quarta-feira, março 31, 2010

Cruzeiro e Inter:

hora de acordar


Dois brasileiros favoritos ao título da Libertadores entram em campo hoje precisando vencer para não se complicarem já na primeira fase da competição continental.

O Cruzeiro tem uma autêntica final contra o Vélez Sarsfield. Uma derrota pode ser catastrófica, já que os argentinos puxam a fila do grupo com dez pontos, três a mais que os mineiros.

Gosto de ver jogar o Cruzeiro. Tem toque de bola e velocidade, é um time que, quando inspirado, impõe seu jogo ao adversário, que é o que mais me agrada numa equipe de futebol. O problema do time do ótimo Adílson Batista é o diabo da oscilação. Dentro do jogo e na sequência de jogos. Um dia voa, noutro patina.

O Tostão escreve na coluna de hoje dele, na "Folha" que equilíbrio total entre ataque e defesa no futebol é utopia. Óbvio que não existe time perfeito, mas esse tal equilíbrio, se alcançado em pelo menos 60% do tempo de jogo quase sempre representará a vitória.

Se tiver esse equilíbrio e conseguir determinar que o jogo seja disputado ao seu sabor, com velocidade, intensidade, e no campo de defesa do Vélez, o Cruzeiro vencerá. Tem time para isso.

Já o Inter vive uma crise que, ao que tudo indica, nasce no vestiário. Esse é o pior tipo de crise para um time de futebol. Porque contamina a alma da equipe desde o primeiro momento de sua formação, a conexão entre jogadores e técnicos.

Fossatti tem um belo currículo e, obviamente, conhece futebol. Mas parece que suas palavras não revereberam no Beira-Rio. Li alguma coisa referente a problemas salariais, que o grupo é caro, tem salários altíssimos, e alguns atletas não gostam do estilo de Fossatti, que falaria muito e conversaria pouco.

De bastidores do Inter nada sei. Mas posso afirmar que, com ou sem crise, o time é melhor que o Cerro uruguaio e precisa e pode jogar muito mais do que tem jogado. Também sei que Muricy Ramalho, um sonho perene do Inter, voltou a ser nome comentado entre os capos colorados.

Tensão verde

Menos que pelo atraso de parte dos salários - situação quase crônica em times de futebol, até na rica Europa - e mais pela fragilidade emocional e técnica do elenco, o Palmeiras tem um desafio tenso contrao Paysandu, nesta noite, no Palestra Itália. A vaga na Copa do Brasil, com tensões e problemas, é praticamente uma obrigação. O Papão está na Série C e, embora seja um time de tradição, seu momento é fraco. Mesmo assim, pode espalhar o pânico no Jardim Suspenso se sair na frente.

terça-feira, março 30, 2010

Rodada de Copa do Brasil e

Libertadores para comentar

A escala prevê dois bons jogos para comentar neste meio de semana. Nesta quarta, Palmeiras e Paysandu, pela Copa do Brasil. Verdão venceu por 2 a 1 em Belém no jogo de ida. Narração de Milton Leite e reportagens de Carlos Cereto e Marco Aurélio Souza.

Na quinta o jogo será Corinthians x Cerro Porteño, no Pacaembu, pela Libertadores. Corinthians venceu no turno por 1 a 0, em Assunção. Transmitiremos com a mesma equipe.

segunda-feira, março 29, 2010

Nesta terça estréia minha

coluna no Diário de S.Paulo


É com grande alegria que compartilho essa notícia com os amigos que me dão o prazer da visita. A partir desta terça-feira, dia 30 de março de 2010, assino uma coluna semanal no jornal Diário de S.Paulo. Ela será publicada todas as terças-feiras.

Quando o Diário ainda era Popular eu trabalhei lá por cinco anos maravilhosos, de aprendizado, muita amizade e foi praticamente uma escola de Jornalismo. É bom estar de volta à companhia de amigos como Nelson Nunes, Marcelo Laguna, Gilvan Ribeiro e Nicolau Radamés.

Conto com a leitura de vocês.
Quem pode fazer

frente ao Santos?


É fato que todo o Brasil se encantou pela nova versão dos Meninos da Vila. Mas quais seriam os times hoje capazes de encarar de frente o time do Santos, não num jogo enventual, mas, digamos, numa final de campeonato, num mata-mata imaginário?

Eu citaria de cara quatro. Flamengo, Grêmio, Corinthians e Cruzeiro. Isso falando do momento atual. O Flamengo eu acho que tem o time que mais se aproxima do Santos em termos de qualidade e de possibilidade de jogar com toque de bola rápido. Tem uma grande dupla de ataque, ótimos laterais e um bom meio-campo, que certamente vai encorpar com a volta de Maldonado.

O Grêmio não perde em casa há incríveis 50 jogos, emenda uma série de 13 vitórias seguidas e tem um elenco de qualidade técnica muito boa, que ainda não mostrou tudo que pode.

O Corinthians tem qualidade e experiência em boas doses e quando tiver uma sequência de jogos com o time considerado titular vai recuperar a confiança que se perdeu nesse início de temporada. A velocidade com que jogou contra o São Paulo, se for mantida, eleva o time a outro patamar, com Dentinho, Jorge Henrique, Elias e Danilo. Ronaldo completa.

Finalmente, tem o Cruzeiro, dono do melhor toque de bola do Brasil no final de 2009, mas não tão eficiente como foi o Flamengo.

Por enquanto, o único duelo possível é o do Santos com o Grêmio, na Copa do Brasil. Dois dos maiores favoritos hoje. O resto fica pro Campeonato Brasileiro. Mas resta saber se os times serão os mesmos após a Copa do Mundo. O que duvido muito.

domingo, março 28, 2010

Milton Leite lança seu livro no

Rio de Janeiro, nesta segunda


Meu amigo e parceiro Milton Leite, sempre em grande fase, lança seu livro As Maiores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira. O evento será a partir das 19h30, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon (Avenida Afrânio de Melo Franco, 209, Loja 205-A).

Miltão estará autografando e conversando com os amigos cariocas com sua simpatia conatagiante.

sexta-feira, março 26, 2010

Messi está voando, mas não

é o Barça que jogará a Copa


Messi é o cara atualmente no futebol mundial. Cracaço, acima da média, fora-de-série. Há uma excitação mundial, justificada, claro, em torno de sua presença na Copa da África do Sul. Afinal, sempre que há um Mundial espera-se que o melhor jogador em atividade naquele período seja, também, o grande nome da Copa do Mundo.

