O retorno do
Rei de Copas
Sou fã declarado do futebol argentino. Para mim, não há nada melhor do que um jogo de bola entre brasileiros e argentinos, seja entre clubes ou seleções. Entre o futebol europeu e a dupla Brasil/Argentina, fico com os rivais sul-americanos, sempre. Embora seja um admirador confesso do Barcelona, por sua história de resistência, por ser a Catalunha em campo e preservar a essência do futebol bem jogado.
Por isso vejo com alegria esse projeto de retorno do Independiente na Copa Sul-Americana. O Rei de Copas, maior vencedor da Libertadores, com sete títulos, andava esquecido. O último grande time do Rojo de meu querido amigo Fernando Daniel de Oliveira foi o campeão da Supercopa da Libertadores de 1994. Treinado por Miguel Angel Brindisi, ex-craque da Copa de 1974, o Independiente era um timaço. Tinha Islas no gol, Cagna, Perico Perez e Gustavo López no meio, e uma dupla infernal na frente, Sebastián Rambert e Palomo Usuriaga.
Atropelou Santos, Grêmio, Cruzeiro e Boca para vencer a Spercopa. Também ganhou o Clausura daquele ano e o bi da Supercopa em 1995. Depois disso, houve um período de vacas magras pelos lados do Estádio Libertadores de América, em Avellaneda.
O que não apaga a mística de um grande time. Mesmo assim, o Independiente viu o Boca se aproximar perigosamente de sua marca de sete títulos continentais. O Boca já acumula seis.
A história registra uma conexão interessante entre Independiente e o futebol brasileiro. Ela atende pelo nome do grande mestre Oswaldo Brandão. Treinando o Independiente em 1967, ele conquistou o título do primeiro torneio nacional do futebol argentino. De quebra, encaixou a média de 3 gols por partida e o melhor aproveitamento da história do futebol vizinho, 86,67%.
Naquela equipe figuravam autênticos mitos do futebol sul-americano, como o uruguaio Pavoni, e uma linha de frente infernal, com Bernao, Savoy, Artime, Yazalde e Tarabini.
Mas o grande craque da história do Independiente foi Ricardo Enrique Bochini, "El Bocha". Um dos maiores ídolos de Maradona, "apenas" isso. Bochini disputou a Copa de 1986, no México, mas era reserva. Entrou em Argentina x Bélgica. Dele, Maradona disse o seguinte em seu livro "Yo Soy el Diego": "Quando fiz uma tabela com Bochini, foi como se tivesse tabelado com Deus".
Meu amigo Fernando Oliveira é fã de Bochini. Leva como talismã em sua carteira o ingresso do jogo de despedida do Bocha.
É essa instituição do futebol mundial que enfrentará o Goiás na final da Sul-americana. Adversário duro. Nada que lembre seus grandes times, mas tem bom toque de bola, jogadores de personalidade e uma torcida apaixonada. O Goiás enfrentará tudo isso com a altivez e dignidade que caracterizam seu elenco atual.
Será uma grande final.
2 comentários:
Bom dia Noriega assisti o jogo ontem e apesar da torcida deles que realmente empurram acho que o Goias leva essa apesar do time Brasileiro estar rebaixado pelo menos nesse ultimo jogo convenceram pela disposição e merecem o título Dalhe Goias.Abraço ao melhor comentarista esportivo do Brasil.
Dificil !!!
Essa é a palavra, acho que os times que brigam no Brasileiro pela 4ª vaga da libertadores devem se preparar pois o Goias não passa pelos Argentinos. A Pressão é enorme e ''craques'' como Marcão, Carlos Alberto, Rafael Moura, Toloi, Otacilio Neto não vão suportar.
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