quarta-feira, janeiro 28, 2009

O CORINTHIANS E A BASE

Recebi uma simpática mensagem, que não consigo encontrar por aqui, de um leitor falando sobre um comentário que fiz no Bom Dia, São Paulo de segunda-feira. Era sobre o trabalho do Corinthians nas categorias de base, após a conquista do sétimo título na Copa São Paulo. Meu comentário foi basicamente esse: o Corinthians é, entre os grandes paulistas, o que trabalha melhor a base. Mesmo sem ter a melhor estrutura física para isso. Não apenas pelos sete títulos, mas pela quantidade de jogadores criados no clube, no extinto Terrão, que chegam ao time principal. Desde antes de Rivellino, passando por muitos outros, como Casagrande, Viola, Jô, Dentinho, Lulinha e dezenas, cujos nomes não me lembro.
Não tenho como avaliar quem trabalha melhor a base em termos nacionais. Acredito que, historica e numericamente, nenhum clube tenha revelado tantos jogadores como o Flamengo. Assim como Internacional, Cruzeiro e São Paulo também revelaram muitos jogadores. Sobre revelar, acho que há duas vertentes. A dos clubes que criam jogadores para que eles se tornem grandes jogadores do próprio clube, como o Flamengo fez com a maravilhosa geração de 1981, por exemplo. Ou até como fez o Santos lá nos anos 50, com Lula, que tinha olhos de lince para pinçar garotos como Coutinho e Pepe, por exemplo. Ou o São Paulo de Cilinho em 1985, e o Inter glorioso dos anos 70, com Falcão, Caçapava, Cláudio Duarte, todos criados na base do clube. E há equipes como o Cruzeiro que, atualmente, revela e vende muito rápido. E o Palmeiras, que sempre foi comprador, nunca revelou em quantidade suficiente e corre, agora, para tirar o atraso. Acho que me expliquei melhor.

9 comentários:

Alexandre Giesbrecht disse...

Discordo que o Corinthians aproveite bem sua base. Quem foi o último jogador vindo da base que saiu em alta e sem ter saído queimado com a torcida? Zé Elias, talvez. Depois disso, ou o jogador saiu em baixa (ou antes de ficar em alta, caso do Jô) ou saiu queimado com a torcida. É só procurar.

Não que os outros times façam um belo trabalho, não. O Palmeiras e mal revela jogadores. O Santos é que fez melhor esse trabalho na última década, embora grande parte desse pessoal seja a base do título de 2002 (Robinho, Diego, Elano e Paulo Almeida -- que sumiu -- vêm à cabeça agora). Já o São Paulo teve Kaká, Alex Silva e Hernanes, com Jean como potencial. Talvez haja até outros, que não me lembro agora. Tente lembrar de alguém do Corinthians. Abuda? William?

Unknown disse...

Alexandre, tudo bem? Valeu pela visita. O que eu acho é que historicamente, o Corinthians sempre revelou jogadores, sempre abasteceu seu time. O fato de o jogador ser queimado pela torcida não faz dele uma porcaria. Lembre-se que o Kaká saiu vaiado do Morumbi. O Corinthians tem agora o Dentinho, que sobreviveu à onda de protestos pelo rebaixamento em 2005. Sempre tem alguém. Hernanes o São Paulo emprestou pro Santo André, lembra? Dar certo ou não depende muito do jogador. O trabalho de revelar jogadores é diferente. William foi vendido por necessidade financeira e não há como negar que seja bom jogador. A diferença é que o São Paulo investe mais em infra-estrutura e faz mais marketing das suas categorias de base do que o Corinthians. Minha opinião, claro.

Unknown disse...

Ops, onde escrevi 2005, leia-se 2006.

Anônimo disse...

Serra ironiza título do Corinthians
Janeiro 28, 2009 by blogdosilvinho

http://terratv.terra.com.br/templates/channelContents.aspx?channel=2666&contentid=221666



Amigos, em decorrência do vídeo que acabamos de assistir, enviei este e-mail à Secretaria de Comunicação do Governador José Serra:



Excelentíssimo Governador José Serra,



Serei curto e grosso:



Talvez não seja do seu conhecimento, mas o presidente da FIFA, Joseph Blatter, esteve aqui no Brasil em 2000, no Rio de Janeiro, acompanhando a realização do Primeiro Campeonato Mundial de Clubes, vencido pelo glorioso S C Corinthians Paulista.