Agora, atentemos para um detalhe. Messi vai jogar a Copa do Mundo pela Argentina. O Barcelona não disputará o Mundial da África. Messi é genial com a camisa blaugrana ou com a azul e celeste. Mas há um universo separando os dois times.

No Barcelona Messi joga numa equipe que beira a perfeição estética e funcional. Tem como companheiros de time gente como Iniesta, Xavi (que retornará de contusão provavelmente contra o Osasuña, na próxima rodada do Espanhol), Henri, Ibrahimovic. É uma equipe técnica, veloz, ousada taticamente e que treina e joga junta frequentemente.

Na Argentina Messi ainda parece desconfortável. A camisa blaugrana serve direitinho nele, a remera argentina parece apertada, incômoda. Ele olha pro lado e tem o Higuain, que se não é grosso - longe disso - também não é o Ibra. No meio, apesar do Verón, que é craque, normalmente coisas como Guitiérrez e Mascherano não ajudam muito. E taticamente o time de Maradona não existe.

Num torneio de sete jogos como é a Copa, dá tempo de as coisas acontecerem. Os próprios jogadores, muitas vezes, encontram um jeito de o time atuar, passam por cima dos técnicos, o time encaixa e ganha.

Messi é capaz de decidir uma Copa jogando pela Argentina? Se o Barça jogasse o Mundial e não teria medo de cravar que ele decidiria.

quinta-feira, março 25, 2010

A justificativa

do Fenômeno

Sempre bem informado, Carlos Cereto, brilhante repórter do SporTV, explicou durante o Redação SporTV desta quinta, detalhes do gesto obsceno de Ronaldo. Ceretinho disse que um grupo pequeno de torcedores uniformizados - sempre eles - hostilizou Ronaldo no estacionamento da Arena Barueri.

Ronaldo divulgou nota esclarecendo o fato e corroborando a informação de Cereto. Além disso, pediu desculpas pelo gesto.

Claro que Ronaldo, que tem costas largas como ele próprio diz, não poderia reagir daquela maneira, sendo ele o único a perder. Agora, como torcedores de grupos uniformizados têm acesso ao estacionamento dos carros de jogadores? Quem facilitou o acesso?
Rodada foi terrível para

grandes pelo País afora


Talvez no futuro algum gaiato se refira ao dia 24 de março como o dia da queda em conjunto de vários gigantes do futebol brasileiro. A rodada foi trágica para alguns, desanimadora para outros e provocará uma série de mudanças.

Perderam esses gigantes: Inter, Vasco, Corinthians e São Paulo. Empatou com gosto de derrota outro gigante, o Palmeiras. Vágner Mancini foi demitido do Vasco, Jorge Fossatti não deve continuar no Inter. Antonio Carlos caiu na real e publicamente pede contratações para o Palmeiras.

Alguns escaparam, é lógico. Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, o próprio Atlético Mineiro. Esses ganharam sem problemas ou não deram vexame.

Vamos por partes, então.

Que é isso, Fenômeno?

Lamentável o gesto do Ronaldo, dedo médio em riste, ofendendo torcedores na saída do time do Corinthians da Arena Barueri. Que culpa tem o torcedor se Ronaldo anda tropeçando na bola, cai de bumbum em campo, dá de canela? Ele sempre será o Fenômeno, mas sua produtividade atual é baixa para alguém com seu currículo. Nada justifica que Ronaldo faça o que fez, porque ele sempre contou com a compreensão dos torcedores e da mídia, apesar do rosário de problemas, e tem uma imagem quase que blindada. Resta saber qual será a reação da Fiel.
Ronaldo pode ser o Fenômeno, o jogado mais importante a ter vestido a camisa do Corinthians, mas é na torcida que este time se baseia, é na Fiel que o Corinthians se sustenta. Não é bom negócio brigar com essa galera.
Em campo, na maioria das vezes, o Corinthians tem jogado mal, desorganizado, sem inspiração, sem brilho.

Vasco e Palmeiras:

dramas parecidos

Vasco e Palmeiras são times parecidos, com torcidas ditas irmãs. Surgiram como equipes de colônia, uma portuguesa e outra italiana, e se transformaram em equipes de massa, populares, com torcedores de todas as raças e regiões do País.

Vivem um momento igualmente parecido. São frequentemente assombrados por fantasmas de um passado retrógrado e reacionário, que atendem pelos nomes de Eurico Miranda e Mustafá Contursi. A oposição é virulenta e feroz.

Em campo, falta qualidade a ambos os times. O Vasco perdeu para o Americano e mandou embora Vágner Mancini, um treinador que ainda não deu o passo que talvez só ele ache que tenha dado para ser, de fato muito bom. O Palmeiras empatou um jogo que não poderia empatar contra o fraco Rio Branco de Americana, escravo de uma defesa perdida e desorganizada.

Há mais semelhanças e dramas. Vasco e Palmeiras tiveram lances em que a bola bateu no travessão e na trave e não entrou.

O maior problema, penso eu, é de gestão. O que se esperava de modernidade e arejamento de Belluzzo e Roberto Dinamite ainda não apareceu. São administrações que parecem recheadas dos velhos vícios de seus antecessores. Some-se a isso elencos sem personalidade e chegamos ao quadro atual.

Que é isso, André Luís?

Há jogadores que parecem não se emendar. André Luís, zagueiro do São Paulo, ontem deu uma cabeçada - de leve, mas ainda cabeçada - em Marcelo Godri, na derrota para o Bragantino. André Luís coleciona confusões por onde passa. Não acho que seja mau zagueiro, mas se perde em momentos de tensão.

O São Paulo de uns tempos para cá parece que vive uma síndrome de centro de recuperação e acha que pode transformar alguns chamados jogadores-problema. Adriano, Carlos Alberto, Léo Lima, André Luís.

Dentro de campo, o time deve se classificar sem problemas na Libertadores e no Paulista. Agora, o futebol jogado não é de boa qualidade. O que não entendo, também, é porque ninguém pode dizer que o São Paulo não joga bem? Será que o time se considera acima das críticas?

Olha a Lusa aí, gente!

