MIL E UMA CHATICES
A discussão que cerca o número de gols marcados por Romário quando ele afirma estar próximo dos mil é a mais chata do ano. Como se o Brasil fosse os Estados Unidos e o futebol, o beisebol pipocam estatísticas daqui e dali. Gols foram assassinados, outros voltaram à vida. E o Romário ali, um personagem fantástico pedindo pra alguém perguntar um simples por quê de tudo isso? A pergunta que me parece mais interessante é saber o motivo que leva alguém rico, famoso e consagrado em sua arte e se agarrar em um simples número para adiar o adeus a tudo que fez de melhor na vida.
Ali me parece existir uma história muito mais interessante que a objetividade dos números e o interesse dúbio de algumas pesquisas e historiadores.
Entra em cena, então, a onipotente Fifa. Sempre citada como fiel da balança nesse tipo de discussão. A Fifa não considera isso..., se a Fifa não reconhece, não vale. Engraçado é que todo mundo desce a lenha no ranking da Fifa mas abaixa a cabeça quando ela resolve decretar que só existiram gols feitos em jogos reconhecidos por ela.
Os gols de Pelé no Campeonato Paulista, dentro dessa linha de raciocínio da Fifa, não contam. Como os de Romário no Carioca, os de tantos outros artilheiros em torneios regionais. Por essa linha de raciocínio estatístico, torneios da própria Fifa nas categorias de base não valem nada. Só pode gol feito em jogo profissional. Então, para quê tantos torneios sub isso, sub aquilo? Por quê tamanha voracidade em colocar o selo de inválido em um gol feito numa final de Mundial Juvenil? Ou em outro marcado num domingo calorento de subúrbio, num esquecido Vasco x Madureira entre garotos de 17 anos que valia pelo Campeonato Carioca da categoria?
Os gols pertencem aos seus autores e àqueles que os comemoraram, dentro e fora de campo. São jóias de raro valor que não deveriam jamais ser contestadas pela frieza dos números e pelas estatísticas. Os gols são dos últimos resquícios de sonho numa era de pesadelos. Que tal deixá-los em paz? Eles e seus autores. Um gol sempre será um gol, não importa quando, onde e em que campeonato ele foi marcado.
DUAS DERROTAS PARA SE PENSAR
Foi-se a impressionante série de 29 jogos sem derrota do São Paulo. Nos dias de hoje, acho que essa sequência teve um peso ainda maior que aquela dos anos 70, quando o time ficou 47 jogos sem perder. Atualmente, há mais competitividade e equilíbrio. Uma hora acabaria, é claro, mas o São Paulo a manteve com raras competência e competitividade.
Pois a derrota veio exatamente no jogo em que o time foi menos competitivo sob o comando de Muricy Ramalho. Em especial no segundo tempo contra o Necaxa. Tomou dois gols de contra-ataque, o primeiro após uma cobrança de lateral, coisa que deve ter tirado o sono de Muricy. Mas os tricolores não precisam perder a tranquilidade. O time ainda é bom e forte e tem tudo para se classificar na Libertadores ganhando os dois jogos que fará em casa. Também acho injusto creditar a derrota ao pênalti perdido pelo Rogério em momento-chave do jogo. E os gols perdidos? E as falhas de marcação? Rogério tem crédito e jogo se ganha e se perde em conjunto.
Já a derrota do Palmeiras eu vejo como um problema muito mais de estratégia. Os números, sempre tão frios e objetivos, dizem que o time chutou 21 bolas a gol, contra 8 do adversário. Mas dessas 21 do Palmeiras quantas realmente levaram perigo? Umas 3, 4, contando a chance incrível perdida por William . Das 8 do Ipatinga, também umas 4 foram bem perigosas. Mesmo jogando melhor no segundo tempo e dominando o adversário, o Palmeiras deixou sempre aberta a porteira do contra-ataque para o inimigo. Os zagueiros palmeirenses foram marcar na linha de meio-campo e ali continuaram até os 48 do segundo tempo. Pintou o contra-ataque mortal. Faltou ao time e também ao técnico Caio Jr. pensar com a cabeça da Copa do Brasil. Um jogo de dois tempos, um fora e outro dentro de casa. Ao se atirar em busca do empate, o Palmeiras esqueceu que uma derrota por 1 a 0 fora de casa na Copa do Brasil não é mau negócio. Agora precisará de uma diferença de três gols no jogo de volta. Com Valdívia e Edmundo é possível, também porque o Ipatinga não é nada disso. Mas certamente dará muito mais trabalho do que se tivesse perdido apenas por 1 a 0.
