Bendita renúncia, se vier.
E nossa indignação, cadê?
Leio na coluna da Dora Kramer que José Sarney pensa em renunciar. Que o faça logo porque já iria tarde. Sarney, o kzar do Maranhão, o estado condenado à miséria por sua administração familiar. Ele coleciona ilhas e os maranhenses naufragam em suas próprias casas. E pensar que a presidência da república caiu no colo dele.
Sarney, imperador do Maranhão e senador pelo Amapá, presidente do Senado, símbolo do coronelismo, sempre disfarçou tudo isso com um verniz intelectual. Pior que seus livros que jamais lerei é a perpetuação do sobrenome e dos maus exemplos na politica.
Muitos deveriam seguir o exemplo de rara humildade do senador e renunciar. A cloaca da política nacional, um Congresso ultrajante, que acena com o cotão de 50 mi reais mensais por parlamentar e pensa em tungar a poupança enquanto mais de um milhão de brasileiros vive com água pelo pescoço.
Tão assustador quanto o baixo nível da política brasileira e seus parlamentares que se lixam do alto de seus castelos é perceber o que aconteceu com nossa capacidade de indignação. Digo da classe média, da qual faço parte, que na verdade é quem sustenta tudo isso porque paga imposto. O pobre tenta sobreviver como dá porque sempre esteve e estará abandonado por essa gente que dele só compra o voto. O rico que não presta tem outras preocupações, pensa no que fazer se a Suíça resolver abrir a lista de donos de cofres. O rico que presta (eu acredito, sim, que existam muitos) quebra a cabeça com temas como taxas, burocracias, impostos em cascata etc.
A classe média está sumindo e calada. Também sobrevive a duras penas, tenta salvar o que resta de emprego e perdeu a capacidade de se indignar. Eu ainda sonho com uma grande passeata que termine em frente ao Congresso, unindo pobres, classe média e ricos honestos. Essa passeata exigiria a renúncia geral e irrestrita daquela corja com marcação de eleições para o dia seguinte com apenas uma regra: só pode concorrer quem não tem problema com a Lei ou o Fisco. Aí eu quero ver.
12 comentários:
Concordo em gênero, número e grau.
O povo brasileiro aceita uma cota cada vez maior de sacrifício. Não tem mais poder de organização e de indignação.
Sempre tento dar alguns alertas pelo Blog do Argonio (www.blogdoargonio.blogspot.com), mas não consigo ver a luz no final do túnel.
Como disse Lima Barreto: "O Brasil não tem povo, tem público".
Espero um dia acordar e ver essas idéias de manifestações em prática.
Belo texto Noriega.
Escreveu o que pensa sem se preocupar em quem vai doer.
No entanto, discordo de um trecho: "Digo da classe média, da qual faço parte, que na verdade é quem sustenta tudo isso porque paga imposto".
Maurício, na verdade, os pobres que, infelizmente, são a absoluta maioria (apenas 5% dos brasileiros recebem mais de R$ 800,00 por mês!) acabam contribuindo mais porque mesmo o pouco que compram tem o seu devido imposto embutido.
No mais, parabéns.
Um abraço.
Parabens pela exata percepçao de realidade
E a primeira vez que leio seu blog e acabo lendo esse exelente desbafo
Tenho 43 e lembro dos comentarios do seu pai
Ele era da antiga Tupi ou era da Record?
Abs
Eduardo, abraços. Meu velho trabalhou na Tupi e na Cultura. Narrava muito!!!!
Abs
Grande texto!
Infelizmente, analisando friamente, somos nós, povo, que acabamos por eleger esses aproveitadores (em sua grande maioria) que ocupam os cargos públicos. Enquanto não levarmos a politica mais a sério, continuaremos reféns desses que se dizem nossos representantes. Invejo (no bom sentido da palavra) os argentinos em dois aspectos: Primeiro por serem mais apaixonados pelo futebol que os brasileiros, estádios sempre lotados e a torcida não para um minuto sequer, além de sempre valorizarem seus ídolos; em segundo, e mais importante, por serem extremamente politizados! O que acontece aqui, nunca aconteceria lá!!
Continue sempre escrevendo sobre outros temas além do futebol!!