Quietinha, como quem não quer nada, lá vai a Lusa rumo à vaga no Paulistão. Enquanto Palmeiras e Corinthians enfrentam suas crises técnicas e psicológicas, a Lusa vai jogando bem e tem tudo para chegar. Mérito de Benazzi, bom técnico, que a Lusa equivocadamente mandou embora em 2008. Depois de Santos e Santo André, a Portuguesa é o time mais agradável de se ver jogar no estadual paulista.

quarta-feira, março 24, 2010



Rodada dupla pelo


interior paulista



Quarta e quinta de viagem e trabalho. Com Milton Leite e Marco Aurélio Souza embarco daqui a pouco para Ribeirão Preto. Depois seguimos de carro até Araraquara para transmitir Rio Branco de Americana x Palmeiras, 19h30, pelo SporTV.


Na quinta, 21 horas, em Ribeirão Preto, tem Botafogo x Santos, sem Neymar, cumprindo suspensão.


Em homenagem à bela campanha da Pantera deixo uma charge do amigo Thiago Peres Maglor, chargista do Botafogo de Ribeirão Preto.



segunda-feira, março 22, 2010

Tem problema se a

molecada do Santos

não ganhar nada?


Estava pensando nisso antes de escrever esse post. O sucesso do time de moleques abusados do Santos já provocou esse tipo de comentário nos torcedores rivais. Aquela coisa do "ainda não ganharam nada", "quero ver no mata-mata" etc.

Claro que todo grande time só carimba esse rótulo com conquistas. Assim mesmo, no plural. Mas mesmo sem não vier a ganhar coisa alguma esse Santos já cumpriu um papel relevante na história recente do futebol brasileiro.

Outros times que não ganharam títulos ou, pelo menos, não obtiveram conquistas de grande relevância deixaram suas marcas. Há exemplos nacionais e internacionais. A velha história de o melhor não venceu. Lembro aqui do Atlético Mineiro de 1977, do primeiro time dos Menudos do Morumbi do São Paulo nos ano 80, do Palmeiras dos mais de 100 gols nos anos 90, que só ganhou o título paulista. Temos a Holanda no campo internacional, a Hungria de 54, o Brasil de Telê em 1982.

Equipes que não venceram, mas deixaram gravadas a memória dos torcedores o exemplo do futebol bem jogado, do trabalho bem feito e do compromisso com uma proposta de jogo. Ganhar muitas vezes não representa jogar melhor, e competitividade e espetáculo não andam de mãos dadas em várias ocasiões.

O que fica desse time do Santos, dentro do momento histórico em que ele está inserido, é uma maneira diferente de pensar o futebol. Há uma geração talentosa de jogadores jovens e rápidos com o gene da ofensividade. Há um treinador inteligente e que, felizmente, parece ainda não ter sido picado pela mosca da vaidade e que não interfere no desenrolar do processo apenas por querer aparecer mais do que as verdadeiras estrelas do espetáculo.

Não é só porque faz 10 a 0 e 9 a 1 num curto espaço de tempo que o Santos versão 2010 está na moda. É, também, porque está ganhando de 4 a 1 e quer mais, não perde o apetite. É, também, porque aceita o risco de até perder um jogo mas não corrompe sua filosofia.

Aí podem dizer que ganhou do vento de dez e de nove. Ora, mas o vento perdeu só por 1 a 0 na Copa do Brasil, do mesmo Santos, no jogo de ida. E o vento versão Campeonato Paulista empatou com o Palmeiras no Palestra, perdeu apenas de 1 a 0 do São Paulo.

A verdade é que a cada dia ouço mais torcedores de outros clubes dizerem que vão torcer para o Santos se suas equipes forem eliminadas. E também vejo mais torcedores dos rivais indo aos jogos do Santos para ver a molecada. Eles saem sorrindo do estádio.

E repito para aqueles que se pautam pela conquista pura e simples, sem se importarem com o método. Mesmo se não ganhar nada esse time do Santos será lembrado no futuro.

sexta-feira, março 19, 2010

Uma análise dos brasileiros

na Libertadores até agora


Sigo apostando na classificação dos cinco brasileiros para a segunda fase da Libertadores. São Paulo e Corinthians encaminharam suas vidas muito bem e têm tudo para confirmar o primeiro lugar de seus grupos. Se ganhar do Once Caldas em casa, o Tricolor paulista deve se garantir. O Corinthians pega fora o Racing uruguaio no único jogo teoricamente mais complicado.

O Flamengo deu uma vacilada no Chile, mas ainda assim tem muito mais time que seus adversários e também deve conseguir a vaga, porque enfrentará os chilenos de La U no Rio de Janeiro.

Cruzeiro e Internacional levantam algumas dúvidas, muito mais pelo desempenho mostrado até agora do que pelo potencial que possuem.

O Cruzeiro empatou um jogo na Venezuela, contra o Deportivo Itália, que é proibido de empatar para um time do seu calibre e com seu elenco. Está 3 pontos atrás do Vélez, tem os mesmos 4 do Colo Colo e vai jogar no Chile ainda. Não pode mais se dar ao luxo de perder ponto contra time fraco e precisa ser 100% no Mineirão.

O Inter tem mostrado menos futebol do que dele se espera. Está dois pontos atrás do Cerro uruguaio, líder de seu grupo, com quem empatou sem gols. Na tabela o jogo era fora de casa, mas como foi em Rivera, na fronteira com o Rio Grande do Sul, era território colorado. Como Deportivo Quito e Emelec parecem fracos demais para entrar nessa briga e o Inter joga em casa (de novo) contra os uruguaios, dá para chegar ou, no mínimo, somar pontos suficientes para entrar como um dos segundos colocados.

Bola jogada, ninguém entusiasmou ainda, é verdade. A força como mandantes tem sido a tônica dos times brasileiros. Alguns adversários são de nível técnico muito baixo. Quando vier o mata-mata é que poderemos sentir, de verdade, quem tem real potencial de título.


Ganso e Neymar

Ganso e Neymar ofereceram um recital de futebol em Belém, na vitória do Santos sobre o frágil time do Remo, pela Copa do Brasil. Neymar até chama mais a atenção pelo esitio exuberante, de velocidade, dribles e arrancadas. Mas o futebol do menino Ganso é um bálsamo de técnica, elegência e estilo numa era marcada por volantes e mais volantes.

quinta-feira, março 18, 2010

Pitacos da rodada

da superquarta


Em Belém para comentar Paysandu x Palmeiras e Remo x Santos, pouco vi dos outros jogos da superquarta-feira, no Brasil, na América, na Europa.

Impossível, no entanto, não notar o futebol exuberante de Lionel Messi, a grande esperança da Argentina na Copa. Está no auge, jogando muito. Ele e o inglês Wayne Rooney são os dois grandes jogadores do pré-Copa. Que acontecerá na África do Sul?

