quinta-feira, julho 02, 2009

Corinthians fecha ciclo

de retorno espetacular


Talvez nem o mais otimista dos corintianos desenvolvesse um roteiro tão espetacular como o que o time interpretou entre o calvário do rebaixamento em 2007 e a terceira conquista da Copa do Brasil, na última quarta-feira, aqui em Porto Alegre.

O time caótico, dividido e despreparado de dezembro de 2007 se transformou numa equipe coesa, consistente, bem treinada e confiante em sua capacidade em julho de 2009.

O trabalho de reconstrução teve um grande condutor: Mano Menezes. O treinador gaúcho deu ao Corinthians uma nova cara, baseada numa consistência defensiva. Os zagueiros Chicão e William (que mano trouxe do Grêmio) e o lateral Alessandro são ótimos defensores. Aos poucos Mano foi moldando o time, corrigindo os defeitos do meio-campo, aprimorando o ataque. Em 2008 a eliminação precoce no Campeonato Paulista serviu mais para observações do que para contestações. Na Copa do Brasil a equipe foi até a final e perdeu para o Sport.

A Série B foi um passeio que deu corpo e confiança ao time. A defesa, que já era forte, ganhou proteção de luxo com Cristian. Elias, revelação do Paulistão de 2008 com a Ponte Preta, demorou para se encaixar no esquema como segundo volante e homem de chegada como elemento surpresa na frente. Mas quando encaixou foi fundamental.

André Santos pela esquerda sempre foi um atacante perigoso nas ultrapassagens. Jorge Henrique, taticamente o jogador mais importante das finais contra o Inter, ofereceu uma gama impressionante de variações de jogo. A chegada de Ronaldo foi o enfeite final, o toque diferenciado para a conquista do Paulistão 2009, de forma invicta, para mostrar que o Corinthians não estava para brincadeira.

A Copa do Brasil provou que, como canta o torcedor alvinegro, "o Coringão voltou". O time é, atualmente, o mais equilibrado taticamente do futebol nacional. Ataca e defende com a mesma competência. Tem um meio-campo que atende a todas as necessidades do jogo moderno. Cristian e Elias marcam forte e sabem sair para o jogo. Douglas, embora inconstante, é um meia armador, essa espécie quase em extinção. Jorge Henrique ajuda demais na recomposição.

Mantida a base e o sistema de trabalho, com alguns reforços, o Corinthians tem tudo para chegar à Libertadores de 2010 como nunca chegou em suas sete participações anteriores: forte, confiante e qualificado para buscar a realização de seu maior sonho.

Um comentário:

Pedro Pellegrino disse...

Noriega, parabéns pelo seu livro, é muito bom. Abraço.