quarta-feira, novembro 21, 2007
JOGAR BEM É O DESAFIO
DA SELEÇÃO BRASILEIRA
Seleção Brasileira é assunto polêmico. Divertido, amado, mas polêmico. Nunca haverá unanimidade. Nem quando a Seleção, de fato, jogou bem e encantou houve. Não é agora, quando o time ainda está longe disso, que haverá.
Sou fascinado pelo tema formação de equipes, jogo coletivo, entrosamento. Em cima desse argumento, acho que o que importa quando se trata de esporte coletivo é jogar bem. Mas que diabos seria jogar bem? Existem mil definições e cada um, provavelmente, tem a sua. Para mim trata-se de observar uma equipe em ação, um conjunto de atletas bem treinados técnica e fisicamente e que, reunidos, conseguem fazer, taticamente, com que suas qualidades individuais sejam todas exploradas. Pode parecer complicado, mas na verdade não é.
Para muitos jogar bem é uma questão de discurso ensaiado, de comentários feitos sob encomenda, disfarçados sob um manto de clichês como dar espetáculo, o verdadeiro futebol brasileiro etc. Na hora de explicar o que entendem por isso, quase ninguém consegue.
Jogar bonito, então, é quase programa eleitoral. E, afinal, o que é jogar bonito?
É possível jogar bem e não jogar bonito. Mas acho que é impossível jogar bonito sem jogar bem. A não ser aqueles que acham que firulas inúteis sejam jogar bem. A Seleção do Dunga tem bons exemplos. Juan e Lúcio jogam bem. Juan joga bem e bonito. É técnico, clássico e habilidoso. Zagueiro com múltiplos recursos. Lúcio joga bem e nem tão bonito. É mais força, precisão nos desarmes, nas coberturas. Kaká joga bem e bonito. Une eficiência a uma técnica apurada. Seu gol contra o Peru é a prova disso. Desde a matada de bola até a finalização precisa.
A Seleção, como time, até que não joga feio. Mas está longe de jogar bem. Falta sincronia de movimentos, falta entrosamento e, principalmente, um posicionamento mais adequado ao modelo tático proposto pelo Dunga. Vejo o esquema tático do Brasil dessa maneira: são quatro zagueiros (dois beques e dois laterais). Dois volantes à frente dos zagueiros, três meias-atacantes e um atacante apenas (Vágner Love), jogando mais adiantado, como se fosse a ponta de um tridente. Para que funcione bem o que temos em teoria, seria preciso muito mais entrosamento e jogadas trabalhadas para que, por exemplo:
a) os laterais pudessem subir com mais frequência em jogadas de ultrapassagem com os meias-atacantes.
b) Vágner Love pudesse revezar com Robinho e Ronaldinho Gaúcho na função de homem de frente e isso confundisse a marcação.
c) Se Mineiro é, teoricamente, o volante que sai mais para o jogo, ele não pode ser uma opção de jogada de ultrapassagem pela direita com Maicon, porque fatalmente não haverá cobertura para ambos pelo setor direito. Tem de ser um ou outro, nunca os dois.
d) Ronaldinho Gaúcho gosta de jogar mais perto do gol e Kaká não gosta de ficar de costas para os zagueiros. Se a Seleção vai jogar sempre assim, com apenas um atacante isolado e três homens chegando para abastecê-lo, Vágner Love será eternamente criticado, porque não consegue jogar dessa maneira. Talvez com Robinho fazendo, de fato, uma dupla de ataque, e com Ronaldinho executando a ligação pelo lado esquerdo, as coisas funcionem melhor.
Tudo é teoria, tudo é opinião e, tomara, a prática se traduza numa vitória sobre o Uruguai e numa classificação tranquila para 2010.
DÁ-LHE, VINOTINTO!!!!
Confesso que peguei simpatia pela seleção da Venezuela, a famosa Vinotinto, durante minha estada na terra de Simón Bolívar. Pela amabilidade das pessoas e a nascente paixão dos venezuelanos pelo futebol. A vitória de 5 a 3 sobre a Bolívia foi épica. Jogo ruim tecnicamente, mas gostoso de assisitir. A Vinotinto virou graças a muita raça e ao futebol literalmente desastrado da Bolívia. Se os craques do time das alturas são Arce e Moreno, reservas no Corinthians e no Cruzeiro, tem muita coisa errada. A Venezuela tem mais ginga, tem o esperto Maldonado, o bom zagueiro Rey e até o sumidão Arango. Subiu um degrau.