Abraço
André Antunes
São Paulo
NORI...SÓ TEM ADJETIVO PARA SEU TEXTO...PERFEITO. O QUE ME DEIXA MAIS TRISTE É QUE ESSES MALDITOS SÃO ELEITOS PELO POVO.
Nori
Não sabia que o seu blog abordava, também, assuntos políticos. Foi uma surpresa agradável deparar-me com o instigante tema e não resisti à tentação de escrever. Preocupo-me e questiono-me se não estaria exagerando nas participações. De qualquer forma...
Não faço qualquer reparo a sua análise, calculada, real e justa dos fatos que cercam o clã Sarney. Há anos esse homem e sua "troupe" exercem poderosas força e influência na política brasileira, em dissonância com a a insignificância real do clã e de líder, dos pontos de vista humano, intelectual e político. Tivessemos no país como exigem a justiça e o bom senso, representações proporcionais a cada estado em nosso congresso, certamente que grupelhos como esse não existiriam, ou, pelo menos, não seriam providos de tanto poder.
Gostaria apenas de acrescentar ao seu brilhante texto que, até hoje,
ninguém explicou o estranho caso daquele dinheiro encontrado pela Polícia Federal, no escritório do genro e de sua obediente e querida filha. Quais as consequencias e desdobramentos daquele caso ? Você sabe informar? Eu adoraria saber.
E a (re)tomada do poder pelo clã, defenestrado pelo voto de um povo oprimido e carente? Tudo legal,(na acepção verdadeira do termo) com o beneplácito do mais alto colendo deste país, em conformidade com as
leis vigentes, libertinas, amorais, imorais, neste simulacro de democracia em que vivemos. Um axioma popular, do tempo dos "PHs" proclama: "nem tudo que é legal é moral". A volta de Roseana ao poder consagra,integralmente a velha máxima.
De fato, Nori, a classe média está se afogando, não com a água no pescoço, mas na raiz dos cabelos, quase que, completamente, submersa.
Ela sobrevive porque consegue saltar na ponta dos pés para sorver um ar. Quando cai vê que já não está dando mais pé e que a morte está bem próxima.
Discordo, respeitosamente, do que
frisou o Michel Costa. Ao meu sentir, você é quem está absolutamente certo, ao falar que a classe-média é a que está pagando o pato na situação atual em que vive o país.
Essa questão da poupança é emblemática (mesmo) e o governo parece querer comunizar (eu não disse socializar) o Brasil e estabelecer, apenas, duas classes no país exploradores e explorados.
A chave para que ocorra esse "establishment" colimado pelo governo e seus apaniguados é acicatar e classe média, hostilizar a classe média, empobrecer a classe média, miserabilizar a classe média, humilhar a classe média, surrupiar-lhe os direitos, pilhar-lhe e dividir-lhe os bens até que ela se torne pobre, para, enfim, consolidar-se um poder emanado, principalmente, pelos votos da classe média.
Essa demagogia de classe pobre é conversa pra boi dormir. Hoje parece ser muito mais vantajoso ser pobre porque vc tem bolsa-família, escola grátis, alimento grátis, remédios grátis, energia elétrica grátis e uma série de interminável de gratuidades.
Quando eu vejo isso, lembro-me de meu velho pai lutando pela sobrevivência. Trabalhando em serões penosos pela madrugada, fazendo bicos e biscates para poder levantar, honestamente, um dinheirinho a mais e educar os filhos, privando-se de viagens e de lazer, eu me revolto. Que baita sacanagem estão fazendo com as gerações trabalhadoras que construiram este país.
Além do tal do imposto de renda que rouba o nosso suor, que vampiriza o nosso sangue, que subtrai-nos salários a que eles chamam RENDA os malditos políticos se locupletam no poder para criar mais taxas, mais impostos, mais obrigações pecuniárias para o povo que os colocou no poder. Quando o PSD estava no poder, o PT lutava para que a CPMF fosse extinta. Assim que assumiu o poder, o PT lutou até o fim para manter a CPMF
A maior parte dos políticos brasileiros não vale o que come e não tem dignidade.