Na oportunidade ele entregou a taça de Campeão Mundial ao nosso capitão, Rincón.



Peço apenas a Vossa Excelência que cuide melhor do nosso estado, principalmente de algumas cidades do interior que não são governadas por prefeitos do seu partido e aliados e nos poupe do seu humor londrino, totalmente sem graça.



Cordiais Saudações,



Silvio Romoaldo Junior

Alguém que nunca votou e jamais votará em V. Exa.

_______________________________________________________

DESRESPEITOU O CLUBE DA MAIOR E MAIS APAIXONADA TORCIDA DO ESTADO QUE GOVERNA.

TRAIU TODOS OS PAULISTAS, AO ENTREGAR DE MÃO BEIJADA A FINAL DA COPA DE 2014 PARA O RIO.

E QUER SER PRESIDENTE DA REPÚBLICA...

Unknown disse...

Acho engraçado alguns comentários. A maior revelãção do São Paulo nos últimos dez anos saiu queimado pela torcida, chamado de pipoqueiro e por um terço do valor que o Corinthians recebeu pelo William. O fabuloso time do Cilinho de 75 tinha 3 jogadores ditos da base do São Paulo, Silas, Muller e Sidney. Nenhum dos 3 foi produto das categorias de base. Muller veio do Mato Grosso, Silas do Guarani de Campinas e Sidney do SERVA da Vila Anástacio, pelo qual foi Campeão Paulista da Categoria Dentão em 1980 (até 17 anos). Se alguém disser que o São Paulo vende melhor eu concordo. Vender o Bordon e o Jamelli é muita competência. As vendas do Caio e Denilson foram algo assim como estelionato, pelos valores envolvidos. Mas que revela mais, não dá para concordar. Os números não mentem.
Só citando campeões da Copinha. Silvinho, Cris, Kleber, Edu, Anderson, Abuda, Jô, Bobô, Rubinho, Marques, Fabinho Fontes, Ji-Paraná, Fernando Baiano, William, Nilton, Fábio Ferreira, Julio Cesar. Nem todos saíram queimados, nem todos foram tão mal vendidos quanto o Kaká.

Alexandre Giesbrecht disse...

Na verdade, Nori, o que eu quis dizer foi jogadores que efetivamente ajudaram o clube em campo. Dos que o Kao citou, por exemplo, quem ajudou o time foram o Kléber e o Fernando Baiano. Cris, Silvinho e Edu são da geração de mais de uma década atrás e não entram no que eu falei (Anderson se encaixa no mesmo suposto caso de Müller, Silas e Sidney, porque veio do Grêmio Maringá em 1998).

Aliás, falando nisso, o Müller chegou para o São Paulo com 14 anos — seu irmão, também conhecido como Müller, já jogava no profissional do tricolor desde quatro anos antes. O cara chegou com 14 anos e não é considerado prata da casa? Sobre a venda de Kaká, o pessoal tem memória curta e prefere acreditar no que mais lhe convém. O contrato do Kaká terminaria em dezembro; ele foi vendido no meio do ano. O São Paulo tinha duas opções: (a) vender o Kaká pelo que o Milan queria pagar; ou (b) não vendê-lo e deixar ele sair poucos meses depois, de graça.

Agora, sobre as vendas de Caio e Denílson, concordo 100%. E acrescemtaria mais gente aí, como Edmílson, Belletti (este o Forrest Gump do futebol) e o próprio Bordon, que se aprendeu mesmo a jogar futebol (é raro eu assistir a futebol europeu) decididamente não foi no São Paulo.

Anônimo disse...

Oi Noriega, sou o Fabio, fui eu quem escrevi discordando sobre seu comentario no Bom dia SP, sobre a base do Corintians... Me lembrei por exemplo do Fabio Aurélio, ídolo no Valencia, hoje no Liverpool dentre outros ja citados. Após ler sua respostas e os comentarios pude entender melhor o que vc quis dizer, concordo sobre o marketing do SPFC, respeito as opinioes de todos,e realmente estou com o Alexandre, talvez até haja quantidade nos jogadores lançados no Parque SJorge mas qualidade? E sobre o que vc citou sobre o Kaka, tambem havia questoes políticas que viabilizaram as vaias vindas da organizada... e infelizmente a imprensa tem por hábito generalizar, como se todos fossem contra etc... Um abraço Fabio Godoy

Unknown disse...

