quarta-feira, setembro 28, 2011


A rodada fundamental* 
 
Embora ainda não decida o título, a etapa do fim de semana pode encaminhar muita coisa no Brasileirão

Nunca escondi de ninguém que prefiro campeonatos com final ao sistema de pontos corridos. Mas o modelo atual do Brasileiro também reserva boas emoções. A próxima rodada é um desses casos. Jogos em sua maioria valendo pela vigésima-sexta etapa e podendo encaminhar muita coisa.

Por uma dessas maravilhosas coincidências, líder e vice-líder se enfrentam no jogo que mais promete: Vasco x Corinthians, no Rio. Enquanto isso, o São Paulo, terceiro colocado, recebe o Flamengo, sexto. Luís Fabiano deve ser a atração tricolor, diante dos companheiros de Ronaldinho Gaúcho. De olho nisso tudo, com um jogo a menos, o Botafogo, quarto na tabela, enfrenta o raçudo Atlético, em Goiás. Sábado, no Rio, o Fluminense, quinto na classificação, pega o Santos, com potencial para ser o sexto se vencer os dois jogos a menos que ainda disputará.

Mais abaixo, o Palmeiras e sua irregularidade recebem o virtualmente rebaixado América, de olho na partida entre Atlético-PR e Inter e também no jogo entre Flu e Peixe. Se vencer e contar com tropeços de gaúchos e cariocas, o Verdão pode até pular para o quinto lugar. Mas se não vencer...

Enfim, juntando tudo isso e pensando nas combinações de resultados, é daquelas rodadas para o torcedor ir ao estádio e levar o radinho, ficar com o celular ligado e, quem estiver em casa, dividir a tela em quantas partes for possível para não perder nada.

O jogo com maior carga dramática é o de São Januário. Porque o Vasco pode, se vencer, abrir cinco pontos em relação ao Corinthians e seis para o São Paulo, caso haja derrota do Tricolor. Mas também corre o risco de cair para o terceiro posto se perder e der vitória paulista no Morumbi.

Bola por bola, a cruz-maltina tem sido mais redonda que a de todos os outros times. Arrumado, entrosado e confiante, o Vasco ainda conta com o goleiro Fernando Prass e o meia Diego Souza em fases inspiradas. O Corinthians pode não entusiasmar, mas segue firme na disputa pela taça e sonha com a volta de Adriano.

Na sequência dessa rodada pra lá de agitada, a seleção brasileira, de novo ela, provocará desfalques importantes em várias equipes, mexendo com a realidade da competição e apimentando ainda mais essa receita. Pode não decidir nada, mas que vai fazer barulho, isso essa próxima rodada vai.

Jejum no Coliseu

Chama a atenção a estiagem por que passa Kléber, o Gladiador palmeirense. São 20 jogos sem fazer gols pelo Brasileirão, mais que um turno, num período de tempo que chega a cem dias, um terço do ano. Neste período, ele contabilizou apenas um tento, pela Sul-americana, contra o Vasco.

Ventos da mudança

Se vencer a Argentina amanhã, em Belém, a seleção brasileira deve ser um time mais solto nas próximas partidas. Não será surpresa para este colunista se Mano Menezes colocar em campo, simultaneamente, em algum momento, Oscar, do Inter, Lucas, do São Paulo, e Ronaldinho Gaúcho. Para guardar e checar.

Lusa em alta  

A ótima fase da Lusa fez com que o clube lançasse seu programa de sócio torcedor. Com direito a um vídeo muito bem sacado na página do programa na internet. Quem quiser, pode conferir o vídeo no endereço www.eutorcojunto.com.br. O projeto tem plano único, por enquanto, pelo valor de R$ 39,00 por mês.


Nó Tático

Problemas brotam no Palmeiras como mato. Cada um tem seu diagnóstico para os motivos que levam um clube gigantesco a colecionar vexames. Meu diagnóstico é antigo e vou repeti-lo. Falta qualidade na direção. O Palmeiras tem um quadro incompetente e retrógrado de dirigentes que pararam no tempo e nos vendetas das alamedas do velho Palestra Itália.

Sempre destaco o seguinte: o último título conquistado pelos dirigentes do Palmeiras foi o Paulista de 1976. De lá para cá, o clube só venceu quando o futebol foi tocado por gente de fora, as famosas parcerias. O que indica um problema antigo. Falta humildade e união entre os dirigentes palmeirenses para reconhecer sua incompetência em administrar uma herança do tamanho deste clube glorioso.

Falta ao Palmeiras uma direção de futebol que entenda e goste de futebol e que dê a cara para bater. No vexatório empate contra nove do Atlético Goianiense, o vice Roberto Frizzo cercou-se de seguranças e preferiu o silêncio após um dos jogos mais vergonhosos da história do clube.

O resultado é a formação de grupos de jogadores sem personalidade, sem perfil vencedor e sem conexão com a história do clube. Na hora do aperto, o que mais se vê nos times recentes do Palmeiras é jogador se livrando da bola e empurrando a responsabilidade para quem estiver mais perto, esperando um salvador da pátria. Reflexo da falta de comando do clube.


A marca ainda é forte, poderosa, mas a incompetência é alarmante e contagiosa.

*coluna publicada terça-feira, dia 27/09/2011, no www.diariosp.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Nori, bom dia!

Parabéns mais uma vez! Admiro muito seu trabalho. Sensato e imparcial.

Eu não "acho" nada, mas acho que o Brasileirão está bombando! Bons jogos e confrontos, belos gols, infelizmente ainda, muitos erros de arbritagem, midia com excelência de transmissão, torcedores comparecendo aos estádios... enfim, dá gosto!!!

A verdade é cruel, mas necessária ao Palmeiras!
Acredito que, mesmo que o Palmeiras se cale ou cale seus jogadores, não é e nem será a solução para resolver os problemas internos, administrativos e futebolísticos. Para acabar com a tiririca, fofocas e outras "cositas más" somente com a aplicação de pré-emergentes eficientes, até mexendo se necessário com o emocional (brio) e principalmente, no bolso. Os contratos devem ser revistos com mais critérios, adicionando cláusulas como produtividade atraves de uma pontuação séria e principalmente pelas vitórias conquistadas. Não visar, apenas este ou aquele campeonato, mas sempre estar em forma, pronto, atuante, eficaz a maior parte do tempo. São profissionais então necessitam serem cobrados, exigir como numa grande empresa comercial. Ter no mural as metas. Ter na cabeça, os objetivos do Grupo, da Familia (Torcida). Aquela identificação de que realmente amem a camisa que vestem. Acho incrivel haver integração se a maior parte do tempo os jogadores estão com fones de ouvido, a maior parte do tempo ou com o twitter ligado. Acho incrivel, um e outro fazer declarações acusando este ou aquele companheiro, se antes fazer uma auto-crítica. Enfim, a muito que melhor no Palmeiras, ha muito que melhor no futebol

Deu para notar: Sou palmeirense, mas acima de tudo sou apaixonada pelo futebol. Assisto do inglês/espanhol e até o bate bola no jardim de infância.

@minatelk