VEXAME DE TEVEZ
Tevez enterrou a Argentina ontem na Colômbia. Foi flagrado dando um chute sem bola no advesário e corretamente expulso de campo. O jogo já estava complicado para os argentinos com 11 contra 11 e piorou de vez com um a menos. Acho que o Tevez é excelente, mas não se compara a Messi e Riquelme, que são CRAQUES com letras maiúsculas. Ontem, Tevez não estava conseguindo jogar e, parece, encontrou uma maneira de acabar com esse problema. Mas criou um maior para o time.
ALGO MUITO ESTRANHO
ACONTECE NA SÉRIE B
Uma avalanche de denúncias de irregularidade caiu sobre a Série B do Campeonato Brasileiro. Tudo muito esquisito. Por quê quem afirma saber de algo errado só grita depois que foram definidos os acessos e, quase definidos, os rebaixamentos? Qual o motivo por trás de tudo isso? Haveria conexão com o que acontece na Série A? Muito, mas muito esquisito.
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8 comentários:
Parabéns pelo troféu ACEESP!!!!Merecidissimo!!! Todos nós.
Atacante, artilheiro do campeonato espanhol, volta à seleção, marca dois gols e o Brasil vence o Uruguai nas eliminatórias da Copa ..... foi a manchete para volta de Romário à seleção em 1993 e agora 14 anos depois, Luís Fabiano repete a história. A camisa 9 agora tem dono !!!
A Vino tinto só começou jogar bem quando o Comandante Hugo Rafael Cháves Frías assumiu. E parabéns pelo prêmio. Na cabeça
Nori, sabe como chamaram hoje o ciclista Robinho aqui nos debates de futebol em Porto Alegre ?
Kerlon com grife hehe.
Time faceiro esse do Brasil sem meio campo, , os caras estão p da vida com o Dunga.
Ola Nori... O que interessa são os 3 pontos e o fim do reserva do Jo no CSKA (nem palmeirense aguenta esse cara na seleção, uma vergonha, e olha que o Luis Fabiano nem é grande coisa)... No final o Dunga sai e o Ronaldo Fenômeno volta... Dá-lhe Brasil!
Nori, vamos combinar, Já CHEGA de “quadrado mágico” ou “trio fantástico”. Estas ufanias tipicamente brasileiras já custaram dois Mundiais(82)e (2006) e comprometerao outro, se o treinador não revogar estas bobagens.É impossível jogar com apenas dois volantes limitados formando o meio-campo. Sendo os únicos responsáveis pela marcação, acabam minguando da condição de bons jogadores para jogadores ruins.Dunga diz que usa “faca na bota”. Que mostre, então. Que mande plantar batatas os defensores da estupidez ofensivista e organize um time capaz de se impor,equilibrado, e que não seja dominado e quase humilhado por qualquer adversário no seu meio campo.O próximo jogo do Brasil será em junho de 2008. O treinador terá sete meses para repensar em parte tudo o que já fez( e lembrar da Copa América). Ricardo Teixeira deve marcar um almoço com Dunga e perguntar se ele pretende insistir com os mesmos jogadores e esquema tático ou se pensa em mudanças — e quais seriam.Se Dunga pretende insistir com as suas idéias peladeiras ,fanfarronicas atuais, que seja exonerado do cargo na hora.Não acha? Abraços
Muito ofensiva essa sua seleção do campeonato, faltara marcação no meio campo Nori.
Nori, concordo totalmente com você sobre jogar bem e jogar bonito. É realmente possível jogar bem e não jogar bonito. Mas impossível jogar bonito sem jogar bem. O São Paulo, campeão brsileiro de 2006, jogava bonito e muito bem. O São Paulo campeão brasileiro de 2007 joga bem, mas não joga bonito. É eficiente, prático, bem treinado e armado taticamente. Mas raros foram os jogos que o time encantou.
Também sou fascinado pelo te formação de equipes. E admiro muito o trabalho tático, principalmente de treinadores que são trabalhadores incansáveis, como era o Telê, e atualmente o Luxemburgo e o Muricy Ramalho. O Caio Júnior, que venho acompanhando neste segundo semestre diariamente, também tem um futuro promissor. Mas ainda é verde, vacila na armação dos time e substitui mal. Mas por inexperiência. Porém, merecidamente, e com uma dose de sote, vai classificar o seu Verdão para a Libertadores.
Abraço,
Luiz Ademar
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