segunda-feira, novembro 10, 2008

SÃO PAULO AVANÇA.
PALMEIRAS PIPOCA.
GRÊMIO RESSURGE.
CRUZEIRO ESPREITA.
FLAMENGO SONHA.

FAÇAM SUAS APOSTAS


São Paulo avança. Grande jogo entre Lusa e São Paulo. Fala-se em sorte de campeão. Sorte, sim, naquela bola do Edno na trave. Competência muito mais. O São Paulo joga no erro dos adversários, que erram muito mais do que ele. Ponto, de novo, para Muricy e sua ótima comissão técnica, que consertaram todos os desastres feitos pelos dirigentes marqueteiros do Tricolor em 2008. Adriano, Fábio Santos, Juninho, Joílson, Éder Luís, Éder. Nada disso. Muricy foi buscar um time com o que ele mesmo tinha desde 2007, literalmente, a raspa do tacho. Recuperou Hugo, que os diretores queriam mandar embora. O time se sustenta nos zagueiros, que são individualmente ótimos, e compensam um meio-campo mambembe, onde brilha solitariamente Hernanes. Quando pinta uma chance, Dagoberto e Borges têm sido fatais. Só perde o título se bobear contra Figueirense, Fluminense e Goiás, ainda que corra o risco de perder para o Vasco fora de casa.

Palmeiras pipoca. Nem tanto contra o Grêmio, quando também pipocou, o Palmeiras fraquejou mesmo contra Náutico e Figueirense. Naquele momento o Brasileirão se ofereceu ao Alviverde, que recusou a proposta. Luxemburgo parece mais preocupado em autopromoção do que em fazer o que realmente sabe fazer: treinar um time. As falhas da zaga são gritantes e nunca foram corrigidas. O gol sofrido diante do Grêmio é um xerox do primeiro do Fluminense nos 3 a 0 do Maracanã. O time é forjado nas laterais, e seus laterais sumiram dos jogos decisivos, literalmente se escondem quando o jogo aperta. Principalmente Elder Granja. Isso estoura em Alex Mineiro, que parou de fazer gols. Marcos não confia na zaga reticente e não se conforma com a apatia do time. Fora isso, Luxemburgo, em má fase, aposta em alguns jogadores que entram e não acontece nada, como Lenny, Maicossuel e Evandro. Ao mesmo tempo em que sustenta uma tênue chance de título, até a Libertadores corre perigo.

Grêmio ressurge. O Tricolor gaúcho é, tecnicamente, o time mais fraco entre os cinco postulantes ao título. Mas talvez seja o que saiba tirar mais dessa limitação. Joga fisicamente, faz muitas faltas, explora a bola aérea e marca forte. Teve mais espírito de decisão que o Palmeiras e, mesmo desfigurado, poderia ter vencido o jogo em qualquer momento, e não apenas com o gol meio sem querer. Com apenas dois pontos de diferença para o São Paulo e uma vitória a mais, sendo o time que mais tempo liderou o campeonato, o Grêmio está, sim, muito vivo na briga. Com a volta dos principais jogadores, pode arrancar no final. O problema é a defesa que, mesmo alta, é vulnerável, principalmente contra atacantes técnicos e rápidos.

Cruzeiro espreita. A Raposa está ali, à espreita, de olho, preparando um ataque ao galinheiro. Time que joga o futebol mais agradável do Brasileiro, o Cruzeiro é, também, o que mais venceu, o que prova sua qualidade técnica. Mas falta equilíbrio fora de casa, para buscar alguns pontos preciosos que estão fazendo falta na reta final. Tem um craque em versão Beta, Guilherme, e mais dois jogadores acima da média: Ramires e Vágner. Um vacilo de São Paulo e de Grêmio, dependendo da configuração da tabela no dia, e o time do Adílson Batista pode chegar. Também esbarra numa defesa reticente e nos altos e baixo do goleiro Fábio.

Flamengo sonha. A vitória sobre o Botafogo manteve vivas as poucas chances de título do Flamengo. Assim como o Palmeiras, o Rubro-negro pipocou quando o campeonato se abriu todo para ele. Caio Júnior ainda não tem a confiança necessária para ousar em momentos em que é preciso. Fora isso, leva tudo muito na tática, acha que há sempre uma explicação na prancheta, quando muitas vezes falta é compromisso e seriedade. Como todo time de massa, o Flamengo é bipolar. Exagera quando está em boa fase, entra no clima de festa, e vai à depressão quando perde. Mas tem boas possibilidades de chegar à Libertadores e ainda pega o Cruzeiro em confronto direto.

5 comentários:

Anônimo disse...

O Flamengo não tem confronto direto só com o Cruzeiro - tem com o Palmeiras também, na próxima rodada.

E acho que Flamengo e Palmeiras têm problemas parecidos: instabilidade na maneira de jogar, indefinições na formação da equipe e dependência alta de alguns poucos jogadores - inclusive dos laterais, nos dois times. São equipes mais fáceis de serem anuladas, por conta disso.

Anônimo disse...

Caro Noriega, vc fez um retrato perfeito do meu Palmeiras. Aliás, não só do meu time, mas dos cinco postulantes. Parabéns pela análise sucinta e irretocável.

Fábio José Paulo (FAJOPA) disse...

Noriega,

Justiça seja feita, mas o cara que manteve o Hugo chama-se Juvenal Juvêncio.

Lembro de várias matérias dando conta do JJ conversando com o jogador para ele parar com essa idéia fixa de ir para Porto Alegre.

Emerson disse...

"...consertaram todos os desastres feitos pelos dirigentes marqueteiros do Tricolor em 2008. Adriano, Fábio Santos, Juninho, Joílson, Éder Luís, Éder. Nada disso. Muricy foi buscar um time com o que ele mesmo tinha desde 2007, literalmente, a raspa do tacho. Recuperou Hugo, que os diretores queriam mandar embora."


Não concordo, Nori, e olhe que faltou Carlos Alberto na sua lista.

Acho que você deve ponderar que esses mesmos dirigentes que você chama de "marqueteiros", trouxeram Rodrigo, trouxeram Miranda, Jorge Wagner e quase todos os demais do elenco.

Éder foi avaliado pela Comissão Técnica e veio num momento de dificuldades. Serviu? Sim, até serviu em plena Libertadores, quebrou um galho.

Juninho e Joilson foram eleitos os melhores ou entre os três melhores de 2007 em suas posições e suas contratações foram saudadas efusivamente.

E por aí vai. Não existe contratação certa, toda contratação implica em riscos. Errado, acima de tudo, é não contratar, é não arriscar.

Adriano teve uma passagem excelente pelo São Paulo. Fábio Santos e Carlos Alberto não, mas é parte do jogo.

Hugo pediu para ir embora, a diretoria concordou e afastou-o corretamente.
Ele repensou, mudou de idéia, falou com Muricy e Muricy pediu sua reintegração. A diretoria concordou, ele voltou.
As brancas estavam com Hugo e ele fez as duas jogadas.

As contratações de 2008 não emplacaram, mas nem por isso critico a diretoria e, pior ainda, chamo-a de marqueteira.

Anônimo disse...

PIPOCA? Para quem diz não gostar de ofensas gratuitas como chamar o Grêmio e o Flamengo de cavalos paraguaios, surpreende. Diria que voce deu de Neto (Band), que pena, imitar um analfabeto, esperava mais coêrencia