Vi o gol de Ronaldo e me diverti com os comentários de que ele emagrece quando marca. Importante e decisivo para o Corinthians, Ronaldo praticamente classificou o time para a segunda fase da Libertadores, ainda com um futebol que não empolga.

Flamengo vacilou no Chile, perdeu de um time fraco, do qual não poderia perder.

Em Belém o Palmeiras dominou 70% do jogo com o Paysandu e desperdiçou a chance de eliminar o jogo de volta. Teve Lincoln jogando muito bem e novas opções, inclusive táticas, com a entrada de Ewerthon. Mas recuou em demasia quando poderia ter ampliado o placar ao fazer 1 a 0 e 2 a 1. Faltou uma pitada de ousadia para deixar Ewerthon e Robert em campo no final. Mas é um time que amplia suas possibilidades com as contratações entrando e jogando bem.

O Santos hoje tem um duelo teoricamente fácil contra o Remo. Só não pode deixar o adversário gostar do jogo e chamar a torcida para a festa. Aliás, é uma pena que Belém não tenha representantes sequer na Série B do Brasileiro. A paixão do belenense pelo futebol é contagiante. Esse torcedor merece um time na grande vitrine.

Luz amarela para o Flu, que se ganhou a vaga pode perder Fred por algum tempo por contusão, o que é um baita prejuízo. Botafogo e Vasco tiveram problemas e enfrentarão os jogos de volta, nos quais, aí, sim, devem confirmar a classificação. Então a Copa do Brasil vai pegar fogo de verdade.

terça-feira, março 16, 2010

A polêmica em torno

dos Meninos da Vila


Vejo com ressalvas e boa dose de exagero a polêmica criada em alguns meios de imprensa em torno dos Meninos da Vila. Não acho que eles estejam mascarados, nem que exagerem dentro de campo. Também vejo como exagero alguns textos que afirmam que eles são os novos arautos do futebol-arte e que estão sendo combatidos por isso.

Infelizmente, tem gente que confunde comentário e análise sobre futebol com premonição, vidência. Em vez de dissecar os times, seus estilos, seus jogadores e técnicos, preferem fazer bravatas e afirmações do tipo time A vai golear, não perde nem por decreto. Aí, se acertam, soltam aquele nefasto "como eu havia dito". Se erram ficam procurando desculpas e motivos para justificar a bola de cristal fajuta.

Agora que o Santos perdeu, mesmo jogando um bom futebol, e perdeu porque é do jogo e o adversário jogou melhor no segundo tempo, começa o rosário de explicações. Máscara, frescura, falta de objetividade. Lamentável!

Outro aspecto com o qual não concordo é esse de identificar inimigos do futebol-arte entre pessoas que apontam um defeitozinho no time do Santos.

Acho que Ganso é um tremendo jogador, tem tudo para ser um cracaço de bola. Neymar é ótimo. Os outros garotos são rápidos, sabem jogar, como André, Wesley. Os demais são bons jogadores, alguns razoáveis e outros nem tanto, apenas comuns.

É uma delícia ver jogar o time do Santos. Mas é pecado afirmar que a defesa não é tão boa quanto o ataque, que o goleiro não é tão bom quanto outros goleiros de times grandes e que, assim como gosta de jogar, o time da Vila dá espaço para os rivais jogarem? Que tem de errado nisso? Futebol é a arte do equilíbrio, diz Tostão. Por isso a Holanda não é a Alemanha.

Infelizmente, hoje se escreve muito sobre esporte e sobre futebol, dá audiência, dá mais leitura que escrever sobre cinema, literatura etc. E acontece uma migração que acaba criando confusões, digamos, intelectuais.

Quando o técnico do Santos fala em ação orquestrada contra o time, ele deveria dar nome aos bois. Quem faz isso? Por que? Ou então aceite uma derrota, porque outras virão, assim como as vitórias, é do jogo. O Santos está ganhando muito mais do que perdendo, é muito mais elogiado do que criticado, então não vejo sentido para tanto.

Também acho cruel dizerem que Neymar ficou mascarado só porque deu aquele chapéu no Chicão, ou porque inventa coreografias a cada jogo. Isso é bobagem.

Também é besteira pro jogador jovem e talentoso ficar reclamando que sofreu muitas faltas, porque só vai fazer com que sofra mais faltas. É do jogo, é recurso de quem não tem recurso fazer falta. Cabe aos juízes punir com cartões.

E longa vida aos Meninos da Vila! Sem paparicação e sem perseguição.

segunda-feira, março 15, 2010

Vitória épica do Palmeiras

em um clássico espetacular







Foi uma feliz coincidência que no dia em que o Esporte Espetacular mostrou uma belíssima reportagem sobre um histórico Santos 7 x 6 Palmeiras de 1958 os mesmos times fizessem um clássico digno de reverenciar o que ocorreu 52 anos antes.



Santos e Palmeiras fizeram o jogo do ano até agora. Lindo de se ver, eletrizante. O primeiro tempo terminou empatado em 2 a 2, mas o Santos poderia ter definido, tamanha sua superioridade. Não definiu, vacilou nos minutos finais, viu o Palmeiras ressurgir e voltar melhor na segunda etapa para construir uma virada épica.



Mordido, em dívida consigo mesmo e com a torcida, o Palmeiras encarou o jogo como se fosse uma final de campeonato e, mais do que isso, uma questão pessoal. Virou o jogo e teve chance de fazer 4 a 2 ante um Santos atônito, que não acreditava que pudesse estar perdendo no palco dos recentes espetáculos que protagonizou.



Com os nervos no lugar, o time santista voltou a pressionar, mas deixou grande espaço para o contragolpe alviverde, que teve três chances cara a cara com Felipe, duas com Robert e uma com Ewerthon. O empate em 3 a 3 sugeria uma blitz santista no final, mas um golaço de Robert definiu um clássico que, com diz Lédio Carmona, deveria virar DVD.



Além do jogo, gostei da batalha das danças na comemoração. Foi divertido, teve bom humor e uma pitada de revanche daqui e dali. Madson imitou porquinho, Robert pescou um peixe. Tudo sem violência, sem agressividade. Futebol é bom humor, é provocação sadia, como brincadeiras entre amigos. Quem leva mais longe do que isso precisa se reciclar na vida.



