esportes, eu marcaria o pênalti. Vendo com mais calma, porém, pode-se interpretar que Marcos Aurélio poderia seguir normalmente o lance, já que o puxão não interrompe sua trajetória. Difícil. Interpretação pura.
Fábio Costa saiu forte em Aloísio, pegou a bola e deixou a chuteira lá no alto, acertando o atacante do Tricolor. Todo goleiro sai do gol daquele jeito, se protegendo, mas Fábio foi exagerado. Na hora do jogo, vendo da caine e no replay, não achei pênalti. Mas me lembrei de um lance de 1978, final de Brasileiro, Palmeiras e Guarani. Leão pega a bola e fora da jogada dá um tapa de leve em Careca. Arnaldo César Coelho viu e deu pênalti. Poderia ter sido essa a interpretação do árbitro do clássico em relação ao Fábio Costa. Outro armazém de polêmica. Assim como o gol de Carlinhos. Há quem afirma que Zé Roberto, em posição de impedimento, participa da jogada ao abrir a perna no chute do lateral. Mas será que ao abrir a perna ele também não poderia estar dizendo que não queria participar do lance? E mesmo sem o Zé Roberto ali, aquela bola não daria pro ótimo Rogério pegar. Pra não ficar em cima do muro: eu marcaria os dois pênaltis, no Marcos Aurélio e no Aloísio e não anularia o gol do Carlinhos.

VIOLÊNCIA

Vejam o que fez algum "gênio" na Vila Belmiro. São três lances de assentos atrás do gol que dá para a torcida visitante. Aí, o genial organizador colocou torcedores do São Pauo na parte de cima e na debaixo e torcedores do Santos no meio. Tudo que os idiotas de plantão queriam para desfilar sua paixão pela violência. Lamentável!
Dentro de campo, Antônio Carlos pegou pesado várias vezes, exagerando na dose em algumas faltas e divididas. Assim como o excelente Josué, que joga muito, mas ontem também bateu feito gente grande. Os dois sabem jogar e não precisam disso.

SONHO

Corintianos e palmeirenses seguem sonhando com a classificação. São dois pontos que separam o Palmeiras e quatro o Corinthians do grupo dos semifinalistas. O Paulista de Jundiaí tem uma tabela muito boa pela frente e um time mais regular que os grandes rivais. Noroeste e São Caetano têm vacilado com frequência. Talvez sobre apenas uma vaga, já que Santos e São Paulo estão classificados. Vai sobrar faísca.
Em tempo: Valdívia está mostrando que é a melhor contratação do Palmeiras em alguns bons anos.

RIO GRANDE

Os grandes do Rio começaram vencendo no segundo turno do estadual. Assim como o América. O Flamengo já está na final, mas talvez sinta uma coçeira na mão para tentar definir tudo de uma vez, já ganhando a Taça Rio. Esse segundo turno promete.

sexta-feira, março 09, 2007


O PAN E OS ATLETAS


Entre as muitas visões e opiniões que são manifestadas diariamente sobre a realização dos Jogos Pan-Americanos no Brasil, um ponto de vista em especial tem sido pouco abordado. Pouca gente pensa na importância de um evento de tal magnitude para seus atores principais: os atletas.
A vida de um atleta tramita entre alguns sonhos. Se for um jogador de futebol, os desejos passam por jogar num grande time, defender a seleção de seu país e disputar uma Copa do Mundo. Para um atleta de outras modalidades, e vamos transformar em brasileiro esse exemplo, o sonho passa, necessariamente, por disputar um Mundial, um Pan e uma Olimpíada.
Algumas pessoas desdenham do Pan – vamos chamá-lo assim. Eu não. São poucos os atletas que conseguem chegar a uma disputa como essa, de alto nível internacional. Os que chegam ao pódio, menos ainda. Que dizer dos campeões pan-americanos?
Para um atleta, apenas o fato de ter disputado um Pan-americano já é motivo de orgulho, de histórias para recordar e contar por toda a vida. Se essa atleta consegue a glória de uma medalha, de um título pan-americano, isso já passa ao terreno do inimaginável para um atleta de fim de semana ou para alguém que vê o esporte apenas como torcedor.
Alguns dos maiores momentos do esporte brasileiro aconteceram em Jogos Pan-americanos. O inesquecível recorde mundial de João do Pulo em 1975, no México, uma marca de 17m89 que permaneceu por uma década. As vitórias do basquete em 1987 e 1991, com homens e mulheres, respectivamente. Em 1991, Paula e Hortência calaram Fidel Castro, enquanto em 1987 Oscar, Marcel e cia. destronaram a arrogância norte-americana.
Esses atletas certamente jamais esqueceram ou esquecerão a glória que os Jogos Pan-americanos proporcionaram. Como muitos outros brasileiros e irmãos das Américas que colecionaram marcas e momentos inesquecíveis do esporte. Gerações de atletas e torcedores foram formadas acompanhando esses momentos. Tente viajar no tempo e imagine-se vendo Maria Esther Bueno e Thomaz Koch jogando uma partida de duplas mistas no tênis? Ou a chamada geração de prata do vôlei se transformando em ouro no Pan de Caracas, em 1983? Ou transporte-se no tempo para um dia de 1963 na cidade de São Paulo, que recebia os Jogos Pan-Americanos. Que tal assistir à conquista pioneira das musas do vôlei em 1959, em Chicago?
Sob uma ótica esportiva e nada mais, todos aqueles que um dia sonharam disputar um Pan e todos aqueles que já disputaram estarão de pensamento e alma no Rio de Janeiro em julho de 2007. O Pan é dos atletas.

