sexta-feira, agosto 06, 2010

Trampolim Colorado


Mais do que comemorar a terceira final de Libertadores de sua história e o fato de ser o primeiro time brasileiro a disputar dois Mundiais de Clubes da Fifa neste novo formato, o Internacional festeja seu estabelecimento como instituição de padrão que está à altura de seu nome. O Inter é um time do mundo, definitivamente.

Pelo jeito que as coisas andam no futebol brasileiro, o Colorado dos Pampas é o clube que mais se aproxima do patamar atingido pelo rival que eliminou ontem na semifinal da Libertadores, o São Paulo. Está deixando o Cruzeiro um pouco para trás nessa equação que soma conquistas, presenças constantes em competições internacionais e estrutura fora de campo.

Os outros bicampeões de Libertadores que o Brasil tem, Santos e Grêmio, também ensaiaram essa situação. O Grêmio ao quase tocar o céu com as mãos em 1995 (no que seria o bi mundial) e 2007 (no quase tri da Libertadores), e o Santos em 2003 e, quem sabe agora, com a nova geração de Meninos da Vila.

A diferença do Inter é que como clube ele cresceu demais a partir de 2003, e só por isso pôde montar times fortes e chegar a duas finais de Libertadores num período de 4 anos.

Desta vez, a classificação foi conquistada no Beira-Rio, dada a superioridade mostrada sobre o São Paulo. Mesmo no jogo do Morumbi, quando foi muito mais pressionado, o Inter fez muito mais do que o Tricolor paulsita havia feito em Porto Alegre.

Hoje o Colorado tem mais time, mais opções, um elenco mais equilibrado, motivado e bem treinado que o São Paulo.

Contra o Chivas enfrentará um adversário de toque de bola, boa técnica, entusiasmado e perigoso. Mas tem tudo para bisar a conquista continental e encaminhar uma disputa de Mundial de Clubes que projetaria uma final contra a Inter de Milão.

Tinga fará falta, mas pode perfeitamente ser substituído por jogadores como Andrézinho e, principalmente, Giuliano, numa eventual formação mais ofensiva.

O São Paulo junta os cacos de um momento especialmente complicado. Talvez até mais fora do que dentro de campo. Embriagados pelo sucesso recente, alguns de seus dirigentes acreditaram que a engrenagem tricolor sempre funcionária bem, independente de quem estivesse no comando.

Ainda hoje há gente no São Paulo que teima em não reconhecer a capacidade de Muricy Ramalho. A escolha de Ricardo Gomes para sucedê-lo foi pensada com o firme propósito de mostrar que até um treinador de currículo modesto poderia ser campeão com o São Paulo.

O que graças à falta de equilíbrio do elenco - carente em muitas posições e excedente em outras - o treinador não pôde fazer.

Ainda assim é um time com boa base, capaz de se recuperar. Mas precisa de reforços, de opções para a a lateral direita e para a armação no meio-campo. Resta saber a quem os cardeais são-paulinos entregarão a tarefa de tocar uma necessária reformulação.

4 comentários:

@victornetto disse...

boa análise!

Anônimo disse...

Caro Nori,

O problema do São Paulo é que alguns jogadores foram atingidos pela soberba que reina na diretoria. Miranda, Dagoberto, Richarlyson, Renato Silva, Junior Cesar, Fernandinho, Jorge Wagner e Cleber Santana parecem que estão fazendo um favor em vestir a camisa do São Paulo. Jogadores arrogantes, mascarados, displicentes que se acham acima do bem e do mal. Óbvio que a corda sempre rompe do lado mais comodo. Ricardo Gomes tem sua parcela de culpa, principalmente por não ter afastado esses jogadores e colocado aqueles que realmente querem jogar. Se o São Paulo não abrir o olho esse ano disputaremos apenas para não cair para a segundona.

Abraço
André Antunes

Cláudio- Brasileiro e Gaúcho! disse...

Prezado Mauricio Noriega(Nori):
-"Sobre o confronto com o sempre forte São Paulo":
Dos 180 minutos,o INTER jogou cada um deles! O tricolor paulista,no máximo 90 minutos.
Passou o COLORADO,que foi quem arriscou e jogou mais nos dois jogos somados!
Fez-se justiça,nada demais.

- "Sobre a grama sintética do mexicanos".
O INTER reclamou, ponderou com razão! Futebol profissional (e mesmo o amador) se joga, se pratica, em gramados naturais.
A grama sintética é uma excrescência tecnológica eventualmente justificada por uma necessidade climatológica;em ambos os casos (da excrescência e sua justificativa) não pode se retirar "a verdade das verdades",no futebol de campo
(do 11x11):
OS GRAMADOS NATURAIS,COM GRAMA BIOLÓGICA É ONDE,DESDE SEMPRE,SE JOGA BOLA NOS PRINCIPAIS CAMPEONATOS DO MUNDO,NA COPA DO MUNDO/FIFA,NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES,NA LIBERTADORES,NA EUROCOPA E EM TODOS OS CONFRONTOS E CAMPEONATOS, NACIONAIS E INTERNACIONAIS,NOS GRANDES ESTÁDIOS DE TODOS OS CONTINENTES! ESTA É A VERDADE,SEM NENHUMA "ESPERTEZA" OU ALEGAÇÃO INJUSTA!
DAÍ A JUSTA RECLAMAÇÃO DOS VERMELHOS DO SUL DO BRASIL!
Mas o COLORADO DOS PAMPAS, acostumado e agora já maduro no enfrentamento de dificuldades de todo o tipo,já falou por sua direção:
VAI À LUTA NO SINTÉTICO,COMO QUEREM A FIFA/COMEBOLL E O "CHIVAS".E VAI VENCER MAIS ESTE ADVERSÁRIO PORQUE É AGUERRIDO "À LÁ GAÚCHA",TEM BONS JOGADORES E TEM TIME FORMADO E ENTROSADO (TODOS SABEM O QUE TEM DE FAZER EM CAMPO,ALÉM DE SEREM LIVRES PARA UM LANCE,UMA JOGADA,DE INICIATIVA PESSOAL!

Thiago disse...

Excelente análise!