Para o Palmeiras o clássico trouxe alento, alívio e esperança. Principalmente para a Copa do Brasil e para um Brasileirão no qual terá Vitor e outros reforços. Quarta-feira o time pega o Paysandu, em Belém, de espírito renovado, com duas boas opções para o treinador, Ewerthon (jogou muito tempo e discretamente) e Lincoln (jogou pouco tempo, mas bem). Isso sem falar na recuperação psicológica de jogadores como Armero. A classificação no estadual é difícil ainda, mas a torcida e o time ganham novo alento depois de um jogo como o de ontem.

Não se pode desprezar o potencial do Santos por causa da derrota. A coragem de Dorival Jr em montar um time ofensivo, que corre riscos de maneira consciente, deve ser louvada. Claro que ele precisa pensar na competição, nos títulos que pretende ganhar, e buscar uma solução para determinados momentos. Ter apenas um jogador para marcar no meio é pouco. Exigir isso de Marquinhos é exagero e de Ganso é crueldade. Talvez um outro volante ou até um terceiro zagueiro, dependendo da situação, possam ajudar.

Neymar precisa entender que de agora em diante será cada vez mais marcado e mais duro. E Robinho também deve saber que não é todo dia que os gols cairão em seu golo, ele precisará buscá-los mais pelo talento que tem. PH Ganso resolve isso mais fácil porque é mais técnico, precisa de menos espaço e menos toques na bola para mostrar que é craque.


É complicado esse Império do Amor


Adriano jogou, marcou e desabafou contra as pessoas ruins. O Flamengo venceu o Vasco num clássico que Dodô quer esquecer e Bruno jamais esquecerá.

Quando o Flamengo ganhar e Adriano ou Love marcarem, tudo ficará bem para o Império do Amor. O problema é que não se ganha sempre, e torcedor, mídia e o futebol em si são cruéis.

Adriano agora insiste em negar algo que ele próprio assumiu há pouco tempo, corajosamente, o problema com a bebida. Confirmado por seu próprio empresário.

E Vagner Love, flagrado em cenas estarrecedoras, frequentando um baile numa comunidade infestado de traficantes e armas pesadas. O pior é que ele acha isso tudo normal!

Essa dupla talvez seja a melhor entre os ataques brasileiros, mas é nitroglicerina pura.

Love falou que faz trabalhos sociais em comunidades, mas é o caso de perguntar se ele não faria mais pelo social se não achasse normal entrar em baile escoltado por bandido armado.

Futebol e criminalidade fascinam muita gente e, não raro, andam juntos. Jogadores de futebol têm status e dinheiro fácil, o que certamente atrai traficantes, que gostam de ambos e procuram conquistá-los de forma ilegal. O boleiro que consegue isso legalmente, trabalhando, precisa pensar antes de ir a certos lugares.

domingo, março 14, 2010




2 craques escrevendo


sobre muitos craques





Terça-feira, 16 de março, 18h30, na livraria Saraiva do Shopping Eldorado, em São Paulo. Você que gosta de futebol, de jornalismo esportivo de alto nível e de leitura qualificada sobre o tema, tem que estar nesse local, nesta data e horário.


Milton Leite e Mauro Beting, dois dos expoentes da atual geração de cronistas esportivos, estarão juntos, lançando e autografando seus livros. Miltão escreveu As Melhores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos, e Maurão pôs no papel As Melhores Seleções Estrangeiras de Todos os Tempos, ambos pela Editora Contexto. A mesma editora que me deu a honra de escrever meu primeiro livro, Os 11 Maiores Técnicos do Futebol Brasileiro.


Sou suspeito para escrever de Milton Leite e Mauro Beting, mas escreverei. Milton é hoje o melhor narrador esportivo da TV brasileira e ao longo dos anos se transformou em um de meus melhores amigos. Sujeito do bem, correto, talentoso, competente e companheiro. Já li o livro dele e recomendo, é imperdível.


O do Mauro ainda não li, mas tenho certeza que é tão bom quanto o do Milton. Maurão é um grande comentarista, um pioneiro no momento em que rádios e TVs decidiram retornar com jornalistas comentando, isso lá pelos anos 90, quando a moda era apenas ex-jogadores, muitos de desempenho duvidoso. Mauro é criterioso, estudioso, conhece do tema e escreve com graça e leveza.


Infelizmente, por motivos profissionais, não poderei estar no lançamento. Mas fica aqui meu convite e minha homenagem a ambos.

sexta-feira, março 12, 2010

O custo-benefício de

dois grandes artilheiros


A torcida do São Paulo reclama dos gols perdidos por Washington. Mas comemora as vitórias garantidas pelos gols de Washington.

A torcida do Cruzeiro não gosta das expulsões de Kléber, que desfalcam o time frequentemente. Mas celebra os gols de Kléber.

Vida de artilheiro não é fácil.

Washington não é craque, ele mesmo sabe e diz isso. Mas sabe fazer gols e faz muitos. Alguns deles em situações nas quais o time joga pouco e só ganha por causa dele. Aí o pessimista vai dizer que se ele fizesse todos que perde o time ganharia todas. Mas quem consegue fazer todos?

Kléber também não é craque. Mais técnico que Washington, tem mais repertório para fazer gols e os faz aos montes - como o são-paulino. Aí o pessimista vai dizer que ele fica fora de muitos jogos porque é expulso, que se não tivesse tomado cartão vermelho poderia ter feito três e não apenas dois gols.

Como sou otimista, prefiro ver esses dois como grandes goleadores, cada um ao seu estilo. Washington pode dar de canela, mas na dele, na hora que o cara precisa empurrar a bola para o gol, ele sabe o que faz.

Kléber pode ser meio nervoso, cair na pilha desnecessariamente, mas não afina e também sabe fazer muitos gols.

Na hora de contratar, pesando os prós e os contras, acho que o custo-benefício de ambos vale muito a pena.

quinta-feira, março 11, 2010

Por último, mas não menos

importante, Mengão na boa


Não vi o jogo, só os gols. Toró expulso, Pet de volta e Love voando baixo. O Flamengo provou diante do Caracas que os problemas de Adriano não precisam ser necessariamente do time. 3 a 1, 6 pontos e, vencendo todas em casa, acho que passa em primeiro ou então garante um segundo lugar entre os classificados na Libertadores.
A molecada nota 10 da Vila.

E Kaká, Gaúcho, Rooney etc.


E mais Ronaldão, Huntelaar etc.


Que dizer, que escrever dessa molecada do Santos? Dez gols num jogo! Vão dizer que o Naviraiense é fraco. Claro que é. Como o Araguaia, o Flamengo do Piauí, o Confiança, o Boavista. A questão não é a fragilidade do advesário, é a facilidade com que joga bola esse time do Santos.