quinta-feira, março 08, 2007


MENGÃO AMADURECE

Com o perdão do trocadilho, a conquista da Taça Guanabara pelo Flamengo foi uma prova contundente de que, enfim, essa paixão de milhões está amadurecendo na maneira como trata seu futebol. Vítimas de uma surpresa em 2004, ao perder a Copa do Brasil em casa para o Santo André, os flamenguistas viveram dias de angústia entre o domingo e a quarta-feira, temendo que o Madureira aprontasse outra zebra suburbana. Mas esbanjando determinação, equilíbrio tático e superação, o Flamengo aplicou uma sonora goleada e deu um passo enorme rumo a um semestre promissor. Primeiro porque já está na final do Campeonato Carioca. E segundo porque pode poupar e recuperar jogadores durante a Taça Rio visando uma classificação segura na Libertadores.
O Flamengo pensou tudo isso antes e, com uma pitada de sorte, soube colocar em prática uma seqüência lógica: manutenção de treinador, economia na folha de pagamentos de um clube altamente endividado e fim da megalomania rubro-negra. Deu no que deu. Um Flamengo novamente forte e competitivo. O que é ótimo para o futebol brasileiro.

GANGORRA PAULISTA

Ao final desta quinta-feira faltarão apenas sete rodadas para o final da fase classificatória do Paulistão. Exceção feita a São Paulo e Santos, que vão se classificar em breve, as duas últimas vagas estão sendo disputadas a ferro e fogo por oito times: Noroeste, São Caetano, Paulista, Bragantino, Ituano, Palmeiras, Corinthians e Ponte Preta. Em ritmo de gangorra, parece que todos ainda podem sonhar, até Corinthians e Ponte, que estão a seis pontos do Azulão, atual quarto colocado.
A rodada desta quarta teve dois grandes perdedores: Palmeiras e Paulista de Jundiaí. O Verdão, se tivesse vencido o Noroeste, estaria em quarto lugar, vislumbrando um jogo ideal contra o Juventus, em casa, para assistir de camarote á briga direta entre os adversários Noroeste e Paulista. Mesmo perdendo, o Palmeiras ainda mantém chances razoáveis graças a uma coincidência da tabela, que aponta alguns confrontos diretos entre os times que estão à sua frente. Além do Noroeste, o Paulista, que deixou escapar uma vitória óbvia sobre o Azulão, ainda pega o Bragantino fora de casa, e a Ponte Preta, em Campinas. O excelente Norusca ainda tem Corinthians (fora) e Ponte (em Bauru). O São Caetano tem pela frente o Bragantino, que enfrentará o Corinthians (nesta quinta) e o Paulista. O Verdão não terá mais confrontos ante adversários diretos até o fim da etapa classificatória. Por isso a derrota para o Noroeste foi desastrosa.
Nessa briga, analisando a tabela e em teoria, Noroeste e São Caetano têm as maiores possibilidades de classificação. Mas se levarmos em consideração que, pelo caminho, todos os postulantes a essas duas vagas enfrentarão alguns integrantes da turma do desespero, os que lutam para não cair, surpresas ainda podem acontecer.

PAZ, URGENTE!!!!!!!

