quarta-feira, julho 18, 2007


TRAGÉDIA E IRRESPONSABILIDADE


Um gesto de alento e uma oração para as famílias que agora choram mais uma tragédia áerea brasileira. Mais um fruto da irresponsabilidade das autoridades brasileiras, mais um retrato de um país apodrecido, carcomido pela corrupção. Um país que torra milhões em reformas de salas de embarque, pedras de mármore e deixa a segurança em segundo plano. Um país em que atitudes vergonhosas de políticos nojentos são defendidas por alguns que consideram tudo um plano de quem quer derrubar o governo, uma atitude reacionária, de gente que é do contra. Será que essa gente dorme tranquila? Olha para seus filhos, amigos, parentes, sem um pingo de remorso?
Andar nas ruas, viajar de carro, ônibus e voar nesse País é sinônimo de perigo.
E ainda temos de ouvir a ministra-perua, esse monumento à estupidez, ao pseudo-intelectualismo pequeno-burguês, dizendo relaxa e goza. Tremo só de pensar no que ela diria agora, com mais uma tragédia.
O caos se instalou no sistema aéreo brasileiro e o governo não fez nada em um ano. Claro que pra quem tem avião 24 horas à disposição, pra quem tem o espaço aéreo fechado quando viaja, nada disso importa. Acontece que esse País precisa de gente voando para funcionar. Tem gente que vive disso, gente que ganha a vida trabalhando, de maneira honesta, sem laranja, sem empresa de fachada, sem lobista pagando conta de amante. Então, é irresponsabilidade, é uma vergonha o superfaturamento das contas da Infraero e as pistas dos aeroportos caindo aos pedaços, os controladores fazendo greve, a falta de estrutura, tudo é nojento.
É preciso mais que decretar luto de três dias, é preciso decretar vergonha na cara. Hombridade para fechar esse aeroporto e construir outro, porque a tragédia maior ainda pode acontecer.

12 comentários:

Renato Lula disse...

Nori, comentários como esse que me fazem seu fã, vc é um cara que não esconde sua opinião e não corre da luta.
[]´s

Iara Alencar disse...

Ola Noriega.
Bem vindo ao Brasil.
Mas por ora ainda não temos os culpados da tragédia.

Anônimo disse...

Assino embaixo. De todas as letras, palavras, frases. Sem tirar nem por.

Robert Alvarez Fernández disse...

Maurício, impossível discordar de uma letra do seu comentário; parece que perdemos a capacidade de demonstrar nossa indignação, de forma coletiva e contundente, com a irresponsabilidade do Poder Público como um todo não só neste setor, mas com todos os descasos a qual somos submetidos. Somos mais que um país carcomido pela corrupção, somos um país em que respeito pelo cidadão é artigo de luxo.

Robert (o Professor, lembra?)

Anônimo disse...

O Rio de Janeiro amanheceu com céu nublado. É visível no rosto de cada cidadão a tristeza pelo que aconteceu. Depois de um dia dourado no PAN, o luto nos pegou pela mão. Jade Barbosa, na ginástica, nos presenteou com um sorriso de menina-mulher. Mas paramos de sorrir minutos após sua conquista, pois centenas de vítimas perderam suas vidas em algo que poderia ter sido evitado.
Me pergunto, hoje, como momentos tão distintos podem acontecer no mesmo instante? Porque não ficarmos só com as alegrias e com a felicidade de cada torcedor? Porque não respeitar a vida? Será que agora que inocentes perderam suas vidas e que o mundo acompanha o PAN no Brasil algo será feito?
De que adiantam tantas medalhas se o ser humano não é levado a sério por aqui? De que adianta sorrir hoje e chorar amanhã por esses mesmos seres humanos? Já passou da hora de mudarmos esse país.

Registro aqui a minha solidariedade a todas as famílias das vítimas que nesse momento choram e sofrem com a dor da perda. Que Deus os ajude e lhes dê força para suportar esse sofrimento. Muita força e fé.

Anônimo disse...

Resumo seu texto em um palavra:
"Perfeito"

Você conseguiu expressar o que o povo brasileiro honesto e trabalhador pensa sobre toda esta calamidade.

Grande abraço e tudo de bom!

Anônimo disse...

Reacionário! A culpa é da TAM!
Jornalista precipitado, é dose.

Unknown disse...

Ao anônimo, quer debater? dê as caras. Dê o nome. E quem é vc pra decretar a culpa de alguém? Já julgou, já condenou? Eu não julguei nem condenei ninguém, mas repito, é um governo de perfumaria, que empurra com a barriga a crise aérea e outras crises, com interesses políticos.
Se lutar pela honestidade e pela decência é ser reacionário, então pode me chamar assim.

Unknown disse...

Noriega, nenhuma palavra sobre as Cias. Aéreas? Seja um pouco mais profundo. Não jogue tudo nas costas de um Governo. O jornalismo do seu Patrão deixou evidente, em um furo de reportagem, a culpa da TAM...

Unknown disse...

Flávio, quem controla o setor aéreo é o governo. Quem é o responsável pela operação dos aeroportos é o Governo. As companhias aéreas fazem a mim, a vc e a todos os brasileiros de palhaços, com filas, overbookings e tudo mais, porque o governo - este e todos os outros anteriores - não faz o que deve fazer: atuar. O Jornalismo do meu patrão, como vc diz, me parece bem mais independente do que o jornalismo de quem acha que o governo nunca sabe de nada, nunca tem culpa de nada. Talvez com o dinheiro gasto para comprar o avião presidencial nós tivéssemos radares melhores, pistas reformadas e mais controladores de vôo. A diferença, no caso, é que se a culpa da cia. aérea for comprovada, ela arcará na Justiça com o custo disso, moral e financeiro. E a pergunta que eu faço a vc, o governo ou os governos pagam por alguma coisa aqui?

Unknown disse...

Caro Nori, "jornalismo" global independente? Nós temos praticamente a mesma idade. Portanto, você deve lembrar-se deste "jornalismo" à época da ditadura, eleição de Brizola no Rio em 1982, campanha das diretas já em 1984, debate presidencial em 1989 (aí já não tinhamos mais a Censura), eleição e reeleição de FHC, e outros fatos públicos e notórios que comprovam a falta de ética deste pseudo "jornalismo independente"!! Abraços.

Ah, sou fã de seu pai, Luiz Noriega, desde quando eu, ainda garoto, acompanhava suas narrações na TV Cultura.

Unknown disse...

Flávio, o espaço é democrático e todas as opiniões são válidas e aceitas. Erros aconteceram e já foram reconhecidos no passado, inclusive por pessoas que participaram dos eventos. Na história recente, não há nada que ao menos chegue perto dos tristes tempos da ditadura. Agradeço a citação ao meu pai e ídolo.
Abs