Heróis anônimos do
futebol: um adendo
Sempre que escrevo um texto que cita alguém ou faz uma homenagem fico pensando se esqueci de alguma pessoa. Quase sempre esqueço, apesar do tamanho da cabeça.
Ao fazer a barba, lembrei do post anterior e procurei na memória. Achei, claro.
Como poderia esquecer de Santana, o Pai Santana, folclórico massagista e assessor para assuntos espirituais do Vasco.
Em 2001 fiz um trabalho para o SporTV para uma série de programas sobre misticismo no futebol. Fomos, eu e o repórter cinematográfico Marcelo Benincasa, ao apartamento de Santana, num subúrbio carioca.
Calor de deserto. Pai Santana estava doente, não levantava do sofá, mas nos divertiu com histórias maravilhosas e uma aura de bondade quase tangível. Sua esposa nos serviu o melhor mate gelado que tomei na vida.
Santana contou uma história hilariante. O Vasco tinha contratado um português, nos anos 70, se não estou equivocado era o Peres, meia até da seleção lusitana. Ou talvez seja o Lito. A memória de Santana estava falhando, a minha idem, e a história é melhor que os personagens.
Estréia no Maracanã, jogo importante, contratação cara. Pai Santana logo preparou um trabalho para proteção do gajo. Espalhou ovos de codorna pelas laterais do campo, entre outras coisas, tudo para cercar o craque.
Começa o jogo, o jogador sai para uma jogada na lateral, escorrega num dos ovos de codorna e se machuca. Logo de cara.
Figuras como Santana, Ximbica, Panza, Bola, Hélio também fazem do futebol brasileiro algo especial.
2 comentários:
Adorei, Nori! Bela atitude de homenagem ao passado, sempre tão esquecido! beijos
A ordem agora é tercerizar...
Podemos, até, ter um segurança palmeirense fazendo segurança do Corinthians, tudo muito impessoal...
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