O CÓDIGO (DA FALTA DE)
ÉTICA DOS BOLEIROS
Você certamente já ouviu falar de um tal código de ética dos jogadores de futebol, dos boleiros. Um código que não está escrito, mas é sempre citado por alguns como uma linha de conduta em algumas situações, uma maneira de se comportar em determinados momentos de um jogo. Ele sempre é lembrado por algum atleta quando seu time entra na roda ou algum jogador leva um drible humilhante e, então, tendo como base esse tal código, alguma canela, algum joelho entra na mira de uma chuteira maldosa.
Fora isso, o agressor, dedo em riste, vai pra cima do driblador perdigotando ameaças e jurando que mais adiante ele será vítima de uma dolorosa vingança.
Confesso que em 20 anos de carreira como jornalista, não ouvi uma única vez um craque de verdade ou um grande jogador, mas grande mesmo, citar esse tal código de ética do boleiro. Só o usa como desculpa algum botinudo de plantão ou alguém que não sabe perder, nem tem controle para suportar uma situação de grande pressão.
Não cabe citar jogador de time A ou B, porque em cada equipe de futebol, seja profissional ou amadora, tem ou teve alguém que, usando o tal código como bandeira, baixou o sarrafo, rasgou uma canela, estourou um joelho. Exemplos estão aí aos montes. São botinudos camuflados sob apelidos ou fama (injusta) de guerreiro, raçudo.
De cabeça quente todo mundo fica quando perde. Na pelada ou na final da Libertadores. Ninguém gosta de ficar na roda de bobinho antes do jogo, imagine cair numa dessas com a bola rolando, estádio cheio, TV pro Brasil todo ao vivo? Mas alguém lembra do Falcão apelando ao levar um drible? O Pelé tomou uma bola no meio das pernas, aplicada por um estreante Leivinha, e parabenizou o garoto. Mauro Galvão apelava?
Pode parecer fácil falar de fora e há argumentos para todos os gostos. Primeiro, o olé, em si, é propriedade da torcida, ela que transforma um toque de bola numa tiração de sarro. Evidente que o delírio da arquibancada pode não levar a lugar algum se não for traduzido em gol. É mais inteligente e objetivo, quando se está ganhando fácil, partir pra cima, aumentar o placar. Pode ser, também, mais humilhante se, va lá, o objetivo de algum jogador é esse.
Mas quem disse que ao apelar, ao meter o pé, se está cumprindo esse obscuro e jamais visto código de ética?
Para argumentar o que penso, tem um exemplo maravilhoso. Final de Campeonato Carioca, anos 90, Vasco e Botafogo, no Maracanã. Edmundo faz uma graça em frente ao zagueiro botafoguense Gonçalves. Dá a já famosa reboladinha e segue a jogada. Gonçalves segue o jogo. No final da história, o Botafogo foi campeão e Gonçalves comandou, do campo, uma reboladinha da torcida do Botafogo que reuniu milhares na arquibancada. Sem dar um pontapé, sem citar o tal código fajuto e sem ferir a verdadeira ética do ser humano.
A VERGONHA DOS GANDULAS
Ultrapassou o limite do ridículo a questão dos gandulas nos estádios brasileiros de futebol. Todos são culpados porque todos os times se valem desse artifício. O gandulas já foram garotos. De uns tempos para cá os clubes, se achando espertos, escalam seguranças ou arruaceiros para fazer a função. Em Ribeirão Preto (SP), um gandula agrediu o goleiro do Botafogo. No Morumbi, gandulas do São Paulo ironizaram e provocaram Leão, técnico do Corinthians. E quando Leão era técnico do Tricolor paulista, sempre as bolas sumiam quando o time da casa estava ganhando. Acontece o mesmo no Palestra Itália, no Pacaembu, no Olímpico, Beira-Rio, São Januário. Isso sem falar nos gandulas que xingam jogadores e até partem para a briga com os mesmos.
Basta tirar o gandula de campo? Claro que não. Por que o time mandante tem o direito de escalar gandula? Porque as federações e confederações não fazem um trabalho social, buscando jovens carentes de suas regiões, dando a eles um treinamento básico, sejam homens ou mulheres, para exercer tal função? Não é preciso que sejam crianças, já que a caolha legislação vigente proíbe, prefere que elas se matem como soldados do tráfico e não as deixa trabalhar em parte do tempo, exigindo que estudem em outra parte. Podem ser jovens de mais de 18 anos que, como milhões, não têm perspectiva. Talvez não acontecessem cenas ridículas como as que temos visto.
26 comentários:
Caro colega brasileiro sou portugues e adoro saber noticias de futebol do mundo inteiro principalmente do campeonato brasileiro que é o que mais jogadores dá á liga portuguesa. Qual a tua opinião sobre o reforço do meu benfica, david luiz?
Nori,
quem já jogou bola sabe como irrita ficar tomando olé quando se está perdendo o jogo. Não quero a violência nem a botinada, mas um pingo de respeito ao time perdedor é necessário e acima de tudo, esportivo.
Se a torcida grita olé, problema dela. Dentro de campo, o jogador não pode entrar na onda e desrespeitar seu colega.
Bah se vc ta flando do Magrao ele fez certinho....so q tinha q ter dado + forte e no joelho daquele folgado, tooca a bola e vira o rosto, pq ele nao fez isso qnd o jogo tava 0 a 0? e do soco do aloisio no Marcelo ninguem fala nada ne!!!
Não vai ser aprovado + blz!!
