quinta-feira, agosto 14, 2014

Nosso futebol premia a derrota

O mérito é algo que deve ser sempre premiado quando se fala em esporte de alto rendimento.

É preciso buscar o resultado pensando em algo que possa realmente ser considerado um prêmio. Quando uma derrota na Copa do Brasil, uma competição nacional, "classifica" uma equipe para uma competição internacional, portanto hierarquicamente superior, o mérito vai para a lata do lixo.

Essa é uma das muitas correções mais importantes a serem feitas no calendário do futebol brasileiro, muito mais importante do que o mantra patoteiro de adequação de calendário às grandes ligas da Europa.

Repito o meu mantra sobre o tema, sem querer agredir gratuitamente. O patoteiro é uma provocação brincalhona.

O futebol brasileiro tem que se adequar à vida brasileira, ao calendário nacional, às particularidades do País.
A solução do calendário deve passar por um estudo nesse sentido, penso eu.

Como sempre digo, será que vai melhorar a segurança do trânsito no Brasil se adotarmos a mão inglesa?

Os clubes deixarão de vender jogador se o calendário nacional for macaca de auditório dos grandes campeonatos europeus?

Agora, faz todo sentido racionalizar, desinchar estaduais (não sou favorável à extinção dos mesmos, mas a uma adequação, aí, sim, à realidade de cada região), criar uma janela para torneios internacionais realizados aqui ou excursões.

Enfim, há muito o que ser discutido e não existe solução definitiva. A verdade não tem dono.
Mas enquanto a derrota for premiada fica difícil pensar em algo melhor no futuro.

2 comentários:

Igor Sausmikat disse...

Um ótimo e lúcido texto Noriega!!!
Abraço
Igor(@igorsausmikat)
Meu blog de esportes: http://igoresportes.blogspot.com.br/ e no twitter o blog é o @blogdoigor05

FRANCISCO disse...

Oi, Nori!

Na verdade, não sei sei qual seria a boa escolha: jogar em Naviraí, contra o Naviraiense, ou jogar em Tolima, contra o representante local. Mas entendo o que você quis dizer ao comparar os torneios com base na hierarquia entre as federações.

O Santos, tinha a opção de perder para o Londrina - e permanecer no torneio da Conmebol - assim como o São Paulo teve a "chance" de perder para o Bragantino e continuar classificado para o torneio continental.
É óbvio que a decisão envolve princípios éticos, retidão de caráter etc; mas o fato é que, em tal situação, A DERROTA É OPORTUNIDADE.

Essa história de premiar o derrotado, faz parte da cultura brasileira. Por isto criou-se o prêmio de consolação. Chacrinha costumava dar um abacaxi para o mau cantor. Cantou mal, leva buzinada e "troféu abacaxi".

Outro exemplo de premiação da derrota está na aplicação da pena, para casos de escalação de jogadores suspensos (Embora eu ache que a lei é interpretada erroneamente, por má fé).

Se não vejamos:

O regulamento dos campeonatos da CBF diz que a punição para o clube que escala jogadores suspensos é "Perda do máximo de pontos atribuídos á vitória, independentemente do resultado da partida".

Recapitulando: A lei diz, que o clube infrator perde três pontos e que tal perda é independente do resultado; não diz que perde também, os pontos conquistados na partida.

Imaginemos que o Time do Nori jogou contra o time do Chico e que ambos os clubes tenham escalado jogadores irregulares. O time do Nori venceu o jogo, auferiu três pontos e alcançou o topo da tabela. O time Chico, derrotado, não fez pontos. No julgamento do STJD, o vencedor time do Nori é punido com a perda de SEIS pontos, enquanto o time do Chico perde, apenas, TRÊS pontos.

Sacou? TAMBÉM NO JULGAMENTO DO STJD, QUEM PERDE LEVA VANTAGEM.