Um dia ainda abriremos jornais e ligaremos rádios, TVs e computadores sem nos depararmos com notícias como mortes por balas perdidas e assassinatos cruéis e banais. Gostaria que o esporte desse mais e melhores exemplos de que é possível conviver pacificamente com pessoas e opiniões das quais divergimos. Mas ao ver as cenas de selvagerias protagonizadas por "civilizados" atletas de clubes europeus e também de alguns brasileiros, me pergunto se é esse o tipo de lição que um atleta tem para dar?
Cabe, também, um puxão de orelha na parcela da mídia que opta por perguntas cretinas e pelo incentivo a provocações baratas do tipo "fulano falou isso de vc, disse aquilo do seu time". Ultimamente, parece que perguntar com inteligência e bom senso virou artigo de luxo. Cito, felizmente, um raro exemplo de repórter que sabe o que fazer com um microfone nas mãos: meu colega Carlos Cereto, do SporTV, em grande fase. Cereto pergunta, não oferece uma frase para o entrevistado comentar.

segunda-feira, março 05, 2007


O REI PELÉ MERECE
MAIS FESTA NA VILA

De repente, durante a transmissão de Santos x Paulista, na Vila Belmiro, percebo que Pelé está ocupando seu lugar no camarote real. Ele vê o jogo como se fosse um torcedor comum, certamente feliz da vida porque seu filho Joshua entrou em campo com o time do Santos. Mas algo aí não parece correto. Aquele senhor de 66 anos e corpo de 40, no máximo, é uma divindade, um semideus, o maior do mundo em seu segmento, alguém que foi capaz de tocar o céu com os pés e fazer sonhar milhões pelo mundo a fora. Sua chegada à Vila deveria ser anunciada com pompa, o público deveria ficar de pé e reverenciar sua obra em um dos palcos onde o ator principal teve suas maiores atuações. Deveria se transformar num evento, bem ao estilo dos americanos. Algo poderia sinalizar o camarote de Pelé na Vila, sua presença, e sempre que ali estivesse o Rei, o estádio e o mundo deveriam saber. A fim de que os que não o viram jogando possam perceber sua importância e, os que viram, possam pintar na memória as lembranças do mito.
Zé Roberto talvez nem soubesse que Pelé esteve na Vila. Mas jogou o fino da bola, uma atuação que honrou a camisa 10 do Santos, sob os olhos atentos de seu eterno proprietário.

OS DOIS LADOS DE UM CLÁSSICO

O lado verde festeja, com justiça, uma vitória incontestável que anuncia uma recuperação. O lado alvinegro chora e se pergunta: pode ficar pior do que isso? Futebol e seus caprichos à parte, a verdade é que o Palmeiras está se reorganizando dentro e fora de campo. Seu time tem cara disso mesmo, time, ainda que com limitações. O clube tem dirigentes que admitem problemas e trabalham para solucioná-los. O Corinthians não tem cara de time, nem careta. A bagunça administrativa contaminou Leão e os jogadores, enquanto os dirigentes vira e mexe soltam um balão de ensaio para enganar os torcedores. Para completar, Roger, o cérebro do Corinthians, refuga quando mais se espera dele, e Nilmar parece estar precisando de benzedeiras e sal grosso. Enquanto Edmundo adora brilhar em jogos decisivos, e Valdívia é um chileno que tem bola de quem nasceu na Argentina.

DEBATE SAUDÁVEL, QUE MARAVILHA

Fico feliz em saber que um comentário que postei acerca da política e da economia do Brasil gerou respostas decentes, equilibradas e que discordam do meu ponto de vista. É assim que se debate, e o mundo seria uma chatice se todo mundo pensasse igual. Mas com educação e bons argumentos tudo fica muito melhor.

AÍ VEM ELE

George W. Bush, o dono do mundo, vem aí. Eu preferia que fosse o Clinton ou o Al Gore, mas o que me incomoda mesmo é o fato de o cara vir aqui, fechar o nosso espaço aéreo, mudar a mão de nossas ruas, solicitar nossa polícia etc. Vai incomodar mais isso que suas idéias militaristas. Mas confio na habilidade de negociação do Lula para costurar um ótimo acordo no que se refere à questão do etanol e desenhar uma possibilidade real e consistente de crescimento econômico para breve. Fora isso, pode ajudar a limpar o ar desse pobre e judiado planetinha em que vivemos.