PAULISTÃO PRECISA DE RECICLAGEM
Sou caipira com orgulho e aprendi a gostar de futebol através do Campeonato Paulista. Mas contra fatos não há argumentos. O modelo atual do campeonato, com 20 clubes, está esgotado. Não tem sustentação econômica e futebolística. Qualquer devaneio de grandeza até de um paulista de família quatrocentona dura uma fração de segundo se confrontado com a realidade. É impossível fazer um campeonato estadual com 20 times. Com algum esforço talvez houvesse 12 times em condições de disputar esse torneio, analisando tecnicamente.
O que ocorre com 20 times? O Paulistão começa muito antes do que deveria e atropela a pré-temporada dos principais clubes, que são aqueles que disputam as Séries A e B do Brasileiro. Com duas semanas de treino, as vezes com menos, os times entram na ciranda de jogos a cada 48 horas, o que impede que os treinamentos sejam bem realizados. Quando os times começam a entrar nos eixos, unindo desempenho físico e técnico, o campeonato acaba.
Acho que nunca se deve renegar o passado e esquecer as raízes. Os grandes paulistas são o que são por causa do campeonato estadual. As rivalidades nasceram e viscejaram (bonito isso!) ali. Só que o mundo muda e não há politica que resista aos fatos. Com esse modelo, o Campeonato Paulista não se sustenta por muito tempo.
O excelente comentarista Paulo Calçade escreveu algo sobre isso em sua coluna de estréia no Estadão de hoje.
Bola rolando, o torneio é de poucas surpresas em quatro rodadas. Dos pequenos, Barueri, São Caetano, Santo André e Mirassol mostraram alguma qualidade. De resto, os grandes estão alguns degraus acima. Entre os grandes, se destacam Palmeiras e Corinthians. O Palmeiras pelo raro e rápido entrosamento mostrado por um time jovem e veloz. E o Corinthians pela boa base que veio de 2008, somada a contratações que chegaram mostrando serviço. O São Paulo ainda está em ritmo de pré-temporada e, assim como no ano passado, tenta se moldar a um estilo de jogador (era Adriano, agora é Washington). Parece que a lógica de jogadores que se moldam ao estilo do time deve prevalecer novamente pelos lados do Morumbi. Senão o Muricy ainda vai soltar um palavrão daqueles em plena coletiva. O Santos se mostrou algo preguiçoso contra o Ituano, apesar da trave no meio do caminho. E com Fabão e Adaílton na zaga fica complicado.
Um comentário:
Nori, também acho que precisa mudar. Menos times, menos jogos, não encavalar com jogos difíceis das copas Libertadores e do Brasil... Afinal, a FPF está interessada que clubes paulistas se saiam bem em outras competições ou nâo? Públicos pequenos, principalmente quando não tem um grande em campo, provam: é preciso procurar outra fórmula. Mata-mata? Grupos e mata-mata? Pontos corridos (com muito menos times)num turno com possibilidade de m torneio desempate, como na Argentina? Algo como a Taça Guanabara e a Copa Rio?
Abração
JOÃO RICARDO
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