ÁGUA
Hoje é o dia mundial dela. Tão maltratada, abandonada, suja, desperdiçada. Como diz aquele ditado, quem tem, cuida. E nós, que temos tanto, descuidamos. Isso ainda vai custar caro.
8 comentários:
Olá, Nori... Pena que o tricampeão mundial perdeu ontem, mas veio em boa hora, o time ainda carece de volantes como opção. Confio no tricampeão mundial, vamos dar a volta por cima... O Romário joga porque com 41 anos ainda é um dos melhores jogadores do Brasil, tem vaga garantida em pelo menos 15 times da 1ª divisão do Brasileiro. Trata-se de uma lenda em campo, o maior que vi jogar (depois do Fenômeno - é claro). Torço para que ele não pare de jogar, gostaria de vê-lo em campo de novo aqui em Goiânia... Um abraço.
Nori, não sei se você saberia me responder... Mas ontem não mostararam o jogo do São Paulo para o assinante pay-per-view em Goiânia, apesar do jogo estar acontecendo no canal 74 (pay-per-view)... Amadorismo total das TV´s a cabo no Brasil, o assinante paga, eles estão transmitindo, e o canal não é liberado?!?! Deve tá sobrando dinheiro pra eles?! Sei que você não tem nada a ver com isso, mas é só um protesto... Obrigado.
Nori, você não acha que o São Paulo deveria jogar com dois volantes?Acredito que o time é sim muito bom, mas com Souza, Josué e Hugo o time fica muito fragilizado!
Acho que ao menos nos jogos mais difíceis valeria a pena utilizar o Frédson ou o Hernanes.Acho que o Rogério não vive um grande momento ofensivamente falando mas não se pode creditar derrotas a ele, pois ainda é de longe o melhor goleiro do MUNDO!!!
Abraços!!
Leonardo, concordo. Mas Frédson e Hernanes não são o Mineiro, não jogam no mesmo nível. E o Souza como volante é um desperdício.
Abs
Alexsa, o São Paulo continua forte, não é uma derrota que mudará isso.Mas ontem foi mal.
Ola, Nori... Não entendo porque o Renato Maurício Prado (o Chico Lang carioca) fica no pé do Romário... Avisa pra ele que o Zico já ficou pra trás faz tempo... Ele tem que admitir que o Romário é melhor do que o Zico... Se o Romário fosse fazer o milésimo pelo Flamengo contra o Vasco ele estaria sorrindo à toa... Dá-lhe Romário!!!
Nori, hoje a seleção brasileira voltou a jogar com o "quadrado", e eu concordo com essa formação. Foi com ela que ganhamos as Copa das Confederações jogando muito. O problema da Copa é que o Parreira escalou Adriano e Ronaldo juntos. Na Coa das Confederações, jogaram Ronaldinho, Kaká, Robinho e Adriano. Qualquer um sabe que Adriano e Ronaldo não podiam jogar juntos. Agora a seleção vai... Só falta achar o atacante matador (não confio no Fred).
Caro Clersiton, o Brasil ganhou a Copa das Confederações não foi por causa do quadrado, trapézio ou lozango?!?! Ganhou a Copa das Confederações porque lá não estiveram França, Portugal, Itália e a Alemanha ainda estava em formação... O Brasil é apenas uma boa equipe como todas as outras citadas, a superioridade na era Romário e Fenômeno (jogadores decisivos e nos quais a camisa amarela não pesava - ao contrário do Gaúcho) talvez não volte tão cedo...
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