Vende-se um título brasileiro.
Mas será que tem comprador?
O anúncio está publicado em todos os campos de futebol que recebem os 20 participantes do Campeonato Brasileiro da Série A. A CBF oferece o título nacional de futebol, conquista de prestígio, de um dos torneios mais importantes do mundo. Interessados há vários. O problema é que não tem aparecido um comprador que tenha cacife para bancar a compra.
O Palmeiras parecia que estava pronto para fechar o negócio. Mas não se sabe no mercado se tem fundos suficientes. Pelas três últimas rodadas, deu pinta de blefe, embora ainda tenha crédito. Só que anda gastando mal. Desvalorizou-se sobremaneira nos últimos três pregões e já tem gente querendo vender rapidinho com medo de quebrar a cara.
O São Paulo é reconhecido como um comprador agressivo, que sabe a hora exata de entrar no jogo, de fazer uma oferta irrecusável. Mas esse era o São Paulo até o ano passado. O time desse ano está mais para especulação do que qualquer coisa.
O Internacional era apontado como a grande aposta. Começou adquirindo papéis que davam a pinta de valorizar muito, mas quando mais se espera dele, acaba caindo de cotação.
Vem aí o Atlético Mineiro, que esteve sempre entre os principais jogadores. A cotação oscilou, mas sempre esteve entre as 4 ações mais valorizadas. Resta saber se tem pique para virar uma blue chip, aquele tipo de ação que se considera aposta de retorno garantido.
O Flamengo aparece como uma aposta de alto risco. Andava esquecido, mas sua cotação aumentou consideravelmente. Quem comprar agora ainda compra barato e pode lucrar no final, mas é jogada para quem tem dinheiro a perder de vista.
O Goiás ensaiou o salto duas ou três vezes mas sentiu aquela fisgada e acabou queimando. A Libertadores também parece o que dá para o Esmeraldino. Se der.
Resta deixar um dinheirinho reservado para aplicar no Cruzeiro. Pode ainda render Libertadores.
Isso posto, vamos aos pitacos da rodada, apenas dos dois jogos que assisti.
Impressionante como dois jogadores veteranos, mais para o final da carreira, conseguiram controlar esses dois jogos. Retrato da mediocridade técnica. Aqui medíocre tem o sentido que sempre teve, de mediano, normal.
No sábado, Ricardinho conduziu o Atlético Mineiro jogando a la Verón. Toques rápidos, simples, leitura perfeita de jogo. Some-se a isso a grande fase de Tardelli e a boa organização do time de Celso Roth e bastou para afastar ainda mais o São Paulo do rótulo de bicho-papão.
O São Paulo tem vivido muito mais da fama conquistada em 2006/07/08. A versão 2009 nem de longe lembra as três anteriores. O time é pobre de idéias e tem jogadores que visivelmente estão com a cabeça em outro lugar. O Galo se reforçou na medida certa durante a competição e com isso é hoje um time mais competitivo do que no início. E bastante regular.
No domingo foi a vez de Petkovic destruir o frágil castelo palmeirense. Um golaço, muita inteligência para jogar e um gol olímpico (com ajuda providencial da defesa alviverde). Pet joga muito e tem uma qualidade rara no futebol brasileiro: é inteligente com os pés, com a cabeça e com as palavras. Bastou isso para o Flamengo. Nem precisou de Adriano, que jogou com evidente desconforto físico graças ao problema na canela. O Mengão jogou no erro do Palmeiras. Que erra muito e por isso não inspira confiança, embora ainda seja líder.
O Flamengo ainda tem como realidade plausível a zona de classificação da Libertadores. A arrancada é boa, talvez a melhor de todos os que se situam entre os 6 primeiros. Resta saber se haverá tempo para sustentar tal desempenho.
6 comentários:
Como eu já havia dito, o Galo continua vivo. Mais vivo do que nunca.
Torço pelo Galo nessa reta final... Mas acho que ninguém tira o título do Verdão (ainda vai enfrentar 4 dos últimos 5 da tabela). Acho que ele só perde pra ele mesmo.
Entre os restantes com alguma chance, Atlético e Goiás pegam mais pedreiras...
Se o Galo conseguir passar bem por Goiás, Inter e Palmeiras será campeão com muito mérito!
Souza, na armação das jogadas do Palmeiras !?? Será que o Muricy não estava ontem no palestra? Assim não dá! Time apatico, sem vibração.. curioso será que é o reflexo do treinador no banco de reserva?
Um abraço
Rafael Pecoraro
Noriega, eu venho falando isso sobre os times da ponta de cima da tabela, faz um tempo.
Eu acho que isso é tudo influência da não valorização do título nacional. Os times grandes tem como objetivo principal a vaga na Libertadores, o título ficou em segundo plano. Efeitos dos pontos corridos.
Abs!
http://nopiquedabola.wordpress.com/
Pode ser duro e grosseiro dizer ainda que o Patético-MG é cavalo Paraguaio. Tá na cara que não é...
Mas, afirmo.. nem na Libertadores deve chegar...
Sua Estória não permite isso!
Abraços!
Ótimo texto! Adorei!
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