sexta-feira, junho 20, 2008

EURO NOS ENSINA

UMA DURA LIÇÃO

SOBRE O FUTEBOL



Nunca fui o que se pode chamar de um grande fã do futebol europeu. Minha tendência sempre foi de me alinhar com os sul-americanos, liderados pelos grandes times brasileiros e argentinos. Além da simpatia pelos vizinhos que não tratam a bola assim tão bem. Minha tendência sempre foi a de olhar o futebol europeu meio como o colonizador, como a metrópole que se impõe pela força política e financeira. Talvez ainda pense assim, mas essa minha estréia em coberturas de Eurocopa de Seleções tem sido uma dura lição de futebol.
Não foi preciso mais do que a primeira fase para constatar que estamos, brasileiros, parando no tempo em termos de tática no futebol. O mundo segue para um lado e nós, feito um cabo de guerra, insistimos em seguir para o outro.
A tendência que a metrópole futebolística aponta na Suíça e na Áustria é escandalosamente evidente: saem os volantes brucutus, os terceiros zagueiros de fato ou improviados e entram pontas (enfim, eles estão voltando!) e jogadores de meio-campo que saibam jogar além de marcar. No Brasil, infelizmente, ainda temos times com três zagueiros e três volantes, com apenas um atacante isolado na frente. Isso sem falar na Torre de Babel futebolística em que se transformou a Seleção Brasileira.
A Europa, que sempre pagou o preço de ter inventado a retranca, o líbero e outras artimanhas para marcar Pelé e demais gênios sul-americanos, agora tem a chance - e aproveita - de instalar a contra-revolução. Ver os jogos dessa Euro tem sido edificante. Pela informação tática e pela postura dos jogadores. Quase não há frescura, tentativas de cavar faltas, enganar a arbitragem, faltas escandalosamente violentas. A principal preocupação é jogar futebol, sem reclamações inúteis contra a arbitragem ou provocações infantis entre os jogadores.
Tomemos como exemplo três seleções: Holanda, Alemanha e Portugal. A Holanda é até mais fácil de ser elogiada pela postura, mesmo eu sendo um crítico de seu jeito meio mascarado do passado. Agora, como não se encantar com esse time dirigido pelo Van Basten? É tanta gente chegando para atacar, com tal volúpia, que finalmente eu compreendo esse jeito "orange" de ser no futebol. Kuyt, Van Nistelroy, Persie, é muito bom jogador jogando bem.
A Alemanha também está exagerando na dose, se tomarmos como ponto de partida seu passado. Ballack, Klose, Podolski, Schweinsteiger e Lahm (que é um lateral que parece muito mais brasileiro que alemão) protagonizam uma autêntica blietzkrig quando partem para o ataque.
Portugal não fica atrás. Deco, Cristiano Ronaldo, Simão, Postiga, Nani. O time terminou o jogo com a Alemanha recheado de homens de frente.
Em termos táticos, Schweinsteiger o que é? O bom e velho ponta, meus amigos. Com a diferença de que está adaptado aos tempos modernos. Não guarda posição e ajuda na recomposição defensiva. Simão é a mesma coisa.
E pergunto: por que o Brasil traiu seu passado de grandes pontas? Por que baniu essa função? Não é impossível jogar com três homens de frente e com um ponteiro. E a Europa é que está mostrando isso. O Brasil precisa ter a humildade de aprender. Os europeus não são melhores apenas na organização. Eles estão melhores dentro de campo.

GRANDE E PEQUENO

O jogo entre Alemanha e Portugal foi exemlar no sentido de mostrar as diferenças entre uma grande seleção e outra que ainda nao chegou lá. A maneira como a Alemanha se impôs em 30 minutos de jogo e deu o claro recado de que em Basiléia quem mandaria era ela, foi incontestável. Alemanha e Itália são assim. Parece que quando entra em vigor o termo eliminatório eles começam a jogar e competir. Times grandes são assim na maior parte do tempo.

3 comentários:

Rubão disse...

Fala Nori. concordo com quase tudo que você escreveu, mas faço duas ressalvas:

1)Schweinsteiger não é ponta e sim um meia que abre pelos lados. A Alemanha joga num clássico 4-4-2 e ele faz a mesma função que os meias do Brasil em 94, que é abrir pelas laterais com a companhia dos laterais, embora com bem mais velocidade.

2) O time holandês realmente encante, embora jogue num 4-2-3-1 com dois volantes, que sabem marcar e sair jogando. Persie, nesse time, é reserva, até pelos problemas físicos que enfrenta no joelho.

Afora isso, é muito bom ver que essa Euro nada tem a ver com a horrenda de 2004, com jogos de 1x0 e a covarde Grécia campeã!

abraços do saudoso amigo

Anônimo disse...

A FAVORITA PRA CONQUISTAR A EURO É A ALEMANHA.
O BALACK ESTA JOGANDO MUITOO, NUNCA VI ELE JOGAR TANTO.

COM A TURQUIA TEM Q JOGAR SERIO, SE NAUM PERDE.

MEU BLOG:
http://www.umavezsemprefla.blogspot.com/

Anônimo disse...

Nori, "improviados" se referiria a jogadores como o volante do São Paulo que usa a camisa 20???? Hahahahahaa... desculpa a brincadeira de mau gosto, mas é inevitável... arruma lá. Abraço.