Nori, com relação a atitude do Magrão, achei lamentável.Espero que seja duramente punido.Já a expulsão do Jadílson, achei um pouco exagerada mas tudo bem.Agora porque o árbitro não expulsou mais jogadores do Corinthians como o Marcelo Mattos,o Róger e o Betão que tentaram agredir o Jadílson.No momento do lance, o juíz parou o jogo e acalmou o time do corinthians,mas essa não é a função dele pois se os jogadores partiram pra cima de um colega de profissão, eles devem ser expulsos.Não é função de juíz acalmar jogadores de futebol e sim cumprir a regra.E quanto a reclamação do Leão,o juíz ajudou ele pois não expulsou o Marquinhos e no lance que reclamam de penalti,na verdade foi falta do Betão no André Dias e o Miranda foi empurrado.Com relação aos gandulas de fato não devem atrapalhar, mas como voce mesmo disse,todos os mandantes fazem isso.Abraços Nori!!
Nori, os corinthianos tão numa choradeira de gandula que ninguem aguenta... Desde que o mundo é redondo, quem joga em casa se aproveita de alguma forma, seja jogando bola no campo, segurando bola fora de campo, chingando os jogadores, juiz e bandeirinhas... O que eu acho é que a imprensa se aproveita de um massacre como foi o jogo de ontem pra achar rota de fuga para o assunto principal: a surra que o corintians levou... Quanto ao Magrao, quem perde na bola, bate mesmo... Você não ouviu ninguem dizer para "pegarem" o Zidane na Copa? Se você é inferior tenta desequilibrar o adversário de alguma forma, bater é um recurso, as vezes funciona.?.?
Nori, você não acha que o Ronaldo mesmo com 750 kg tem vaga na seleção? Num time onde jogam: Rafael Sobis, Vágner Love, Fred e Adriano... A coisa tá feia... Só o Robinho que joga um pouco... Sem o Ronaldo o Brasil é um time e com o Ronaldo uma seleção!
Prezado João Moreira, talvez para sua surpresa, taí seu comentário. Eu disse durante a transmissão do Première, com teipe no SporTV, que o Aloísio tinha deixado o braço no Marcelo.
Quanto a achar que o Magrão fez certo, discordo. Bater é fácil, difícil é tirar a bola de quem está dando olé e responder com um gol, outro olé.
Abs
Amigo Bindi, o gênio dos distintivos, gente finíssima. Ninguém gosta de ficar na roda, mas apelar é outra coisa. Devolve o olé na bola, fazendo gol.
Abs
Alexsa, abraços. Acho que é um péssimo recurso apelar para a violência. Jogar duro é uma outra história, dividir forte, mas de maneira leal, tudo bem. Mas entrar pra quebrar, não posso aceitar.
Alexsa, sobre o Ronaldo, em forma, ele tem lugar, sim. Ainda não apareceu atacante brasileiro melhor que ele.
Pezado Filipe, que prazer recebêlo nessas linhas. Infelizmente, não tenho informações sobre o David Luiz, mas prometo buscá-las.
O Magrão vira e mexe faz isso. Já tinha feito contra o Santos ano passado, no Pacaembu. É um jogador supervalorizado, que joga muito menos do que muita gente diz que ele joga e ainda menos do que ele pensa que joga. Não vi desrespeito do São Paulo. Desrespeito é botar a bola na nuca, fazer embaixadinha... Tocar de primeira, de pé em pé, e dar um drible num cintura dura como o Magrão é do jogo, pra quem sabe.
Muito bem lembrado essa questão dos gandulas. No blog jogo duro, também foi destacado isso.
ética é jogar bem e ganhar a partida licitamente. Adoro ver lances artísticos como as embaixadas do Edílson, as reboladas de Mané e Edmundo e etc... sem ética são os botinudos que não sabem desarmar sem cometer faltas... já quanto aos gandulas, há anos o São Paulo usa e abusa disso... Lembram-se dos seguranças que bateram no juiz no intervalo de um jogo contra o Botafogo? E os seguranças fantasiados de maqueiros que derrubaram Washington do Fluminense, em 86??? e por aí vai...
Já tentei de todas as formas conseguir uma explicação mas ainda não consegui. E é por isso que escrevo em seu blog. Minha questão é a seguinte:
Como funciona os direitos de transmissão da Libertadores da América? Por que os jogos do Paraná Clube não serão transmitidos pelo SPORTV?
Por gentileza, você poderia dar esta informação a torcida Paranista?
Sr. Anônimo, o Paraná tá na Libertadores?
Libere os comentários. Assim fica fácil ser jornalista e opinar sobre as coisas.
Anônimo, que tal identificar-se? Fica fácil cornetar os outros sob a sombra do anonimato.
Como o rapaz ai disse....libere os comentários, assim fica fácil mesmo...so responde o que quer.
Amigo, eu era fã do seu pai.
Mas vc prá comentar...com essa parcialidade toda...acho que vc torce p/ o São Paulo...que coisinha feia.
Carlos Alberto
Carlos Alberto, agradeco o elogio ao meu pai, que realmente, era fera. Quanto ao meu trabalho, vc gosta ou nao, e seu direito, mas, felizmente, a grande maioria reconhece a minha imparcialidade e respeita o que eu faco.
Quanto a liberar os comentarios, enquanto houver gente sem educacao, fica dificil.
Abs
qUEM COMeçou com essa besteira dos gandulas foi o Felipão
pô, Nori, deletar um comentário meu sem que eu tenha falado de mal, foi demais. Não comento nunca mais aqui.
Rubão, volte sempre, depois te explico o por quê. Abs
Roriega, sou meio preguiçoso quando o assunto é internete, blogs, orkut, twitter , mas pra falar contigo fiz o meu e cá estou. È um prazer. Como o Milton tá sem blog, diz pra ele que sou muuito fã, gosto muito do estilo de narração dele, ok? E Nori a falta de capacidade de algumas seleções deixa a copa mais enfraquecida não é? Mas o que fazer e como materal humano pode ser avaliado pra essa copa !! Abço.
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