Alexandre, na realidade só tentei mostrar que não é tão inútil conquistar a Copinha e que vários jogadores foram revelados pelo Corinthians e jogaram no time de cima, pois sempre são desmerecidas as conquistas do Corinthians, e para nós corinthianos tudo o que envolve o Corinthians, seja bolinha de gude ou um Campeonato interplanetário, assume grande importância. Muitos outros não ganharam a Copinha mas se encaixam como revelaçoes do Corinthians, jogaram e, de alguma forma, deram resultados ao Corinthians (Viola, Paulo Sérgio, Ronaldo, Marcelo Djan, Zé Elias,etc). Cris e Silvinho ganharam em 1995 a Copinha.
Edu é da mesma geraçao que o Kleber e o Fernando Baiano. Foi Campeão da Copinha em 99. Fez o gol do título.Jogou o Brasileiro de 1999 e o Torneio de Verão de 2000, que a Fifa chama de primeiro Mundial de Clubes. O São Paulo vendeu o Kaká por estar em término de contrato sim, mas a torcida o chamava de pipoqueiro e a diretoria foi incompetente por deixar o contrato chegar ao final.
Quanto ao Muller reafirmo, chegou ao São Paulo já pronto, em 1984, aos dezoito anos e já integrante de seleçoes de Base. Até 1983 era atleta do Operário de Campo Grande. Os irmãos dele (Leba e Cocada) não jogaram no São Paulo.
Dentro de campo ao que me conste Kaká, Julio Batista, Fábio Simplício, Fabio Aurélio, Bordon, Edu, Kleber, etc, não ganharam nada. Fazem parte da geração entre o Mundial de 93 e o Paulista de 2005, que foi um dos piores períodos da história do São Paulo, só comparável ao periodo da construção do Morumbi (1957/1970 em jejum). Mas foram muito bem vendidos e são grandes produtos de marketing ainda hoje.
Um abraço cordial.

Alexandre Giesbrecht disse...

Kao, sobre o Müller, ele chegou ao São Paulo em 1980, trazido pelo seu irmão, também conhecido como Müller (José Edmur Corrêa da Costa), atacante que defendeu o São Paulo entre 1976 e 1978, inclusive participando de alguns jogos da campanha do Brasileiro de 1977. Müller (o que se consagraria) inclusive já era apontado como revelação no MS em 1979 e que o São Paulo estava de olho (Placar número 462 ou 467), e em 1981 ou 1982 foi personagem de matéria na revista do São Paulo, primeira versão. Pode até ser que ele tenha voltado a sua cidade de origem em 1983, por um motivo ou outro que se encaixa na cabeça de um jovem de 16, 17 anos.

O Edu eu podia jurar que era da geração da Copinha de 1995, mas você está correto (o Almanaque do Corinthians dá que ele marcou o gol da Copinha em 1998, o que o tiraria da "última década" que eu citei, mas nesse ano não foi o Corinthians que ganhou, então lá está errado). Lembro do gol desse título, um chute de fora da área, muito bonito.

Eu não considero que o jogador dê resultado apenas com títulos (o Bobô, por exemplo, foi campeão brasileiro em 2005 e não se pode dizer que ele tenha dado resultado em campo). Não que a geração do São Paulo entre 1995 e 2000 seja grande coisa; pelo contrário, era a época dos amortecedores do estádio. Mas depois disso já se começou a trabalhar com mais vistas ao futuro. Júlio Baptista, Fábio Simplício, Fábio Aurélio, Bordon e ainda Fábio Melo (o primeiro), Belletti e Edmílson foram belos produtos de marketing, que deram um retorno muitas vezes maior do que seu real valor. Já o Edu e o Kléber considero jogadores mais que razoáveis.

Sobre o Kaká, houve incompetência da diretoria, isso é óbvio, mas também houve má vontade da parte da empresa que assessorava o jogador, que sabia que renovar com o São Paulo não seria uma boa, porque poderia fazer com que ele saísse mais tarde para a Europa, já que o preço de seu passe subiria bastante com uma eventual renovação. De todo modo, dá para entender esse lado, porque Kaká é um dos poucos jogadores que saiu daqui do Brasil preparado para jogar no Exterior. Eu não diria que nem um terço dos brasileiros que vão para a Europa estão preparados para o que vão encontrar, por isso que é tão comum que eles voltem seis meses, um ano depois.

Abraço!

P.S.: Ah, e Nori, onde você corrigiu de 2005 para 2006, na verdade não queria dizer 2007? :)