quinta-feira, agosto 30, 2007


QUANDO A DEFESA É
O MELHOR ATAQUE


Palmeiras e São Paulo fizeram um belo jogo. Movimentado, disputado, com lindos lances, grandes defesas e polêmica, como pede um grande clássico. O Palmeiras dominou os primeiros 15 minutos, mas não teve poder de fogo para aproveitar um raro momento de desencontro da marcação tricolor. Depois, com Valdívia e Edmundo isolados pelo posicionamento avançado da marcação do São Paulo - e a posterior contusão do chileno, que foi duramente marcado -, o Palmeiras perdeu o ímpeto inicial. Aí prevaleceu o maior conjunto são-paulino, até o lindo gol de Jorge Wagner, que definiu o jogo.
Taticamente, o São Paulo de 2007 se define como um time que ataca defendendo. Pode parecer impossível, mas é assim que o Tricolor se impõe. A marcação em todos os setores é disciplinada, forte e constante, o que faz com que a bola dificilmente chegue em Rogério Ceni. Quando ali chega, há um excelente goleiro. Antes dele, um trio de zagueiros altos, fortes e bons tecnicamente, que rebate quase tudo. O São Paulo aceita sem problemas ser sufocado pelo adversário porque confia na qualidade da defesa e na precisão de seus contra-ataques. Assim está pavimentando uma auto-estrada rumo ao quinto título nacional, praticamente sem cobrança de pedágio.
O Palmeiras mostrou que sua evolução não é por acaso. Jogou de igual para igual com o São Paulo e teve o domínio em boa parte do jogo. Falta, ainda, maior poder de fogo, um centroavante que incomode pelo posicionamento e agressividade e, em especial, um bom ala. Os dois alas palmeirenses deixam a desejar. Wendell é basicamente voluntariedade, o que falta em Leandro. E ambos carecem de precisão nos cruzamentos. O São Paulo tem um Souza atualmente apagado, mas Jorge Wagner compensa com sua grande fase.
O detalhe que pode ter mudado a história do jogo foi a contusão de Valdívia, o melhor atleta palmeirense. Mesmo marcado com força, ele se safava dos beques com muita habilidade até sair de campo.
A polêmica fica por conta do gol anulado do Palmeiras. Nitroglicerina pura. Vendo e revendo a imagem, acho que o gol foi legal, mas também não é absurdo algum que tenha sido anulado, não é daqueles lances clamorosos, gritantes, mas depende da interpretação. E com base nela e nas recomendações da arbitragem internacional esse tipo de lance tende a ser validado. Acredito que o bandeira Carlos Augusto Nogueira Júnior tenha, na verdade, marcado - equivocadamente - o impedimento de Edmundo, porque era quase impossível, pelo seu pocisionamento, que ele visse as posições de Max e do último zagueiro são-paulino. Conversei com várias pessoas, inclusive ex-árbitros, ainda no estádio, e houve rigoroso empate de opiniões. E casos de são-paulinos que consideraram o gol alviverde legal e de palmeirenses que acharam o gol ilegal.
Em resumo: só existe agora a possibilidade de o São Paulo perder o título brasileiro. Não vejo time capaz de tirá-lo do time do Morumbi. A não ser que o Tricolor entregue de bandeja, o que parece pouco provável.

VIOLÊNCIA NUNCA

O clima foi de absoluta paz, dentro e fora do Palestra Itália. A única exceção foi a acusação de agressão ao goleiro são-paulino Bosco. Se for confirmada, a agressão deve ser exemplarmente punida. Um dado que acrescento ao caso. Bosco comemorou a vitória do São Paulo fazendo gestos para a torcida do Palmeiras. Pelo que vi no estádio (e só posso faler do que vi), nada grave, apenas deu tchauzinho e apontou para o gramado, como se reforçasse que seu time tinha ganhado dentro da casa do adversário. Não justificaria jamais uma agressão. Agora, atleta não pode ter esse comportamento, porque não é torcedor, é profissional de futebol. Principalmente nos dias atuais, marcados por fanatismo e violêcia de pessoas que se dizem torcedores mas são vândalos.
Na maioria dos estádios brasileiros os atletas são presas fáceis para potenciais agressores. E o que é mais grave, em alguns estádios, conselheiros e sócios dos clubes, que muitas vezes são os mais fanáticos e violentos, têm acesso livre e facilitado para se aproximar dos rivais.
Em vez de punições ridículas e de fachada e absolvições escandalosas, os tribunais do futebol deveriam punir quem realmente é violento, dentro e fora de campo.

QUAL A SAÍDA PARA O CORINTHIANS?

A goleada é a menor preocupação para os corintianos. O que deve preocupá-los é que a tendência é que não fique apenas nessa sofrida para o Galo. O desmando e o atraso de idéias das pessoas que tentam administrar o clube chega a ser deprimente. Some-se a isso um time limitado e visivelmente sem comando, tem-se uma situação dramática. O rebaixamento é uma ameaça real que vem de dentro e de fora dos gramados.

2 comentários:

Pedro disse...

Nori
Faz umas duas semanas que não consigo acessar o blog do Jota. Sabes se ele mudou de endereço, tá com problema ou algo do gênero?

Anônimo disse...

Heheheheh!!!!
É Nori parece que o penta está à caminho...Sinceramente não achei que o São Paulo foi pressionado pelo Palmeiras no início do jogo. Aliás o clássico foi equilibrado e penso que o tricolor venceu quando de fato pressionou o Palmieras no fim do primeiro tempo e no segundo apenas garantiu o resultado...Quanto ao gol anulado acho que o bandeira estava muito bem posicionado e tinha melhor visão que todos agora pode ter errado sim?!!O Valdívia mais uma vez pipocou contra o tricolor inclusive o lance de sua suposta lesão ocorreu mais devido a sua simulação, repare a forma com que ele cai no gramado, ele tenta fazer um escândalo quando cai e acaba caindo de "mau jeito"...
O Bosco errou ao simular que a pilha caiu em sua cabeça e deve ser punido porém nada justifica a agressão por ele sofrida e nem o fato da pilha estar no gramado. Outra coisa, como saopaulino gosto de ver o Bosco comemorando os gols do tricolor mostra sua entrega ao grupo e jamais condenaria um jogador por comemorar a vitória de seu time, neste caso o erro é total dos torcedores pois o esporte é assim, hoje se perde e amanha se ganha...Irritação por ver a alegria alheia sinceramente é falta de educação e respeito do torcedor adversário....
Abraços Nori!!!
Leonardo-Go