quinta-feira, abril 17, 2008


ESTOU COM LULA E O ETANOL

CONTRA O FMI E O PETRÓLEO

Tenho minhas reservas e críticas ao nosso presidente Lula e, muito mais, ao seu partido como Governo. Mas Lula fez um golaço ao responder as críticas oportunistas dos barões do FMI e da ONU sobre um teórico avanço dos biocombustíveis sobre as áreas de agricultura voltada para a produção de alimentos.
Seria comovente se não fosse cínica a preocupação de um organismo como o FMI com a fome internacional e a produção de alimentos. Talvez abrindo mão dos pagamentos de juros da dívida externa dos países pobres o FMI facilitasse a produção e compra de alimentos por parte dos mais necessitados. E como criticar o Brasil pela produção de etanol se o País, a cada ano, bate recordes de produção de alimentos e caminha a passos largos para ser o maior produtor mundial? Isso sem contar a produtividade do etanol brasileiro se comparada à, por exemplo, a do americano, produzido a partir de milho.
Parece-me que há muitos outros interesses envolvidos. Quem nada hoje na riqueza do petróleo sente-se incomodado com a possibilidade de uma alternativa energética eficiente e de fonte renovável que poderia mudar o eixo da economia mundial? Ou incomoda à ONU e ao FMI o fato de países emergentes como o Brasil estarem se tornando cada vez mais competitivos na produção de alimentos (mesmo com o atual Governo deixando de lado algumas políticas de incentivo à produção agrícola), o que incomodaria a cadeia de subsídios dos governos de grandes potências européias e dos EUA?
Está em curso um estudo de produção de etanol nas terras atingidas pela catástrofe nuclear em Chernobyl. Porque a ONU e o FMI não se interessa em montar planos de subsídios agrícolas, para produção de alimentos e biocombustíveis na África, por exemplo? Ou, então, não se mostram preocupados com as constantes altas do petróleo e suas consequências para a economia mundial?
Outro ponto que causa estranheza: porque advertir países emergentes na questão do biocombustível e ignorar por completo o colapso financeiro na questão imobiliária nos EUA, ali debaixo do nariz do FMI? Ou então, porque não tomar atitudes ou posições mais duras contra o endurecimento xenófobo evidente demonstrado por nações de passado recente condenável nesse tema como Itália e Espanha?
Por isso, mesmo estando profundamente decepcionado com aquele Lula que nada sabe e nada vê, que se cala sobre dossiês amalucados e outros temas, fecho com o presidente nessa questão internacional. Mandou bem e posou de estadista, com todos os méritos.

5 comentários:

corival disse...

Noriega,
eu até tenho dúvidas sobre os biocombustíveis porque eles usam muitos recursos naturais. Mas realmente é irritante o discurso das organizações internacionais sobre a questão. Foi só o Brasil colocar o tema na agenda para ser bombardeado. E sinceramente duvido muito que no mundo a produção de biocombustíveis tenha crescido tanto nos últimos anos para que alguém queira explicar realmente o preço dos alimentos pela produção da biocombustíveis. Isso entra naquele velha história que sobra alimentos no mundo, portanto as pessoas não passam fome por falta de alimentos no mundo e sim por serem pobres, por não terem renda. Era com isso que o FMI deveria ter se preocupado ao longo do tempo. E hoje em dia o mercado internacional vive da especulação no mercado de futuros, então cada vez que a ONU e o FMI anunciam que os biocombustíveis irão reduzir a disponibilidade de alimentos, eles estão contribuindo para o aumento do preço dos alimentos no mercado de futuros, favorecendo a especulação portanto. Então ainda que o problema dos pobres não se resolva com estes alertas, alguém já lucrou com eles.
E gosto da sua visão sobre futebol, apaixonada pelo futebol, mas distanciada para ver o que de fato acontece. E concordei com vc na discussão no arena sportv sobre a permanência do técnico. Aqui no Brasil a tolerância é muito menor, então quando o tempo vai passando e não vem nenhum grande resultado e continua o mesmo técnico fica parecendo que o clube não está fazendo nada para tentar vencer, e que o técnico já entrou de tal forma na rotina que não é capaz mais de mudar, de tirar o time da pasmaceira. Na Europa, vc pode planejar grandes investimentos, então os times podem ser salvos pela contratação de grandes jogadores. Aqui a idéia é que vc precisa contratar grandes técnicos, porque grandes jogadores não estão disponíveis. Então se espera que o trabalho do técnico dê resultados imediatos e sempre grandes resultados. No exemplo que o cleber deu, se o Muricy ficar no são paulo e não ganhar nada até o final do contrato, ele ficará com a pecha de que fracassou, quando dependeu dele montar o time, escolher os jogadores não conseguiu os mesmos resultados. E na verdade acho que nem conseguiria chegar ao fim do contrato se não ganhar nada.
Corival
http://corival.blogspot.com/

Anônimo disse...

Fala, Nori!
Nao parece que existem interesses gigantescos e "mudos", dos quais ninguém fala, ninguém escreve uma linha sequer, mas todos imaginam (ou sabem) que existe?
Por que os EUA não sofreram sanções fortes da ONU por causa dos abusos no Iraque? Por que, ao invés de lançar bombas, não lançam água e sementes nas regiões mais pobres? Por que os mais ricos não ajudam os menos favorecidos e, assim, estes passam a ter maior poder aquisitivo, o que aquece a economia, e todos saem ganhando? Por que insistir num combustível que tem dia e hora para acabar, sendo que há conhecimento suficiente para investir e desenvolver outro, renovável?
Parece que existe um submundo de interesses muitos maiores (econômicos e políticos) que fazem com que governantes ignorem um caminho de progresso sustentável, de economia globalizada, de queda dos muros nas fronteiras.
Vai entender.
Grande abraço,
Joao Luis Amaral

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Um diretor sãopaulino disse "houve um crime", concordo, quando ocorre um crime a primeira pergunta a ser feita é a quem interessa. Neste caso, que interesse, teria a diretoria do ALVIVERDE, que brigou tanto pata ter o jogo no Palestra, em atirar o tal gás? O Palmeiras faria isto para perder mando de campo? Faria para justificar um possível veto a futuros clássicos? Como vê, a diretoria ALVIVERDE não teria o menor interesse na execução de ignóbil ato. Respondendo a questão sobre o interesse, vê-se que o maior interessado, ou maior beneficiado no ato de lançamento do gás, será o São Paulo futebol Clube, que terá sua tese (de que o Palestra não comporta clássico) comprovada, e seu maior interesse respaldado, qual seja, JAMAIS DISPUTAR CLÁSSICO NO PALESTRA, assim, não podemos ser levianos e apontar culpados, contudo, levando-se em conta o que disse o diretor do São Paulo (que houve um crime), e respondendo a indagação básica (a quem interessa o crime), podemos apontar o São Paulo Futebol Clube como o principal BENEFICIADO com a ocorrência dos fatos, portanto, o principal suspeito. Até DVD tem a diretoria tricolor, parece ter se prepado para comprovar a farsa, aquela cena do fim do jogo no corredor foi patética, não havia mais nada no vestiário, tanto que Carlos Cereto lá entrou, mas o SPFC quis fazer um teatro, tudo com um simples objetivo: não mais disputar clássicos no Palestra Itália.

Anônimo disse...

Noriega antecipou as críticas da ONU sobre a hipocrisia mundial. Parabéns.