Pouco importa se vai ser campeão ou não. Se for, melhor, porque terá a valorização merecida. Se não for, azar de quem só pensa nisso. O que eles estão fazendo pelo futebol transcende as salas de troféus. Eles estão levando gente aos estádios, gerando novos fãs, lançando modismos. Vida longa a mais uma geração dos Meninos da Vila!

Que dizer de Wayne Rooney? Eu digo que joga muito, que é craque de bola e estará, pelo jeito, voando na Copa do Mundo. Duas vezes seguidas no duelo entre Manchester United e Milan falou-se muito de Ronaldinho Gaúcho e viu-se, muito, Wayne Rooney

Já o Gáucho joga num time atualmente pouco inspirador. Esse Milan, mesmo com Pirlo, Beckham, Seedorf e o próprio Gaúcho, não é páreo para a turma de Sir Alex Fergusson. Principalmente quando conta com um jogador como o holandês Huntelaar, um mestre na arte de perder gols. Se os santistas reclamavam de Kléber Pereira e os são-paulinos reclamam do Wasington, fico pensando o que diriam se o Huntelaar jogasse em seus times.

Que dizer de Kaká e do Real Madrid? Preocupa a fase ruim do craque brasileiro às portas da Copa do Mundo. A torcida merengue pega no pé dele direto. Sua mulher detonou o técnico chileno Manuel Pellegrini via twitter. Cristiano Ronaldo não resolve. O bom time do Lyon segue adiante, sem as badalações galácticas do falastrão Florentino Pérez.

Ronaldão destoa no Corinthians

Por essas bandas, o Corinthians conseguiu um bom resultado ao empatar com o Independiente de Medellín. Poderia ter sido ótimo. O gol colombiano foi irregular e o time é fraco, deve ser atropelado sem dificuldades no Pacaembu.

Duas questões devem estar rondando a cabeça dos corintianos. A primeira é saber por que Dentinho não vira logo titular? Já que merece, e muito. A segunda é saber até quando Ronaldão jogará fora de forma? Ontem ele foi um encosto, lento, pesado, sem utilidade alguma. Deixo ainda uma terceira pergunta: Mano Menezes deixaria Ronaldão no banco? Ele, sua bagagem, seu passado e sua sociedade com o Corinthians, que ajuda a pagar as contas?

quarta-feira, março 10, 2010

E o Brasil na Libertadores?


Posso estar errado e me arrepender na sexta, mas acho que hoje, quarta, e amanhã, quinta, os brasileiros na Libertadores conseguirão uma rodada histórica. Os cinco ganharão seus jogos fora de casa.

terça-feira, março 09, 2010

O Professor Xavier do Verdão


Charles Francis Xavier é um dos principais personagens do mundo das histórias em quadrinhos e também do cinema. Ele é o mentor e fundador dos X-Men, dotado de um poder psicológico único e ativista da integração entre humanos e mutantes.

Cleiton Ribeiro Xavier é o principal jogador do time do Palmeiras, dotado de uma capacidade técnica única no time e ativista do bom futebol em uma equipe na qual isso é produto raro.

Se no Professor Xavier dos quadrinhos reside a esperança de paz entre os humanos e os mutantes, em Cleiton Xavier mora a esperança de paz entre o time do Palmeiras e a bola. Ele divide com Diego Souza a responsabilidade de compensar as limitações técnicas do time. Em 2010 os dois, somados, fizeram 11 gols no Brasileiro, um a menos que Obina, Sozinho.

Mas Cleiton Xavier já mostrou em algumas situações que, além do bom futebol que todos sabem que ele tem, o poder de decisão que divide os jogadores comuns dos acima da média. No gol da classificação na Libertadores contra o Colo Colo, na organização da equipe em algumas das melhores apresentações do Palmeiras. Agora foi na vitória conseguida a fórceps diante do Sertãozinho. Foi dele a atitude vencedora, coisa rara no time palmeirense, aliada à capacidade técnica de quem consegue fazer um gol como o terceiro, naquela situação de tensão limite.

Mesmo se perdesse para o frágil Sertãozinho eu acho que o Palmeiras já faria um bom jogo contra o Santos, pelo simples fato de no clássico as coisas serem muito diferentes. Mas o Professor Xavier de Palestra Itália deu ao time a chance de sobrevivência no Paulistão e certamente criará condições para que o time, pelo menos psicologicamente, tenha mais forças diante da ótima molecada santista.

Ótima também deve ser a contratação de Vítor, lateral do Goiás, se for concretizada pelo Palmeiras. Ele só poderá jogar pela Copa do Brasil, mas para o Brasileirão é uma peça de muita qualidade para um setor no qual o elenco palmeirense é frágil.

Cleiton Xavier será um dos convidados do Arena SporTV desta terça-feira, a partir das 14 horas. Além dele participará o zagueiro Rodrigo, do Grêmio.

segunda-feira, março 08, 2010

Eu não gosto de....


vuvuzeleiro anônimo, preconceituoso, sectário e idiota. Quer cornetar, aqui eu aceito, publico, desde que com argumentos e educação. Discordar é saudável e eu erro e acerto como tudo mundo. Agora, comentário ridículo, sem fundamento, de xiita clubista despreparado para argumentar, que pensa que sabe mais que todo mundo, só sabe ver o próprio lado e não sabe nada será devidamente jogado no lixo.

Tem certos tipos de pessoas que dão uma enorme alegria a mim quando dizem que não gostam de mim.
Saiu a tabela do

Brasileirão 2010


http://cbf.com.br/destaques/tabseriea2010.xls

formspring.me

Ask me anything http://formspring.me/MauricioNoriega
Respostas aos cornetas

de plantão estão nos

comentários do blog, ok?
A regra é clara


Como diria Arnaldo César Coelho.


Regra 12 - Faltas e incorreções. Dedicada ao estudioso de arbitragem João Felipe.

Um jogador que cometa intencionalmente uma das nove faltas seguintes será punido com tiro livre direto, cobrado do local onde ocorreu:

1 - chutar ou tentar chutar um adversário
2 -derrubar ou tentar derrubá-lo, usando a perna ou agachando-se atrás ou à frente dele
3 -saltar sobre um adversário
4 - atacar violenta ou perigosamente um advrsário
5 - atacar por trás um adversário que não lhe fez obsturção
6 - atingir ou tentar atingir um adversário
7 - segurá-lo com a mão ou com o braço
8 - empurrá-lo
9 - carregar, golpear ou arremessar a bola com a mão ou com o braço. Se qualquer dessas faltas for cometida por um defensor dentro de sua grande área, será punida com um pênalti.

