domingo, janeiro 28, 2007

CADÊ O NOSSO PLATINI?


Uma das melhores notícias para o mundo do esporte nos últimos tempos foi a eleição de Michel Platini, genial jogador francês dos anos 70 e 80, para o cargo de presidente da Uefa, a poderosa entidade que controla o futebol europeu.
Platini ainda é jovem, mas não inexperiente. Foi um grande jogador e se preparou para ser dirigente. Portanto, conhece os dois mundos, o de dentro e o de fora dos campos, e pode trabalhar para que eles se aproximem. Espero que seja uma eleição que produza efeitos positivos para os jogadores, principalmente. E que possa se transformar num anteparo das pretensões exclusivistas e mercantilistas do G-14, o arrogante grupo formado pelos 18 times mais endinheirados da Europa.
E aqui no Brasil, quando teremos nosso Platini? Algum ex-atleta preparado para seguir no esporte, usando seu conhecimento dos tempos de competições, assumindo um cargo de comando em alto escalão? Na verdade, já temos alguns exemplos de situações parecidas. Mas não ainda no futebol. No vôlei, Carlos Nuzmann, ex-jogador olímpico, assumiu e revolucionou. Atualmente, Ary Graça, também ex-atleta, dá seqüência ao trabalho. E Nuzmann agora comanda o projeto olímpico brasileiro. Mas a prova de que não basta ter sido atleta para acertar está no basquete, comandando por Gerasime Grego, também ex-jogador, e absolutamente sem rumo.
O caso do futebol é mais complexo, pela popularidade e importância política e social. Houve tentativas de ex-jogadores chegarem ao comando, como a anticandidatura de Sócrates à presidência da CBF. Mas será que ele estava preparado para isso? Que experiência como dirigente ele teve? Quais suas idéias, seus projetos, mesmo sendo um astuto pensador do futebol e da vida?
Não basta ter sido craque ou nem tanto para saber administrar, para pensar. O problema da maioria dos ex-atletas brasileiros de futebol está exatamente na falta de formação específica. Muitos acham que apenas por terem jogado futebol já sabem tudo. Seja para serem técnicos, comentaristas, dirigentes. Acreditam que seus anos de vestiários e concentrações foram o curso de formação perfeito.
Agora, finalmente, existe um grupo ainda pequeno de ex-jogadores que estuda, se informa, se prepara em cursos de gestão e administração esportiva. Casos como o do ex-volante César Sampaio. Ele estuda e prepara-se para administrar clubes menores antes de tentar um salto maior. O caminho correto me parece ser este. Mas a maioria não pensa assim. Acha que pode pendurar as chuteiras num domingo e assumir o comando do clube na segunda, sob a singela argumentação de que "quem jogou sabe".
Por essas e outras eu acho que ainda vai demorar para termos um Platini, ou um Valdano (ex-jogador argentino e dirigente do Real Madrid) em versão brasileira. Para regozijo dos cartolas brasileiros, que continuarão desfilando seu despreparo na terra do melhor futebol do mundo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Faaala Nori...
No domingo começou aqui em Campo Grande-MS o Estadual... O time do CENE - Centro Esportivo Nova Esperança comendada pelo ex-goleiro do Palmeiras VELOSO começou a competição vencendo por 5 x 0 contra a equipe de Rio Verde... Mais um jogador q vira técnico de futebol...
Abs...

****jUnIoR bLaCk Tô Na PiStA pRa NeGóCiO*** disse...

Olá Nori
eu acho que um candidato a "Platini" seria os jogadore Rai e Cesar Sampaio por que tem mais condições para o tal posto.
Eu sonho com o dia em que um jogador inteligente assumiria a CBF e as demais federaçãoes para que tirem esses "engravatados"que podem entender de varias coisas mais não de futebol.

Abraços Nori