quarta-feira, junho 13, 2007


EU PREFIRO
CAMPEONATO
COM FINAL


Recebi uma simpática mensagem do amigo Elias Aredes que acabou por motivar esta postagem. Elias argumenta a favor dos campeonatos em pontos corridos, diz que eles ajudam os times a se estruturarem, a trabalhar melhor, e aponta exemplos como a própria recuperação do Grêmio para tal, além do crescimento de clubes como Figueirense, Paraná e Atlético Paranaense, por exemplo. Foi uma respota ,inteligente e educada, ao que falei durante a transmissão de Santos x Grêmio, na Vila. Um jogo eletrizante, que poderia ter seu destino alterado em um segundo por diversas vezes, que me fez afirmar que o sistema de jogos eliminatórios, ou o mata-mata, é insuperável nesse tipo de emoções e também como espetáculo esportivo.
Escrevo agora para defender essa tese. Já houve um tempo em que eu achava os campeonatos por pontos corridos mais interessantes, embora jamais tenha desgostado do tradicional sistema brasileiro do mata-mata. Pois agora, passados alguns anos de experiência com o modelo europeu em nosso campeonato, estou de questão fechada com o torneio eliminatório e, principalmente, com uma final, um grande jogo decisivo.
Antes de mais nada, porque esse sistema não tem nada de injusto, como atacam alguns de seus detratores. O regulamento é exposto a todos e as regras são as mesmas. Há uma fase em que todos se enfrentam e, posteriormente, um cruzamento eliminatório. Portanto, pode-se contestar, argumentar, mas jamais chamar de injusto.
Sem dúvida que o sistema de pontos corridos afere a regularidade dos times, a qualidade dos elencos, mas pergunto, até que ponto? Os times sofrem tantas alterações, o campeonato se estende por um período tão grande, que é virtualmente impossível que se mantenha um elenco minimamente equilibrado. Há um momento de limbo no Brasileirão de pontos corridos, que ocorre entre as rodadas 12 e 20, mais ou menos, em que nada acontece, não há entusiasmo, os estádios ficam vazios, enfim, o País não pulsa. No final do segundo turno há uma retomada, já que a briga pelas classificações e a fuga do rebaixamento, enfim, esquenta.
Mas e não acontece tudo isso no sistema de mata-mata? As mesmas disputas no final, mas com uma diferença fundamental: partindo da premissa de oito times disputando as quartas-de-final, há muito mais envolvimento de 20 equipes nessa disputa. Serão oito disputando o título, afinal. Não apenas dois ou três como tem ocorrido ultimamente. Há todo um envolvimento de clubes e torcedores em jogos eliminatórios. As arrecadações aumentam, a audiência sobe e adrenalina decola. E se pensarmos num sistema de três jogos, ninguém está eliminado no primeiro jogo.
Admito que esse sistema me fascina pela descarga emocional. Puxo pela memória alguns grandes jogos de futebol em que já trabalhei ou os que vi ao vivo ou pela TV e a maioria absoluta é de jogos eliminatórios ou grandes finais. Como A Batalha dos Aflitos, os duelos Palmeiras e Corinthians na Libertadores, as decisões de Copas do Mundo, Flamengo e Atlético nos anos 80. O que remete a grandes partidas de vôlei e basquete, mas claro que não existe termo de comparação.
Acredito que os confrontos eliminatórios e as consequentes finais trazem o imprevisto ao esporte. Em 99% das vezes o melhor time vencerá, seja qual for o sistema de disputa. Mas esse ingrediente da surpresa, da superação, da falha fora de hora, do golaço quase impossível, e de uma mudança de resultado ocorrer em cinco minutos ou até menos, é fundamental para a emoção no esporte. E acima de tudo, esporte é emoção.

DUNGA COMEÇA MAL

A Seleção ainda não treinou em Teresópolis, mas o início de Dunga como técnico de campo, de fato, já é lamentável. Dunga é meio revanchista, atacou Zé Roberto de graça, com argumentos desnecessários e fora de propósito. Imagino o que pode acontecer quando Dunga enfrentar uma crise de verdade no comando da Seleção.

8 comentários:

Rafael Fernandes disse...