Não se fala em intensidade da ação, mas na ação.
A nova onda (ruim) do Imperador



Confesso que fico dividido na hora de formar opinião sobre o que acontece com o Imperador Adriano. Uma hora tendo a achar que Adriano é mais um menino rico mimado, superprotegido e que não leva sua profissão muito a sério.

Outra hora acho que Adriano é vítima de um ambiente viciado, das más companhias, de uma formação familiar insuficiente e do que há de pior no futebol. O dinheiro fácil, as mulheres fáceis, os amigos fáceis.

Também não consigo ainda definir se o que fez o dirigente flamenguista Marcos Braz é certo ou errado. Se afirmar publicamente que um funcionário do clube voltou a ter problemas com a bebida é certo. Acho que quem deveria dizer isso publicamente era o próprio Adriano. Parece que o dirigente está dizendo algo assim, não é problema nosso, é particular dele. Talvez ele esteja certo, mas o modo de colocar seja equivocado.

A história de Adriano não tem nada de nova. Existem dezenas, centenas de casos semelhantes entre atletas. Dinheiro vem, dinheiro vai, já dizia a canção. Quando vem, tudo vem junto e fácil. Quado vai, somem os amigos de ocasião, a mídia, tudo desaparece.

Sinceramente, torço para que Adriano saia dessa onda ruim. Que se recupere como ser humano primeiro e, também, como jogador - o que é mais fácil e mais rápido.

Acho que uma das lições que ficam é que estrelas merecem, sim, alguns priviégios. Mas que sejam privilégios como um poludo salário, um belo quarto de hotel na concentração. Nada como treinar menos e sair mais. No caso de Adriano, acho que o que ele mais precisa é se sentir normal, um a mais. Quanto mais ele se sentir uma exceção, pior para ele.


TRIO DE FERRO PAULISTA


Pelo jeito, no estadual paulista o Trio de Ferro será formado por Santos, Corintians e São Paulo. O Palmeiras anda enferrujado. Aproveitando-se disso, o Santo André faz uma campanha espetacular e será um intruso entre os grandes, com certeza. O Santos já chegou. Se ganhar do Sertãozinho, o Palmeiras ficará a quatro pontos do Corinthians, o que mantém suas chances aritméticas, mesmo com o futebol opaco.

O que valeu na rodada em São Paulo foi o clássico jogo feito por Lusa e Santos, de matar a saudade dos tempos em que o futebol era menos pragmático. A bela atuação de Rogério Ceni na vitória do São Paulo sobre a valente Ponte Preta mostra que ele está recuperando sua boa fase, o que é ruim para os advesários. E também ficou claro que Dentinho não pode ficar fora do time do Corinthians.

Fica, Wellington Silva!
Fica, Philippe Coutinho!

Parece ser uma jóia rara esse menino Wellington Silva, do Fluminense. Apenas 17 anos e já vendido ao Arsenal. Que pecado! Ele, Philippe Coutinho, do Vasco, têm tudo para serem grandes craques. Que eu gostaria de ver por aqui, não brilhando para europeu ver.

Será possível encontrar uma saída? Talvez pagar menos para os treinadores e alguns medalhões e investir em contratos de longa duração com esses garotos, para que pelo menos eles fiquem alguns anos, virem ídolos. Sei lá, vale a campanha, mas essa acho que vou perder.

sábado, março 06, 2010

Perguntas que os

corintianos fazem

E eu reproduzo aqui no blog. São os questionamentos que mais ouço dos corintianos hoje em dia.

Por que Ronaldo não emagrece?

Por que Dentinho não é titular?

Por que Iarley não joga?

Por que Jorge Henrique parou de jogar?

Por que Edu voltou tão lento?
Aí eu pergunto, dá para

entender Adriano e os

jogadores do Flamengo?


É impressionante como alguns jogadores de futebol, em especial os que possuem a explossiva combinação de juventude com muito dinheiro no bolso, parecem não ter simplesmente um neurônio ativo fora de campo. Ou se tem, simplesmente desligam.

Parece coisa inventada essa - mais uma! - confusão envolvendo Adriano, sua noiva e muitos jogadores do Flamengo.

Não sou careta, não sou do tipo de repórter que se preocupe com a vida particular dos entrevistados, mas Adriano procura. O cara é conhecido no mundo inteiro e vai a um baile funk numa comunidade carioca na madrugada de sexta-feira achando que ninguém vai perceber. Mesmo que não tivesse acontecido nada, sempre tem um gaiato que vê e implica, telefona pra colunista de jornal, tira uma foto.

E o séquito imperial tinha ainda cerca de dez jogadores do Flamengo. Dez! Cada um faz o que quer da vida, mas atleta profissional de madrugada em baile funk tem que saber que a responsabilidade pelo que pode acontecer é dele e que a chance de não dar coisa boa é grande.

A noiva de Adriano pintou por lá, certamente querendo saber porque ele estava na festa e sem ela. Aí já viu: barraco dos bons.

Adriano parece mais um daqueles casos sem solução. Tinha tudo para ir à Copa e agora parece estar fazendo de tudo para não ir.

Como Fábio Capello disse em relação à Inglaterra, parece valer para o Brasil. O problema é que os jogadores jovens ganham muito dinheiro muito jovens.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos. Em meio a tudo isso, o Flamengo tem jogos importantes pela Libertadores. Durma-se com um barraco desses.

quinta-feira, março 04, 2010

O desabafo de Marcos


Marcos, goleiro do Palmeiras, é personagem de uma estirpe rara de ídolos do futebol. Claro que é mais querido pelos palmeirenses, que o chamam de Santo. Mas não é odiado pelos rivais. Pelo contrário, Marcos é respeitado e até querido pelos torcedores dos adversários do Palmeiras. É do tipo de jogador que o torcedor adversário não xinga. Reparem nisso.

Vejo outros ídolos que transcendem rivalidades clubísticas. Pelé, o maior de todos. Zico foi assim. Dinamite também. Os irmãos Raí e Sócrates. Tostão, Falcão.

Reflexo de seu comportamento, do caráter, do comportamento expansivo e da autenticidade. E, claro, também pelo fato de ser um excelente goleiro.

