quinta-feira, fevereiro 19, 2009

O SPORT É O BRASIL
NA LIBERTADORES



Tudo bem que primeira rodada não serve para projeções e análises que se proponham definitivas. Mas quando se esperava muito dos badalados São Paulo e Palmeiras foi o Sport o brasileiro que brilhou na abertura da Libertadores. Galvão Bueno não teria problemas em bradar que o Sport é o Brasil na Libertadores.

O Leão do Nordeste conseguiu um resultado histórico em Santiago, batendo o Colo Colo, campeão chileno. Resultado que só deve reforçar a paixão da gigante torcida rubro-negra pernambucana. O Sport se firma como o maior time do Nordeste brasileiro e briga contra o quase absurdo e permanente descaso que a maioria da mídia tem para com o futebol que se pratica longe dos grandes centros. Porque o Sport é, sim, um grande time do Brasil.

Seus torcedores merecem curtir esse momento e têm o dever de passar a energia que costumam transferir para o time na Ilha do Retiro. Com essa vitória no Chile e a tendência de manutenção dos ótimos resultados em Recife, o Sport já se projetou como favorito ao primeiro lugar do grupo. Pode parecer precipitação afirmar isso com apenas uma rodada. Mas é apenas tendência. Se vencer seus três jogos em casa o Leão chega a 12 pontos e se classifica, no mínimo, em segundo lugar. Claro que é preciso vencê-los e isso não será fácil. Mas o Sport mostrou que pode.

Infelizmente não consegui ver o jogo do Sport aqui em São Paulo. Por isso analiso apenas o resultado e seu impacto na sequência do grupo 1 da Libertadores.

O VÍCIO SÃO-PAULINO

Foi um Tom e Jerry do futebol, o jogo do gato caçando o rato. E por pouco o rato não levou a melhor. O empate com sabor amargo para o São Paulo por pouco não se transformou em tragédia - se virasse derrota. Mesmo assim, obriga o Tricolor a buscar pontos em Cáli e em Montevidéu nas próximas rodadas.

O jogo foi um bombardeio e não seria absurdo se o placar terminasse em 4, 5 a zero para o time brasileiro. Mas chance perdida não conta ponto. O que conta são as análises e observações que podem vir do que se observou.

O São Paulo confia tanto na eficiencia de sua força aérea que se tornou um time viciado em cruzamentos para a área. Isso desde há muito tempo. Foi assim com Adriano e já era antes dele. A equipe de Muricy Ramalho tem no subconsciente uma orientação para cruzar bolas em busca de alguém que as cabeceie ou empurre para a rede. O problema é que mesmo quando não é a jogada mais indicada, a que se desenha, o São Paulo quase sempre opta pelo chuveirinho, ou aposta num escanteio para que Jorge Wagner jogue o pânico para dentro da área inimiga.

Com Dagoberto e Borges o time fica com os pés e a bola no chão, mais leve, com mais opções. Washington é muito bom, mas se movimenta menos e limita o raio de ação do time quando este enfrenta uma marcação mais forte e um adversário retrancado. O gol de empate surge quando Dagoberto foge do estilo bitolado da bola levantada para a área. Ele cruza a meia altura e Borges faz numa meia-bicicleta inspirada. Inspiração, aliás, que anda faltando a esse São Paulo eficiente mas ainda condicionado a fazer de sua principal arma a única.

7 comentários:

Vicente Fonseca disse...

Acho que o grande erro do Muricy ontem foi ter sacado Hugo, a meu ver o melhor do São Paulo naquele momento do jogo, para colocar o Dagoberto. O time pressionava, seria impossível o Independiente aguentar tanto tempo. Mas aí, além de manter Borges e Washington (que estavam apáticos), Muricy deixou o time num 3-4-3, e o contra-golpe dos colombianos foi possível. O Santiago Escobar viu isso, botou o Arias, e por pouco não saiu com os 3 pontos.

Abraço.

Anônimo disse...

"...Washington é muito bom..."

Essa foi muito boa. hehehehehehe

Além de ser jornalista é humorista também. ehehehehe

Anônimo disse...

É isso, Noriega. Com Borges e Dagoberto tudo fica mais fácil.

Escrevi isso lá no blog, e te convido a ler:

http://carlospizzatto.blogspot.com/2009/02/chuveirinho-neles.html

Abraços.

Unknown disse...

Parabéns! Sabias palavras, meu caro. Falou tudo que um pernambuco/nordestino gostaria de gritar muitas vezes contra a imprensa do sudeste.

Houldine Nascimento disse...

Obrigado Noriega por ser um jornalista íntegro e que não discrimina ou menospreza o Sport por estar fora do eixo Sul-Sudeste.

Anônimo disse...

CONTRA TUDO E CONTRA TODOS!!!!!!!

PST

Anônimo disse...

Parabéns pelo comentário muito lucido. Forte abraço