Nori, também sou a favor do mata-mata. Tanto no mata-mata quanto nos pontos corrigos existem jogos "mortos". Lembro que muita gente foi a favor dos pontos corridos pelo fato de ter jogos até o final do ano, assim os times ficariam em atividade. Acho bobagem, porque muitas vezes essa "atividade" se reverte em déficit de arrecadação das partidas. No mata-mata, os times desclassificados poderiam inicar sua reformulação e preparo antes dos demais, o que até daria uma certa vantagem no ano seguinte. Fico por aqui, senão o comentário fica muito grande. Sou a favor da volta do mata mata no Brasileirão!

Anônimo disse...

Assino embaixo, Nori! Essa pérola que disse o Dunga sobre seqüestros no Brasil foi de uma sensibilidade de rocha! O que tinha a ver o Dunga atacar os motivos que levaram o Zé Roberto a morar na Alemanha -- que nada têm a ver com a dispensa da Copa América? Deve ter alguma coisa entre os dois da Copa de 1998, não é possível. O Zé Roberto morava em Santos, escondido da família em São Paulo, para não dar bandeira para sequestrador. Isso é vida? Tem mais é que ir morar na Alemanha mesmo. A Espanha seria mais legal...
abrs

Anônimo disse...

Noriega,
O caso do Atlético Paranaense é até diferente. Pois ganhou o Campeonato Brasileiro de 2001 ainda no mata-mata. Classificou-se em segundo para a fase decisiva mas ao final do torneio foi campeão tanto pelo mata-mata como pelos pontos corridos.

Anônimo disse...

Noriega,Dunga é exatamente isso como técnico:lamentável.
É mal-humorado,arrogante,teimoso...
E o pior,não tem nenhum motivo,pelo menos conhecido, para ele agir assim.
Ele se perde nas palavras,quer manter um tipo pra agradar a torcida(a mim ,nunca agradou),uma baboseira patriótica que não condiz com o tratamento que a CBF dá a seleção.
Esses episódios(Kaká/Ronaldinho,Robinho e Zé Roberto)só mostram que não há um bom ambiente na seleção. E é o que o Milton Leite(com quem eu sempre concordei no assunto Dunga)diz,quem tem que resolver isso é o bom líder.Coisa que fora de campo,Dunga mostrou não ser.

Abraços!!

Anônimo disse...

Sobre Dunga, concordo plenamente. Espero que vá respirar outros ares em breve, ainda que Seleção Brasileira não desperte meus sentimentos de torcedor.

Sobre as finais, discordo completamente.

Pra mim, é dar chance aos incompetentes. É dar a possibilidade a alguém que ficou 20 pontos atrás do primeiro, de ser campeão. E ir à favor dos cartolas tradicionais, que montam times de qualquer jeito, "para chegar em oitavo". Que demitem treinadores em busca do resultado imediato, afinal, basta terminar em oitavo.

O argumento de que "todos conhecem as regras no início" é frágil demais! Não é por conhecer as regras que elas se tornam melhores!

Mesmo a questão da emoção é limitada. Dura duas rodadas para 8, 4 rodadas para 4 e apenas 2 times têm, de fato, emoção real de título.

Esta emoção da final pode ficar para os Estaduais, Libertadores, Sulamericana e Copa do Brasil. O principal campeonato do País precisa premiar o time que melhor se preparou.

Abraço,
Cesar

Anônimo disse...

Nori, mata-mata é muito legal mesmo...para isso existem as Copas nacionais, como a Copa do Brasil, que poderia ter o número de participantes duplicado ou triplicado, sei lá, espalhando sua dispuita ao longo da temporada, como é na Inglaterra, por exemplo. E permitindo a participação dos times que disputam a Libertadores. Para o Brasileirão, pontos corridos é o caminho.
abração

Anônimo disse...

Ola Nori... Não concordo com o mata-mata, as equipes estruturadas, bem preparadas e que investem mais, correm menos risco com pontos corridos do que com o mata-mata, futebol não é como basquete (99% das vezes o melhor leva, jogar fora ou em casa, torcida e pressão diminuem em muito esse percentual)... Não se pode afastar o dinheiro daquele que investe... Seria um retrocesso voltar ao mata-mata (em minha modesta opinião)...

Anônimo disse...

Nori, como é possível levar a Copa América a sério se a Copa Libertadores termina a 3 dias de seu início? Isso é a maior piada do mundo, tomara que o Robinho não seja liberado do Real... Estamos a anos-luz da seriedade, essa Copa América - pra variar - será um novo fiasco... E torço pro fracasso dela mesmo...