Talvez por isso fique até mais fácil compreender o desabafo de Marcos ao final do primeiro tempo em que o Palmeiras perdeu para o Santo André, pelo Campeonato Paulista. Marcos disse que o sofrimento da torcida com ele acabaria no final do ano. Mas logo depois, perguntado pelo repórter Bruno Laurence, se pararia de jogar, disse que não.

Esse desabafo abre espaço para muitas suposições. Mas deixa evidente que Marcos, que é um ser humano, já não suporta o que vê acontecer à sua frente. Ele é o único jogador do time do Palmeiras que ganhou alguma coisa realmente importante. Uma Libertadores, uma Copa do Mundo como titular. Marcos é um tipo de jogador cada vez mais raro, daqueles que perde e não dorme a noite, fica mal.

Existem outros, claro. Grandes ídolos como outro goleiro excelente, Rogério Ceni. Atletas identificados com seus clubes, que se sentem um pouco como torcedores. São personagens cada vez mais rados num esporte tomado por profissionais cada vez mais frios e calculistas.

Entendo o desabafo de Marcos como uma postura de alguém que vê seu tempo como profissional se esgotando, sofre com isso, e não aceita o comportamento da geração que o sucederá.

terça-feira, março 02, 2010

Quando não der tudo certo,

como a Seleção vai se virar?


Foi um belo teste esse ensaio final do Brasil de Dunga antes da Copa da África. A Irlanda tem um bom time, lá do seu jeitão, mas um bom time. Marcou bem, jogou sério e foi melhor que o Brasil no primeiro tempo. Os irlandeses tiveram um pênalti não marcado a seu favor e viram Robinho, em impedimento, chutar para um gol contra do volante Andrews. Aos 44 do primeiro tempo.

Tem sido uma marca dessa Seleção de Dunga. Além do bom trabalho de contra-ataque e da seriedade, o time conta com uma sorte danada. Faz gols em momentos-chave, quando é dominado e tudo parece caminhar para uma derrota.

No segundo tempo o Brasil foi bem melhor. Sempre com base no contra-ataque na velocidade. Teve Maicon e Daniel Alves ótimos, Robinho mais ligado, Kaká conduzindo bem o time ao ataque. Carlos Eduardo e Grafite entraram como se tivessem meses e meses de Seleção. A Irlanda não conseguiu marcar tão forte e nem jogar como tinha feito na primeira etapa, quando o Brasil enfrentava dificuldades para sair da defesa.

Na etapa final o Brasil foi jogar no campo da Irlanda. E quando o Brasil faz isso, seja qual for o adversário, e seja qual for o Brasil, fica ruim para a concorrência.

Enfim, a Seleção é essa, vai jogar assim na Copa. Competitiva, compenetrada, fechada em seu discurso e fiel ao estilo do treinador. É um Brasil diferente, com sotaque europeu. Claramente inspirada no time de 1994, primeiro trabalha para não perder, sabendo que tem talentos que a farão ganhar.

A única pergunta que fica para mim é a seguinte: e quando as coisas não derem certo? Quando tudo não funcionar como um relógio, quando a sorte não ajudar e as retrancas estiverem tão retrancadas que o contra-ataque será impossivel?

Porque um dia isso pode acontecer numa Copa do Mundo. E quando acontece os grandes times se viram com quem? Com grandes craques, grandes jogadores. Com opções diferentes de jogo, alternativas. Por isso seria bom que a Seleção tivesse jogadores de cadência, de toque de bola, de gênio e criatividade. Não apenas grandes jogadores velozes. Mas grandes jogadores de drible, de toque, de lançamentos precisos, viradas de jogo inteligentes.

Para não falar especificamente de um nome cito três desse estilo a que me refiro: Diego, da Juve, Alex do Fenerbahce, e Ronaldinho Gaúcho, do Milan.

segunda-feira, março 01, 2010

Aviso aos amigos que

respondo aos comentários

abaixo dos mesmos, ok?
Santos e Corinthians

esquentam o Paulista


Vi boa parte do jogo apenas pela TV e não deu para ver tudo. Só deu para concluir que o Santos foi melhor, o que não é novidade nesse Paulistão. Neymar e Ganso são os nomes do torneio, com bons coadjuvantes, um estilo envolvente e rápido.

No clássico contra um Corinthians que ainda não disse a que veio em 2010, o que ficou foi um clima de rivalidade no ar. Neymar provocou, Chicão respondeu, o garoto deu a tréplica. Ronaldo, outro que ainda não disse a que veio em 2010, prometeu que o Corinthians estará na final e dará o troco. O Santos vai chegar à semifinal, e o Corinthians ainda precisa brigar.

Fernandinho tira o time

do São Paulo do marasmo

O Monte Azul não é parâmetro, mas a entrada de Fernandinho tirou o São Paulo do marasmo em que o time vivia na temporada. Rápido, habilidoso, a revelação do Brasileiro de 2009 pode dar alguma variedade a um time que vinha sendo apenas óbvio e opaco até agora. Dagoberto, Washington e Fernandinho podem formar um grande ataque.

Verdão acende

luz amarela


O gramado não permitiu muita coisa em Rio Claro e, mesmo assim, no primeiro tempo o Palmeiras foi melhor, criou mais, mas não fez. Tomou o gol num vacilo de Sousa e alguns defeitos voltaram a ficar evidentes. Com Figueroa e Armero em má fase, os laterais reservas não seguram a onda. Lateral que não sabe cruzar não pode ser lateral. Sem Pierre o meio-campo cai muito. O círculo se fecha novamente no fato de que o Palmeiras segue dependente de Cleiton Xavier e Diego Souza.

E a culpa, segundo a torcida, segue sendo da imprensa. Em oitavo lugar, o Pamleiras ganhou apenas 4 jogos e já perdeu 3 no Paulista. Está 8 pontos atrás do Santo André, que caiu para a Série B. A culpa segue sendo de comentaristas, narradores e repórteres. Mas ainda dá tempo de reagir, com Ewerthon e Lincoln no time. Desde que vença o Santo André na quarta. Se não vencer, sabe quem será o culpado? A mídia, claro.


Obina e Silas, parabéns!

E lá vai Obina, ou Oquina e Otrina. Sempre sendo ridicularizado por alguns, mas tocando a vida e balançando as redes. Admito que torço pelo sucesso do Obina para calar a boca de alguns que o utilizam como base de piadas.

E lá vai Silas, cornetado, alfinetado, mas já campeão de turno com o Grêmio, que só perdeu um jogo na temporada.