CRUZEIRO E VASCO
ESTÃO NO PÁREO
O returno do Brasileirão começa com uma boa notícia para parte dos mineiros e parte dos cariocas. Os cruzeirenses e os vascaínos têm todos os motivos do mundo do futebol para acreditar numa eventual conquista do título brasileiro. O que não significa dizer que ela acontecerá. Mas não seria nada do outro mundo.
Mineiramente, comendo pelas beiradas, o Cruzeiro se fortaleceu ao longo da competição. Eliminou o descrédito inicial e apostou num treinador que é uma interessante revelação: Dorival Júnior. Discreto, sem arroubos de sabe-tudo,. Dorival Júnior não diz a cada entrevista coletiva que é muito bom ou que tem 30 anos de futebol. Trabalha sério e em silêncio. Vale lembrar que foi vice-campeão paulista eliminando o São Paulo na semifinal com uma sonora goleada de 4 a 1. Aos poucos vai acertando o Cruzeiro, embalado pela boa fase de alguns jogadores, em especial de Alecssandro. Com um jogo a menos que o líder São Paulo, o Cruzeiro pode, na teoria, estar apenas três pontos atrás do ponteiro. O que empresta outro sabor ao campeonato, principalmente porque ainda resta o confronto direto, que será realizado no Morumbi. Mas se quiser interromper a constante e impressionante caminhada são-paulina, precisa arrumar a defesa. Embora seja o melhor ataque do torneio, tendo marcado 44 vezes, já sofreu 35 gols, um número alto e que denota problemas. Mas impressiona o fato de o Cruzeiro ser um time que joga igual dentro e fora de casa. É o terceiro em aproveitamento jogando em Minas e também terceiro quando sai de seus domínios.
O Vasco é uma agradável surpresa. Primeiro porque duvido que o mais otimista dos vascaínos apostasse numa campanha tão consistente. Segundo, porque Celso Roth, o treinador, andava pra lá de desacreditado. Dele diz-se que seus trabalhos têm prazo de validade, que começam bem mas não se sustentam. Esse Vasco do Brasileiro joga por terra essa tese. Um time bem armado e que em casa se insinua irresistível, tendo por base um meio-campo que tem dois atletas com futebol de gente grande: Andrade e Conca. O dilema vascaíno está em equilibrar o fantástico desempenho como mandante (é o melhor do campeonato) com a débil produção fora de casa (é apenas o décimo-sétimo em aproveitamento longe de São Januário). A regularidade do líder São Paulo mostra o time como o melhor visitante e o oitavo em desempenho dentro de casa.
Um pouco abaixo desse autêntico trio de ferro do Brasileiro-07 aparecem Botafogo (em curva descendente) e Palmeiras, numa boa corrida de recuperação. O Botafogo ainda se sustenta no bom desempenho como mandante (é o segundo), mas seu último mês faz acender a luz vermelha. O Palmeiras tenta equilibrar seu desempenho em casa, condição na qual tem apenas a décima-segunda campanha, com o incrível percentual de aproveitamento como visitante - é o segundo convidado menos desejado.
Grêmio, Santos, Goiás e Internacional ainda podem sonhar. Não ficam nada a dever a Palmeiras e Botafogo tecnica e taticamente. Mas precisarão de uma grande sequência de vitórias para encostar no trio de cima.
A ponta de baixo da tabela promete tirar o sono de muitos torcedores. América e Náutico são os dois piores times do campeonato como mandantes e precisam, urgentemente, ganhar em casa para escapar do rebaixamento. Mas só perdem. O Juventude tem um elenco pra lá de fraco e é o pior visitante da competição. Mesmo sem ser brilhante - muito longe disso - o Flamengo é melhor que esses três e tem tudo para fugir da degola se tiver um bom desempenho em casa. Paraná e Figueirense perderam o fôlego inicial e o Atlético Paranaense não tem feito da Arena seu alçapão, o que parece ser a única alternativa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário