quinta-feira, julho 16, 2009

A Bruxinha estava solta no Mineirão



Não adianta espernear. A verdade é que o futebol brasileiro, em se tratando de Libertadores, é um grande freguês dos argentinos. Só uma família, a Verón, tem quatro títulos, mais do que qualquer clube brasileiro na competição. Uma lavada.

E foi um representante dos Verón, Juan Sebastían, o nome da final da Libertadores. La Brujita, ou A Bruxinha, numa referência ao apelido do pai, Juan Ramón, joga o fino da bola. É craque. Daqueles que têm o jogo nas mãos, fazem com ele o que quiserem. Verón foi quem determinou como seria jogada a final do Mineirão. Ele ditou o ritmo e os outros jogadores que estiveram em campo aceitaram, reverentes. A partir do momento em que o Cruzeiro deixou que Verón assumisse o controle, seu sonho do tri estava condenado a se transformar no pesadelo do tetra do Estudiantes.

Outro detalhe digno de fazer pensar na freguesia a que somos submetidos pelos argentinos na Libertadores é destacar que o Estudiantes não está na lista dos grandes, dos enormes times argentinos. Em torcida, em importância de conquistas nacionais. Foi apenas 4 vezes campeão nacionais e tem três títulos de segunda divisão.

Não sou refém de justificativas fáceis, de clichês para explicar derrotas. Não houve clima de oba-oba, de já ganhou, nada disso. Houve um time melhor, o do Estudiantes, que tinha um grande craque, Verón. Assim é o futebol.

2 comentários:

Unknown disse...

Se o Merrella vier com novas contratações de 2º e 3º divisão, o bicho vai pegar!!

Não adianta querer agora vir iludir o torcedor com falsas contratações!

Somente o Wagner como armador não dá...tem q ter BANCO! Somente o Kléber no ataque não dá.. e isso o torcedor já vem avisando faz tempo.

E traz logo um zagueiro que preste pra jogar ao lado do Leonardo Silva!

FORÇA ADILSON!!
FORÇA ADILSON!!

FORÇA CRUZEIRO!!

Nós torcedores estamos ACABADOS como vocês.. a dor é grande demais, mas estamos juntos pro que der e vier

TE AMO CRUZEIRO!

Marcelo Rayel disse...

Prezado Nori, sua estada em BH e o Arena com aquela paisagem única da Pampulha me fizeram lembrar da época em que morei na capital mineira. Foram quase cinco anos. Meu apê ficava entre o Clube da Esquina e a duas quadras do estádio Raymundo Sampaio, conhecido nacionalmente como Estádio Independência, hoje campo do América.

Nem preciso dizer que meu lugar preferido era justamente a Pampulha. Acho a Pampulha um dos grandes espetáculos da Terra. Estive lá mês passado. E o chopp do Redondo continua imbatível...

O Cruzeiro teve um problema crucial: defesa mal posicionada. Virou, mexeu, ao longo do primeiro tempo, tinha jogador do Estudiantes escapando frontal ao arco do goleiro cruzeirense. Acabava aparecendo uma alma bendita para cortar o ataque (geralmente o último homem da defesa).

No segundo tempo, a equipe de La Plata começou a utilizar com mais frequência os flancos. E essa mudança de perspectiva fez com que o Estudiantes percebesse brechas se forçasse mais, com ações próximas a linha de fundo. De frente não dava para encarar. Tudo fechado. Mas das laterais a visão da peneira começava a se cristalizar. O gol de empate mostrou isso.

E o gol de bola parada... Bem... O gol de bola parada foi magistral! Que cobrança do Sr. Verón. Simplesmente cobrou o escanteio de um jeito que tirou a bola da defesa do Cruzeiro que, novamente, deu show de mal posicionamento. Aquilo não foi uma cobrança de escanteio. Aquilo foi um espetáculo! Como a gente sente falta de um escanteio como aquele no nosso sofrido Brasileirão...

Nori, Liga dos Campeões da UEFA é polo. Libertadores da Conmebol é poker. Enquanto times brasileiros forem à Libertadores como se fossem a um jogo de polo, rodeado pela nobreza, reis, rainhas, princesas, farfalhando fortunas maiores que o PIB da Libéria, a freguesia para times argentinos em finais de Libertadores certamente se fossilizará. Libertadores é sagacidade, blefe, oportunismo, perspicácia. Times brasileiros estão entrando na Libertadores como se fossem jogar a final contra o Chelsea, o Real Madrid ou o Bayern. Querem mostrar uma boniteza que até faria sentido se os nossos vizinhos fossem a Alemanha ou a Itália.

Ainda acho que o Cruzeiro é mais time do que o Estudiantes. Só que na UEFA você vence por caráter meritório, técnico. Na Conmebol você vence se fortalecendo na(s) falha(s) do outro. Enquanto time brasileiro não botar na cabeça que Libertadores é passar a perna no manco, só se for o Santos de 1962-1963.

Porque o Santos de Pelé botou uruguaios (Peñarol) e argentinos (CA Boca Juniors) nos seus devidos lugares. Digo o Santos de Pelé. Porque nem o Santos de Robinho deu conta.