quarta-feira, janeiro 13, 2010

2014 está aí e risco

de fiasco é grande


Faltam 4 anos para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Na nota de corte faltam 3, por causa da Copa das Confederações em 2013. No ritmo atual das obras e das providências - muitas - necessárias para o evento, o País corre o risco de pagar um grande mico. Ou então o povo, sempre ele, vai, de novo, pagar uma conta gigantesca para que tudo seja realizado voando. E há muita coisa a ser realizada.

Começo pelo óbvio, os estádios. Não temos um sequer em condições de receber os jogos. Será possível construir estádios em 3 anos, bons estádios, com toda a gama de infra-estrutura que eles requerem? Reformar alguns ainda acredito, mas criar do zero um estádio com área de estacionamento, acessos via transporte público, prédios de apoio, tudo isso em 3 anos, será feito?

A dúvida aumenta porque 2010 é ano de eleição presidencial e ninguém, nessa nojenta política brasileira, vai querer preparar terreno para o adversário desfilar. Talvez as coisas só comecem a acontecer em 2011.

Um dos exemplos de como a situação é séria é a cidade de Curitiba. Uma das mais avançadas do País. Tem uma vasta rede hoteleira e um estádio que é, seguramente, o que mais se aproxima de estar em condições de receber a Copa, a Arena da Baixada. Agora, o acesso à cidade a partir do aeroporto em São José dos Pinhais é caótico em horários de pico. A avenida que faz a ligação já não suporta o fluxo de veículos durante boa parte do dia. Metrô? Não tem. Mesmo com o avançadíssimo sistema de transporte público, Curitiba precisará de muitas obras.

Que dizer, então, de Rio e São Paulo cidades que ostentam alguns dos exemplos mais gritantes do caos urbano brasileiro? Como abrir melhorar o acesso ao Maracanã? Será que os torcedores irão até o jogo de trem, que pára na porta do estádio? Haverá boas ligações com o metrô? Não cometerão a insanidade de acabar com a pista de atletismo e o parque Júlio Delamare, espero.

Em São Paulo, o metrô chegará às portas ou às proximidades do Morumbi? E o estádio terá as muitas reformas que precisa receber?

Falar em aeroportos parece até ridículo. Os nossos são do arco da velha, ultrapassados, mal projetados, obsoletos. Se mal suportam um feriado prolongado, como receberão legiões de turistas europeus e asiáticos? Se eu fosse argentino optaria por vir de carro, mas até lá a BR-101 estará decente? Aproveitar o Nordeste e suas maravilhosas praias deve ser o sonho de muito turista boleiro. Mas se alguém aqui já precisou, por exemplo, ir de uma capital a outra do Nordeste de avião sabe como é difícil, como faltam horários e opções.

Tenho um exemplo em mente: Inglaterra em Natal e Alemanha em Salvador. Classificados, jogarão em Fortaleza, num período de dois dias. Como fazer sair de Natal e Salvador e chegar a Fortaleza, digamos, dez mil ingleses e uns 8 mil alemães?

Paremos para pensar. Mas depois disso as autoridades precisam agir. E cabe a nós cobrar como tudo isso será feito, qual legado nos restará e qual o preço.

3 comentários:

André Monnerat disse...

Está na cara que vão atrasar o início e, em cima da hora, veremos muito dinheiro sendo liberado em caráter de emergência pra cumprir os prazos estabelecidos. Na hora H, a Copa vai correr bem. Mas vai custar caro. O exemplo do Pan tá aí e a Olimpíada provavelmente vai pelo mesmo caminho. Só nos resta tentar gritar agora pra ver se ao menos conseguimos que eles diminuam o grande preju que vem por aí.

Mas só uma observação: o Engenhão não será usado na Copa, e sim o Maracanã.

Anônimo disse...

Já vimos esse filme antes......vivemos novamente a fase do pão e circo, onde o pão é a bolsa familia e o circo é a copa do mundo e a olimpíada.....triste.

Robert Alvarez Fernández disse...

Exatamente em 30 de Janeiro de 2009, publiquei um texto no BLOG em que colaboro com vários amigos sobre este mesmo tema.

Se quiser, Nori, ou puder publicar segue o link :

http://futebolnegocio.wordpress.com/2009/01/30/alguem-se-lembra-que-teremos-copa-em-2014/

É alarmante que quase um ano depois as perguntas de nós, cidadãos comuns interessados no tema, ainda sejam as mesmas e tão relevantes quanto sem resposta.

O relógio não para de correr, para o extenso e abrangente plano de obras em infra-estrutura e estádios já estamos mais que atrasados.

Abraços,

Robert