Podem chamar-me de analfabeto político, de apátrida, ou do que quer que queiram, mas há 15 anos não voto. Ou, melhor, anulo meu voto em função da obrigatoriedade de votar. Agindo assim pelo menos não sou cúmplice de tudo o que vem sendo impingido ao povo brasileiro
Pelé disse, certa vez:"O brasileiro
não sabe votar", ao que eu respondo
"Não é nada disso. O brasileiro Não tem em quem votar". Exceção feita a Brizola, o Brasileiro experimentou todos e foi isso o que levou o atual presidente ao poder.
De vez em quando eu vejo coleguinhas do jornalismo falando em anos de chumbo, em ditadura militar e outras coisas que eles só conheceram pelo que leram (leram só uma parte) e morro de rir. Sem querer entrar no mérito de que "tantos que estão hoje no poder foram assaltantes de banco, sequestradores, que explodiram bombas em lugares públicos como aeroportos e praças mutilando ou matando tantos inocentes" a causa que eles defenderam o fizeram com propósitos muito diferentes daqueles anunciados.
Quantos esquerdinhas festivos, como dizia Carlos Lacerda, estão aí mamando no erário recebendo, além das luvas, polpudas remunerações mensais, como se fossem um craque de futebol. E que não se diga que são poucos, são milhares. Eu, particularmente, chamado dezenas de vezes naqueles tempos à polícia federal, recebendo ameaças pelo que dizia em meus programas, jamais tive vocação para pedir indenizações ou qualquer dinheiro ao governo. Tenho berço, tenho vergonha na cara!
Hoje, mais experiente, mais vivido, vivendo modestamente de um salário de aposentado e mais os juros de uma pequena soma em poupança, mais uma vez sou ameaçado por esse governo de homens truculentos, insensíveis que só abraçaram a "causa" do povo pela perspectiva da perpetuação no poder. Muitos desses capadócios fingem não saber que 100 mil reais hoje mal dá para para pagar uma cirurgia cardíaca e hospítalização em qualquer nosocômio de porte médio do Brasil.
Falei demais, Nori mas quero lhe dizer que eu não imaginava que pudesse existir nenhum governo pior do que o dos militares até que conheci Sarney.
Eu penseu que ninguém pudesse ser pior do que Sarnei até a chegada de Color.
Eu imaginei que nada pudesse ser tão terrível para o povo como um governo igual ao do homem que arrebentou com a classe média e empobrece os os pobres até que conheci Fernando Henrique, aquele que pediu para que esquecessem o que ele escreveu.
Pensei que nada pudesse ser pior do que o rolo-compressor de FHC até que chegaram Lula e o seu imenso séquito.
Aonde vamos parar, Nori, se é que estamos indo para algum lugar diferente de uma grande fossa.
Um grande abraço. Se vc achar pesado, não o censurarei se não publicar. Releve os meus erros pois não farei o copy-desk.
Belo texto. Parabéns!
Fabio.
Até quando nosso povo vai aguardar para tomar uma atitude.Precisamos de líderes de verdade para comandar esta sociedade,pois só assim,nossos filhos e netos poderão exercer cidadania com plenitude.
Abraços
Prezado Nori
Leio todos os dias teu blog, discordando com algumas coisas, tipo Globo x CBV, até hoje não me respondeu quais equipes tinham 5 nomes, mas hoje tenho que concordar com teu comentario, ressaltando que mais uma vez o povo não faz nada sozinho, lembra dos cara pintadas?? não foi a Globo a maior incentivadora para a queda do Collor, se a midia não ajudar, nada se faz nesse pais e a midia só faz questão de manter as coisas que deem retorno pra ela. quando tivermos uma midia, interessada em ajudar a mudar essa palhaçada que esta o nosso pais, com corrupção e roubalheira em todos os setores politicos, nada vai mudar. Quando tivermos mais pessoas e empresas que detenham o poder da midia, conforme esse video anexo (Luis-Carlos_Prates.wmv) poderemos sonhar com algo .
Baita texto! Pena que nem todos os jornalistas tem a coragem de escrever o que tu escreveu!
Parabéns!
Grande Alcides...
Saudações tricolores a um palmeirense meio chato (como todo e bom palestrino), mas extremamente sincero e apaixonado em suas declarações.
Força e Honra!!!!
André Antunes
São Paulo
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